Certa vez o diretor David Lynch disse em uma entrevista que tinha orgulho de todos os filmes que havia dirigido ao longo de sua carreira... menos de Duna! Pois é, renegado pelo próprio Lynch, essa ficção baseada na obra escrita por Frank Herbert continua a ser alvo de ódios e paixões. O que deu errado? No meu ponto de vista o maior problema aqui foi que Lynch simplesmente não conhecia e nem chegou a dominar direito o livro original. Assim ele meio que foi às cegas para o trabalho, sem se dar conta que o livro, ou melhor dizendo, a série de livros de Duna, tinha um grande número de fãs e admiradores. E foram justamente os leitores dos livros que mais se decepcionaram com esse filme.
Eu entendo bem esse tipo de sensação. Havia tanta coisa para trazer das páginas da literatura para o cinema que simplesmente ficou impossível adaptar direito, fazer essa transposição. O universo de Duna nos livros é cheio de detalhes, com dinastias, religiões, culturas próprias. No filme tudo é meio que jogado na cara do espectador. É o típico caso de um roteiro que não conseguiu dar conta daquilo que estava sendo adaptado. Aliás é bom dizer que o ritmo do filme surge ora truncado, mal editado, ora com pressa, para terminar logo tudo na base da correria. Ficou ruim, vamos ser bem sinceros. E as brigas do diretor com o produtor Dino De Laurentiis só serviu para piorar tudo. O que já era ruim, ficou ainda mais medonho.
Se o filme não apresenta um bom roteiro, pelas razões que já escrevi, pelo menos há boas ideias na direção de arte, figurinos, cenários, etc. Duna tem um estilo visual bem próprio, que procurava ser original. Em termos de efeitos especiais há algo curioso. Os efeitos que reproduzem as naves espaciais ficaram absurdamente datadas e envelhecidas. Vistas hoje em dia soam simplesmente horríveis. Por outro lado os vermes gigantes que se arrastam pelas areias do planeta Duna ainda convencem, mesmo após tantos anos. Pena que nada poderia salvar as cenas em que o protagonista literalmente monta nos bichanos, como se fosse um cavalo espacial. O problema aqui é do material original e não do filme propriamente dito. Sim, é ridículo, mas culpem o escritor, não David Lynch por esses momentos constrangedores.
Duna não foi um sucesso comercial. Considerada uma produção cara demais para a época (algo em torno de 40 milhões de dólares) o filme não trouxe retorno para seus produtores, o que ajudou a afundar ainda mais a Dino De Laurentiis Company. As brigas no set de filmagens e os problemas de finalização do filme se tornaram lendários e acabaram mais conhecidos do que o filme em si, já que poucas pessoas foram ao cinema conferir o resultado final. Agora teremos uma nova versão, dirigida pelo competente Denis Villeneuve. Será que dessa vez vai dar certo? Não sabemos ainda, mas é curioso saber que essa segunda versão também tem enfrentado diversos problemas no set de filmagens e pós-produção. Para tornar tudo ainda pior há a questão da pandemia que jogou o filme para uma data ainda incerta. Pelo visto adaptar Duna para o cinema nunca vai ser mesmo algo fácil de se fazer.
Duna (Duna, Estados Unidos, Itália, México, 1984) Direção: David Lynch / Roteiro: David Lynch / Elenco: Kyle MacLachlan, Virginia Madsen, Patrick Stewart, Francesca Annis, Linda Hunt, Brad Dourif, Silvana Mangano, Kenneth McMillan, Sting / Sinopse: No distante e desértico planeta de Duna, uma especiaria é especialmente valorizada, considerada a maior fonte de riquezas do universo. Duas dinastias começam a lutar pelo controle daquele mundo, ao mesmo tempo em que o jovem Paul Atreides vai se firmando como o líder profetizado que iria trazer liberdade e paz para aquele lugar perdido do universo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor som.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 22 de setembro de 2020
terça-feira, 23 de junho de 2015
A Prometida
Esse filme é uma nova releitura do mito Frankenstein. Isso tudo tentando soar moderninho nos anos 80. Sai o estilo dos antigos filmes da Universal, entram os acordes dos sintetizadores tão tipicos daquela década. Eu pessoalmente sempre achei um filme mediano. Tem bonita direção de arte, figurinos e efeitos especiais (para aquela época, claro). Porém há também certos exageros e coisas que não caberiam nessa história.
O elenco traz algumas surpresas interessantes, entre elas a presença do roqueiro Sting, ainda naqueles tempos fazendo parte do grupo de rock inglês The Police. Ele interpreta, para surpresa de muitos, o personagem do Dr. Frankenstein que tenta trazer de volta à vida uma jovem chamada Eva. Essa é interpretada pela estrela de Flashdance, a atriz Jennifer Beals. Eu sempre a achei muito fraca em termos de interpretação. Então é isso, o filme teve seus admiradores nos anos 80. Hoje em dia pouca gente se lembra dele.
A Prometida (The Bride, Estados Unidos, 1986) Direção: Franc Roddam / Roteiro: Lloyd Fonvielle, baseado na obra clássica escrita por Mary Shelley / Elenco: Sting, Jennifer Beals, Anthony Higgins, Clancy Brown / Sinopse: Cientista maluco tenta trazer de volta à vida uma jovem que morreu precocemente. E ele usará a energia elétrica de um raio para que seu experimento obtenha êxito.
Pablo Aluísio.
O elenco traz algumas surpresas interessantes, entre elas a presença do roqueiro Sting, ainda naqueles tempos fazendo parte do grupo de rock inglês The Police. Ele interpreta, para surpresa de muitos, o personagem do Dr. Frankenstein que tenta trazer de volta à vida uma jovem chamada Eva. Essa é interpretada pela estrela de Flashdance, a atriz Jennifer Beals. Eu sempre a achei muito fraca em termos de interpretação. Então é isso, o filme teve seus admiradores nos anos 80. Hoje em dia pouca gente se lembra dele.
A Prometida (The Bride, Estados Unidos, 1986) Direção: Franc Roddam / Roteiro: Lloyd Fonvielle, baseado na obra clássica escrita por Mary Shelley / Elenco: Sting, Jennifer Beals, Anthony Higgins, Clancy Brown / Sinopse: Cientista maluco tenta trazer de volta à vida uma jovem que morreu precocemente. E ele usará a energia elétrica de um raio para que seu experimento obtenha êxito.
Pablo Aluísio.
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