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segunda-feira, 15 de abril de 2024

Maciste: O Gladiador de Esparta

Maciste é um dos heróis mais populares do cinema italiano. Desde a era do cinema mudo ele é comercializado pelos produtores daquele país. Curiosamente são tantos filmes com Maciste que ele deixou até mesmo de ser apenas um herói da era romana para virar estrela de faroestes (onde chegou a enfrentar Zorro) e até caçador de vampiros (onde encontrou Drácula pessoalmente e lhe deu uma tremenda surra!). Também foi usado pelo fascismo, virando soldado em filmes propaganda da II Guerra, onde ele literalmente saia na porrada contra as tropas americanas. Enfim, Maciste e cinema popular italiano são praticamente a mesma coisa. Aqui nessa produção ele volta às origens e vira um gladiador espartano em Roma. Gozando da amizade do Imperador (que não é identificado mas tem pinta de ser o nosso conhecido Nero), Maciste vive de festas e orgias no palácio imperial. Isso muda quando ele se enamora de uma jovem cristã. Em pouco tempo se torna adepto da nova religião e começa a ser perseguido pelas tropas do imperador.

Nem é preciso dizer que historicamente o filme é uma piada. Maciste é um gladiador e escravo mas transita na corte do imperador numa boa. Bate papo com ele e até conta umas piadas. Isso obviamente seria impossível na Roma histórica. Como se trata de um filme popularesco, feito para o povão italiano, há muitas cenas de brigas e lutas. Algumas são absurdas como a que Maciste trava contra um gorila africano (na realidade um cara numa fantasia de macaco nada convincente). Maciste não só lhe dá uma surra como ainda tira onda. Ele também enfrente uma legião inteira de romanos e os coloca para correr. O ator que faz Maciste é o americano (filho de italianos) Mark Forest. Ele é inexpressivo como ator mas bastante forte para o papel (até porque no fundo a Plebe italiana não ia ao cinema ver ele declamar Shakespeare). O roteiro de Maciste é uma piada mas curiosamente sua produção é muito boa. Ótimos figurinos, cenários bem feitos e imagem de qualidade. Nesse aspecto eu me surpreendi! Mas enfim... vale pela curiosidade de conhecer um dos mais queridos personagens populares da italianada. Agora traga a macarronada amore...

Maciste - O Gladiador de Esparta (Maciste, gladiatore di Sparta, Itália, 1964) / Direção de Mario Caiano / Roteiro de Mario Amendola, Mario Amendola / Com Mark Forest, Marilù Tolo e Elisabetta Fanti / Sinopse: O gladiador espartano Maciste goza da amizade e confiança de César. Seu destino porém mudará drasticamente após conhecer os integrantes de uma nova seita religiosa chamada cristãos.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de janeiro de 2006

Um Trem para Durango

Título no Brasil: Um Trem para Durango
Título Original: Un Treno Per Durango
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: M.C.M., Tecisa
Direção: Mario Caiano
Roteiro: Mario Caiano, José Gutiérrez Maesso
Elenco: Anthony Steffen, Mark Damon, Enrico Maria Salerno

Sinopse:
Um grupo de bandoleiros assalta um trem e leva como refém a namorada de um dos passageiros. Sem pensar duas vezes ele, chamado simplesmente de Gringo (Anthony Steffen), resolve se unir a um amigo para ir atrás dos bandidos. A intenção é clara: libertar a amada e passar chumbo quente na marginália.

Comentários:
Mais um western Spaguetti que fez sucesso aqui no Brasil, chegando a ser lançado inclusive em fita VHS nos anos 80. O ator principal da película, Anthony Steffen, na verdade não era americano como seu nome poderia sugerir, mas sim um brasileiro, Antonio Luiz De Teffè (1929 - 2004), que chegou a fazer relativo sucesso no cinema italiano, estrelando filmes como "Um Homem Chamado Django", "Django, o Bastardo", "Uma Longa Fila de Cruzes" e "Deus Como Pai... e o Diabo como Sócio" - que pelos nomes já dá para entender que são típicos faroestes italianos da década de 1960. Esse "Un Treno Per Durango" também não nega suas origens. Com uma trama cheia de reviravoltas e um elenco não muito inspirado, consegue mesmo assim satisfazer o gosto dos admiradores desse tipo de filme, faroestes bem crus, feitos para serem consumidos em cinemas populares - que nos anos 60 existiam aos montes, inclusive no Brasil. Em suma, um retrato de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.