
No elenco vários nomes conhecidos que admiro muito de outros filmes. Os que mais se destacam são John Hurt (sempre um ator eficiente seja lá qual for o papel) e Gary Oldman (com cara de enfadonho, deprimido, com olhar totalmente entediado mas mesmo assim muito bem em cena). O diretor sueco Tomas Alfredson (o mesmo do excelente Deixe Ela Entrar) aqui não consegue repetir a mesma fluência e elegância da estória da garotinha vampira. Na minha opinião ele realizou um filme que assim como os principais personagens em cena, soa bastante arrastado e entediante. Acredito que o roteiro deveria ter ficado mais enxuto, com menos personagens do que existem no livro. Nem sempre se deve adaptar uma obra de literatura ao pé da letra, principalmente quando ela é enorme e simplesmente não tem como encaixar tantas informações em um filme de duas horas de duração. Do jeito que ficou tudo soa bastante desencontrado, de complicada compreensão. Em poucas palavras a mão pesada do diretor acabou transformando "O Espião Que Sabia Demais" em algo um tanto quanto indigesto. Faltou mais sutileza a ele, com certeza.
O Espião Que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, Estados Unidos, 2011) Direção: Tomas Alfredson / Roteiro: Bridget O'Connor, Peter Straughan Baseados na obra de John le Carré / Elenco: Gary Oldman, Colin Firth, Tom Hardy / Sinopse: Durante a Guerra Fria um veterano espião do serviço secreto inglês tenta desvendar uma complicada teia de conspiração envolvendo espiões soviéticos. Filme indicado a três categorias no Oscar: Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Música.
Pablo Aluísio.