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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

O Mistério de Marilyn Monroe

Título no Brasil: O Mistério de Marilyn Monroe
Título Original: The Mystery of Marilyn Monroe
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Emma Cooper
Roteiro: Anthony Summers
Elenco: Anthony Summers, Marilyn Monroe, Robert Kennedy, John Kennedy, Dean Martin, Peter Lawford (em imagens de arquivos). 

Sinopse:
Esse documentário é todo baseado no trabalho do escritor Anthony Summers que escreveu o livro "A Deusa". No processo de elaboração daquele livro ele ouviu dezenas de pessoas que viveram e conheceram Marilyn. Esses tapes gravados servem então como um precioso registro dos últimos dias de vida da famosa atriz e muitos deles são reproduzidos nas cenas desse documentário. 

Comentários:
Outro documentário sobre um grande nome do passado que revi nesses dias. É interessante porque os mesmos defeitos e qualidades do livro "A Deusa" se repetem aqui. Afinal vem da mente da mesma pessoa. A maior qualidade do livro e desse filme é certamente recriar a última noite de vida de Marilyn Monroe em seus menores detalhes e cravar uma suposta interferência em tudo o que aconteceu de Bob Kennedy que inclusive teria estado na casa de Marilyn na noite em que ela morreu. Infelizmente tudo fica apenas na esfera da tese, pois provas mesmo não existem ou foram simplesmente apagadas pelos policiais na época da investigação original. O ruim, o defeito, é que a própria carreira de Marilyn é deixada de lado. Seus filmes, seus grandes momentos no cinema, esqueça. Nada disso encontrará aqui. Muitos acusam inclusive o filme e o livro de apelar para o sensacionalismo. Uma acusação que tem seu fundo de verdade. O que não dá para ignorar no final de tudo é que coisas realmente foram acobertadas sobre os eventos que levaram Marilyn à morte. Assista e tire suas próprias conclusões. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Marilyn Monroe e John Kennedy

John Kennedy e Marilyn Monroe povoam o imaginário popular há décadas. Ele foi um dos mais populares presidentes da história norte-americana. Jovem, rico e bem sucedido JFK representou como poucos uma era de esperança e otimismo em relação ao futuro daquela nação. Era o começo da década de 60 e na Casa Branca os americanos tinham um líder quase mítico, tanto que sua presidência acabou sendo conhecida anos depois como “A Era de Camelot” em Washington. Se Kennedy era um ícone, Marilyn Monroe não ficava atrás. Uma atriz que saiu do nada e conseguiu se tornar uma das estrelas mais populares do cinema americano. Com uma biografia recheada de histórias trágicas Monroe conseguiu escalar os picos da fama e se tornar eterna na imaginação de toda uma geração. Uma Deusa em celuloide.
Isso de fato é o que ficou da dita história oficial. Cabe agora indagar até que ponto tudo não passou de um mito. 

Quem realmente eram Marilyn Monroe e JFK? O que os moveu a entrarem num dos relacionamentos mais controvertidos e debatidos da história? O que realmente aconteceu? Quais foram os efeitos trágicos desse romance? O caso deles até hoje é tratado oficialmente como mero “boato”. A biblioteca de JFK (John F. Kennedy Libraty and Museum) afirma até hoje “ignorar” qualquer tipo de envolvimento do presidente com a atriz. Essa também é a postura oficial da família Kennedy até os dias atuais. Para essas pessoas que vivem do legado do nome Kennedy tudo não passou de um boato espalhado pelos inimigos do presidente. Nada aconteceu de fato. JFK mal conhecia a atriz e a viu de forma esporádica e casual durante alguns eventos sociais e isso é tudo. Se trata apenas de um dos “não romances” mais comentados da história americana. Kennedy segundo essa visão era um exemplar pai de família que dedicava todas as suas horas livres para os dois filhos e sua amada esposa, Jacqueline Kennedy. Qualquer coisa fora dessa visão é mera especulação criada para macular a memória do saudoso líder americano.

Recentemente o jornalista francês François Forestier lançou o livro "Marilyn e JFK" sobre o famoso romance. Um dos grandes erros do livro é que Forestier não consegue manter uma postura imparcial em relação aos personagens retratados. Para falar a verdade ele parece odiar Marilyn e Kennedy na mesma intensidade. O autor não consegue sequer ter uma visão positiva sobre ambos, tudo é negativo, com sinais de rancor e raiva. A Marilyn que surge de suas páginas é manipuladora, interesseira, pouco inteligente e até mesmo suja (François não perde a chance de sempre dizer que ela não gostava de tomar banho). Sua visão de Kennedy não é menos negativa e apelativa. O presidente é retratado como um tarado, um maníaco sexual, um sujeito sem qualquer mérito pessoal cuja administração em sua ótica foi quase um milagre pois não havia tempo de ser presidente ao se envolver com tantas mulheres ao mesmo tempo. Quanta bobagem! 

Nem o céu e nem a terra, senhores. Nem JFK e MM eram anjos de pureza e nem tampouco demônios encarnados. Tanto a versão dita oficial é uma bobagem quanto a releitura de pessoas como Forestier. Deve-se procurar um meio termo no meio de tantas informações equivocadas e distorcidas. Ao que tudo indica ambos se aproximaram por mera curiosidade. Eram famosos, ricos e célebres em sua era. Tanto Kennedy tinha enorme curiosidade em conhecer Marilyn como vice versa. Obviamente no meio de tudo havia o poder político. Para Marilyn um romance sério com Kennedy e quem sabe a possibilidade de um dia se tornar a primeira dama dos EUA era certamente um ápice de uma vida como a dela. Para Kennedy a atriz era de certa forma apenas uma aventura deliciosa que só homens que ocupavam sua posição poderiam desfrutar sem medo de correr maiores riscos. Enquanto estavam juntos tudo correu às mil maravilhas, o problema foi após o momento do rompimento.

Foi Robert Kennedy o indicado pelo presidente para informar a Marilyn Monroe que tudo estaria acabado entre eles. John Kennedy havia sido informado que Monroe estava saindo na mesma época com um dos mafiosos do grupo de Sam Giancana, justamente um chefão que ele próprio e seu irmão queriam mandar para a cadeia. Namorar uma atriz que dividia os lençóis com um dos membros da gangue Giancana era demais até para Kennedy. O problema é que o tiro acabou saindo pela culatra e Bob acabou se envolvendo ele mesmo com Marilyn. Naquela altura Procurador Federal, marido e pai de vários filhos, o sensato Bob jogou o juízo pela janela e acabou se enroscando com a diva. Imaginem o teor explosivo de algo assim vazar para a imprensa.

O fato é que Marilyn há tempos vinha mostrando sinais de desequilíbrio em relação aos Kennedy. Ao se ver rejeitada por John e depois por Bob o sonho de virar esposa de um figurão da família veio abaixo. A partir daí surgem as várias e várias teorias de conspiração. Para os mais radicais Monroe ameaçou contar tudo para a imprensa e apavorados Bob e John teriam armado um complô para tirá-la de circulação. Será verdade? Quem pode afirmar algo com certeza? Absolutamente ninguém. Como sabemos histórias envolvendo ricos e poderosos nunca são contados de forma completa, tudo é propositalmente obscurecido por sombras e falsas informações. O assunto até hoje parece incomodar, mesmo passado meio século dos eventos. O tema acabou dando origem a uma literatura própria, aonde convivem obras sérias com bobagens (como o livro de Forestier). No meio desse pântano de evidências só resta ao leitor procurar um fundo de verdade nesse material farto e confuso. Se algo vai ser encontrado algum dia não sabemos, só nos resta mesmo tentar chegar o mais perto possível do que efetivamente aconteceu.

Pablo Aluísio.