Havia muita tensão entre Estados Unidos e Rússia (União Soviética) durante a guerra fria. Assim ter ao seu lado um bailarino russo famoso como Mikhail Baryshnikov era uma ótima opção para promover um pouco de propaganda anticomunista. E foi o que Hollywood fez. Escalou Mikhail Baryshnikov para estrelar esse bom filme, que inclusive chegou a ser bem badalado em seu lançamento original, chegando a ser vencedor do Oscar na categoria de melhor música original com "Say You, Say Me", interpretada pelo cantor Lionel Richie.
Tecnicamente muito bem realizado, fruto do trabalho minucioso do cineasta Taylor Hackford, o filme chegou a ser classificado, muito curiosamente, como um "musical político", algo que poucas vezes vi em minha vida de cinéfilo. Claramente havia um foco na dança e na música, mas sem deixar de lado o problema político, envolvendo um protagonista russo que não conseguia se livrar das garras de Moscou. O roteiro era uma romantização da vida do próprio Mikhail Baryshnikov, bailarino de grande talento, visto pelo Kremlin como apenas um traidor de sua pátria. Em suma, era os dois lados da mesma moeda, de um lado o capitalismo da águia americana, do outro a ideologia socialista do urso soviético. E no meio de tudo um bom filme, pura arte musical.
O Sol da Meia Noite (White Nights, Estados Unidos, 1985) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: James Goldman, Eric Hughes / Elenco: Mikhail Baryshnikov, Gregory Hines, Jerzy Skolimowski / Sinopse: Nikolai 'Kolya' Rodchenko (Mikhail Baryshnikov) é um bailarino de origem russa que procura por sailo político nos Estados Unidos, despertando ódio e perseguição de membros do partido comunista soviético. Filme indicado ao Oscar de melhor música original ("Separate Lives" de Stephen Bishop).
Pablo Aluísio.