segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A-ha - East of the Sun, West of the Moon

Não cheguei a comprar na época de seu lançamento, só alguns anos depois. Claro que apesar disso foi impossível escapar de ouvir nas rádios o maior hit do grupo nesse disco, uma nova versão do clássico "Crying in the Rain", composição de Howard Greenfield e Carole King. Já achava essa canção extremamente linda, desde que a ouvira pela primeira vez na interpretação do grupo The Everly Brothers, um dos melhores da história nesse tipo de canção. A versão dos Brothers foi lançada em 1962 e até hoje é considerada a melhor, mesmo assim não vou tirar os méritos do A-ha. Eles fizeram uma bela gravação do standart. Aliás uma das maiores qualidades do A-ha vem justamente dessa sutileza. Eles jamais inventam em músicas que precisam ficar na sua simplicidade original para não perderem sua essência melódica. Nesse ponto acertaram em cheio.

Além dessa excelente faixa inicial o disco ainda traz outros atrativos, como por exemplo, a simpática "Early Morning". Ela foi lançada como single e seu clip foi gravado em pleno Rock in Rio II. A música fez sucesso nas rádios, o que acabou impulsionando suas vendas (no total o álbum conseguiu vender mais de três milhões de cópias ao redor do mundo desde seu lançamento original, um número digamos de respeito). Pois bem, depois dessas duas faixas mais conhecidas o álbum segue em frente com uma coleção de boas canções, todas agradáveis. O A-ha também sempre se mostrou muito bom em álbuns justamente por essa capacidade de os preencher com um bom repertório aos ouvidos. Certo, não existem obras primas, mas todas valem ao menos uma audição descompromissada e relaxante. Curiosamente no meio desse retalho sonoro bem ok, a única que nunca me agradou muito foi justamente a canção título do disco, "East of the Sun". Apesar do bom arranjo de voz e violão (e quarteto de cordas ao fundo) nunca consegui realmente gostar de seu refrão. Já "Cold River" se sobressai por causa de seu ritmo mais voltado a um jazz sofisticado. Só peca por ser curta demais. Então basicamente é isso. Não é o meu disco preferido do A-ha, mas certamente vale a pena ter em sua coleção.

A-ha - East of the Sun, West of the Moon (1990)
Crying in the Rain
Early Morning
I Call Your Name
Slender Frame
East of the Sun
Sycamore Leaves
Waiting for Her
Cold River
The Way We Talk
Rolling Thunder
(Seemingly) Non-stop July

Pablo Aluísio.

Discografia Comentada - A-ha

Discografia Comentada - A-ha
A-ha – Hunting High and Low (1985)
Disco de estreia do A-ha. Eles assinaram com a Warner Bros, uma grande gravadora e não decepcionaram nas paradas. Com o clip de "Take on Me" passando na MTV, numa bem feita mistura de animação e pessoas reais, o grupo conquistou o mercado americano. Inclusive um fato curioso é saber que esse álbum continua sendo até hoje o maior sucesso do A-ha nos Estados Unidos. Além da música já citada se tornaram hits as faixas "Hunting High and Low" e "The Sun Always Shines on T.V.". / A-ha – Hunting High and Low (1985): Take on Me / Train of Thought / Hunting High and Low / The Blue Sky / Living a Boy's Adventure Tale / The Sun Always Shines on T.V. / And You Tell Me / Love Is Reason / I Dream Myself Alive / Here I Stand and Face the Rain.

A-ha - Scoundrel Days (1986)

Um ano após o sucesso do primeiro disco o A-ha chegou no mercado com seu tão esperado segundo álbum de inéditas. O maior sucesso desse LP foi a faixa "Cry Wolf" que invadiu as rádios de todo o mundo. A balada tema do álbum, a introspectiva "Scoundrel Days" também fez sucesso. Esse disco se destacou também pela quantidade de hits nas rádios, com especial atenção para as faixas "Maybe, Maybe", "October", "he Swing of Things" e "I've Been Losing You". Se formos analisar bem quase todo o disco fez sucesso. Incrível!  / A-ha - Scoundrel Days (1986): Scoundrel Days / The Swing of Things / I've Been Losing You / October / Manhattan Skyline / Cry Wolf / We're Looking for the Whales / The Weight of the Wind / Maybe, Maybe / Soft Rains of April.

A-ha - Stay On These Roads (1987)

Terceiro álbum oficial do trio. Esse disco também foi farto em hits. A canção "The Living Daylights" entrou na trilha sonora de um filme de James Bond. "You Are the One" é até hoje lembrada como um dos maiores sucessos do A-ha. "The Blood That Moves the Body" é outro destaque e a balada tema "Stay On These Roads" cansou de tocar nas festas e bailes da época. Esse foi o último disco de grande sucesso mundial da discografia do A-ha. / A-ha - Stay On These Roads (1987): Stay on These Roads / The Blood That Moves the Body / Touchy! / This Alone Is Love / Hurry Home / The Living Daylights / There's Never a Forever Thing / Out of Blue Comes Green  / You Are the One / You'll End up Crying.

A-ha - East of the Sun, West of the Moon (1990)
Com o fim dos anos 80 o A-ha deu adeus ao seu período de maior sucesso musical. A pop music tomava outros rumos e o grupo procurou por novas musicalidades. Esse é um disco com sabor de fim de festa mesmo, onde apenas duas faixas se tornaram hits. "Crying in the Rain" era um cover de uma antiga música dos anos 50, da dupla The Everly Brothers. A versão do A-ha ficou muito bonita e caprichada. "Early Morning" também fez sucesso, mas em menor escala. Nenhuma das outras faixas do disco, por melhores que fossem, viraram sucesso. / A-ha - East of the Sun, West of the Moon (1990) Crying in the Rain / Early Morning / I Call Your Name / Slender frame / East of the sun / Sycamore leaves / Waiting for Her / Cold River / The Way We talk / Rolling Thunder / (Seemingly) Nonstop July.

A-ha - Memorial Beach (1993)
Pessoalmente considero um dos melhores discos do A-ha, só com músicas e melodias belas e bonitas, porém comercialmente o disco não fez sucesso. Nenhuma faixa se sobressaiu no mercado mundial, nas paradas de sucesso. A gravadora até se esforçou para divulgar "Dark Is the Night for All" (Linda faixa do disco) e "Move to Memphis", mas sem maiores resultados. Como o disco não fez o sucesso esperado o grupo resolveu dar um tempo. Eles não se separaram, mas ficaram anos sem gravar nada de novo nos estúdios.  / A-ha - Memorial Beach (1993): Dark Is the Night for All / Move to Memphis / Cold as Stone / Angel in the Snow / Locust / Lie Down in Darkness / How Sweet It Was / Lamb to the Slaughter / Between Your Mama and Yourself / Memorial Beach.

A-ha - Minor Earth Major Sky (2000)
Depois de sete anos sem lançar nada o A-ha retornou ao mercado. O vinil havia morrido e agora todos os seus lançamentos chegariam nas lojas no formato CD. Esse aqui foi seu álbum de retorno, que ficou conhecido pelos fãs como o álbum do avião no deserto do A-ha. A sonoridade musical mudou bastante e esse trabalho tem um estilo todo diferenciado. Pessoalmente gostei do resultado. Circulou apenas entre os fãs do grupo. Foi elogiado pela crítica, mas novamente não fez qualquer sucesso comercial. Foi um bom retorno apenas. / Minor Earth Major Sky (2000): Minor Earth Major Sky / Little Black Heart / Velvet / Summer Moved On / The Sun Never Shone That Day / To Let You Win / The Company Man / Thought That It Was You / I Wish I Cared / Barely Hanging On / You'll Never Get Over Me / I Won't Forget Her / Mary Ellen Makes the Moment Count / Summer Moved On (remix) / Minor Earth Major Sky (remix) / Velvet (Stockholm mix).

A-ha - Lifelines (2002)
Álbum forte, muito bem gravado, com músicas excelentes. Virou hit no norte da Europa, vendendo muito bem nos mercados da Alemanha, Holanda, países escandinavos e algumas ex-repúblicas soviéticas. Porém foi um sucesso, como se pode ver, bem local, não chegando ao resto do mundo, que aliás só fez perder um dos trabalhos mais consistentes dessa banda da Noruega. / A-ha - Lifelines (2002): 1. Lifelines / 2. You Wanted More / 3. Forever Not Yours / 4. There's a Reason for It / 5. Time & Again / 6. Did Anyone Approach You? / 7. Afternoon High / 8. Oranges on Appletrees / 9. A Little Bit / 10. Less Than Pure / 11. Turn the Lights Down / 12. Cannot Hide / 13. White Canvas / 14. Dragonfly / 15. Solace.

A-ha - Foot of The Mountain (2009)
Para o público em geral esse lançamento do A-ha passou em brancas nuvens. Eles já não eram os adolescentes bonitinhos dos anos 80, algo que os fez se tornarem famosos no mundo todo. Agora, músicos experientes, eles se voltaram mais para o lado artístico de seu trabalho. É outro belo CD do trio, com faixas muito bem compostas e gravadas. Um primor musical certamente. Se não fez o sucesso esperado, isso é realmente de menor importância.  / A-ha - Foot of The Mountain (2009): The Bandstand / Riding The Crest / What There Is / Foot Of The Mountain / Real Meaning / Shadowside / Nothing Is Keeping You Here / Mother Nature Goes To Heaven / Sunny Mystery / Start The Simulator.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de dezembro de 2011

A-ha - Foot of The Mountain

Muita gente associa o grupo norueguês a-ha ao seu grande sucesso nas paradas pop dos anos 80, com discos que marcaram a década como Hunting High and Low, Scoundrel Days e Stay On These Roads, três álbuns que entraram definitivamente no gosto popular durante aqueles anos. Depois disso o A-ha lançaria um álbum que apesar de excelente do ponto de vista musical não faria sucesso, Memorial Beach. Com o fracasso de vendas o grupo resolveu dar um tempo e parar as atividades por um longo tempo. Para muitas pessoas o A-ha teria desaparecido para sempre depois disso.

Nada mais longe da realidade. O a-ha voltaria em 2000 e lançaria o disco que iria definir sua segunda (e melhor fase). Minor Earth, Major Sky é um trabalho definitivamente muitos pontos acima das canções com aquele tipo de refrão pegajoso que é bem a cara dos dos anos 80 e seu álbum seguinte, Lifelines, que é simplesmente ótimo. Um CD com arranjos de primeira linha, produção de excelente bom gosto e nível técnico. Com esses dois trabalhos o a-ha parecia redefinir sua sonoridade, mostrando que havia muito talento escondido dentro do trio, em especial por parte de Pal Waaktaar, a verdadeira mente pensante do grupo. Embora não fizessem o sucesso esperado esses dois CDs fizeram a critica especializada mudar sua opinião e ver o grupo com novos olhos e sob uma nova perspectiva. Definitivamente eles não eram apenas um trio para adolescentes bobocas dos anos 80. Seu último trabalho, Analogue, veio para reafirmar essa nova fase do grupo, mas infelizmente foi outro grande fracasso de vendas.

Então chegamos em Foot of The Mountain, lançado esse ano. Embora tenham produzido um ótimo trabalho musical nos últimos anos parece que a falta de grandes sucessos começou a incomodar o a-ha que resolveu tentar ressuscitar sua sonoridade dos anos 80 com esse novo CD. Isso é facilmente entendido nos primeiros acordes de The Bandstand. A tentativa de reviver velhos hits fica mais do que evidente com essa faixa. O arranjo é completamente retrô, lembrando o que havia de pior nos sintetizadores oitentistas. No final da faixa temos que dar graças a Deus do grupo não ter colocado para valer aqueles sintetizadores antigos dos 80´s, embora o arranjo tenha chegado bem perto disso!

Foi com certo desapontamento que fui de faixa em faixa ouvindo essa tentativa frustrada do grupo em tentar reviver seus antigos sucessos. Não é por aí. Para quem vinha em uma escalada musical de ótimo nível o a-ha derrapou feio com a musicalidade desse CD. O mundo musical atual não tem absolutamente mais nada a ver com os anos 80, que diga-se de passagem, foi a década onde mais se produziu lixo musical na história. Não é tentando voltar quase trinta anos no tempo que a-ha vai se reencontrar com as paradas, o caminho que estava trilhando com seus últimos trabalhos era o ideal, aos poucos o velho sucesso nas rádios iria voltar com absoluta certeza, não era necessário apelar tanto.

Aliás é bom que se diga: o a-ha, mesmo com os trabalhos anteriores não emplacando sucessos mundiais, nunca deixou de ter um grande público fiel e seguidor da banda. De maneira geral era consenso entre os fãs que a fase Lifelines era extremamente bem-vinda. Embora o a-ha nunca mais tenha conseguido emplacar seu antigo sucesso mundial (como nos tempos de Take On Me, quando o grupo virou sinônimo da MTV americana), seu êxito comercial no norte da Europa (Alemanha e países escandinavos) jamais deixou de existir. Em suma, não era necessário ao a-ha tentar trazer de volta os anos 80. Sua fase naquela década tem seu valor mas deve ser deixado para trás definitivamente. Torço sim para que o a-ha volte, mas não para os anos 80, e sim para a qualidade de CDs como Lifelines e Minor Earth, Major Sky.

Pablo Aluísio.

Norah Jones

 

sábado, 3 de dezembro de 2011

The Thrills - Teenager

Se você pensa que Smells Like Teen Spirit do Nirvana é o suprassumo da rebeldia juvenil precisa se atualizar; Teenager do grupo irlandês The Thrills elevou a novos patamares o espirito e sentimento juvenil. Nunca ouvi nada parecido em minha vida, o vocalista Conor Deasy canta como um verdadeiro e autêntico adolescente em crise de identidade, a expressividade de seu vocal chega a assustar e nos levar a perguntar se não estamos na presença realmente de um garoto de 14, 15 anos que está mandando ver nos microfones. O grupo não é muito conhecido fora das rodinhas indies da Europa porém possui um fã clube empolgado e organizado. Nâo poderia ser diferente. Os irlandeses são mesmo conhecidos por defender com unhas e dentes sua cultura local. Aqui certamente estão lutando por uma boa causa.

Embora cientes de produzir sua própria sonoridade Teenager deixa claro as influências de grupos americanos como Beach Boys (em sua primeira fase) e Neil Young, por mais estranha que possa parecer juntar esses dois artistas em um mesmo balaio de gatos. Normal, hoje em dia os novos grupos não se fazem de rogados e misturam sem pudor tudo em uma mesma mistureba desavergonhada, o que é muito bem-vindo, até porque não foi justamente essa mistureba que deu origem ao Rock´n´Roll? Então ótimo...Embora o CD não tenha vendido tanto como o primeiro trabalho da banda, So Much For The City, que chegou em posições absurdamente boas para um grupo em seu álbum de estréia, Teenager é seguramente um dos melhores CDs da nova cena Indie britânica. O clima das canções segue uma linha melódica calma e agradável, com belo uso de arranjo de cordas. Excelente trabalho de estúdio, certamente. Enfim, recomendo o CD. Nunca um cantor soou tão "efebo" como Conor Deasy, nunca o estilo Indie mostrou tanto potencial e nunca ouvimos um conjunto de sons tão interessantes para um grupo praticamente desconhecido do grande público. Cansado das porcarias que tocam nos rádios? Experimente ouvir o novo CD do Thrills, pode ser uma bela surpresa.

Teenager - The Thrills (2007)
1. "The Midnight Choir" – 3:41
2. "This Year" – 2:55
3. "Nothing Changes Around Here" – 4:12
4. "Restaurant" – 3:27
5. "I Came All This Way" – 3:40
6. "Long Forgotten Song" – 3:16
7. "I'm So Sorry" – 2:52
8. "No More Empty Words" – 3:23
9. "Teenager" – 3:25
10. "Should've Known Better" – 3:30
11. "There's Joy to Be Found" / "The Boy Who Caught All the Breaks" – 6:34

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Avril Lavigne - The Single Collection

Estava eu no bem bom, com um belo copo de whisky escocês no aconchego do lar quando o telefone toca. Era meu grande amigo Pablo pedindo uma nova resenha para o blog! Mas poxa minhas antigas resenhas de Britpop acabaram?! Sim, estão quase acabando my friend, hora de escrever coisa nova. Mas... mas... enfim, tudo bem, então manda aí o nome do CD que eu tenho que escrever. Qual é o nome do artista? Ah?! Abril? Aril? Alil? What?! Fala direito pô! Ah, Avril... rs. Nunca ouvi nome mais esquisito na minha vida! Ok, você venceu batatas fritas manda o CD mister que eu mato no peito aqui e analiso o trem. Quando chegou olhei a arte. É um mocinha, já deu pra ver que posa de punk. Ai meus rins... outra punk de butique? Valha-me Deus. Mas vamos ouvir a moça "mamãe-vou-fugir-de-casa". Ah esses aborrescentes!

Era o que eu pensava. A gatinha teen é canadense, tem todos os dentes na boca e pelo jeito goza de boa saúde. A maquiagem é um pavor, olhos escuros, parece mais um zumbi comedor de miolos. Não faça isso lindinha, se ajeite! O pior é que ela aparece com um baita charuto de encruzilhada na capa do CD! Que feio lindinha, faz isso não... fumar vai escurecer seus dentes e dar câncer de pulmão.. uma moça tão bonita, canadense, nascida no primeiro mundo, depois fica dodói e vem chorar no consultório! Apaga isso menina! Mas chega de devaneios, sou tiozão mas ainda manjo de música pop adolescente. As letras são revoltadinhas, ela curte um garoto que anda de skate, chora e pede atenção a quem a ignora... reclama da escola - ah a escola... tem até aquela música que ela bate na porta (ei essa é do meu tempo, titio conhece!). Tem outras baladas, uns punkzinhos rápidos (e inofensivos) para tocar na rádio e muita produção e arranjos bem feitos (que obviamente não foram feitos pela mocinha).

Vou confessar até algo agora que fará perder meus dois únicos fãs que tenho (será que são dois ou um? I Don´t Know... ). Gostei da loirinha, ela canta bem sim, o repertório é bem mais audível que a Bitch Spears, por exemplo. Até parece música de verdade - e não gatinhos no meio de uma reforma como a Bri (será que a Brit ainda está viva? E eu lá sei...) Claro que a pose, as letras, o som, tudo é cirurgicamente determinado pelos executivos de gravadoras mas vamos dar uma colher de chá - a mocinha leva jeito. Eu até compraria para minha filha, desde que ela não usasse essa maquiagem pavorosa. Não quero gente com rosto de morto vivo no café da manhã. É isso, titio Erick dá seu selo de aprovação! Agora Pablo, fala sério, manda algo sério da próxima vez ok? Cãmbio deslgo. Ps: o post acima foi escrito quando eu estava totalmente sóbrio, garanto. Desce o pano.

Avril Lavigne - The Single Collection / 01. Complicated / 02. Skater Boy / 03. I’m With You / 04. Losing Grip / 05. Knockin’ On Heaven’s Door / 06. Don’t Tell Me / 07. My Happy Ending / 08. Nobody’s Home / 09. He Wasn’t / 10. Keep Holding On / 11. Girlfriend / 12. When You’re Gone / 13. Hot / 14. The Best Damn Thing / 15. Alice / 16. What The Hell / 17. Smile / 18. Wish You Were Here / 19. Alone (Bonus Track) / 20. I Will Be (Bonus Track) / 21. Get Over It (Bonus Track)

Erick Steve.

Roberto Carlos Canta Para a Juventude

Como todo brasileiro eu de certa forma também acompanhei a longa carreira do cantor Roberto Carlos. Confesso que não posso ser considerado um fã de carteirinha mas obviamente conheço todos os seus grandes sucessos, até porque é simplesmente impossível ignorar as músicas mais conhecidas dele, já que estavam a todo tempo tocando nas rádios. Também não sou particularmente interessado no trabalho que ele desenvolveu a partir dos anos 70 mas admito que gosto bastante de seus discos dos anos 60, justamente os da fase chamada Jovem Guarda. Naquela época Roberto Carlos era um cantor jovem cujo público também era jovem como ele. Não é de se admirar portanto o nome desse álbum (um dos poucos a receber um título próprio já que o cantor se notabilizou por ter a grande maioria de seus discos chamados simplesmente de "Roberto Carlos"). O clima aqui é de doce inocência, namoro no portão, enquanto a mãe não chama para dentro de casa. Tudo muito puro e juvenil, bem típico dos jovens daqueles anos. A primeira vez que conheci as músicas desse trabalho foi quando veio parar em minhas mãos um compacto duplo da CBS com as seguintes faixas: "História de Um Homem Mau", "Os Sete Cabeludos", "Parei... Olhei" e "Eu Sou Fã do Monoquini".

Logo que de cara gostei bastante de "História de Um Homem Mau", uma versão de  Roberto Rei para a canção americana "Ol'man Mose". Como sempre fui fã de westerns, ouvir aquela letra, muito bem bolada e simpática, foi realmente gratificante. Já os "Os Sete Cabeludos" de Roberto e Erasmo tinha um certo toque cinematográfico, inclusive com efeitos sonoros bem legais. Uma faixa forte para os padrões da jovem guarda, sempre tão doce e apaixonada. Também gostei bastante de "Eu Sou Fã do Monoquini", que usava uma letra bem cafajeste (no bom sentido) para louvar a nova moda que estava quase estourando nas praias cariocas (e que ficaria conhecida anos depois como "Topless"). Já das faixas do álbum sempre gostei bastante de "Brucutu", outra versão nacional para uma música americana. O estilo satirizando o famoso personagem dos quadrinhos mostrava o quanto o disco era pop e antenado com a cultura jovem da época. Há obviamente faixas bem açucaradas e românticas que são a cara da jovem guarda como por exemplo "Não Quero Ver Você Triste" (que tem uma melodia muito bonita) ou até mesmo a doce "Rosita". No geral Roberto Carlos, apesar da pouca idade, já mostrava sinais de que iria de fato se tornar o cantor número 1 do país. Era um jovem focado, carismático, que acima de tudo cantava muito bem. Um artista talentoso realmente. Além disso discos saborosos como esse ajudaram e muito em sua subida para a fama e o sucesso. Um disco para ser redescoberto, certamente.

Roberto Carlos Canta para a Juventude (1965)
História de Um Homem Mau (Ol'man Mose)
Noite de Terror
Como É Bom Saber
Os Sete Cabeludos
Parei... Olhei
Os Velhinhos
Eu Sou Fã do Monoquini
Aquele Beijo Que Te Dei
Brucutu (Alley-oop)
Não Quero Ver Você Triste
A Garota do Baile
Rosita

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Rock e Drogas

Durante muitos anos o lema "Sexo, Drogas e Rock ´n´ Roll dominou o nicho da música jovem americana. Depois com o tempo, principalmente com o aumento de tragédias envolvendo abusos de drogas por artistas a frase foi perdendo gradualmente sua força. Se na década de 1960 o uso de drogas era visto como uma libertação contra o sistema, hoje em dia tudo é visto como baixo astral, problema de saúde pública e coisas do gênero. Ser drogado não parece ser mais tão legal como era na geração hippie. Hoje é uma tragédia.

Muita gente procura entender essa relação entre drogas e o mundo da música. Isso não nasceu com o Rock para falar a verdade, é bem anterior. Já na era do jazz e do blues era grande o número de músicos envolvidos com drogas. A vida boêmia, na noite, sempre cobrava seu preço. Os músicos eram mal vistos pela sociedade em geral, quase como marginais, além de serem mal pagos. Muitas vezes a saída para esse tipo de situação depressiva era mesmo o uso de drogas como cocaína, marijuana e ópio.

Muito antes dos roqueiros surgirem em cena já havia um número expressivo de vítimas no mundo jazzístico americano. Billie Holliday, Bird e tantos outros estiveram enrascados com vícios em drogas. Depois que o Rock surgiu nas paradas a simbiose se fortaleceu de vez. Muitos roqueiros usaram drogas, ou para estarem na crista da onda ou para aguentarem uma rotina estafante de shows e concertos em praticamente todos os dias.

O boom porém só viria com os anos 60. Nessa época usar drogas significava não ser careta, conservador e chato. O uso de drogas era visto como algo libertador. Pena que o sonho hippie não tinha fundamento nenhum já que o usuário em drogas se tornava mesmo um escravo da química viciante. Antes que as pessoas tomassem consciência disso aconteceu uma série de mortes que serviu para jogar um balde realidade nas pessoas que defendiam o uso de drogas como estilo de vida. Brian Jones, o fundador dos Rolling Stones foi encontrado morto. Overdose. Jim Morrison, o líder do The Doors, morreu em uma banheira em Paris. Hendrix sucumbiu também a uma overdose e Janis Joplin não aguentou a bad trip de depressão, álcool e drogas e também virou estatística. Moral da história? Não há nada de divertido na frase famosa. Só tristeza pela perda de tantos nomes consagrados da música jovem.

Pablo Aluísio.