quinta-feira, 20 de junho de 2019

A História de Rock Hudson - Parte 7

Rock Hudson nunca havia feito comédias antes. Ele sempre havia se dado muito bem com dramas românticos. Até que em 1959 seu agente lhe disse que o estúdio Universal estava interessado nele para atuar junto de Doris Day numa comédia romântica intitulada "Pillow Talk". Rock ficou receoso em um primeiro momento. Fazer comédia era algo muito específico. Será que ele conseguiria soar engraçado na tela?

No primeiro encontro com o diretor Michael Gordon, o ator lhe disse justamente isso. "Eu não sou comediante! Não saberia fazer humor!". Gordon então lhe deu uma resposta que Rock jamais esqueceu. Ele disse: "Não tente ser engraçado na tela. Não faça caretas, nem nada disso. Seja apenas você! Atue como sempre atuou! O humor está no roteiro, no texto do filme e não em você!".Com essas palavras Rock então resolveu embarcar no projeto. Ele aceitou o convite e disse a Gordon: "Bem, se é o que você diz, vamos fazer esse filme e ver no que tudo isso vai dar!".

As filmagens foram realizadas em tom muito ameno, divertido, o que ajudou ainda mais ao filme. Rock e Doris se deram imediatamente bem. Eles tinham o mesmo tipo de humor e sabiam se comunicar entre si, mesmo quando não falavam uma única palavra. Foi simpatia à primeira vista. Seguindo os conselhos do diretor, Rock não exagerou, não quis soar engraçado. Talvez só um pouquinho quando imitava o lado mais caipira de seu personagem, mas nunca foi algo forçado, exagerado. No filme ele interpretava um playboy arrogante que estava sempre brigando com sua vizinha, pois ambos dividiam a mesma linha de telefone. Certo dia ele ouve ela falando do tipo de homem ideal que gostaria de conhecer. Para passar um trote nela ele então decide assumir todas as características que Doris Day gostaria de encontrar em um pretendente. O resto era pura diversão.

O filme foi um grande sucesso de público e crítica e abriu as portas para uma nova fase na carreira de Rock Hudson. Ele que sempre havia se destacado nos dramas de Douglas Sirk, agora podia ser visto em comédias picantes, bem humoradas, com roteiros versando sobre a guerra dos sexos entre homens e mulheres. Para Rock foi duplamente satisfatório. Ele não apenas encontrou um novo nicho a explorar dentro da indústria cinematográfica, como também viu seu cachê voltar a fazer parte da lista dos dez atores mais bem pagos de Hollywood. Era um outro nível e uma nova fase de sucesso que iria atravessar toda a década de 1960. Rock Hudson havia se reinventado, para a alegria de suas fãs ao redor do mundo.

Confidências à Meia Noite (Pillow Talk, EUA, 1959) Direção de Michael Gordon / Roteiro de Stanley Shapiro e Maurice Richlin / Elenco: Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall / Sinopse: Brad Allen (Rock Hudson) é um machista playboy que se faz passar por uma caipirão para conquistar sua vizinha Jan Morrow (Doris Day) que implica com ele por causa da linha de telefone que ambos dividem. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro. Também indicado nas categorias de Melhor Atriz (Doris Day), Melhor Atriz Coadjuvante (Thelma Ritter), Melhor Direção de Arte (Richard H. Riedel) e Melhor Música (Frank De Vol).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

-A História de Rock Hudson - Parte 6

Enquanto Paul Newman ia abrindo os caminhos para sua própria carreira, um ator se destacava no Olimpo de Hollywood na mesma época: Rock Hudson! Ele foi seguramente um dos mais bem sucedidos galãs do cinema americano de todos os tempos. Com ótimo visual, bem de acordo com a época, Hudson encarnava nas telas o melhor do homem americano viril, o sonho de todas as mulheres, praticamente um príncipe encantado da sétima arte. Por debaixo dos panos porém Rock era gay e isso ainda era mantido em segredo, a sete chaves, durante os anos 1950. Até porque se o público soubesse de algo assim simplesmente deixaria de ver seus filmes e os prejuízos alcançariam alguns milhões de dólares.

Poucos meses antes de morrer de AIDS, em 1985, Rock escreveu sua autobiografia onde contava amenidades e lembrava de casos ocorridos com ele na capital do cinema durante sua vida. Entre as curiosidades está um pequeno esboço de comportamento que todo grande astro de Hollywood deveria manter naqueles anos. Como se sabe Rock Hudson foi uma cria do departamento de publicidade e treinamento de atores do estúdio Universal. Era a época de ouro do chamado Star System, onde astros eram produzidos e lapidados dentro dos próprios estúdios para se tornaram heróis nas telas de cinema de todo o mundo. Alto, bonitão e dono de uma voz maravilhosa, Rock, um ex-marinheiro nascido no meio oeste, que sonhava se tornar um ator de sucesso, caiu como uma luva nas pretensões da Universal em fabricar mais um campeão de bilheteria.

Dentro do Star System havia um modo de operar. Os atores assinavam contratos leoninos (bem vantajosos apenas para os estúdios) e em contrapartida entregavam-se de corpo e alma aos departamentos de publicidade dessas empresas. Obviamente que grande parte do lucro dos filmes acabavam indo mesmo para os cofres da Universal, mas tudo isso era compensado pela vida de luxo e glamour para o qual os atores eram literalmente jogados. Hotéis de primeira classe, roupas dos mais prestigiados estilistas europeus, viagens por todo o mundo, tudo era bancado pelo estúdio, o que fazia com que os astros vivessem literalmente uma vida de eterna diversão e prazer. As mansões, os carros, nada era por acaso. A construção da imagem de um ator rico e famoso passava pelos planos de cada grande estúdio de Hollywood.

Aos poucos Rock foi aprendendo como deveria agir um autêntico astro de Hollywood. Pequenos detalhes do cotidiano eram essenciais e o estúdio ficava de olho em qualquer deslize. Por exemplo, um autêntico astro de Hollywood jamais poderia atender seu próprio telefone. Isso era considerado uma falha grave. Ele teria que ter um mordomo (de preferência inglês), devidamente fardado e treinado para esse tipo de situação. Da mesma maneira não podia se dar ao luxo de atender a sua própria porta da casa. Outros conselhos eram importantes: um astro de cinema não poderia perguntar o preço das coisas, não deveria assumir um namoro com quem quer que seja e nem tampouco expressar suas opiniões políticas. Também era expressamente proibido pelo estúdio o uso de uma mesma roupa duas vezes em público. O curioso é que se hoje em dia isso parece sem noção na época era levado muito à sério. Aliás nem todas essas regras banais caíram em desuso. Muitos astros de cinema da atualidade ainda seguem a velha cartilha à risca, afinal de contas ser um astro em Hollywood exige um padrão de comportamento bem diferente das demais pessoas comuns.

Pablo Aluísio.

A História de Rock Hudson - Parte 5

Rock Hudson nunca foi uma pessoa muito disciplinada. A coisa piorava quando se tratava de sua saúde. Após ser diagnosticado com AIDS ele foi até Paris para participar de um tratamento experimental e de fato após tomar todas as novas drogas teve uma aparente melhora em sua saúde. O problema é que Rock interpretou isso como uma espécie de cura, de que a AIDS enfim não era tão terrível como todos diziam. Em pouco tempo começou a beber muito novamente e a fumar - duas coisas que os médicos franceses tinham proibido.

A indisciplina em relação ao modo de vida piorou seu quadro de saúde e em pouco tempo Rock perdeu muito peso, ficou com aspecto doentio e aparência envelhecida. Mal se podia reconhecer a imagem do galã de Hollywood do passado. Pior do que isso, Rock deixou de lado a disciplina em relação aos remédios e isso consolidou novamente uma brusca queda em sua saúde. Decidiu ir até o deserto de Nevada, para tirar férias próximo a Las Vegas, mas a viagem foi interrompida pois ele passou muito mal, não conseguindo mais se alimentar direito. Ele havia alugado um velho jipe, para ter uma aventura, mas quase foi parar no hospital por causa disso. Ele não tinha mais condições físicas de fazer algo como aquilo.

De volta a Los Angeles Rock recebeu um telefonema de sua velha amiga Doris Day. Ela queria que ele se apresentasse em seu novo programa de TV. Ter Rock como convidado era seguramente uma garantia de audiência. Além disso reviver a antiga dupla que tanto sucesso havia feito nas telas de cinema no passado certamente iria despertar bastante atenção. O problema é que Rock estava com um aspecto péssimo na época. Muito magro, com olhar doentio, ele mal conseguia andar direito. Doris Day não sabia de seu estado de saúde e fez o convite. Rock não conseguiu dizer não, pois ele considerava Doris sua grande amiga no meio do show business. Ele aceitou o convite e as filmagens foram marcadas.

Quando Rock apareceu no estúdio Doris ficou alarmada com seu estado. Ela não sabia que Rock estava com AIDS e imediatamente pensou que todos aqueles boatos de que ele estaria com câncer eram verdadeiros. O roteiro do programa dizia que Rock deveria chegar e sentar ao lado de Doris Day em um cenário que parecia um belo jardim florido. A cena foi feita e exibida na mesma semana. Acabou sendo o último trabalho de Rock, sua última aparição pública. O aspecto ruim do ator logo alarmou os espectadores e a imprensa sensacionalista começou a suspeitar de que Rock tinha algo muito grave, algum problema de saúde ainda mantido em segredo. Em pouco tempo o boato de que ele seria portador do vírus da AIDS começou a se espalhar. Rock não se preocupou. Ele deveria voltar para Paris para uma nova fase de tratamento, mas não estava com vontade de fazer a longa viagem. Teria o ator desistido de lutar pela vida?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de junho de 2019

A História de Rock Hudson - Parte 4

Em meados dos anos 1950 Rock Hudson finalmente assinou seu primeiro contrato com a Universal Pictures. Segundo ele próprio disse a amigos, essa havia sido a sorte grande de sua vida. O contrato tinha duração de sete anos. O estúdio se prontificava a cuidar de tudo no que se referia à carreira de Rock em Hollywood. Ele não precisaria ir mais atrás de filmes ou testes. Os roteiros já seriam enviados para ele com sua escalação no elenco. Com salário fixo e bons rendimentos, Rock ficou eufórico.

Claro que como todo contrato também havia prós e contras. Rock jamais poderia recusar um roteiro ou uma escalação da Universal. Enviado o roteiro era necessário estudá-lo, decorar as falas e começar a trabalhar. Nada de dizer "não" aos executivos. Rock também não poderia recusar entrevistas com a imprensa, viagens promocionais e tudo o mais que a Universal mandasse ele fazer. Para Hudson, que fora marinheiro por longos anos na Marinha americana não havia nenhum problema em seguir ordens. Ele tinha uma disciplina que era mesmo militar. Jamais causou problemas ou criou casos. Pelo contrário, parecia feliz em poder atuar com a Universal, que ele iria considerar dali para frente sua segunda casa.

Uma das primeiras providências de Rock após assinar seu contrato foi comprar uma casa nas colinas de Hollywood. Era uma casa pequena, até simples, mas plenamente satisfatória para ele que era solteiro, sem compromisso ou exigente demais. Rock adorava o lugar, tanto que não perdia tempo em ficar relaxando em sua residência nas horas vagas. Na verdade ele era um sujeito bem caseiro. Só ia a festas, baladas ou premiações quando a Universal exigia sua presença. Quando isso não acontecia Rock gostava mesmo de ficar em casa ouvindo sua coleção de discos (no final da vida Rock iria ter milhares de discos de vinil, dos mais variados artistas em sua discoteca particular).

Outro luxo a que se deu foi a compra de um pequeno veleiro para navegar na costa da Califórnia. Ele havia sido marinheiro a maior parte de sua vida adulta e não queria abrir mão do amor ao mar que havia criado durante os anos na Marinha. Além disso Rock era um expert no que dizia a navios em geral, tanto que sempre dispensou tripulações nas embarcações que comprava. O ideal para ele era mesmo fazer tudo sozinho, para matar as saudades dos tempos em que cruzou os sete mares em um destróier da poderosa marinha de guerra dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

A História de Rock Hudson - Parte 3

No começo de sua carreira Roy Harold Scherer Jr queria adotar o nome artístico de Roy Fitzgerald. Soava como algo aristocrático para ele. Seu agente Henry Wilson por outro lado achava o nome horrível. "Não há como imaginar um nome desses na marquise de um cinema de Nova Iorque. Vamos procurar por outra coisa". Henry Wilson era muito bom em criar nomes artísticos. Ele havia criado os nomes de Tyrone Power, John Saxon, Dean Jagger - todos nomes viris que ajudaram seus atores a se tornarem famosos.

Olhando para Roy, um homem alto e atlético, Henry pensou imediatamente no nome Rock (rocha). Era algo viril, muito adequado. Depois para o sobrenome lembrou do Rio Hudson, majestoso, indomável. Era assim que ele via Roy, um homem forte como uma rocha, uma força da natureza. E foi assim, no meio de uma reunião no escritório de Henry Wilson, que foi criado o nome de Rock Hudson, que seria uma das obras primas do agente. O próprio Rock inventaria outras versões divertidas sobre a criação de seu nome artístico, mas o fato é que tudo foi pensado mesmo por seu astuto e inteligente empresário.

Henry Wilson sabia que Rock era gay. Ao criar um nome tão masculino e viril ele deixou claro para Rock que ele jamais poderia tornar público sua opção sexual. "Isso está fora de cogitação. Vou tornar você um astro de Hollywood ao velho estilo. Um galã para as mulheres suspirarem no cinema! Tenha seus casos e seus amores, mas tudo escondido, sem jamais baixar a guarda para o público e a imprensa!". Esses conselhos de Henry Wilson seriam seguidos por Rock até praticamente o fim de sua vida. Só quando resolveu dizer publicamente que estava com AIDS, em 1985, com pouco tempo de vida pela frente, é que Rock resolveu assumir publicamente sua homossexualidade.

Em pouco tempo a fórmula criada por Henry Wilson deu certo. Rock Hudson acabou se tornando o ator de maior bilheteria dos estúdios Universal. Naquela época a popularidade de um astro era medida pelo número de cartas que recebia de seus fãs ao redor do mundo. Em uma publicação sobre cinema Rock tirou uma foto em cima de uma montanha de cartas enviadas até ele. Era uma prova de seu sucesso! Curiosamente um dos aspectos mais louváveis da personalidade de Rock também se sobressaiu nessa época: sua generosidade. No natal de seu primeiro grande ano como superstar ele comprou dezenas de presentes para distribuir a todos os empregados da Universal, desde os mais simples funcionários como porteiros e pessoal da limpeza, até os produtores, executivos da companhia. Na dia de natal Rock chegou no estúdio com um grande saco de presentes e tal como se fosse um Papai Noel moderno saiu dando presentes para todo mundo. Ele era o ator mais querido dos funcionários do estúdio e todos torciam para que seus filmes fizessem cada vez mais sucesso. Rock era considerado uma ótima pessoa com quem trabalhava ao seu lado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A História de Rock Hudson - Parte 2

O primeiro teste cinematográfico de Rock Hudson na Universal foi tão ruim e desastroso que o estúdio o exibiu por anos para novos aspirantes à astros. A ideia era demonstrar que mesmo um teste inicial horroroso não significava o fim de uma promissora carreira no futuro. Mesmo não convencendo em nada a Universal resolveu contratar Rock, lhe dando um contrato de sete anos e meio (o padrão da época). Qual foi a razão para Rock ser contratado, mesmo não indo bem em seus testes iniciais de câmera? Muito simples, a Universal sabia que Rock tinha um belo futuro, de gordas bilheterias, pela frente! Bastava olhar para ele, com sua imagem impecável de galã, para entender bem isso.

Então Rock começou a aparecer em pequenos papéis, só para ir se acostumando. Seu primeiro filme foi o drama de guerra "Sangue, Suor e Lágrimas" de 1948. O personagem de Rock só tinha uma linha de diálogo. Ele aparecia numa cena de reunião de militares no QG da Força Aérea. Interpretava um oficial, um segundo tenente. Não foi nada espetacular, porém demonstrou que Rock levava muito jeito, pois fica ótimo na tela de cinema. Um executivo comentou: "Rock e as câmeras se amavam. Era amor à primeira vista! Bastava aparecer por alguns segundos para que todos prestassem atenção nele, inclusive as mulheres, que ficavam loucas por aquele homem alto, bonito e muito másculo".

Rock também assinou um contrato com o agente Henry Willson. Ele era considerado um dos melhores agentes de atores de Hollywood na época. Muito bem articulado, bem relacionado dentro da indústria. Henry, um velho homossexual, era visto como um grande fazedor de astros. Vários galãs já tinham passado por sua agência. No fundo ele sabia que Rock ainda era uma joia bruta, que precisava ser lapidada, trabalhada, por isso não mediu esforços para promovê-lo.

Henry começou a levar Rock para as principais festas de Hollywood, onde frequentavam os grandes executivos, diretores, donos de estúdio. Eram justamente nessas festas que elencos inteiros de grandes produções eram escalados. Fazer sucesso na carreira em Hollywood significava também fazer sucesso no meio social da cidade. Você tinha que fazer um certo jogo, um certo charme, em determinados lugares. Então algum diretor ou produtor iria se interessar por você e um novo filme estaria ao seu alcance. Rock logo entendeu isso e jogou o jogo. E acabou se dando muito bem...

Pablo Aluísio. 

A História de Rock Hudson - Parte 1

Na década de 1950 os padrões morais eram tão rígidos que era quase impossível para a sociedade aceitar que uma mulher viúva, mais velha, viesse a ter uma nova paixão em sua vida, ainda mais se fosse com um rapaz mais jovem e de classe social inferior. É justamente nesse tema bem espinhoso que se desenvolve a trama do filme "Tudo o Que o Céu Permite" (All That Heaven Allows, EUA, 1955). O filme foi dirigido pelo excelente cineasta Douglas Sirk, especialistas em dramas como esse e estrelado pelo astro máximo da Universal na época, Rock Hudson.

Rock estava ainda se firmando na carreira. Ele já havia chamado a atenção antes em filmes de western e de guerra, mas havia encontrado mesmo seu nicho em filmes românticos, dramáticos e com temas edificantes, geralmente baseados em livros de sucesso. Sua fase de êxito de bilheteria em comédia românticas, como as que realizou ao lado de Doris Day só viria depois. Aqui ele exercita seu lado galã, o tipo ideal para interpretar personagens assim na opinião de Sirk. Ele queria um tipo que representasse o americano médio, alto, honesto e de bom visual. Não havia ninguém melhor que Rock para o papel.

Ao seu lado atua a atriz Jane Wyman. Ela já era uma veterana da telas quando o filme foi realizado e por isso procurou ajudar Rock que ainda tinha momentos de puro amadorismo, fruto de sua falta de experiência. O interessante é que Jane até mesmo se sentiu atraído pelo jovem galã no set de filmagens, mas obviamente não deu em nada. Rock era gay e escondia sua condição para não atrapalhar sua carreira, afinal de contas seu desempenho era baseado também na incrível força de atração que exercia nas mulheres que iam assistir aos seus filmes. Se elas descobrissem que ele era na realidade gay o encanto iria se desfazer no ar e nenhum produtor o chamaria mais para trabalhar. Seria o fim de sua carreira. Talvez por isso Jane tenha procurado por outros pretendentes, entre eles o ator Ronald Reagan que iria se tornar o Presidente dos Estados Unidos na década de 1980.

Revendo esse filme hoje em dia várias coisas chamam a atenção, mas uma delas se destaca. Douglas Sirk trabalhou com fotografia em cores (algo que ainda era considerada uma novidade na época, só se tornando padrão depois). Diante da nova tecnologia ele criou um filme muito bonito de se assistir, com cores fortes e intenso aproveitamento dos cenários naturais, tudo filmado em locações reais (outra novidade já que naqueles tempos as empresas cinematográficas preferiam rodar tudo em seus enormes estúdios de Hollywood). Diante disso se há algo que ficará em sua mente após assistir ao filme será justamente o tom de pintura natural que Douglas Sirk imprimiu à sua obra. É certamente o aspecto mais marcante de todo o filme.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de junho de 2019

Victoria - Terceira Temporada

Victoria 3.01 - Uneasy Lies the Head That Wears the Crown
É a melhor coisa da TV inglesa no momento. Essa série resgata a história da Rainha Victoria (ou Vitória, como é conhecida no Brasil). Soberana que mais tempo ficou no trono britânico, até porque quando ela foi coroada não passava de uma jovenzinha cheia de sonhos e pensamentos românticos sobre sua vida. Agora, nessa terceira temporada, ela já é uma monarca mais madura, tendo que lidar inclusive com a onda de revoluções que se abateram sobre as cabeças coroadas da Europa. Basta lembrar do trágico fim de Maria Antonieta para entender bem do que se tratava. Aqui o perigo vem do movimento republicano que exigia maiores direitos políticos ao povo, ao homem comum. Sob o lema "Um Homem, um voto" a Rainha teve que pela primeira vez enfrentar um grupo organizado que exigia eleições populares, algo que ia contra o chamado direito divino dos reis. Se bem que na época a Inglaterra já era uma monarquia constitucional, com parlamento e primeiro-ministro. Nada parecido com o passado absolutista de reis como Henrique VIII, onde sua vontade pessoal era lei. / Victoria 3.01 - Uneasy Lies the Head That Wears the Crown (Inglaterra, 2019) Direção: Geoffrey Sax / Roteiro:  Daisy Goodwin, Daisy Goodwin / Elenco: Vincent Regan, Jenna Coleman, Tom Hughes.

Victoria 3.02 - London Bridge Is Falling Down 
Nesse segundo episódio da terceira temporada o problema com o movimento republicano continua. Seus principais conselheiros políticos acreditam que apenas uma repressão violenta, com uso do exército, vai parar o novo grupo político de oposição. As suspeitas de uma iminente revolução se intensificam ainda mais depois que 500 rifles são encontrados com os rebeldes. A Rainha também é aconselhada e ir embora de Londres, pois os rebeldes poderiam colocar sua vida em risco, mas na última hora ela decide recuar, mandando o exército deixar passar a manifestação do grupo que pretendia entregar ao parlamento uma petição pedindo por maior espaço político do povo, dos plebeus, ou seja, os que não tinham título de nobreza. Aspectos da vida pessoal de Vitória também são bem explorados nesse episódio, mostrando a crescente tensão que tinha com a irmã e o delicado problema de ter em seu palácio um monarca destronado, justamente o rei da França, Louis Philippe. E a família, que ia crescendo a cada ano, contava agora também com problemas, inclusive com o pequeno filho da rainha, agora com medo de um dia se tornar rei e perder sua cabeça na guilhotina. Pois é, a revolução francesa levou mesmo muito medo para todas as dinastias da Europa. / Victoria 3.02 - London Bridge Is Falling Down (Inglaterra, 2019) Direção: Geoffrey Sax / Roteiro:  Daisy Goodwin, Daisy Goodwin / Elenco:  Daisy Goodwin, Daisy Goodwin.

Victoria 3.03 - Et in Arcadia 
Nesse episódio é mostrado alguns aspectos bem íntimos da rainha Victoria. É engraçado ver como as pessoas do século XIX iam tomar banho de mar. Era necessário umas casinhas para que elas não fossem vistas entrando na água. As roupas de banho também mais se pareciam vestidos de baile de tão grandes que eram! E Victoria, pouco acostumada com as ondas da praia quase morre afogada! No mais ela tem também alguns atritos com o marido e com o ministro das relações exteriores que acaba dando espaço demais para um húngaro revolucionário que prega o fim de todas as monarquias! Para uma monarca como Victoria não poderia haver coisa pior, tudo cheirando a uma quase traição dentro do palácio. Os inimigos da coroa pelo visto nem estão ao portão real, mas já dentro dele! Maria Antonieta, a trágica rainha francesa, é uma lembrança para Victoria temer bastante esse tipo de movimento político. / Victoria 3.03 - Et in Arcadia (Inglaterra, 2019) Direção: Geoffrey Sax / Roteiro: Daisy Goodwin, Guy Andrews / Elenco: Jenna Coleman, Tom Hughes,  Laurie Shepherd, Laurence Fox, John Sessions.

Victoria 3.05 - A Show of Unity

Há um surto de cólera em Londres. Na época, numa medicina e ciência ainda tentando encontrar uma cura, não se sabia as causas dessa terrível doença. Um diagnóstico era uma verdadeira sentença de morte. Até que um médico sem muito nome, sem expressão dentro da academia, começa a desconfiar que a água seria o meio de transmissão da doença. Victoria acredita em sua tese e o chama até a corte. De fato era esse o segredo, uma fonte estava contaminando todas as pessoas que dela utilizavam. Infelizmente para a rainha as respostas vieram tarde demais pois sua prezada dama de companhia acaba sucumbindo, vindo a falecer. Uma triste notícia pois a monarca gostava realmente dela. E a jovem estava para se casar, ter filhos, o que tornava o quadro ainda mais lamentável. E o Príncipe Albert? Enquanto Londres sofria com a doença, ele tentava emplacar uma vaga de chanceler na prestigiada universidade de Cambridge, não sem antes enfrentar pesada resistência. / Victoria 3.05 - A Show of Unity (Inglaterra, 2019) Direção:  Chloe Thomas / Roteiro:  Daisy Goodwin, Guy Andrews / Elenco:  Jenna Coleman, Tom Hughes, Laurie Shepherd, Laurence Fox, John Sessions.

Victoria 3.07 - A Public Inconvenience
Antes de qualquer coisa cabem alguns elogios. A atriz Jenna Coleman é tão carismática e classuda que você vai mesmo acreditar que ela é uma rainha inglesa do século XIX, com um monte de filhos, considerada a mãe das monarquias europeias da época. E isso sem perder um pingo de sua beleza e juventude. Nesse episódio ela volta a brilhar. Aqui a lendária monarca precisa lidar com problemas internos e externos. Dentro do palácio precisa controlar as brigas e desavenças entre os membros da família real. Em relação ao próprio marido as coisas são ainda mais complicadas, já que ele se sente um tanto inútil, uma figura decorativa, feito para ser pai de futuros reis e rainhas, mas sem função nenhuma dentro do sistema político da monarquia parlamentarista britânica. A irmã também é um foco de preocupação. Ela parece estar sempre conspirando pelos corredores do palácio, procurando uma forma de trair a rainha. Coisas de toda monarquia. E quando uma série de gravuras privadas feitas pela própria rainha (que era ótima desenhista) cai em domínio público por causa de um jornal, tudo parece estar fora de controle. Agora, realmente é de se louvar que a rainha Vitória tenha passado por tantas desavenças e revoluções republicanas, tantos tronos derrubados por toda a Europa e conseguido se manter numa postura impecável. De fato o reino inglês deve muito a essa histórica rainha. / Victoria 3.07 - A Public Inconvenience (Inglaterra, 2019) Direção: Delyth Thomas / Roteiro:  Daisy Goodwin, Ottilie Wilford / Elenco: Jenna Coleman, Tom Hughes, David Newman.

Victoria 3.08 - The White Elephant
Esse é o último episódio da temporada. O nome do episódio em português é "O Elefante Branco". E qual seria esse elefante branco? A imprensa inglesa chamou assim o palácio de cristal criado pelo príncipe Albert (Tom Hughes) para uma exposição mundial que seria realizada em Londres. Ora, isso colocou o marido da rainha numa situação delicada. Se o evento fosse um fracasso o parlamento iria cair em sua cabeça por causa dos gastos envolvidos. Porém ao contrário do que a imprensa apostava a exposição acaba se tornando um sucesso. A própria rainha Victoria (Jenna Coleman) decide comparecer para prestigiar. Enquanto a coroa faz sucesso na exposição mundial o mesmo não se pode dizer de seu ministro de relações exteriores, o Lord Palmerston. Sem consultar o parlamento e nem a monarca ele decide enviar um telegrama de parabenização para a ascensão do novo imperador da França, um descendente de Napoleão Bonaparte. Algo que pega muito mal entre o povo inglês, uma vez que Napoleão foi um inimigo histórico da Inglaterra. Sua falta de estratégia política acaba lhe custando o cargo. Por fim na última cena Albert cai desmaiado nos corredores do palácio. Bem sabemos que a rainha Victoria se tornou viúva muito cedo. Por isso esse primeiro ataque do consorte deixa um gosto de "quero mais" para a próxima temporada. E que venha logo a quarta temporada dessa ótima série histórica. / Victoria 3.08 - The White Elephant (Inglaterra, 2019) Direção: Delyth Thomas / Roteiro: Daisy Goodwin, Daisy Goodwin / Elenco: Jenna Coleman, Tom Hughes, David Newman,.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de junho de 2019

Shameless - Oitava Temporada

Shameless 8.08 - Frank's Northern Shuttle Express
Quem diria que eu iria tão longe nessa série... Pois é, oitava temporada e ainda sigo assistindo às sem vergonhices da família Gallagher. Inegavelmente a série é muito divertida e depois de um tempo você acaba criando familiaridade com todos os personagens. Nesse episódio Frank resolve ganhar dinheiro de uma forma nada usual. Ele recebe para levar imigrantes muçulmanos para o Canadá! Isso mesmo, todos eles querem uma boquinha no sistema de estado de bem estar social daquele país gelado do norte. Claro, todos imigrantes ilegais, para entrar em solo canadense sem autorização para tal. E os outros membros da família? Cada um vai se virando como pode. Debbs coloca na cabeça que está grávida de novo! Um problemão já que ela é mãe solteira e não tem nem como criar a própria filha. Ian entra em choque com um pastor do bairro que está implantando uma cura gay em seus cultos. Ele resolve enfrentar o religioso usando versículos da própria Bíblia. Por fim Fiona acaba se apaixonando pelo cara que vai consertar uma porta no residencial onde ela trabalha. Bom episódio, como sempre. Estou retomando a série depois de um tempo afastado. Vou procurar ser mais regular agora! / Shameless 8.08 - Frank's Northern Shuttle Express (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Warner Bros. Television / Direção: Emmy Rossum / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Ethan Cutkosky, Shanola Hampton, Steve Howey.

Shameless 8.09 - The Fugees
Para Frank o que importa é se dar bem. Assim se existe um grupo de muçulmanos, imigrantes ilegais, que querem atravessar a fronteira rumo ao Canadá, então ele vai dar um jeito. Claro, isso se for devidamente bem pago. Só que no lado de lá da fronteira ele acaba se dando mal, caindo nas mãos da polícia montada. Sua sorte é que o carro dos tiras acaba pifando e Frank dá no pé, de volta aos Estados Unidos. Já Ian começa uma verdadeira "cruzada" contra igrejas que promovem a cura gay. Ele, que também é gay, sai pregando que Jesus não seria contra os homossexuais, que ele seria na verdade puro amor ao próximo. Claro que algo assim acaba levantando uma polêmica que viraliza na internet. Por fim aqui vai uma curiosidade interessante: o episódio foi co-dirigido pela atriz Emmy Rossum, ela mesma, a Fiona! Quem diria, a gatinha anda virando cineasta... / Shameless 8.09 - The Fugees (Estados Unidos, 2018) Direção: Jeffrey Reiner / Roteiro:  John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

 Shameless 8.10 - Church of Gay Jesus
Fiona se dá muito mal ao abrigar uma família de sem tetos. Ela os abriga por uma noite, para que não ficassem ao relento, mas ao invés de agradecimentos leva um processo de seis milhões de dólares por parte deles. Claro, puro golpe. A família quer agora tomar posse definitiva do apartamento onde entraram. Punhalada nas costas. Ian também pira. Ele decide fundar a "Igreja de Jesus Gay", um delírio que ele tem por não estar tomando sua medicação. Só que o mundo é mais doido do que ele. Em pouco tempo, turbinado pela internet, acaba criando um rebanho de gente insana ao seu lado. O jovem Gallagher se casa com a ruivinha (por falar em gente doida) e Lipe sofre a perda de seu professor, um homem que havia lhe dado a mão antes. Uma pena. No lado cômico da série a russa tenta achar um marido rico para bancar seus gastos. Tudo depois que ela viu uma antiga conhecida se dar bem ao se casar com um velho decrépito e rico da cidade. Interesse pouco é bobagem! / Shameless 8.10 - Church of Gay Jesus (Estados Unidos, 201 ) Direção: Anna Mastro / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

Shameless 8.11 - A Gallagher Pedicure  
Esse episódio tem a pior e mais asquerosa cena de toda a série, quando Frank corta os dedos da filha! Dá nos nervos! A ruivinha estava com os dedos necrosados após um acidente de trabalho! Terrible! Já Ian pirou de vez. Sem tomar os remédios ele se torna um ativista radical do movimento gay, criando uma série de confusões com os conservadores de Chicago, algo que piora e muito quando ele decreta que o próprio Jesus teria sido gay! É de revirar o estômago. Fiona passa por apuros para expulsar uma família que tomou posse de um de seus apartamentos. Ela não contava em encontrar gente picareta daquela magnitude! Por fim o caçula Gallagher passa sufoco com sua jovem esposa, uma menina completamente maluca! Não é mole não! / Shameless 8.11 - A Gallagher Pedicure (Estados Unidos, 2018) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

Shameless 8.12 - Sleepwalking
Episódio final da oitava temporada. É a tal coisa, apesar de ser exibida no canal Showtime essa série (que eu gosto bastante) nunca ganhou o gosto dos brasileiros. Nunca fez sucesso no Brasil. Já nos Estados Unidos segue firme e forte. Claro você tem que entrar na onda, no espírito da série, para gostar mesmo de sua essência, de seus personagens, etc. Uma vez porém que isso aconteça tudo flui com muita naturalidade, isso em relação a tudo, até mesmo às barbaridades vivenciadas pela família Gallagher. Confie em mim, não é pouca coisa não! Nesse último episódio Fiona consegue expulsar os espertinhos que queriam ganhar na justiça um de seus apartamentos. Esperteza com esperteza se paga assim!. Frank vai em frente, fazendo das suas suas, aproveitando-se agora do pai rico de um amiguinho da escola de seu filho. O sujeito definitivamente não toma jeito! / Shameless 8.12 - Sleepwalking  (Estados Unidos, 2018) Direção: John Wells / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

Pablo Aluísio.

The Girlfriend Experience

Essa série foi lançada em 2016. A primeira temporada contou com treze episódios. O roteiro conta a história de Christine Reade (Riley Keough). Ela tem uma vida dupla. De dia assiste aulas na faculdade de direito. Pela tarde faz estágio em um escritório de advocacia. Durante à noite ganha a vida como garota de programa. Na realidade a série é uma adaptação para a TV de um filme que contava basicamente a mesma história. É uma realidade que cada vez mais tem sido frequente entre jovens garotas que procuram por um meio de bancar sua universidade e estudos, até se formarem. O problema é que geralmente acabam se viciando na profissão de garota de programa porque é um serviço muito bem remunerado. Sair dessa vida é que se torna uma dificuldade depois de alguns anos. É uma boa série, com um clima mais cult, mais sofisticado. Há cenas de nudez, mas não de vulgaridade. Tudo é bem sutil. Abaixo seguem comentários de alguns episódios. Assisti a todos, porém só escrevi resenhas aos que constam na lista. Fica como registro de arquivo.  

The Girlfriend Experience 1.01 - Entry
Episódio piloto dessa nova série. A primeira coisa que chama a atenção é que os episódios só duram em média 30 minutos, algo típico de sitcoms, embora "The Girlfriend Experience" seja uma série dramática. Nesse piloto somos apresentados a Christine Reade (Riley Keough, sim, a própria neta de Elvis Presley em sua primeira série como atriz). Ela é uma estudante de direito lutando pela sua primeira vaga como estagiária em um grande escritório de advocacia. Depois de muitas entrevistas e várias recusas ela finalmente consegue sua vaga. O cotidiano do trabalho porém não é dos melhores. Seu chefe é um sujeito meio insuportável, o trabalho é excessivo e o pagamento nada satisfatório. Melhor se sai sua amiga que após encontrar um "sugar daddy" rico lhe coloca em uma bela casa, com carrões na garagem e muita mordomia. Durante um jantar ela acaba sendo seduzida por dinheiro fácil, ao acompanhar um homem mais velho em um restaurante. Sem nem sentir direito o que está acontecendo o fato é que Reade começa a entrar dentro do ramo de prostitutas de luxo, algo que lhe renderia muito mais dinheiro do que como uma simples funcionária de um escritório de advocacia. Gostei do que vi. Ainda é cedo para julgar, porém é aquele tipo de série que ao menos deixa a sensação de ser muito promissora, de ser ao menos bem interessante. Vou acompanhar com certeza. /  The Girlfriend Experience 1.01 - Entry (EUA, 2016) Direção: Amy Seimetz / Roteiro: Lodge Kerrigan, Amy Seimetz / Elenco: Riley Keough, Paul Sparks, Mary Lynn Rajskub.

The Girlfriend Experience 1.02 - A Friend
Segundo episódio. Aqui a jovem estudante de direito Christine (Riley Keough, a neta do cantor Elvis Presley) resolve ceder, aceitando o convite para fazer parte da lista de garotas de programa de luxo de uma madame de Nova Iorque. Como ela tem potencial nesse meio sua nova "empresária" resolve alugar uma bela casa para ela. Patrocinada, com a caução do aluguel pago, Christine começa a sair com os clientes. A maioria deles homens de meia idade, alguns com problemas psicológicos ou traumas emocionais. Tudo na fachada faz parecer algo até sofisticado, com encontros em belos hotéis e tudo mais. Porém tudo isso não disfarça o fato de que Christine é apenas mais uma jovem prostituta no mercado. Nesse episódio vemos ela atendendo seus primeiros clientes, começando a entrar de vez nesse tipo de situação, fazendo até mesmo que ela o compare com o serviço que tem um escritório de advocacia, onde é mal paga e precisa lidar com um chefe estressado, ou seja, boa coisa definitivamente não vem pela frente. / The Girlfriend Experience 1.02 - A Friend (Estados Unidos, 2016 ) Direção: Lodge Kerrigan / Roteiro: Lodge Kerrigan, Amy Seimetz  / Elenco: Riley Keough, Paul Sparks, Mary Lynn Rajskub.

The Girlfriend Experience 1.13 - Separation  
Esse é o último episódio da primeira temporada. É o final da história da jovem estudante e garota de programa Christine Reade (Riley Keough). Depois de todos os problemas, tanto profissionais como familiares, ela tenta reorganizar melhor sua vida, mas tudo o que consegue é ficar na mesma, insistindo no velho círculo vicioso da prostituição. Nesse último episódio vemos como Reade não parece mais ter esperanças de sair disso. Se bem que a falta de vida em seu olhar mostra também que ela não parece mais se importar. De fato aos poucos ela foi ficando mais à vontade nesse mundo, procurando inclusive ser dona de seu próprio "negócio", sem precisar prestar favores a cafetinas. Os homens continuam os mesmos, facilmente manipuláveis, ainda mais quando ela topa entrar em suas depravações pessoais. Em sua mente Reade vê tudo como uma maneira rápida e fácil de ganhar dinheiro. Nada pessoal, apenas negócios. O final dessa temporada foi deixado em aberto, o que me fez pensar que a mesma personagem voltaria na segunda temporada. Porém não é isso o que acontece. Na segunda leva de episódios mudou-se tudo, não é mais a história pessoal de Christine e nem tampouco tivermos o retorno da atriz Riley Keough. Por isso me desinteressei de continuar acompanhando. No que diz respeito a "The Girlfriend Experience" acabei ficando por aqui mesmo. / The Girlfriend Experience 1.13 - Separation (Estados Unidos, 2016) Direção:  Lodge Kerrigan / Roteiro: Lodge Kerrigan, Amy Seimetz / Elenco: Riley Keough, John Hoogenakker, Brock Cuchna.

Pablo Aluísio.