domingo, 15 de julho de 2018

Império de Balas

Título no Brasil: Império de Balas
Título Original: Last of the Badmen
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Paul Landres
Roteiro: Daniel B. Ullman, David T. Chantler
Elenco: George Montgomery, Keith Larsen, James Best
  
Sinopse:
Uma perigosa gangue de criminosos no velho oeste se utiliza de um plano ardiloso: eles resgatam bandidos capturados que estão com a cabeça à prêmio e depois de os utilizarem em novos crimes (com o objetivo de aumentar ainda mais suas recompensas), os eliminam, indo até o xerife para embolsar o dinheiro dos cartazes de "Procura-se Vivo ou Morto". Uma agência de detetives é então contratada para descobrir a identidade do homem por trás desses golpes.

Comentários:
Um faroeste bem seco, duro, com uma constante narração em off (que ajuda a deixar o enredo mais claro, mas que também pode enervar o espectador menos paciente por seu uso excessivo). Estrelado pelo grandalhão George Montgomery o filme não tem qualquer intenção de ser um clássico do western e ao invés disso se apoia mesmo na mais pura diversão, explorando a figura dos detetives particulares que atuavam no oeste americano durante o século XVIII. O roteiro tem alguns furos de lógica (basta parar para pensar um pouco sobre eles), mas o enredo se mostra criativo o bastante para manter o interesse até o fim. A fita foi produzida pela Allied Artists Pictures, um pequeno estúdio de filmes B de Hollywood que não durou muitos anos por causa da agressiva competição com as chamadas grandes majors da indústria cinematográfica americana. A falta de recursos e a produção modesta se torna bem clara no decorrer do enredo, mas relevando-se isso um pouco dá para se divertir sem maiores constrangimentos. Além disso o mistério sobre quem seria o chefe da quadrilha ajuda a manter o foco no que se passa. O final é meio apressado - temos que reconhecer - mas com um pouco de boa vontade tudo se torna ao menos satisfatório quando finalmente sobe o famoso "The End" na tela.

Pablo Aluísio.

O Pistoleiro e os Bárbaros

Título no Brasil: O Pistoleiro e os Bárbaros
Título Original: Get Mean
Ano de Produção: 1975
País: Itália
Estúdio: Stranger Productions Inc
Direção: Ferdinando Baldi
Roteiro: Ferdinando Baldi, Lloyd Battista
Elenco: Tony Anthony, Lloyd Battista, Raf Baldassarre
  
Sinopse:
Arrastado por um cavalo, um estranho pistoleiro (Tony Anthony) chega em uma cidade fantasma bem no meio do deserto, no velho oeste americano. Recuperado, é contratado por uma estranha mulher que se parece com uma feiticeira. Ela o paga para levar uma jovem até uma distante localidade, onde terá que se entregue em mãos a um homem rico e poderoso. O que inicialmente parece ser uma missão simples acaba se tornando uma verdadeira guerra, pois bandoleiros que mais se parecem com bárbaros tencionam raptar a jovem.

Comentários:
Era para ser o primeiro filme com esse personagem conhecido apenas como The Stranger (o Estranho). A ideia era misturar elementos do faroeste italiano com outros gêneros, tais como filmes de capa e espada e fantasia, com princesas, bruxas, etc. O que inicialmente parecia promissor acabou não dando certo. Os fãs de Spaghetti certamente estranharam o clima dessa fita, pois embora os personagens vivam no velho oeste há o uso excessivo de fantasia e contos de fadas. De fato não há como fugir dessa conclusão pois tudo acabou ficando realmente estranho (fazendo jus ao nome do protagonista, um pistoleiro sem nome, tal como acontecia nos filmes de Clint Eastwood como o tão cultuado e conhecido "O Estranho Sem Nome"). A fita é estrelada pelo americano Tony Anthony, nascido Roger Pettito em Clarksburg, West Virginia. Filho de italianos acabou retornando para a Itália na década de 1960 onde iniciou sua carreira. Embora fosse esforçado a verdade é que nunca decolou como astro de sucesso, por isso esse acabou sendo seu último faroeste italiano. Então é isso, temos aqui um western à italiana um pouco diferenciado do que era feito na época, o que definitivamente não quer dizer que seja necessariamente bom. De qualquer maneira vale pela curiosidade.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de julho de 2018

Sangue nas Montanhas

Título no Brasil: Sangue nas Montanhas
Título Original: Un Fiume Di Dollari
Ano de Produção: 1966
País: Itália
Estúdio: Dino de Laurentiis Cinematografica
Direção: Carlo Lizzani
Roteiro: Piero Regnoli
Elenco: Thomas Hunter, Henry Silva, Dan Duryea
  
Sinopse:
Após o fim da guerra civil americana dois soldados confederados retornam para casa com parte de um dinheiro que foi roubado durante o conflito. Perseguidos pelo exército da União caem em uma emboscada. Um deles porém consegue fugir, já o outro é preso e condenado a cinco anos de prisão. Quando finalmente cumpre sua pena descobre que sua esposa morreu e decide ir atrás de seu comparsa para pegar sua parte do dinheiro roubado. O confronto entre os antigos comparsas se torna assim inevitável.

Comentários:
Muita gente boa pensa tratar-se de um filme americano. O diretor Carlo Lizzani usou o nome americanizado de Lee W. Beaver e como a fita tem boa produção (digna do produtor Dino De Laurentiis) muitos cinéfilos acabaram pensando se tratar mesmo de um faroeste Made in USA. Ledo engano. O filme é bom, credito isso aos atores americanos e ao bom roteiro, que tenta a duras penas fugir do lugar comum desse tipo de filme. Henry Silva como Garcia Mendez é um achado. Ele conseguiu perfeitamente captar a alma desse tipo de produção  Spaghetti. A estrela do elenco porém é o ator Thomas Hunter, também americano, que iria se destacar ainda em vários filmes bons, como por exemplo, "A Batalha de Anzio", "A Travessia de Cassandra" e "Nimitz - De Volta ao Inferno". Curiosamente trabalhou em poucos filmes no cinema e na TV acabou também se destacando na famosa série de western "Gunsmoke" onde interpretou o pistoleiro e rancheiro Frank Corey. Então é isso, "Sangue de Montanhas", o Spaghetti que mais parece filme americano de verdade! 

Pablo Aluísio.

O Último Grande Duelo

Título no Brasil: O Último Grande Duelo
Título Original: Il Grande Duello
Ano de Produção: 1972
País: Alemanha, Itália, França
Estúdio: Mount Street Film, Corona Filmproduktion
Direção: Giancarlo Santi 
Roteiro: Ernesto Gastaldi
Elenco: Lee Van Cleef, Alberto Dentice, Jess Hahn
  
Sinopse:
Em uma terra distante e selvagem impera a lei do mais forte. Bandidos, pistoleiros e facínoras de todos os tipos infestam os campos e a cidade. Caçadores de recompensas também estão atrás de seu quinhão de riqueza naquela região deserta e esquecida por Deus. Depois de muito anarquia e desordem chega para assumir o posto de xerife o terrível John Clayton (Lee Van Cleef). Com extrema habilidade no gatilho ele está disposto a impor lei e ordem com a fúria de sua arma fumegante.

Comentários:
Esse filme foi lançado recentemente no box The Spaghetti Western Collection. Se trata de uma coleção com seis filmes italianos de faroeste - gênero que passou para a história com o nome de Western Spaghetti. São três DVDs, com dois filmes em cada. Uma boa seleção para nenhum colecionador colocar defeito. A produção que abre a coleção é justamente essa "O Último Grande Duelo". Lee Van Cleef foi certamente um dos grandes astros da época e aqui surge em um papel levemente diferente dos pistoleiros que estava acostumado a interpretar. Ele dá vida a um xerife que age não apenas como homem da lei, mas também como juiz, júri e carrasco. Sua determinação é colocar lei e ordem em uma terra conhecida por ser selvagem e hostil. Para isso ele precisa enfrentar os mais indigestos inimigos, inclusive um grupo de irmãos bandoleiros que querem tocar o terror na pequena cidadezinha da região. Para piorar o lugar também é assolado por caçadores de recompensas, o que faz aumentar ainda mais a violência. Nos Estados Unidos o filme foi lançado com o título de "Rider Storm" e logo depois teve seu nome mudado para "The Grand Duel" (título que foi aproveitado no Brasil). É um bom momento da filmografia de Cleef, embora não seja considerado entre os seus filmes mais famosos ou mais bem sucedidos na bilheteria.

Pablo Aluísio.

Filmes no Cinema - Edição XX

O grande filme a chegar nos cinemas nessa semana é o drama "Meu Pai", maravilhoso trabalho de atuação do ator Anthony Hopkins. Ele interpreta esse senhor, já na terceira idade, que começa a sofrer problemas relacionados à perda da memória, não reconhecimento de pessoas próximas e outros problemas relacionados ao Mal de Alzheimer. Com esse grande trabalho de interpretação o veterano Hopkins é um dos principais favoritos a vencer o Oscar de melhor ator nesse ano. Assim esperamos que aconteça.

Para quem aprecia o gênero dos filmes de ação há a opção de assistir ao filme "Na Mira do Perigo". Na história o ator Liam Neeson interpreta um fazendeiro durão do Arizona que decide proteger um imigrante ilegal que está sendo perseguido não apenas pelas autoridades, mas também pelos assassinos profissionais de um cartel de tráfico de drogas do México. Liam Neeson é atualmente o ator que mais trabalha em Hollywood. Mal um filme seu sai de cartaz e outro já entra na programação dos cinemas. Impressionante!

Para quem aprecia cinema europeu duas opções interessantes. A primeira é o filme "Os Melhores Anos de uma Vida", produção francesa dirigida pelo prestigiado cineasta Claude Lelouch. Com um bom elenco que conta entre outros com  Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignan, o filme mostra a história de um casal apaixonado que fica 50 anos sem se encontrar. Depois de tantas décadas separado eles se reencontram, para viver uma nova história de amor. Já "O Charlatão" mostra a história de um sujeito bem estranho, que vende a esperança para pessoas que estão sofrendo de doenças terminais. A direção é de Agnieszka Holland e o elenco tem a presença dos atores Ivan Trojan, Jaroslava Pokorná e Miroslav Hanus.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Filmes no Cinema - Edição XIX

Em tempos de pandemia os lançamentos semanais são limitados. Ficaram para trás aqueles fins de semana quando até dez filmes novos chegavam nos cinemas. E para piorar os Estados Unidos enfrentam nessa semana uma nevasca de grandes proporções que fecharam as salas de cinema que ainda estavam abertas na costa leste e sul do país. Complicado. Ter um cinema nos dias de hoje virou quase um ato de heroísmo, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. E o mesmo vale para quem compra um ingresso.

Pois bem, o principal lançamento desse fim de semana é um filme de fantasia chamado "Monster Hunter". Uma prévia do filme do King Kong vs Godzilla? Pode ser... Esse tipo de produção é mais voltado para um público juvenil, com muitos dragões voando pelos céus noturnos, bravos cavaleiros, enfim, aquele estilo conhecido como aventura e espadas. Eu até que fiquei curioso em conferir esse filme. Esse clima de RPG até que me atrai um pouco. A direção dessa produção é do cineasta Paul W.S. Andersone o elenco conta com Milla Jovovich e Tony Jaa. Os fãs de "Resident Evil" podem até mesmo se interessar também, quem sabe...

Fora esse lançamento, temos apenas dois outros filmes novos sendo lançados, mas em um circuito mais reduzido, mais voltado para cineclubes, salas especializadas em filmes cult, europeus, etc. Entre esses lançamentos mais, digamos, culturais, vale a citação de "Amarração do Amor" sobre um casal que quer se casar, mas que não conta com a aprovação de seus familiares. É de se perguntar se no mundo de hoje este tipo de questão ainda existe. De qualquer forma a direção é de Caroline Fioratti, O elenco conta com Samya Pascotto, Bruno Suzano e Ary França. Um filme indicado para românticos incuráveis que queiram rir um pouco também, por que não?

Outro lançamento digno de nota nessa semana se chama "Judas e o Messias Negro". Com direção de Shaka King e elenco trazendo Daniel Kaluuya, Lakeith Stanfield, e Martin Sheen, o filme conta a história de Fred Hampton (Daniel Kaluuya), um dos líderes dos Panteras Negras, grupo ativista que lutou em prol dos direitos civis nos Estados Unidos. Esse grupo foi bastante atuante durante as décadas de 1960 e 1970. No filme o FBI resolve infiltrar alguns agentes no movimento para investigar acusações de crimes e assassinatos cometidos pelos Panteras Negras. Esse filme parece ser dos mais interessantes. Provavelmente seja o melhor filme a chegar nas telas de cinema nesse fim de semana. A conferir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Missão: Impossível - Efeito Fallout

As críticas que havia lido sobre esse filme me deixaram com uma expectativa alta em relação ao que veria no cinema. Alguns críticos chegaram a dizer que era não apenas o melhor filme da franquia "Missão: Impossível" como também o melhor filme da carreira de Tom Cruise... Depois de assistir ao filme pude perceber como era um enorme exagero esse tipo de opinião. OK, o filme é muito bem produzido, algo a se esperar de uma produção que custou 180 milhões de dólares... há três excelentes cenas de ação, mas afirmar que o filme é uma obra prima ou qualquer coisa parecida sequer a isso soa desproporcional demais.

O que mais me desagradou nesse novo filme é que o roteiro é muito fraco, derivativo e básico. Cheio de clichês, não consegue fugir daquela velha fórmula dos mocinhos salvando o mundo da destruição. A falta de imaginação dos roteiristas chega a um nível absurdo, a ponto de repetirem pela milésima vez aquela cena em que as bombas estão prestes a explodir e é preciso cortar um dos fios, antes que a contagem regressiva chegue ao final. Quantas vezes você já viu isso em outros filmes e séries? Milhares de vezes! Ver tudo isso de novo me soou tão cansativo... É muito batido e sem graça. Chegou a me dar sono.

Então já que o roteiro é bobo e ruim, o que vale mesmo é tentar curtir as cenas de ação, todas obviamente bem absurdas e inverossímeis. Esqueça James Bond ou Superman, o verdadeiro herói indestrutível dos filmes de ação é mesmo o agente Ethan Hunt do Tom Cruise. Ele consegue sair de um enorme desastre envolvendo dois helicópteros em uma montanha nevada sem sequer sofrer um arranhão ou despentear seus cabelos. Por falar em Bond, o roteiro claramente se "inspira" (para não dizer plagia mesmo) a antiga fórmula de levar o protagonista para diversas partes do mundo. Pena que aqui não fugiram do óbvio, filmando novamente em Londres e Paris, cidades que já estamos cansados de ver em filmes. Então é isso. Pela falta de novidades achei esse filme apenas meramente razoável.

Missão: Impossível - Efeito Fallout (Mission: Impossible - Fallout, Estados Unidos, 2018) Direção: Christopher McQuarrie / Roteiro: Christopher McQuarrie, Bruce Geller / Elenco: Tom Cruise, Henry Cavill, Ving Rhames, Rebecca Ferguson / Sinopse: O agente Ethan Hunt (Tom Cruise) precisa recuperar três ogivas nucleares antes que elas caíam nas mãos de terroristas que querem destruir grandes cidades em nome de sua causa insana.

Pablo Aluísio.

Em Pedaços

Esse filme trata da questão dos imigrantes na Europa, mesmo que de maneira indireta. Na história temos uma alemã que se apaixona por um imigrante curdo. O sujeito está terminando de cumprir uma pena por tráfico de drogas e após isso o casal decide se casar. O tempo passa, um filho nasce e a vida parece seguir seu rumo. Tudo vai indo bem até o dia em que uma bomba é deixada do lado de fora do escritório onde o marido trabalha. Na explosão ele e o filho morrem. A viúva fica em pedaços e obviamente pede por justiça. As investigações acabam direcionando para um casal de jovens neonazistas. Para eles é um absurdo e uma afronta que uma alemã de olhos azuis, ariana (na definição dos nazistas) venha a se envolver com um imigrante moreno e barbudo, vindo de um país muçulmano.

A atriz alemã Diane Kruger interpreta a esposa e mãe que perde sua família. Esse aliás é apenas o segundo filme dela feito em seu país, onde ela fala sua língua original. Um papel difícil porque ela precisa interpretar uma personagem bastante dramática, traumatizada pela morte do marido e do filho, precisando superar tudo, nem que seja a base de muita cocaína para segurar o tranco. Até pensamentos suicidas recorrentes começam a nublar sua perspectiva de vida. O roteiro divide o filme em três atos básicos. Cada um foi nomeado no filme. No primeiro ato chamado "The Family" vemos o casamento, a felicidade da família e o atentado, quando a realidade mostra sua crueldade. Em "Justice" acompanhamos o julgamento do casal neonazista responsável pelo atentado. Também é o momento da desilusão quando a viúva descobre que o sistema judiciário também pode ser muito falho e fraco contra esse tipo de criminoso movido por motivos raciais. O terceiro ato fecha tudo em "The Sea". Não vou estragar as surpresas, mas adianto que o final não me agradou. Sua mensagem pode até mesmo soar um pouco perigosa, extrema e fora do bom senso. Mesmo assim ainda é válido diante de tudo o que acontece com a protagonista.  Enfim, é um filme pesado que mostra os desafios da sociedade alemã nos dias atuais. Velhos fantasmas do passado parecem ainda assombrar aquele povo europeu.

Em Pedaços (Aus dem Nichts, Alemanha, França, 2017) Direção: Fatih Akin / Roteiro: Fatih Akin, Hark Bohm/ Elenco: Diane Kruger, Numan Acar, Rafael Santana, Samia Muriel Chancrin / Sinopse: A alemã Katja Sekerci (Diane Kruger) acaba se apaixonando por um imigrante curdo, vindo de um país muçulmano. Com ele é feliz e forma uma família. Tudo chega ao fim porém quando eles são vítimas de um atentado a bomba, um crime de ódio praticado por um casal de jovens neonazistas. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Drama - Em Língua estrangeira.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Escobar - A Traição

Não estava esperando por muita coisa, mas acabei sendo surpreendido. Apesar do tema envolvendo o traficante Pablo Escobar já estar bem saturado ainda conseguiram fazer um filme interessante. O roteiro foi escrito a partir do livro escrito pela amante de Escobar, a jornalista Virginia Vallejo. Ela é interpretada pela atriz Penélope Cruz. Através de sua própria narrativa voltamos ao passado para mostrar seu relacionamento conturbado com Escobar. Inicialmente ela é atraída por esse homem vindo de baixo, das classes mais pobres, que acabou se tornando um dos homens mais ricos da Colômbia. Ela tenta passar para o espectador que não sabia quem ele era e de onde vinha sua fortuna, mas sinceramente falando não consegue convencer ninguém. Era óbvio que ela sabia que Pablo era um traficante e que seu dinheiro era proveniente da exportação de cocaína para os Estados Unidos. Todo o resto é apenas uma tentativa de suavizar sua culpa pelo que aconteceu.

Um dos grandes pontos positivos dessa produção é a caracterização do próprio Pablo Escobar. Javier Bardem nem precisou de muita maquiagem, perucas e figurinos para ficar parecidíssimo com Escobar. Gordo, nada glamoroso (como alguns filmes tentam fazer parecer), o bandido é retratado como ele era na vida real. Também não poupa em mostrar os inúmeros crimes e assassinatos mandados por ele ao seu grupo, o famigerado Cartel de Medellín. Como o filme é muito centrado em sua vida pessoal e de crimes, pouco espaço sobra para os policiais, os agentes que se esforçaram tanto para sua prisão e punição. Todos esses agentes assim são unificados no agente americano Shepard (Peter Sarsgaard). No final temos aqui um filme bem realista, honesto, mostrando os fatos como aconteceram. Sem essa coisa toda de romancear a vida de pessoas que no fundo eram apenas criminosos perigosos. 

Escobar - A Traição (Loving Pablo, Espanha, Bulgária, 2017) Direção: Fernando León de Aranoa / Roteiro: Fernando León de Aranoa, baseado no livro autobiográfico da jornalista Virginia Vallejo / Elenco: Javier Bardem, Penélope Cruz, Peter Sarsgaard / Sinopse: O filme mostra o romance entre o traficante internacional Pablo Escobar e sua amante, a jornalista Virginia Vallejo. Ela fica atraída por sua riqueza e poder, sem saber (segundo ela) que ele era um dos maiores traficantes do mundo. Depois que o cerco se fecha, com a perseguição das autoridades, sua vida se transforma em um verdadeiro inferno.
 

Pablo Aluísio.

Agnes de Deus

Título no Brasil: Agnes de Deus
Título Original: Agnes of God
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Norman Jewison
Roteiro: John Pielmeier
Elenco: Jane Fonda, Anne Bancroft, Meg Tilly, Anne Pitoniak, Winston Rekert, Guy Hoffmann

Sinopse:
Quando um recém-nascido é encontrado morto, envolto em lençóis ensangüentados, no quarto de uma jovem noviça, a psiquiatra Martha Livingston (Jane Fonda) é chamada para determinar o que teria acontecido dentro do convento. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Anne Bancroft), Atriz Coadjuvante (Meg Tilly) e Melhor Música incidental (Georges Delerue).

Comentários:
Um excelente filme que apesar de ter sido indicado ao Oscar e ter colecionado indicações em outros prêmios importantes na época, pouco chamou atenção do público em geral. Realmente a produção foi considerada um dos fracassos comerciais de 1985. Não importa. O que é relevante chamar a atenção é que o diretor Norman Jewison conseguiu realizar um filme muito bom, com ótimo desenvolvimento do enredo, tudo embalado em um clima de suspense que chega a causar mal estar no espectador. O roteiro também discute, mesmo que de forma sutil, sobre certos dogmas que imperam entre o clero católico e a forma que isso influencia na mente das pessoas envolvidas. Jane Fonda, como sempre, se destaca. Ela sempre teve um ativismo político bem forte em sua vida pessoal e quando isso possível também levava temas interessantes para serem discutidos nos filmes em que atuou. Esse "Agnes de Deus" é bem representativo nesse aspecto. Um filme que discute temas importantes, mesmo que de forma apenas subliminar.

Pablo Aluísio.