quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Pink Floyd - The Endless River
Por falar nisso a alcunha de "novo álbum do Pink Floyd" não é muito correta, já que a maioria do material presente aqui data dos anos 1990. Não chegaria a chamar o disco de "restos do The Division Bell" como muitos andam escrevendo por aí, mas também não vou qualificar nada de "The Endless River" como novo ou novidade. Em minha forma de entender o Pink Floyd acabou definitivamente em 2008 com a morte do tecladista Rick Wright. Depois disso não há retorno, algo parecido que ocorre com os Beatles, depois da morte de Lennon e Harrison, simplesmente não há mais retorno possível. A história impôs sua força, acabando com velhos sonhos. O tempo é o senhor de tudo é ninguém pode lutar contra esse fato.
David Gilmour sabe muito bem disso e não tem sido desonesto com o público. O disco que é basicamente instrumental (como nos bons velhos tempos do grupo) foi definido por ele como uma "mera conversa musical" entre seus antigos membros em um tempo passado, perdido na memória. A faixa de abertura, "Things Left Unsaid", dá o tom desse ponto de vista. Os teclados de Wright passeiam pelo ar, enquanto a guitarra melodiosa de Gilmour preenche os espaços vazios. Pura "conversação" realmente, só que ao invés de palavras são usadas notas musicais (maravilhosas, diga-se de passagem). Nick Mason também contribui com seu talento. Hoje ele está completamente aposentado, mais preocupado com sua coleção de carros de luxo do que com música. Os registros porém mostram como ele foi um dos melhores bateras da história do rock. "O rio sem fim" do Pink Floyd é isso, um afago nos ouvidos dos ouvintes de fino trato. Em tempos de lixo pipocando nas rádios o tempo todo, o Pink Floyd prova mais uma vez que talento não se encontra em todo lugar, nem em qualquer época.
Pink Floyd - The Endless River (2014)
Things Left Unsaid
It's What We Do
Ebb and Flow
Sum
Skins
Unsung
Anisina
The Lost Art of Conversation
On Noodle Street
Night Light
Allons-y (1)
Autumn '68
Allons-y
Talkin Hawkin
Calling
Eyes to Pearls
Surfacing
Louder Than Words
TBS9
TBS14
Nervana
Pablo Aluísio.
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Pink Floyd - The Division Bell
Particularmente confesso, sigo a linha daqueles que nunca tiveram esse CD como referência em termos de sonoridade Floydiana. Algo não me parece bem nessas faixas. Sempre considerei "A Momentary Lapse Of Reason" um trabalho mais enxuto, com mais qualidade e melhor bem conceituado. Foi o melhor disco da banda em sua fase Gilmour. "The Division Bell" sofre por ser excessivo! Talvez por receios ou insegurança o produtor Bob Ezrin acabou criando um monstro musical, exagerado, barroco e cansativo. São onze faixas (muito em termos de Floyd), dezenas de músicos de estúdio contratados, centenas de horas de gravação e muito excesso nos arranjos finais. O que era simples e altamente eficiente em "A Momentary Lapse Of Reason" aqui se tornou pesado, exaustivo, paquidérmico! As letras também não evocam em nada os grandes momentos do Pink Floyd em seu passado glorioso. E para piorar tudo, quando se pensa que se ouvirá maravilhosos solos de guitarra do mestre David Gilmour, nada surge nos ouvidos que nos faça lembrar o grande instrumentista que ele sempre foi. "The Division Bell" foi um disco que ouvi em meus tempos de universidade, mas que pouco cativou, não deixando marcas na alma. Assim com o tempo foi sendo deixado de lado. É de surpreender agora que todos estejam fazendo louvações aos seus resquícios sonoros deixados pelo chão da sala de edição de Bob Ezrin! Vai entender a cabeça dessa gente...
Pink Floyd - The Division Bell (1994)
Cluster One
What Do You Want from Me
Poles Apart
Marooned
A Great Day for Freedom
Wearing the Inside Out
Take It Back
Coming Back to Life
Keep Talking
Lost for Words
High Hopes
Pablo Aluísio.
Pink Floyd - PULSE
Acuado, o líder do Floyd resolveu responder às acusações colocando mais um álbum na praça, que foi justamente esse, todo gravado ao vivo. Justamente para calar a boca de quem dizia não ser o Pink Floyd verdadeiro. Para isso Gilmour resolveu colocar em prática um velho sonho que tinha: gravar ao vivo todas as canções do disco "The Dark Side of the Moon"! Sinceramente, quem é fã do Pink Floyd de longa data (como eu) pode dizer que ouvir pela primeira um show com esse histórico álbum tocado da primeira à última faixa ao vivo foi realmente de arrepiar. E se engana quem pensa que foi algo fácil de reproduzir. Como todos sabemos "Dark Side" foi fruto de um longo processo de gravação, que durou meses, usando as melhores técnicas sonoras da época. Trazer aquele som único gravado em Abbey Road (o histórico estúdio inglês da EMI Odeon) para o palco foi realmente um feito digno dos maiores aplausos. É incrível inclusive notar a extrema perfeição dos músicos da banda em cada detalhe. Eu sempre digo, em termos de virtuose instrumental poucos grupos de rock da história podem rivalizar com o Pink Floyd porque eles sempre foram grandes músicos, talentosos e perfeitos ao vivo (para tirar suas dúvidas ouça qualquer registro do Floyd ao vivo para conferir). Quando PULSE foi lançado muitos esnobes torceram o nariz desmerecendo o disco, o qualificando apenas como "mais um disco ao vivo de uma banda decadente". Bom, quem pensou assim certamente reveu seus conceitos uma vez que PULSE realmente mexeu com o mundo da música. Infelizmente depois de PULSE o Pink Floyd nada mais fez de relevante. Ficaram anos hibernando até que alguns anos atrás David Gilmour finalmente decretou o fim do maior grupo de rock progressivo da história. É uma grande pena. De qualquer forma é como diz o ditado, nada dura para sempre.
Pink Floyd - PULSE (1995)
Shine On You Crazy Diamond
Astronomy Domine
What Do You Want From Me
Learning to Fly
Keep Talking
Coming Back to Life
Hey You
A Great Day for Freedom
Sorrow
High Hopes
Another Brick in the Wall (Part Two)
Speak to Me
Breathe
On the Run
Time
The Great Gig in the Sky
Money
Us and Them
Any Colour You Like
Brain Damage
Eclipse
Wish You Were Here
Comfortably Numb
Run Like Hell
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Pink Floyd – The Final Cut
Pink Floyd - The Final Cut (1983)
The Post War Dream
Your Possible Pasts
One of the Few
The Hero's Return
The Gunner's Dream
Paranoid Eyes
Get Your Filthy Hands Off My Desert
The Fletcher Memorial Home
Southampton Dock
The Final Cut
Not Now John
Two Suns in the Sunset
Pablo Aluísio.
Pink Floyd - Animals
A critica gostou de “Animals” mas quase entendeu a mensagem do Pink Floyd como um manifesto socialista! Havia toda aquela retórica que parecia sair da mente de algum esquerdista rançoso. Waters resolveu não dar maiores explicações, já que há tempos vinha percebendo uma mudança dentro do cenário musical inglês. Por essa época ganhava espaço o chamado movimento Punk. Composto basicamente por jovens desempregados ingleses o Punk surgiu com novas propostas, incentivando uma sonoridade muito básica, com poucos acordes e letras diretas e viscerais – tudo o que o Pink Floyd não era! Não tardou para que o Rock Progressivo e o próprio Pink Floyd virassem alvo de críticas por parte das bandas punks. O grupo foi tachado de chato, incompreensível e pretensioso. Os músicos punks abominavam o som extremamente bem trabalhado do Floyd e suas letras enigmáticas e abertas a inúmeras interpretações. Foi dentro desse verdadeiro cenário de guerra dentro da música britânica que “Animals” chegou nas lojas. Os membros do Pink Floyd por sua vez preferiram evitar a polemica e o bate boca desnecessários. Fizeram muito bem. Hoje em dia “Animals” é reverenciado como um dos melhores álbuns da história do rock inglês. Mais um marco de imensa qualidade e inteligência do Pink Floyd que conseguiu resistir a tudo, até mesmo aos ataques do movimento Punk que aos poucos foi se esvaziando e sumindo. Já “Animals” ficou, demonstrando toda a virtuose desse grupo de músicos fantástico que foi o Pink Floyd.
Pink Floyd – Animals (1977)
Pigs on the Wing (Part I)
Dogs
Pigs (Three Different Ones)
Sheep
Pigs on the Wing (Part II)
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de dezembro de 2015
John Lennon - John, o músico
Na maior parte de sua vida Lennon compôs usando piano e violão. Ele explicou que suas canções no álbum branco tinham sido todas compostas ao violão pois esse era o único instrumento que ele dispunha quando estava na Índia quando os Beatles foram para lá fazer um curso com o Maharishi Mahesh Yogi. Já o álbum "Imagine", seu grande êxito na carreira solo, foi composto totalmente em piano pois Lennon mantinha um belo instrumento de calda, todo branco, em seu apartamento de Nova Iorque.
Essa sua suposta falta de habilidade se tornava mais clara nos shows dos Beatles nos EUA como ele próprio confessou. "Os shows dos Beatles eram muito ruins. Não tínhamos como ouvir o retorno por causa da gritaria e por isso na maioria das vezes tocávamos qualquer coisa... eu olhava para o George e sabíamos que estava uma merda. Era algo do tipo bleng, bleng, não dava para tocar bem". Curiosamente quando a platéia era mais calma as coisas também não iam bem para John. "Em Paris o público era bem mais calmo. A gente subia no palco e ouvíamos palmas comportadas. De vez em quando alguns caras gritavam, acho que eram bichas ao lado do palco mas as coisas também não iam bem pois o público podia notar todos os nossos erros".
Talvez por isso os Beatles decidiram cair fora das turnês. "As turnês eram horríveis. A imprensa divulgou que George gostava de jujubas (um tipo de balinha) e os fãs começaram a jogar jujubas em nós no palco. O problema é que nos EUA essas balas eram duras como pedras e nos machucavam". Para John o maior show da história dos Beatles aconteceu no Shea Stadium em Nova Iorque. "O Paul estava se cagando de medo nos bastidores. Mas foi um show para entrar na história. Não sabíamos que podíamos lotar um estádio inteiro, foi um marco". No fim da vida John tencionava voltar aos shows ao vivo. "Quero lançar mais um disco antes de contratar aqueles músicos caros para cair na estrada. Não quero subir no palco para cantar Yesterday ou outras velharias dos Beatles. Penso em me apresentar em lugares menores mesmo sabendo que os caras vão dizer que eu não tinha mais condições de lotar um grande lugar". Infelizmente nenhum desses planos foi em frente pois Lennon foi assassinado antes que isso tudo se concretizasse.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de dezembro de 2015
John Lennon - (Just Like) Starting Over
Para John Lennon o que importava naquela fase de sua vida era ficar o mais distante possível desse tipo de gente louca que cultuava ídolos em geral. Ironicamente e desgraçadamente acabou sendo morto por tudo aquilo que tanto rejeitava. De uma forma ou outra o que importava era mesmo ter uma família e viver feliz. Aqui temos também outra ironia do destino. Os Beatles foram considerados por anos os símbolos de uma mudança de perspectiva, de novos tempos, da ideologia hippie e do amor livre, sem culpas e sem amarras. Era a contracultura a todo vapor. Mas os próprios membros do grupo demonstraram que havia muita bobagem nesse tipo de pensamento, uma vez que assim que se estabeleceram nas carreiras foram atrás de vidas completamente conservadoras e quadradas. John se casou ao velho estilo com Yoko e depois foi levar uma vidinha completamente comum de todo Nova Iorquino, indo em restaurantes e andando pelo Central Park de vez em quando. Nada de loucuras, nada de exageros ou maluquices, como pregava a ideologia do Flower Power. No final das contas a tia Mimi e seus conselhos conservadores prevaleceram em sua vida!
Pablo Aluísio.
John Lennon - Contradições de um Beatle
John Lennon nunca foi um cara muito amável. Ele mesmo não queria e nem tinha interesse de passar a imagem errada. Fruto de um relacionamento complicado de seus pais, John só veio a desfrutar de uma vida estável quando foi morar com sua tia. A mãe morreu jovem, vítima de um motorista embriagado. O pai sumiu, marinheiro não queria problemas e nem responsabilidades. Assim John foi meio que criado solto, sem muitos exemplos familiares positivos a seguir. Essa sua personalidade complicada acabou também sendo passada para seus filhos. Não faz muito tempo vazou na internet um longo e revelador depoimento de seu filho, Julian. Nele o filho de John resolveu falar de alguns aspectos nada lisonjeiros de seu pai. Lennon é retratado como um pai distante, insensível e nas poucas vezes que conviveu com o filho, muito áspero e até mesmo raivoso. Nada parecido com a imagem de paz e amor que tantos se acostumaram a associar a ele. Na verdade John Lennon nunca foi uma pessoa muito fácil de conviver. Segundo as próprias palavras de Paul McCartney: "John Lennon era um gênio, mas não um santo!"
Dentro dos Beatles John também não foi de convivência muito fácil. O fato é que inegavelmente a fama lhe subiu à cabeça, o que fez com que John começasse a uma competição de falar bobagem. Mal lhe colocavam um microfone em sua frente John começava a opinar sobre tudo e todos, muito embora não tivesse preparo intelectual e técnico para emitir esse tipo de opinião sobre os mais variados assuntos. Por isso também acabou ficando em maus lençóis, principalmente quando desandava a falar de religião. Sua frase mais infame nesse aspecto foi "Os Beatles são mais populares do que Jesus Cristo". Isso irritou meio mundo e causou tamanho problema que o próprio John depois teve que vir a público pedir desculpas, afirmando que havia sido mal interpretado.
Sim, John era um ser humano e como tal tinha defeitos e muitos. A despeito de tudo isso também se tornou um artista genial. Muitas vezes a personalidade contraditória e cheia de complexidades acaba dando origem a manifestações culturais e artísticas maravilhosas. Seres humanos torturados acabam se tornando artistas geniais. John tinha traumas pela morte precoce da mãe, rancor pelo abandono de seu pai e indiferença com seu filho. Isso tudo porém gerou o caldeirão de sinceridade na qual Lennon iria escrever algumas de suas melhores canções, algumas realmente imortais. Certamente John Lennon não era bem um exemplo de pessoa, gostava de brigar em bares e boates, fumava, bebia e usava drogas. Mesmo assim, com tanta coisa contra, jamais deixou de ser um artista genial. Afinal de contas como ele mesmo dizia a "genialidade é uma espécie de loucura". É mesmo John, concordo plenamente.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
John Lennon - The Collected Artwork
Desde que John Lennon morreu muitos de seus desenhos e gravuras viraram ícones da indústria de consumo. Seus rabiscos estão em cartões, camisetas, livros, discos e até mesmo brinquedos. Agora procurando levar mais a sério a produção artística visual de Lennon um livro chamado "John Lennon: The Collected Artwork" pretende reunir o melhor de sua produção em suas 204 páginas. A reunião dos esboços vai até o passado, na infância de John, e resgata alguns de seus desenhos mais antigos, vários inspirados em Ivanhoe e outras obras literárias juvenis que fizeram a cabeça do garoto de Liverpool. No começo da década de 1960 ele ousou até mesmo a tentar uma carreira como chargista, mas a ideia ficou pelo meio do caminho por causa da música e de sua banda, os Beatles. Seus desenhos porém sobreviveram ao tempo e estão na publicação. Fechando a exposição o livro ainda traz desenhos feitos por Lennon nos anos 1970, quando ele retratou seu casamento com Yoko Ono e aspectos cotidianos de seu filho Sean.
Essa insistência em pintar e desenhar vem de longe. Na juventude John Lennon foi um dos alunos do Liverpool College of Art onde ele procurou desenvolver seu gosto pelos desenhos e quadros de artes plásticas. Foi justamente lá que ele desenvolveria uma grande amizade com outro jovem entusiasta dos pincéis, Stu Sutcliffe. Ele, mais do que qualquer outra amizade que John tenha feito nessa época em sua vida, foi o mais querido amigo de seu ciclo de pessoas próximas naqueles tempos pioneiros. Os especialistas porém concordam que ao contrário de Stu, que era realmente um bom pintor, John Lennon na verdade não tinha tanto jeito assim para desenhar e pintar. Por isso a guitarra acabou sendo a grande válvula de escape. Se ele não era nenhum Picasso podia ao menos tentar seguir os passos de seus ídolos na música. O importante era viver expressando sua arte de alguma forma. Deu no que deu.
Em sua "obra" John Lennon poderia ser considerado um minimalista. Ele procurava o máximo de efeito com o mínimo de traços e linhas. Seus temas eram geralmente sentimentais, tristes ou até mesmo bobos. O importante para John era se sentir conectado com o desenho ou a pintura que acabara de produzir. Era uma forma também de aliviar o stress depois de demoradas sessões de gravações ou composições que exigiam muito dele, tanto do ponto de vista físico como emocional. Em muitas ocasiões John mandava cartas visuais para seus amigos, praticamente sem texto, apenas com figuras. Era uma forma diferente de se expressar. O livro é muito bom no geral, mas como foi financiado em parte por Yoko Ono há um certo exagero em seu texto, que tenta colocar John Lennon como algum tipo de gênio dos pincéis. Não vamos chegar a tanto, não é mesmo?
Pablo Aluísio.
John Lennon - Happy Xmas (War Is Over)
Lennon oscilava entre declarações polêmicas e brigas com religiosos e sempre que era perguntado sobre qual seria sua verdadeira religião dizia que era na realidade um adepto do zen budismo (seja lá o que isso queira dizer). Quando seu single natalino chegou nas lojas muitos ficaram intrigados, pois não era comum ver uma pessoa que não se considerava um cristão colocando no mercado uma gravação natalina. Era uma contradição certamente.
Outro fato que chamou a atenção foi a campanha que Lennon levou para as ruas chamada "War Is Over" que tinha como lema a frase "A Guerra termina se você quiser!". Nem é necessário explicar que isso mexeu com muita gente poderosa. Para os republicanos Lennon deveria ficar de bico calado, afinal de contas ele não passava de um estrangeiro com visto provisório nos Estados Unidos. Por que ficava se metendo a toda hora nos assuntos internos dos americanos, já que era inglês? Essa foi uma das razões que sua barra iria pesar nos anos seguintes. Além disso John Lennon, sempre polêmico, resolveu que não precisava de estúdio nenhum para gravar o disco. Chamou o coro da comunidade negra do Harlem e mandou ver, quase de forma amadora.
E por incrível que pareça a gravação ficou realmente ótima! O produtor excêntrico Phil Spector foi contratado para embelezar ainda mais a faixa. No lado B o single trazia outra faixa natalina, "Listen, the Snow Is Falling". Depois que o compacto chegou nas lojas Lennon teve que encarar todas aquelas críticas venenosas, inclusive algumas o chamando de "tolo" e "palhaço" por promover tão singela campanha de paz. John deu de ombros e de seu modo característico declarou: "Não me importo de ser um palhaço em um mundo onde as pessoas ditas sérias estão enviando jovens para morrerem em guerras sem sentido".
Pablo Aluísio.