segunda-feira, 25 de maio de 2015
Golpe Duplo
Título Original: Focus
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Argentina
Estúdio: Warner Bros
Direção: Glenn Ficarra, John Requa
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Sinopse:
Nicky (Smith) é um sujeito que vive de aplicar golpes nos desavisados. Geralmente usando de grande astúcia e esperteza, ele engana quem cruzar com seu caminho. Assim acaba formando seu próprio grupo de criminosos cujo objetivo é obter a maior quantia possível, seja em furtos, seja com estelionatos. Casualmente acaba conhecendo a linda Jess (Margot Robbie) que deseja aprender seus truques. A relação que começa como mentor e pupila logo vira algo mais, despertando uma grande paixão entre eles, que só cresce entre um novo golpe e outro. Isso porém deve ser deixado em segundo plano na visão de Nicky, uma vez que o mais importante mesmo é manter o foco na próxima jogada ilegal.
Comentários:
Em um primeiro momento parece ser mais um daqueles filmes de ação genéricos que o ator Will Smith vem estrelando nos últimos anos. Assim que começa o filme porém você começa a perceber que existem algumas novidades. Uma delas é uma bem selecionada trilha sonora, cheia de clássicos de rock e da black music. Depois vamos percebendo que o roteiro, apesar de lidar com um casal de vigaristas que vivem de golpes, possui um argumento bem romântico, mais do que poderíamos esperar. Will Smith parece preocupado em trazer uma certa sofisticação e classe para seu personagem, embora ele seja, como já escrevi, um criminoso. A relação amorosa de seu personagem com Jess (Margot Robbie) é outro ponto que chama atenção pelo destaque que ganha ao longo da trama. O que parece ser um flerte habitual acaba ganhando dimensões de grande paixão, amor verdadeiro, por mais estranho que isso possa parecer em um filme como esse. A atriz Margot Robbie é inegavelmente muito bonita e sensual e ganha mais pontos ainda nesse aspecto ao desfilar na tela usando um figurino desenhado por figurões do mundo da moda. O conjunto certamente acaba se tornando um colírio para os nossos olhos. Curiosamente um dos vilões (se é que podemos dividir os personagens entre mocinhos e vilões, já que todos caminham pelo fio da navalha da criminalidade) é interpretado pelo ator brasileiro Rodrigo Santoro. Ele é dono de uma escuderia de Fórmula 1 que pretende destruir os concorrentes, mas não nas pistas, como era de se imaginar, mas sim usando Nicky (Smith) para lhes passar um aplicativo falso.
Santoro até que se sai bem, mesmo com um personagem meio vazio e unidimensional que não abre margem a maiores pretensões nesse sentido. De certa maneira não há muito o que falar sobre ele, a ponto inclusive do roteiro não explicar sequer se seu personagem é brasileiro ou argentino (grande parte do segundo ato do filme se passa em Buenos Aires). Por falar nisso o roteiro se divide em dois arcos narrativos bem delimitados. No primeiro, passado nos Estados Unidos, o personagem de Will Smith conhece e se apaixona por Jess (Robbie). Ela é uma loira bonita que vive de dar pequenos golpes, como a do "marido traído". No segundo ato, todo rodado na Argentina, já após uma breve separação, ele a reencontra na terra dos hermanos. Ambos estariam envolvidos mais uma vez em golpes. Por fim e não menos importante é bom salientar que o roteiro traz algumas situações que não consegui digerir, por serem pouco críveis. Entre elas a mais absurda acontece em um jogo de futebol americano, quando Will começa uma insana rodada de apostas com um milionário oriental - só vendo para crer mesmo! Então é isso, "Focus" é um filme de ação certamente, mas Will procura de todas as maneiras injetar um certo grau de sofisticação em cada cena, tal como fazia no passado o grande Steve McQueen em algumas produções de sua filmografia. Funcionou? Em termos. Não é uma maravilha cinematográfica, mas também consegue escapar de ser apenas mais um filme de ação derivativo e sem novidades.
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de maio de 2015
Grace - A Princesa de Mônaco
Título no Brasil: Grace - A Princesa de Mônaco
Título Original: Grace of Monaco
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Suíça
Estúdio: Stone Angels
Direção: Olivier Dahan
Roteiro: Arash Amel
Elenco: Nicole Kidman, Frank Langella,Tim Roth, André Penvern
Sinopse:
O filme narra a história da famosa atriz e estrela de Hollywood Grace Kelly (Nicole Kidman). Em meados dos anos 1950 ela decidiu abandonar uma bem sucedida carreira no cinema americano para se casar com o príncipe Rainier III, de Mônaco. Suas convicções pessoais em viver um verdadeiro conto de fadas porém logo ficam abaladas quando o aclamado diretor Alfred Hitchcock a procura novamente para que ela faça parte de seu novo filme, "Marnie". Será que Grace deixaria sua vida de princesa para retomar sua vida de estrela nos Estados Unidos? Filme baseado em fatos reais.
Comentários:
Quando Nicole Kidman foi anunciada para viver Grace Kelly no cinema particularmente criamos boas expectativas, afinal de contas sempre consideramos Kidman uma espécie de sucessora do charme e glamour da princesa Grace. Esse roteiro vinha há tempos rodando em Hollywood e nenhum grande estúdio parecia interessado em o levar para as telas. O que desanimava os produtores eram os altos custos envolvidos e o fato de que o nome de Grace Kelly hoje em dia já não é mais tão conhecido entre o público jovem (que é o maior consumidor de cinema mundo afora). Assim, com bastante luta e força de vontade, se conseguiu investimento na Europa e o filme finalmente pôde ser realizado. Ao custo de 30 milhões de dólares (um orçamento considerado bem enxuto em termos de Hollywood) e com Kidman no papel principal tudo parecia bem promissor. A produção acabou inclusive abrindo o Festival de Cannes em 2014. O problema é que apesar de toda a boa vontade temos que reconhecer que o resultado final é bem fraco, abaixo das expectativas. O roteiro se concentra em um período bem delimitado da vida da atriz, exatamente alguns anos após ela abandonar sua carreira. Seus filhos já estão um pouco crescidos e ela começa a se sentir frustrada com a vida que leva.
Ser dona de casa com dois filhos pequenos para criar pode certamente deixar um sentimento bem decepcionante para uma mulher como ela, que viveu as glórias da fama. Para piorar o próprio principado de Mônaco vivia momentos turbulentos, causados pelos constantes atritos com a França. Grace assim tinha que conciliar suas obrigações como mãe e esposa com a vontade de protagonizar um retorno à Hollywood pelas mãos de Alfred Hitchcock e acima de tudo apoiar o marido em sua crise política com os franceses. O maior pecado desse filme é que ele se mostra polido e tímido demais ao contar sua história. A crua verdade é que após alguns anos casada com o príncipe, Grace Kelly começou a afundar em uma grande depressão e decepção com o que sua vida havia se transformado. Embora gostasse de Rainier ela nunca o amou de verdade. Foi mais um impulso para se tornar uma princesa e viver dias de nobreza na Europa do que qualquer outra coisa. Depois que vieram os filhos, ela acabou ficando presa nessa gaiola de ouro, que apesar da riqueza e luxo não deixava de ser uma gaiola. As coisas foram melancolicamente seguindo em frente até sua morte trágica em um acidente de carro (que o filme solenemente resolveu ignorar). Assim no final chegamos na conclusão de que além de medroso e fraco, o filme também perdeu a chance de contar uma grande história. O mito de Grace Kelly certamente merecia algo melhor.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de maio de 2015
Contra o Sol
Título Original: Against the Sun
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: American Film Company
Direção: Brian Falk
Roteiro: Brian Falk, Mark David Keegan
Elenco: Tom Felton, Garret Dillahunt, Jake Abel
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme narra a história de três tripulantes de um avião militar americano durante a Segunda Guerra Mundial. Após perder a rota em que estavam, descobrem que estão completamente perdidos bem no meio da imensidão do Oceano Pacífico. Algumas horas depois finalmente acaba o combustível e a aeronave faz um pouso forçado na água. Assim ficam à deriva os três militares, sem água, comida ou esperança de resgate. Um jogo de sobrevivência começa para testar todos os limites do ser humano.
Comentários:
Muito boa essa reconstituição de um fato real ocorrido durante a guerra. Imagine três aviadores totalmente perdidos, tentando sobreviver em um pequeno bote, bem no meio do Oceano Pacífico. Não existe água potável, comida e nem qualquer sinal de civilização por perto. No começo os três tentam de todas as formas sobreviver e acabam tendo muita sorte, com a ajuda providencial da própria natureza. Passam dias sem água, mas felizmente numa noite finalmente são abençoados com a chuva para os livrar de uma morte certa. Depois tentam pescar, algo muito complicado de se fazer, pois eles não tinham os meios adequados para isso. Para piorar o pequeno bote, que acaba virando uma verdadeira cápsula de sobrevivência, começa a ser cercado por centenas de tubarões famintos. O roteiro é muito bom, não deixando o filme cair em um marasmo, o que seria de se esperar em um enredo que se passa totalmente dentro de um pequeno bote à deriva no mar, com três homens dentro. Lá eles acabam passando por um teste brutal de superação, mostrando que o ser humano consegue superar qualquer limite, desde que haja a devida força de vontade e a garra necessária para se vencer. Em termos de elenco o nome mais conhecido do grande público é o de Tom Felton, o Draco Malfoy da série "Harry Potter". Outro que se destaca é Garret Dillahunt, como o capitão do avião. Dentro do pequeno bote ele precisa manter a moral de seus homens alta, para evitar que todos caiam no desespero. Seus esforços nesse sentido são essenciais, como a confecção de um mapa praticamente imaginário com a rota que os levará para a ilha mais próxima! Enfim, uma produção muito boa para levantar e fortalecer sua capacidade de superação em momentos complicados da vida.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Calvário
Título no Brasil: Calvário
Título Original: Calvary
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, Irlanda
Estúdio: Reprisal Films, Octagon Films
Direção: John Michael McDonagh
Roteiro: John Michael McDonagh
Elenco: Brendan Gleeson, Chris O'Dowd, Kelly Reilly
Sinopse:
Após se tornar viúvo, James Lavelle (Brendan Gleeson) decide seguir uma velha vocação e se torna Padre. Depois de ordenado é enviado para um pequeno vilarejo na costa da Irlanda. Sua missão evangelizadora não se torna nada fácil naquele lugar. As pessoas da região não estão mais dispostas a serem religiosas e alguns o tratam até mesmo com hostilidade. Mesmo assim o velho Padre James segue em frente com todas as dificuldades. As coisas porém saem do controle quando, em uma confissão, um homem lhe avisa que irá matá-lo em uma semana pois teria sido vítima de abuso quando era uma criança. O autor do crime teria sido um Padre. Agora ele deseja se vingar da Igreja, matando o Padre James, mesmo que ele nada tenha a ver com o que aconteceu no passado. Filme vencedor de diversos prêmios entre eles o Berlin International Film Festival, British Independent Film Awards, European Film Awards e ASCAP Film and Television Music Awards.
Comentários:
Grande filme. Seu roteiro toca em muitas questões importantes. A mais relevante delas é a crise de fé que vive a Europa nos tempos atuais. O roteiro acompanha os esforços, muitas vezes em vão, desse sacerdote católico em reviver a crença dos moradores de uma pequena vila na Irlanda (um dos países europeus mais tradicionais na fé católica). Seu rebanho é desanimador. Poucos ainda cultivam a fé e muitos levam uma vida desregrada, sem o menor sinal de arrependimento por isso. Há uma esposa que trai o marido ostensivamente e se orgulha disso, um médico ateu sempre pronto a zombar das crenças do Padre James e um sujeito perturbado, que deseja se matar por não encontrar mais nenhuma razão para continuar em frente com sua vida. Há ainda um rico financista que mora na cidade que está disposto a ajudar a Igreja, doando bastante dinheiro para a paróquia. Ele porém é um ser espiritualmente vazio, que pouco se importa com o caráter ilegal de seus atos no mercado financeiro. Como se tudo isso não fosse ruim o bastante, o Padre ainda precisa lidar com um sujeito que o ameaça constantemente e que deseja matá-lo em uma semana.
O roteiro assim mostra justamente os sete dias dessa semana que antecede o encontro do Padre com o sujeito que o está ameaçando de morte. O que há por baixo de todo esse enredo é um retrato realmente devastador da falta de fé de certas regiões da Europa atualmente. Como se sabe a fé cristã passa por um momento delicado naquele continente, principalmente por causa do avanço do ateísmo entre a população mais jovem. Assim se torna cada vez mais complicado levar uma missão de fé e evangelização em lugares onde a palavra do Cristo já não é mais tão aceita e acolhida como antigamente. O próprio Padre James (interpretado de forma maravilhosa pelo ator veterano Brendan Gleeson) também em certo momento já não parece mais tão disposto em lutar contra toda essa situação. O cinismo e a falta de respeito dominante com que suas pregações são recebidas começam a minar sua força de vontade e energia. Até mesmo quando dá a extrema-unção a um homem que está prestes a morrer ele vira alvo de piadas do médico ateu e sarcástico que trabalha no hospital local. Uma lástima completa. Em suma, um belo retrato, embora triste, da questão religiosa nos tempos em que vivemos. Para assistir e refletir depois sobre toda essa situação desanimadora.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Exorcismo no Vaticano
Título no Brasil: Exorcismo no Vaticano
Título Original: The Vatican Exorcisms
Ano de Produção: 2013
País: Itália
Estúdio: Arturo and Mario Productions
Direção: Joe Marino
Roteiro: Mauro Paolucci, Salvatore Scarico
Elenco: Piero Maggiò, Joe Marino, Anella Vastola
Sinopse:
Um diretor de documentários decide que seu próximo filme terá como tema o Diabo! Para isso ele resolve ir até o Vaticano atrás de padres exorcistas. Sua objetivo é ter contato direto com pessoas supostamente possuídas pelo próprio Satã. Uma vez lá descobre que, apesar de seu ceticismo inicial, começa a ter sintomas de que ele própria estaria sendo alvo de uma possessão demoníaca. Desesperado, ele percebe que está rapidamente perdendo o controle sobre o filme e sobre sua própria vida!
Comentários:
"The Vatican Exorcisms" é um mockumentary (falso documentário) italiano que investe na figura do diabo e do universo que gira em torno dos exorcismos realizados por sacerdotes católicos especialmente treinados para isso pelo Vaticano. Infelizmente esse tipo de estilo está dominando completamente os filmes de terror de baixo orçamento, afinal de contas são baratos, fáceis de filmar e não precisam de maior cuidado técnico em sua realização. Quanto mais tosco mais parecerá que se trata realmente de um documentários com imagens reais. Esse aqui começa com o diretor Joe Marino indo até o Vaticano. No começo há uma tentativa de caluniar a Igreja, a colocando como o lar do próprio Satã. Imagens de membros do clero são usadas de forma leviana, em especial do Papa Bento XVI e do cardeal Tarcisio Bertone, algo que daria margem a um pesado processo caso o Vaticano decidisse os acionar na justiça. A igreja porém resolveu sabiamente ignorar o filme, caso contrário iria trazer os holofotes da imprensa sobre ele e para falar a verdade essa obra B nem vale a pena o esforço.
Pois bem, a primeira cena tenta recriar um ritual pagão em um cemitério de Roma. Supostamente membros do clero estariam envolvidos. Tudo é muito mal feito, desfocado e escuro. Uma piada. Depois o diretor parece desistir de atacar a Igreja Católica e parte finalmente para os exorcismos. São quatro no total. Até que são cenas interessantes, mas que em nada vão surpreender os que já assistiram inúmeros filmes de exorcismo. Há uma jovem possuída por um demônio que fica cantando músicas em louvor a Satã, uma freira católica que está possuída há mais de dez anos, um rapaz que se contorce ao declarar que está sob domínio de demônios como Mefistófeles e por fim uma garotinha de oito anos que completa a possessão do diretor do documentário. O filme é só isso, tem pouca duração, com meros 70 minutos e acaba rápido. Não há um roteiro digno de se elogiar. As coisas parecem acontecer realmente ao acaso. Por ser tão mal intencionado e fugaz passa longe de ser algo memorável para os apreciadores do gênero. Melhor fazer como a Igreja e ignorar completamente esse filmeco.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Te Pego Lá Fora
Anos depois o filme iria se tornar figurinha fácil na Sessão da Tarde. Por esse tempo até que fazia mais sucesso entre os jovens, até porque ninguém estava gastando dinheiro para ver, era tudo de graça na televisão. Em termos de elenco não há ninguém conhecido. E a direção também praticamente não existe. O roteiro se limita a explorar a exaustão de um carinha que vai ter que enfrentar um valentão quando as aulas terminarem. E é isso, apenas isso. Sem graça, vamos convir.
Te Pego Lá Fora (Three O'Clock High, Estados Unidos, 1987) Direção: Phil Joanou / Roteiro: Richard Christian Matheson, Tom Szollosi / Elenco: Casey Siemaszko, Annie Ryan, Richard Tyson / Sinopse: Na escola um valentão ameaça um nerd e deixa claro que vai pegar ele lá fora, quando as aulas terminarem.
Pablo Aluísio.
Doom - A Porta do Inferno
Título Original: Doom
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Andrzej Bartkowiak
Roteiro: Dave Callaham, Wesley Strick
Elenco: Karl Urban, Rosamund Pike, Dwayne Johnson
Sinopse:
Uma base espacial da Terra em Marte cessa todas as suas comunicações com nosso planeta. Ninguém sabe ao certo o que poderia ter acontecido. O pouco que se sabe é que por um evento biológico desconhecido todos os membros da expedição teriam entrando em um procedimento de quarentena no modo de mais alta segurança, isso poucos momentos antes de pararem as transmissões. Para descobrir o que de fato aconteceu um grupo de militares altamente preparados é enviado para o planeta vermelho. Mal sabem eles a terrível ameaça que encontrarão pela frente.
Comentários:
Tenha muito receio antes de assistir qualquer adaptação de games para o cinema. Os números não são nada favoráveis. De cada 10 adaptações, nove são bombas absolutas. Esse "Doom - A Porta do Inferno" não foge à regra. Baseado no popular e famoso game de tiros em primeira pessoa, sua transposição para as telas foi um dos maiores desastres daquele ano. Na época a Universal estava atrás do público consumidor de games - que tomou proporções tão gigantescas nas últimas décadas que hoje em dia fatura mais do que a indústria de cinema americana. Infelizmente linguagens diferentes nem sempre são compatíveis para dois tipos de entretenimento. O que pode ser plenamente satisfatório para quem está jogando certamente soará como algo vazio e sem conteúdo para uma plateia de cinema. É o que acontece aqui. A ação pela ação, sem uma base por trás de tudo, só consegue mesmo despertar bocejos nos cinéfilos. Nem a presença do "The Rock" aumenta o interesse na fita que realmente é muito abaixo do esperado. Melhor comprar o game, se for a sua praia, do que ver esse filme.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de maio de 2015
The Lovers
Com enredo que mais parece ter saído daqueles livros românticos ao estilo "Sabrina", esse "The Lovers" não me convenceu muito. Na verdade o roteiro é até mesmo confuso, forçado e não raras vezes cai no puro tédio. O que liga as duas histórias, passadas em tempos diferentes, é o tal do anel indiano que parece ter poderes especiais, unindo tempo e espaço diversos. Para um filme que se propõe a ser romântico o seu grande problema é justamente o casal central, que não convence em momento algum. O amor que nutrem entre si sempre soa falso e fora de propósito. O tal anel também não acrescenta em nada, mais parecendo um mero pretexto para contar duas histórias tão diferentes entre si. Delas a melhor realmente é a que se passa no passado. Há uma tentativa de trazer alguma ação quando tropas inglesas são encurraladas por rebeldes indianos. Mesmo assim logo a decepção toma conta porque nada é muito desenvolvido nesse aspecto. O filme no geral tem boa produção, uma bonita fotografia e bom visual, mas o que estraga mesmo é esse enredo que deixa a sensação de que realmente tudo o que é mostrado na tela não faz muito sentido.
The Lovers (Idem, Bélgica, Índia, Austrália, 2015) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ajey Jhankar, Roland Joffé / Elenco: Josh Hartnett, Tamsin Egerton, Alice Englert / Sinopse: Um oficial do exército inglês se apaixona por uma nobre indiana durante o período colonial britânico sobre a Índia. Como prova de amor entre eles surge um anel que representa o sentimento de ambos. No futuro o anel acaba sendo descoberto por um expedição também formada por um casal apaixonado. Ao tentar salvar sua namorada um dos mergulhadores acaba entrando em coma. Poderá a jóia ser a redenção desse amor?
Pablo Aluísio.
Serena
Título no Brasil: Serena
Título Original: Serena
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França, República Tcheca
Estúdio: Magnolia Pictures, StudioCanal
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Christopher Kyle, Ron Rash
Elenco: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Rhys Ifans, Sean Harris, Toby Jones
Sinopse:
No estado americano da Carolina do Norte, no ano de 1919, o empresário do ramo de madeireiras, George Pemberton (Bradley Cooper), precisa lidar com dois grandes problemas: o primeiro é sua dívida com bancos da região, algo que só fez crescer em volume com o tempo por causa dos juros altos; o segundo é o surgimento de um movimento liderado pelo xerife da cidade contra a devastação da última floresta virgem dos Estados Unidos. Ele quer transformar toda a região em uma grande reserva nacional, de proteção ambiental, mas obviamente isso vai contra os planos de Pemberton que planeja extrair toda a madeira das montanhas para assim ter o lucro necessário para pagar seus inúmeros credores. No meio desse turbilhão de acontecimentos George acaba conhecendo e se apaixonando pela bela Serena (Jennifer Lawrence), uma garota com passado trágico que deseja lutar ao seu lado em prol de seus empreendimentos comerciais.
Comentários:
Esse filme foi produzido para fazer bonito no Oscar desse ano, mas a Academia resolveu ignorar a produção. Talvez a razão principal seja o fato do personagem principal ser politicamente incorreto para a mentalidade dos dias atuais. Ele é um barão da madeira, um sujeito que faz fortuna devastando vastas áreas de floresta, deixando um rastro de destruição por onde passa. Como se isso não fosse o bastante, também é um caçador, que nas horas vagas se empenha em caçar e matar uma das últimas panteras vivas soltas na natureza em sua região! Imagine torcer por um sujeito assim nos dias de hoje! Impossível. Outra questão que certamente assustou os membros da Academia é o fato de que o roteiro, que começa como um épico romântico, se tornar cada vez mais sombrio e trágico com o desenrolar da trama, principalmente em relação à personagem interpretada pela atriz Jennifer Lawrence, Serena. Após um breve romance, ela se casa com George Pemberton (Cooper), mas a medida que tenta dar um filho a ele e não consegue, começa a desenvolver uma personalidade doentia e obsessiva (com ares de loucura completa).
Para acentuar ainda mais seu drama pessoal descobre que seu marido teve um filho com uma de suas ex-empregadas, uma jovem que volta a trabalhar com ele, com o seu filho a tiracolo. A presença dela acaba se tornando uma ameaça na mente de Serena e isso com o tempo vai se tornando um martírio psicológico insuportável. A produção, como não poderia deixar de ser, é classe A, com excelente reconstituição de época e figurinos luxuosos. Há toda uma reconstrução das empresas de extração de madeira da época, com direito a locomotivas e acampamentos no alto das montanhas. A região onde tudo foi filmado também é de uma beleza ímpar, resultando em uma belíssima fotografia natural. Tudo muito bem realizado. Assim temos aqui sem dúvida um bom filme que merecia ter sido melhor avaliado e com mais cuidado pela Academia. Algumas indicações não lhe fariam mal. Pena que o pensamento liberal e politicamente correto dos dias de hoje acabaram anulando qualquer pretensão do filme em relação ao Oscar.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Kingsman - Serviço Secreto
Título no Brasil: Kingsman - Serviço Secreto
Título Original: Kingsman - The Secret Service
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox, Marv Films
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn
Elenco: Colin Firth, Taron Egerton, Samuel L. Jackson, Mark Hamill, Michael Caine, Mark Strong
Sinopse:
Gary 'Eggsy' Unwin (Taron Egerton) é um jovem inglês problemático que após uma confusão com a polícia acaba sendo procurado pelo misterioso Harry Hart (Colin Firth). Ele foi amigo de seu pai, um agente secreto que morreu de forma não muito bem explicada, há muitos anos. Harry porém está decidido a ajudar o garoto de todas as formas possíveis. Ele não quer que o rapaz se desvie do caminho, se tornando um criminoso. Depois de uma conversa franca com ele decide que vai ajudá-lo a entrar em sua própria organização secreta conhecida como "Kingsman". Mal sabe Eggsy as aventuras em que está prestes a viver!
Comentários:
Eu confesso que nem fui muito atrás de maiores informações antes de ir assistir a esse filme. Tudo o que me atraía era o fato de ser estrelado pelo ator Colin Firth e o tema girar em torno do mundo da espionagem. Bom, me dei mal. Logo na primeira cena pude perceber, para meu desalento, que se tratava de mais uma adaptação do mundo dos quadrinhos e esses, pelo que pude constatar, eram bem juvenis mesmo. Material para adolescente. O roteiro mostra esse jovem, um garoto problemático, que acaba virando pupilo de Harry Hart (Colin Firth) ou Galahad, agente de uma organização secreta conhecida apenas como Kingsman. Até aí tudo bem, a premissa até que parecia muito boa e até promissora. O problema é que realmente não estava com espírito para encarar algo assim tão, digamos, adolescente. É um produto pop juvenil feito para a garotada que lota os cinemas no verão. O enredo vai se desenvolvendo nervosamente, ora funcionando como paródia dos antigos filmes de James Bond, ora como galhofa dos velhos valores. Existem poucas coisas que irão soar como novidade para um cinéfilo veterano como esse que vos escreve. Tudo é muito manjado e já foi utilizado milhões de vezes antes. Se formos puxar o fio da meada descobriremos facilmente que "Kingsman" é apenas um enorme caldeirão de clichês que se utilizam de elementos de centenas de outros sucessos do cinema, alguns até bem recentes. Sua originalidade é quase zero!
Em determinado momento fiz até mesmo uma analogia com os filmes de Harry Potter, principalmente quando jovens são testados para virarem espiões (em Potter eles estudavam para se tornarem bruxos). Também há pitadas de "Jogos Vorazes" porque esse grupo de jovens irá também passar por uma competição, onde apenas os mais fortes sobreviverão e entrarão para os quadros da ultra secreta organização. A produção é muito boa, bem realizada, com bonita direção de arte, fotografia, etc, mas realmente não consegui gostar do filme como um todo. Atribuo isso ao fato de não ter mais a mentalidade e nem a idade de 14 anos - justamente a faixa etária que acredito ser a ideal para curtir esse tipo de filme ao lado dos amigos, comendo muita pipoca e tirando onda com o lanterninha. Algumas cenas são tão nonsense que acabam ficando divertidas como o massacre no culto evangélico, mas é só! A única maneira de se divertir um pouco é desligar o cérebro e não levar absolutamente nada a sério. Depois de uns 10 minutos de filme, quando você finalmente percebe toda a intenção dele, não resta outra saída a não ser tentar entrar no clima. Para alguns pode até vir a se tornar uma boa diversão. Comigo porém definitivamente não funcionou.
Pablo Aluísio.