Data: janeiro de 1960 / Fonte: "Elvis e Eu" / Texto: Priscilla Presley e Sandra Harmon / Photo: RCA Victor / Local: Hollywood, USA.
O Natal em Graceland - "Feliz Natal!"- exclamou Elvis, orgulhoso, entregando-me um cachorrinho cor de mel, de seis semanas. "Oh! Elvis, é a coisinha mais linda que eu já vi!" - Abracei-o e ouvi um latido abafado entre nós - "Oh Honey, desculpe!". Involuntariamente eu acabara de batizar o cachorrinho de Honey. Era véspera de Natal. Elvis rezara por um natal branco e - como resposta ao seu pedido - naquela noite caíram dez centímetros de neve. A reunião em torno da árvore de Natal incluía Vernon e Dee, os três filhos dela - David, Billy e Ricky - o círculo íntimo com suas mulheres e mais um punhado de outros amigos e parentes de Elvis. Todos se mostraram simpáticos e me fizeram saber que era bem vinda, embora parecesse estranho me ver a mim e não Anita Wood ao lado de Elvis. Anita partilhara o Natal com ele nos dois últimos anos. Havia ocasiões em que eu não podia deixar de especular se Elvis ainda sentia saudades dela. Não era fácil para ele se separar das pessoas. Eu sabia disso.
Foi divertido observar Elvis abrir os presentes. "Era exatamente o que eu estava precisando, outra caixa de jóias" - disse ele rindo desembrulhando a quarta da noite. Ele olhou para Gene Smith, uma das poucas pessoas que era capaz de fazê-lo rir sistematicamente. "Foi você que me deu isso, Gene?" - "Não, El, não fui eu" - respondeu Gene. "Pensando bem, não podia ser você, Gene. É bom gosto demais" - todos riram com Elvis. "Poxa, E, como você pode dizer uma coisa dessas?" - murmurou Gene, em seu arrastado sotaque sulista. "Muito fácil" - Elvis estreitou os olhos - "Basta olhar pra você Gene, um exemplo vivo do mau gosto" Fingindo estar ofendido, Gene afastou-se coçando a cabeça, enquanto todos riam. Embora houvesse muitas brincadeiras, eu sentia uma tristeza em Elvis quando nossos olhos se encontravam.
Não pude deixar de recordar o que ele me dissera certa ocasião na Alemanha: "O Natal em Graceland nunca mais será o mesmo sem mamãe. Será terrível para mim e não sei se sou capaz de suportar a solidão. Mas acho que conseguirei de alguma forma. Deus me dará a força necessária." Querendo distraí-lo, estendi um presente de papel muito colorido e disse: "Aqui está mais um, que você esqueceu de abrir". Era o meu presente, uma caixinha musical, que eu deliberadamente deixara por último. Prendi a respiração enquanto ele abria. No momento em que ele levantou a tampa, soaram os acordes de "Love me Tender". "Adorei! Juro que adorei, Cilla! Muito Obrigado!" Havia um brilho intenso nos seus olhos e desejei sempre poder fazê-lo feliz assim. De todas as celebrações e datas durante o ano o Natal sempre foi o preferido de Elvis. Além do aspecto religioso, sempre forte em Elvis, havia a sempre presente lembrança dos natais passados ao lado de sua querida mãe Gladys. Um feliz Natal para todos!
If Every Day Was Like Christmas (Red West) - Música natalina lançada em single para o natal de 1966. Sob o comando de Felton Jarvis, Elvis registra uma das melhores melodias de sua carreira. Nota-se claramente o avanço de qualidade em relação às trilhas sonoras do mesmo período. Primor de interpretação de Elvis Presley em todos os aspectos. O single foi lançado com "How Would You Like To Be" no lado B, sendo essa uma reprise do filme "It Happened At World's Fair" (Loiras, ruivas e morenas, no Brasil). A música foi gravada nas mesmas sessões de "I'll Remember You" e "Indescribably Blue" em junho de 1966 e quando lançada em novembro desse mesmo ano chegou ao top 10 britânico.
Textos publicados no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio.