Audrey Hepburn
A atriz foi durante décadas sinônimo de elegância, sofisticação e glamour. Em uma carreira tão marcante, de tantos filmes inesquecíveis, se destacam dentre outros “Bonequinha de Luxo”, “Sabrina”, “A Princesa e o Plebeu”, “Uma Cruz à Beira do Abismo”, "Infâmia" e “Minha Bela Dama”. Em todos esses seus clássicos foi bastante elogiada pela crítica. Foi um caso até raro de atriz que conseguia agradar igualmente ao público e aos críticos de cinema. Tinha praticamente unanimidade nesse aspecto. Todos pareciam gostar dela.
Sua filmografia não é longa. Comparada com os demais astros e estrelas de sua época ela realmente fez poucos filmes. Foram apenas 34 filmes como atriz. A estreia se deu na TV, em 1949, um filme simples. Era uma garotinha. Seu primeiro filme mesmo, considerada por ela mesma, foi "O Mistério da Torre", lançado em 1951.
Ela foi indicada seis vezes ao Oscar! Por anos ela se considerou azarada pois nunca conseguia ser premiada. Já caminhava para o rol de grandes nomes da história de Hollywood que tinham sido injustiçados pela Academia quando sua sorte mudou. Finalmente em 1953 ela finalmente foi premiada por seu trabalho no filme "A Princesa e o Plebeu" onde contracenava com o ótimo Gregoy Peck. Reconhecendo o excelente trabalho dos demais envolvidos no filme dedicou o prêmio ao colega de cena e ao diretor William Wyler. Era considerada uma profissional disciplinada, amiga e humilde dentro do set de filmagens. Sua gratidão com quem havia lhe ajudado estava em toda parte por onde atuava.
Sua última aparição no cinema se deu pelas mãos de Steven Spielberg. Ela apareceu pela última vez em "Além da Eternidade" de 1989. Fazia anos que estava afastada do trabalho de atriz. Apenas após muita insistência de Spielberg ela finalmente aceitou voltar para uma despedida final do cinema. E foi um belo gesto de adeus. Após a aposentadoria no cinema se destacou por seu empenho em causas humanitárias e de ajuda aos países mais pobres. Ela faleceu no dia 20 de janeiro de 1993 em sua casa na Suíça. Ela havia deixado os Estados Unidos em busca de um lugar mais tranquilo para viver. Tinha apenas 63 anos de idade quando partiu. Deixou saudades em todos os cinéfilos mundo afora. Audrey Hepburn foi um mito eterno da sétima arte.
Pablo Aluísio.
domingo, 29 de outubro de 2006
sábado, 28 de outubro de 2006
Perfil: Lee Marvin
Um dos mais famosos vilões de filmes de western. Foi assim que Lee Marvin se notabilizou no gênero ao longo de várias décadas de atuação em Hollywood. Marvin que era natural de Nova Iorque (nasceu em 1924) começou tarde na carreira. Após servir um período como fuzileiro naval decidiu que queria atuar pelo resto de sua vida. Estreou inicialmente na televisão na série “Escape” em 1950.
Sua primeira chance no cinema veio com “Agora Estamos na Marinha”, um filme de guerra realizado um ano depois onde Marvin aproveitava de seus anos de experiência como militar para dar maior veracidade em seu pequeno papel. Após cinco anos atuando como coadjuvante Marvin teve seu primeiro papel de destaque em “O Laço do Carrasco” (1952) ao lado de Randolph Scott. Seu jeito durão, de poucos amigos, caiu muito bem ao interpretar personagens bandoleiros, assassinos, ladrões e facínoras de toda ordem.
Depois do sucesso vieram várias produções, entre elas outro western também ao lado de Randolph Scott, “O Pistoleiro” (1953). Com Marlon Brando se destacou no mesmo ano no famoso “O Selvagem” onde interpretava um motoqueiro rival ao personagem do famoso ator.
A partir daí a carreira ficou consolidada e não mais faltaram papéis em filmes interessantes. Ao lado de Rock Hudson rodou “Seminole”, participou do clássico “A Nave da Revolta”, voltou a trabalhar com o amigo Randolph Scott em “Sete Homens Sem Destino” (1956) e em “Pilastras do Céu” encarnou um personagem atípico em um western com roteiro religioso. Em 1961 trabalhou ao lado de John Wayne no último filme do grande diretor Michael Curtiz, “Os Comancheros”.
Um ano depois voltou a trabalhar com Wayne naquele que é considerado um dos maiores clássicos do western de todos os tempos: “O Homem que Matou o Facínora”. Depois de muitos anos vivendo na sombra de grandes astros Lee Marvin teve finalmente seu talento reconhecido em “Dívida de Sangue” quando finalmente ganhou o Oscar. Depois disso o ator ainda participaria de uma série de sucessos de bilheteria como “Os Doze Condenados”, “Inferno no Pacífico” e filmes que se tornaram cult como o famoso drama de guerra “Agonia e Glória”.
Sua última aparição no cinema se deu ao lado de Chuck Norris no filme “Comando Delta” de 1986. No total participou de 111 filmes em 40 anos de carreira. No final de sua vida o nova-iorquino Marvin trocou o agito das grandes cidades pela tranqüilidade do campo, indo morar em Tucson no Arizona, onde veio a falecer em agosto de 1987. Tinha 63 anos de idade.
Pablo Aluísio.
Sua primeira chance no cinema veio com “Agora Estamos na Marinha”, um filme de guerra realizado um ano depois onde Marvin aproveitava de seus anos de experiência como militar para dar maior veracidade em seu pequeno papel. Após cinco anos atuando como coadjuvante Marvin teve seu primeiro papel de destaque em “O Laço do Carrasco” (1952) ao lado de Randolph Scott. Seu jeito durão, de poucos amigos, caiu muito bem ao interpretar personagens bandoleiros, assassinos, ladrões e facínoras de toda ordem.
Depois do sucesso vieram várias produções, entre elas outro western também ao lado de Randolph Scott, “O Pistoleiro” (1953). Com Marlon Brando se destacou no mesmo ano no famoso “O Selvagem” onde interpretava um motoqueiro rival ao personagem do famoso ator.
A partir daí a carreira ficou consolidada e não mais faltaram papéis em filmes interessantes. Ao lado de Rock Hudson rodou “Seminole”, participou do clássico “A Nave da Revolta”, voltou a trabalhar com o amigo Randolph Scott em “Sete Homens Sem Destino” (1956) e em “Pilastras do Céu” encarnou um personagem atípico em um western com roteiro religioso. Em 1961 trabalhou ao lado de John Wayne no último filme do grande diretor Michael Curtiz, “Os Comancheros”.
Um ano depois voltou a trabalhar com Wayne naquele que é considerado um dos maiores clássicos do western de todos os tempos: “O Homem que Matou o Facínora”. Depois de muitos anos vivendo na sombra de grandes astros Lee Marvin teve finalmente seu talento reconhecido em “Dívida de Sangue” quando finalmente ganhou o Oscar. Depois disso o ator ainda participaria de uma série de sucessos de bilheteria como “Os Doze Condenados”, “Inferno no Pacífico” e filmes que se tornaram cult como o famoso drama de guerra “Agonia e Glória”.
Sua última aparição no cinema se deu ao lado de Chuck Norris no filme “Comando Delta” de 1986. No total participou de 111 filmes em 40 anos de carreira. No final de sua vida o nova-iorquino Marvin trocou o agito das grandes cidades pela tranqüilidade do campo, indo morar em Tucson no Arizona, onde veio a falecer em agosto de 1987. Tinha 63 anos de idade.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 27 de outubro de 2006
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
Marlon Brando e o Western
Ator de muitos recursos, Marlon Brando foi um dos mais cultuados e famosos atores americanos. Curiosamente sua carreira, desenvolvida bem no auge dos filmes de faroeste, contou com relativamente poucos filmes do gênero. Brando, um sujeito tipicamente urbano, se sentia melhor em dramas do que em westerns. Sua primeira incursão no gênero se deu de forma quase indireta. Em 1952 ele foi contratado para atuar como o revolucionário Emiliano Zapata no clássico "Viva Zapata!", dirigido por Elia Kazan. Embora não fosse um western tradicional o filme tinha elementos que lembravam bastante o gênero. Com uma mensagem fortemente ideológica o filme não agradou inteiramente o ator. Além de não se considerar fisicamente parecido com o Zapata da vida real ele teve inúmeros problemas com o produtor Darryl F. Zanuck. Na verdade estava mais empenhado em levar para a cama a estrelinha Jean Peters do que qualquer outra coisa. Não deu muito certo. Peters já estava comprometida e não conseguia levar à sério as cantadas do astro. Ele então ficou literalmente comendo poeira no meio do deserto mexicano.
Depois desse filme Brando recusou inúmeros roteiros de Western. Ele não gostava de filmar no deserto e não confiava em cavalos, como disse de forma bem sincera em sua autobiografia. Mesmo assim, quase dez anos depois de Zapata, o ator voltou ao set de filmagens de um western, "A Face Oculta". Inicialmente Brando só iria atuar nessa produção, mas problemas com o diretor original, Stanley Kubrick, tumultuaram o projeto. Para que o filme não fosse cancelado e não surgisse um prejuízo de milhões de dólares no orçamento da Pennebaker Productions (que pertencia ao próprio ator) ele resolveu assumir a direção. O problema é que Brando nunca havia dirigido um filme em sua vida e tampouco tinha qualificações técnicas para tanto. Afirmando que iria aprender enquanto filmava o ator topou o desafio. O resultado, para alguém tão sem experiência, pode ser até mesmo considerado excepcional, haja visto os inúmeros problemas que foram surgindo durante as filmagens. Para se ter uma ideia Marlon não conhecia sequer as lentes certas para as tomadas de cena. Foi realmente um aprendizado na prática do dia a dia.
De uma maneira ou outra Brando só voltaria ao velho oeste alguns anos depois em "Sangue em Sonora". Sua carreira estava em baixa, fruto de bilheterias ruins e problemas com vários estúdios de Hollywood. Brando não era um sujeito fácil de lidar e de vez em quando os convites rareavam e ele tinha que aceitar o que lhe surgia pela frente. O roteiro desse faroeste passava longe de ser excepcional, mas Brando confiava na capacidade do cineasta Sidney J. Furie de realizar um bom filme, que não desse prejuízo nas bilheterias (afinal de contas mais um fracasso iria piorar ainda mais a situação de Brando dentro da indústria cinematográfica). O resultado final se revelou bom, mas nada excepcional. O filme tem cenas fortes e um realismo cru que até hoje impressiona. Para Brando foi bom voltar a participar de um filme lucrativo, mesmo tendo que atuar em um dos lugares mais secos do mundo, no deserto de Utah.
As dificuldades de se trabalhar em uma região tão seca como aquela fez com que Brando se distanciasse novamente de faroestes. Só retornaria em meados da década seguinte no excêntrico "Duelo de Gigantes". Ao contrário da época em que rodou o filme anterior, quando estava em decadência, em "The Missouri Breaks" ele estava de novo no auge por causa do sucesso de "O Poderoso Chefão". Consagrado por público e crítica, todos queriam conferir o novo filme do ator. O que ninguém esperava era que Brando iria reverter completamente o mito do pistoleiro do velho oeste, dando vida a um personagem surreal, que usava roupas extravagantes, se vestindo de mulher em determinadas situações. Todas sugestões do próprio Brando que foram aceitas pelo diretor Arthur Penn, afinal de contas ele jamais iria perder a chance de dirigir dois monstros sagrados do cinema em um mesmo filme já que o elenco também contava com o grande Jack Nicholson (vizinho e amigo de longa data do próprio Marlon). Esse filme marcou a despedida de Brando dos faroestes. De certa maneira foi realmente um pena o ator não ter realizado mais filmes do gênero. De consolo fica a constatação de que se fez poucos, pelo menos realizou atuações marcantes dentro da mitologia do velho oeste.
Pablo Aluísio.
Depois desse filme Brando recusou inúmeros roteiros de Western. Ele não gostava de filmar no deserto e não confiava em cavalos, como disse de forma bem sincera em sua autobiografia. Mesmo assim, quase dez anos depois de Zapata, o ator voltou ao set de filmagens de um western, "A Face Oculta". Inicialmente Brando só iria atuar nessa produção, mas problemas com o diretor original, Stanley Kubrick, tumultuaram o projeto. Para que o filme não fosse cancelado e não surgisse um prejuízo de milhões de dólares no orçamento da Pennebaker Productions (que pertencia ao próprio ator) ele resolveu assumir a direção. O problema é que Brando nunca havia dirigido um filme em sua vida e tampouco tinha qualificações técnicas para tanto. Afirmando que iria aprender enquanto filmava o ator topou o desafio. O resultado, para alguém tão sem experiência, pode ser até mesmo considerado excepcional, haja visto os inúmeros problemas que foram surgindo durante as filmagens. Para se ter uma ideia Marlon não conhecia sequer as lentes certas para as tomadas de cena. Foi realmente um aprendizado na prática do dia a dia.
De uma maneira ou outra Brando só voltaria ao velho oeste alguns anos depois em "Sangue em Sonora". Sua carreira estava em baixa, fruto de bilheterias ruins e problemas com vários estúdios de Hollywood. Brando não era um sujeito fácil de lidar e de vez em quando os convites rareavam e ele tinha que aceitar o que lhe surgia pela frente. O roteiro desse faroeste passava longe de ser excepcional, mas Brando confiava na capacidade do cineasta Sidney J. Furie de realizar um bom filme, que não desse prejuízo nas bilheterias (afinal de contas mais um fracasso iria piorar ainda mais a situação de Brando dentro da indústria cinematográfica). O resultado final se revelou bom, mas nada excepcional. O filme tem cenas fortes e um realismo cru que até hoje impressiona. Para Brando foi bom voltar a participar de um filme lucrativo, mesmo tendo que atuar em um dos lugares mais secos do mundo, no deserto de Utah.
As dificuldades de se trabalhar em uma região tão seca como aquela fez com que Brando se distanciasse novamente de faroestes. Só retornaria em meados da década seguinte no excêntrico "Duelo de Gigantes". Ao contrário da época em que rodou o filme anterior, quando estava em decadência, em "The Missouri Breaks" ele estava de novo no auge por causa do sucesso de "O Poderoso Chefão". Consagrado por público e crítica, todos queriam conferir o novo filme do ator. O que ninguém esperava era que Brando iria reverter completamente o mito do pistoleiro do velho oeste, dando vida a um personagem surreal, que usava roupas extravagantes, se vestindo de mulher em determinadas situações. Todas sugestões do próprio Brando que foram aceitas pelo diretor Arthur Penn, afinal de contas ele jamais iria perder a chance de dirigir dois monstros sagrados do cinema em um mesmo filme já que o elenco também contava com o grande Jack Nicholson (vizinho e amigo de longa data do próprio Marlon). Esse filme marcou a despedida de Brando dos faroestes. De certa maneira foi realmente um pena o ator não ter realizado mais filmes do gênero. De consolo fica a constatação de que se fez poucos, pelo menos realizou atuações marcantes dentro da mitologia do velho oeste.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 25 de outubro de 2006
Brigite Bardot - Shalako
Poucos ainda se lembram desse western chamado "Shalako". O que mais chama atenção aqui é o seu elenco. Sean Connery jamais se notabilizou ao longo de sua carreira por ter atuado em faroestes. Na verdade ele fez apenas um western em toda a sua longa carreira e foi justamente esse "Shalako". Por essa razão ele sempre parece deslocado naquela ambientação. Era mesmo complicado dissociar sua imagem da de James Bond, algo que ele vinha tentando fazer naqueles tempos. Outra que parece fora de seu habitat natural é a atriz Brigitte Bardot. Apesar de ser um mito de beleza, moda e cinema na época, ela não tinha ainda se firmado no mercado americano (algo que nunca iria acontecer, diga-se de passagem). BB tinha problemas de aprendizado com a língua inglesa, o que era de se admirar, pois o inglês é uma língua bem simples, diria até mesmo básica, bem longe da riqueza das línguas latinas históricas tradicionais como o francês e até mesmo o nosso português. Geralmente é bem mais fácil uma pessoa de língua latina aprender o inglês do que o contrário. Americanos em geral apresentam uma grande dificuldade em aprender português e francês, por exemplo, justamente por causa da riqueza linguística desses idiomas europeus milenares. Bardot porém não levava jeito e isso acabou de certa forma com sua carreira na América. Nesse filme ela faz um esforço e tanto para declamar bem seu texto na língua inglesa, mas sinceramente falando ela não se sai bem. Muito provavelmente Bardot tenha tido consciência disso ao assistir ao seu próprio filme e nunca mais trabalhou em outra produção que não fosse rodada em sua língua natal.
Ela interpreta uma condessa que vai até o oeste americano para caçar e viajar. Acredite, muitos nobres europeus fizeram essa viagem no século XIX. O oeste dos Estados Unidos era considerado um mundo selvagem, uma terra sem lei, ótima para caçar animais selvagens nas distantes pradarias sem fim. Muitos membros da realeza da Europa ansiavam por aventuras e histórias pitorescas para contar nas cortes mais sofisticadas do velho continente e por isso faziam essa estafante viagem rumo ao novo mundo. Aliás é importante salientar que a América do Norte naqueles tempos ainda era considerado um ambiente rústico, primitivo, sem qualquer tipo de sofisticação. Assim os europeus iam para lá com o mesmo espírito que os animavam a viajar até os confins da África. Ambos os continentes eram subdesenvolvidos, com quadro político e social bem turbulento. Os Estados Unidos, acredite, era considerado uma nação de segunda ou até mesmo terceira categoria para um francês ou inglês de sangue azul. Para um europeu a Califórnia era considerada tão atrasada quanto qualquer região da África subsaariana. Isso é bem explorado no filme quando um grupo de viajantes da distante e esnobe Europa invade sem saber uma reserva dos nativos Apaches. Quando eles são ameaçados a deixarem a região o sentimento de todos no grupo é de ironia e até mesmo escárnio - imagine ser chantageado por aqueles povos primitivos! Um absurdo!
Sean Connery, o astro principal do filme, interpreta Moses "Shalako" Carlin, um ex- Coronel do Exército da União que participou ativamente dos tratados de paz firmados com aqueles nativos. Quando ele percebe que algo muito sério está prestes a acontecer por causa daqueles europeus desavisados e insensatos terem invadido território Apache, ele tenta de todas as formas evitar um banho de sangue. Ele já havia salvado a vida da Condessa interpretada por BB e agora tinha que usar de todo jogo de cintura para evitar uma nova guerra entre os Apaches e os homens brancos. Afinal para os nativos não importava que aquele grupo fosse europeu e não americano, o que tinha relevância era o fato de que eles eram invasores e estavam ali rompendo tratados firmados com o exército americano.
Por fim um fato relevante a se falar sobre essa produção "Shalako". Muitos gostam de afirmar que a globalização é algo recente. Ledo engano. Aqui temos uma produção anglo-alemã, estrelada por uma francesa (Brigite Bardot) e um escocês (Sean Connery), com direção de um cineasta americano (Edward Dmytryk) e filmado nos desertos da Espanha (Almería, Andalucía). Quer algo mais globalizado do que isso? Pois então. Esse filme foi realizado em uma época em que os investidores mundo todo começaram a ver o cinema como um belo caminho para se ter um bom retorno lucrativo. Ao invés dos grandes estúdios americanos monopolizando a produção de filmes como esse, começou-se a ir atrás de investidores privados, pessoas que queriam apenas alcançar um bom lucro de suas reservas investidas na produção de filmes. Esse sempre foi um aspecto subestimado de mudança dentro da indústria cinematográfica que poucos prestaram atenção. Com o rompimento dos laços com as majors americanas houve também uma explosão de criatividade entre os diretores e roteiristas que começavam a chamar a atenção naquela época, para a felicidade dos cinéfilos de todo o mundo. De fato o cinema nunca mais seria o mesmo depois da década de 1960. Era um novo mundo na sétima arte que começava a nascer.
Pablo Aluísio.
Ela interpreta uma condessa que vai até o oeste americano para caçar e viajar. Acredite, muitos nobres europeus fizeram essa viagem no século XIX. O oeste dos Estados Unidos era considerado um mundo selvagem, uma terra sem lei, ótima para caçar animais selvagens nas distantes pradarias sem fim. Muitos membros da realeza da Europa ansiavam por aventuras e histórias pitorescas para contar nas cortes mais sofisticadas do velho continente e por isso faziam essa estafante viagem rumo ao novo mundo. Aliás é importante salientar que a América do Norte naqueles tempos ainda era considerado um ambiente rústico, primitivo, sem qualquer tipo de sofisticação. Assim os europeus iam para lá com o mesmo espírito que os animavam a viajar até os confins da África. Ambos os continentes eram subdesenvolvidos, com quadro político e social bem turbulento. Os Estados Unidos, acredite, era considerado uma nação de segunda ou até mesmo terceira categoria para um francês ou inglês de sangue azul. Para um europeu a Califórnia era considerada tão atrasada quanto qualquer região da África subsaariana. Isso é bem explorado no filme quando um grupo de viajantes da distante e esnobe Europa invade sem saber uma reserva dos nativos Apaches. Quando eles são ameaçados a deixarem a região o sentimento de todos no grupo é de ironia e até mesmo escárnio - imagine ser chantageado por aqueles povos primitivos! Um absurdo!
Sean Connery, o astro principal do filme, interpreta Moses "Shalako" Carlin, um ex- Coronel do Exército da União que participou ativamente dos tratados de paz firmados com aqueles nativos. Quando ele percebe que algo muito sério está prestes a acontecer por causa daqueles europeus desavisados e insensatos terem invadido território Apache, ele tenta de todas as formas evitar um banho de sangue. Ele já havia salvado a vida da Condessa interpretada por BB e agora tinha que usar de todo jogo de cintura para evitar uma nova guerra entre os Apaches e os homens brancos. Afinal para os nativos não importava que aquele grupo fosse europeu e não americano, o que tinha relevância era o fato de que eles eram invasores e estavam ali rompendo tratados firmados com o exército americano.
Por fim um fato relevante a se falar sobre essa produção "Shalako". Muitos gostam de afirmar que a globalização é algo recente. Ledo engano. Aqui temos uma produção anglo-alemã, estrelada por uma francesa (Brigite Bardot) e um escocês (Sean Connery), com direção de um cineasta americano (Edward Dmytryk) e filmado nos desertos da Espanha (Almería, Andalucía). Quer algo mais globalizado do que isso? Pois então. Esse filme foi realizado em uma época em que os investidores mundo todo começaram a ver o cinema como um belo caminho para se ter um bom retorno lucrativo. Ao invés dos grandes estúdios americanos monopolizando a produção de filmes como esse, começou-se a ir atrás de investidores privados, pessoas que queriam apenas alcançar um bom lucro de suas reservas investidas na produção de filmes. Esse sempre foi um aspecto subestimado de mudança dentro da indústria cinematográfica que poucos prestaram atenção. Com o rompimento dos laços com as majors americanas houve também uma explosão de criatividade entre os diretores e roteiristas que começavam a chamar a atenção naquela época, para a felicidade dos cinéfilos de todo o mundo. De fato o cinema nunca mais seria o mesmo depois da década de 1960. Era um novo mundo na sétima arte que começava a nascer.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 24 de outubro de 2006
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