terça-feira, 4 de outubro de 2005

Elvis Presley - After Loving You

Elvis Presley - After Loving You
Cantor: Elvis Presley
Música: After Loving You
Compositores: E. Miller - J. Lantz
Álbum: From Elvis in Memphis
Selo: RCA Victor
Data de Gravação: 18 de fevereiro de 1969
Produção: Chips Moman, Felton Jarvis
Engenheiro de Som: Al Pachucki
Local de Gravação: American Sound, Memphis, Tennessee

Músicos: Elvis Presley (vocais, piano), Reggie Young (guitarra), Tommy Cogbill (baixo), Gene Chrisman (bateria), Bobby Wood (piano), Bobby Emmons (órgão).

Comentários:
Música gravada no American Studios, em 1969, quando Elvis estava determinado a melhorar a qualidade de seus discos, deixando o material de Hollywood, das trilhas sonoras, para trás de uma vez por todas. Como todos sabemos essas canções foram lançadas depois no aclamado "From Elvis in Memphis", considerado por muitos críticos como o melhor álbum de Elvis durante os conturbados anos 60. O homem estava pisando na Lua, havia uma nova década que estava para nascer e Elvis procurava por novas sonoridades, novos sons. No American ele foi acompanhado por jovens músicos, uma banda renovada que iria dar um sopro de renovação musical em sua carreira.

Em "After Loving You" Elvis resgata uma música antiga, lá dos anos 30, onde nem sequer havia uma indústria fonográfica implantada nos Estados Unidos. Tudo ainda era muito primitivo quando a canção foi criada pelo autor Eddie Miller. A inspiração para a gravação de Elvis muito provavelmente veio de uma gravação mais recente, na voz de Eddy Arnold. Elvis sabia que era uma grande canção, que merecia uma versão em sua própria interpretação. A letra romântica evoca uma pergunta do coração, onde em primeira pessoa Elvis se perguntava se ainda havia algo melhor na vida, após amar a mulher de sua vida. O que poderia existir depois disso? Por fim, uma curiosidade. Nos takes iniciais da gravação dessa canção, ainda na fase de ensaios, Elvis tocou piano. Ele de fato estava inspirado naqueles dias.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Elvis Presley - A Fool Such as I

Elvis Presley - A Fool Such as I
Cantor: Elvis Presley
Música: A Fool Such as I
Compositor: Bill Trader
Álbum: Elvis Gold Records Vol. 2
Selo: RCA Victor
Data de Gravação: 10 de junho de 1958
Produção: Steve Sholes
Engenheiro de Som: Selby Coffeen
Local de Gravação: RCA Studio B, Nashville, Tennessee

Músicos: Elvis Presley (vocal e guitarra), Hank Garland (guitarra), Chet Atkins (guitarra), Bob Moore (baixo), Floyd Cramer (piano), Murrey "Buddy" Harman (bongôs e percussão), D.J. Fontana (bateria), The Jordanaires (vocais).

Comentários:

A gravação original dessa música se deu em 1952 com Hank Snow, se tornando um sucesso na parada country. Depois ela foi sendo regravada por diversos outros artistas em especial Tommy Edwards e Jo Stafford pelo selo Columbia records. Elvis registrou sua versão em 1958, numa época em que sua vida se dividia entre Hollywood onde filmava seu novo filme "King Creole" e Nashville onde tentava gravar algo inédito para quando estivesse servindo o exército na Alemanha.

Essa sessão contou com um novo membro na banda de Elvis, nada menos do que o guitarrista e produtor Chet Atkins, um dos melhores instrumentistas e arranjadores de sua época. Com Atkins podemos notar uma melhora na sonoridade das gravações de Elvis, em especial nas guitarras, onde ele realmente caprichava com sua Gibson. Por isso uma das melhores coisas de se ouvir na versão de "(Now and Then There's) A Fool Such as I" na voz de Elvis Presley é o conjunto formado pelas linhas de melodia providenciadas por Atkins. Junte-se a isso um vocal inspirado de Elvis e você vai entender porque essa é uma das grandes gravações de Elvis em estúdio durante os anos 1950. Simplesmente impecável.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - A Dog's Life

Elvis Presley - A Dog's Life
Cantor: Elvis Presley
Música: A Dog's Life
Compositores: Sid Wayne / Ben Weisman
Álbum: Paradise Hawaiian Style
Selo: RCA Victor
Data de Gravação: 27 de julho de 1965
Produção: Thorne Nogar
Engenheiro de Som: Dave Weichman
Local de Gravação: Radio Recorders, Hollywood, California

Músicos: Elvis Presley (vocais), Scotty Moore (guitarra), Barney Kessel (guitarra e violão), Charlie McCoy (guitarra e violão), Ray Siegel (baixo), Keith Mitchell (baixo), D.J. Fontana (bateria), Hal Blaine (bateria), Milton Holland (percussão), Larry Muhoberac (piano), Bernal Lewis (Steel Guitar), The Jordanaires (vocais).

Comentários:
Nos anos 60 Elvis Presley trocou o rock mais visceral que ele cantava na década anterior por um som mais pop, mais leve. Em Hollywood essa mudança se tornou ainda mais clara. Era o momento de Elvis cantar um material mais de acordo com os estúdios de cinema. "No Paraíso do Havaí" é um produto 100% feito para esse objetivo. A Paramount queria repetir o grande sucesso de "Feitiço Havaiano" (Blue Hawaii, de 1961), então acabou produzindo esse filme "igual, mas diferente", na verdade um genérico do filme anterior.

Assim chegamos nessa faixa "A Dog's Life". Em uma trilha sonora que já era considerada bem fraca, com toda aquela sonoridade havaiana, essa música ainda era considerada uma das mais banais. Na cena do filme Elvis contracenava com vários cães, alguns dele mesmo. Não foi obviamente um momento marcante, nem inspirador, mas pelo menos chegou a ser divertido. Elvis sabia que ele nunca seria lembrado por músicas como "A Dog's Life", mas procurava ao menos tirar diversão de tudo o que estava acontecendo em cena. Assim encare essa faixa. É uma diversão bem anos 60, ainda que sabendo que ela não vai fazer qualquer diferença no final das contas em termos puramente musicais.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de outubro de 2005

Elvis Presley - Adam and Evil

Elvis Presley - Adam and Evil
Cantor: Elvis Presley
Música: Adam and Evil
Compositores: Wise / Starr
Álbum: Spinout
Selo: RCA Victor
Data de Gravação: 17 de fevereiro de 1966
Produção: George Stoll
Engenheiro de Som: Dave Weichman
Local de Gravação: Radio Recorders, Hollywood, California

Músicos: Elvis Presley (vocais), Scotty Moore (guitarra), Hilmer J. "Tiny" Timbrell  (guitarra), Tommy Tedesco (violão), Bob Moore (baixo), Murrey "Buddy" Harman (baixo), Murrey "Buddy" Harman (bateria), D.J. Fontana (bateria), Floyd Cramer (piano), Homer "Boots" Randolph (sax), The Jordanaires (Backup Vocals).

Comentários:
Essa trilha sonora de "Spinout" nunca foi das minhas preferidas. Depois de 1965 as trilhas de Elvis tiveram uma queda em sua qualidade. As sessões passaram a ser feitas com mais pressa, menos capricho. Além disso as próprias composições já não eram tão boas. O material musical de uma maneira em geral havia decaído. O curioso é que em se tratando de "Spinout" sempre tive uma opinião formada, a de que o filme era melhor do que a trilha. Há bons momentos, com carrões possantes e boas sequências de corridas. Até a McLaren aproveitou para divulgar um de seus novos modelos no filme, colocando Elvis para dirigir uma dessas máquinas.

Já a trilha sonora me passa uma sensação de cansaço. Não apenas de Elvis e banda (aqui bem mesclada), mas também da própria maratona de se gravar diversos discos desse tipo em praticamente um ritmo industrial. Em relação a "Adam and Evil" não vejo maiores surpresas. Curiosamente a música que em si é simples acabou dando trabalho extra para Elvis. No total foram 29 tentativas para se chegar no take ideal! Uau! Elvis parecia mesmo desgastado com esse tipo de material.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - A Cane and a High Starched Collar

Elvis Presley - A Cane and a High Starched Collar
Cantor: Elvis Presley
Música: A Cane and a High Starched Collar
Compositores: Tepper / Bennett
Álbum: Flaming Star
Selo: RCA Victor
Data de Gravação: 8 de agosto de 1960
Produção: Urban Thielmann
Engenheiro de Som:Thorne Nogar
Local de Gravação: Radio Recorders, Hollywood, California

Músicos: Elvis Presley (vocais), Howard Roberts (violão), Hilmer J. "Tiny" Timbrell (guitarra), Michael "Meyer" Rubin (baixo), Bernie Mattinson (bateria), James Haskell (acordeão), Dudley Brooks (piano), The Jordanaires: Gordon Stoker, Hoyt Hawkins, Neal Matthews e Ray Walker (Backup Vocals).

Comentários:
Essa canção fez parte da trilha sonora do western "Estrela de Fogo" (Flaming Star, 1960). O filme é muito bom, um faroeste que não deixava nada a desejar em relação a outras produções da época. A trilha foi mínima, com poucas canções. O estúdio parecia mais empenhado em promover Elvis, o ator, do que Elvis, o músico. Assim as canções ficaram em um segundo plano. Dentro desse repertório secundário sempre curti bastante essa melodia. Ela tem uma certa inocência brejeira, com direito a uma bela sanfoninha, que sempre me cativou. Além disso é uma das raras apresentadas por Elvis em cena no filme. Curiosamente apesar de ser uma boa música ela ficou anos, diria décadas, fora de catálogo. Antes do advento do CD e da Internet que facilitaria muito a vida do fã de Elvis, essa faixa era uma verdadeira raridade. Nem sequer foi lançada no Brasil em disco na época. Era realmente coisa de colecionador. No mais é outro prazer sem culpas da fase Hollywood de Mr. Presley.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de outubro de 2005

Elvis Presley - A Boy Like Me a Girl Like You

Elvis Presley - A Boy Like Me a Girl Like You
Cantor: Elvis Presley
Música: A Boy Like Me a Girl Like You
Compositores: Tepper / Bennett
Álbum: Girls, Girls, Girls
Selo: RCA Victor
Data de Gravação: 27 de março de 1962
Produção: Joseph Lilley
Engenheiro de Som: Thorne Nogar
Local de Gravação: Radio Recorders, Hollywood, California

Músicos: Elvis Presley (vocal), Scotty Moore (guitarra), Hilmer J. "Tiny" Timbrell (guitarra), Barney Kessel (guitarra e violão), Ray Siegel (baixo), Neal Matthews (guitarra), D.J. Fontana (bateria), Hal Blaine (bateria), Bernie Mattinson (percussão), Homer "Boots" Randolph (sax), Dudley Brooks (piano), The Jordanaires (vocais), The Mellow Men (vocais), Norma Zimmer (vocais), The Amigos (vocais).

Comentários:
Gosto dessa balada romântica. Essa trilha sonora do filme "Garotas, Garotas e mais Garotas' tem seus bons momentos. É um conjunto de boas canções, embora nenhuma delas seja uma obra prima dentro da discografia de Elvis. A letra dessa  "A Boy Like Me a Girl Like You" é bem no estilo romance adolescente que se espalhava pelas trilhas de Elvis em Hollywood durante os anos 60.

De bom mesmo temos a melodia, sempre terna e tranquila. O produtor Joseph Lilley quis trazer uma sonoridade mais de acordo com os boleros caribenhos, isso apesar do filme se passar no Havaí. Por falar nas ilhas americanas no Pacífico, é interessante notar que os compositores desse disco fugiram do som havaiano que todos tinham ouvido na trilha de "Blue Hawaii". Apesar do sucesso de vendas - o LP foi um dos mais vendidos da carreira de Elvis - a RCA acreditava que o público não estaria disposto a comprar dois discos de Elvis com o mesmo tipo de som. 

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Discografia - Parte 12

 


Elvis Presley - A Big Hunk o' Love

Elvis Presley -  A Big Hunk o' Love
Cantor: Elvis Presley
Música: A Big Hunk o' Love
Compositores: Aaron Schroeder / Sid Wyche
Álbum: 50,000,000 Elvis Fans Can't Be Wrong - Elvis' Golden Records Vol.2
Selo: RCA Victor
Data de Lançamento: 3 de novembro de 1959
Produção: Steve Sholes
Local de Gravação: RCA Studios, Nashville

Músicos: Elvis Presley (vocal e guitarra) / Chet Atkins (guitarra) / Hank Garland (guitarra) / Bob Moore (baixo) / D.J. Fontana (bateria) / Floyd Cramer (piano) / Buddy Harmon (bongôs) / The Jordanaires (vocais).

Comentários:
Rock gravado por Elvis nas últimas sessões realizadas antes dele ir embora para a Alemanha, onde serviu o exército americano até 1960. O Coronel Parker queria que Elvis gravasse várias faixas, para que fossem sendo lançadas periodicamente, em singles, enquanto ele estivesse longe na Europa. Depois esses mesmos compactos foram reunidos nesse álbum intitulado "50,000,000 Elvis Fans Can't Be Wrong - Elvis' Golden Records Vol.2". Coisas que as gravadoras faziam na época.

A música é um dos grandes clássicos da carreira de Elvis Presley. Um rock memorável que inclusive foi reutilizado por ele duas décadas depois em seus concertos ao vivo, já na década de 1970. Caso tenha interesse em ouvir essa mesma canção em sua versão "Live" procure pelo disco duplo "Aloha From Hawaii" que você terá uma ideia na diferença entre as versões - a de estúdio dos anos 50 e a ao vivo dos anos 70. Em minha opinião ambas são excelentes, isso apesar de não gostar muito dos arranjos de metais que foram incorporados nas versões dos discos ao vivo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Elvis Presley - Are You Lonesome Tonight? / I Gotta Know

Esse foi o terceiro e ultimo single de Elvis Presley a ser lançado em 1960. É bem curioso o fato da canção escolhida ter sido justamente “Are You Lonesome Tonight?”, uma versão de uma música muito antiga que trazia inclusive uma parte declamada, como era bem comum no início do século XX. Elvis que já vinha sendo criticado em certos jornais e revistas por ter deixado o bravo rock ´n´ roll de lado em suas gravações não teve qualquer receio de lançar um single que aprofundava ainda mais essa distância. Elvis e o Coronel Parker pareciam cada vez mais inclinados a assumirem o fato de que Elvis era agora um cantor romântico, de repertório suave, com canções e baladas sentimentais ganhando cada vez maior destaque em seus lançamentos. A aproximação com Hollywood acentuava ainda mais esses novos rumos uma vez que Elvis estava se parecendo cada vez mais com os galãs românticos da era de ouro da capital do cinema.
   
Como o último single de Elvis, “It´s Now Or Never”, tinha sido um sucesso espetacular de vendas o mercado esperou ansiosamente pela chegada do novo compacto nas lojas. E ele de fato não decepcionou, correspondeu bem às expectativas vendendo algo em torno de 10 milhões de cópias, um número robusto, forte, que posicionava Elvis Presley ainda mais no trono de rei da música naquele momento. Certamente não era mais o roqueiro desafiador dos anos 50 mas mantinha seu status inalterado. E para o Coronel Parker todo esse sucesso de vendas só significava que os novos rumos que Elvis trilhava em sua nova musicalidade era de fato o caminho certo a seguir. Por fim uma curiosidade: “Ate You Lonesome Tonight?” foi certamente um sucesso no mundo todo mas alguns anos depois voltou às paradas numa versão divertida gravada por Elvis Presley em 1969 onde ele não conseguia conter sua risada, rindo bastante durante toda a execução da música. Na Inglaterra a “versão dos risos” de Elvis voltou a ser um novo sucesso nas rádios locais.

Are You Lonesome Tonight? (Roy Turk / Lou Handman) - Are you lonesome tonight, / do you miss me tonight? / Are you sorry we drifted apart? / Does your memory stray to a brighter sunny day / When I kissed you and called you sweetheart? / Do the chairs in your parlor seem empty and bare? / Do you gaze at your doorstep and picture me there? / Is your heart filled with pain, shall I come back again? / Tell me dear, are you lonesome tonight? / I wonder if you're lonesome tonight / You know someone said that the world's a stage / And each must play a part. / Fate had me playing in love you as my sweet heart. / Act one was when we met, I loved you at first glance / You read your line so cleverly and never missed a cue / Then came act two, you seemed to change and you acted strange / And why I'll never know. / Honey, you lied when you said you loved me / And I had no cause to doubt you. / But I'd rather go on hearing your lies / Than go on living without you. / Now the stage is bare and I'm standing there / With emptiness all around / And if you won't come back to me / Then make them bring the curtain down. / Is your heart filled with pain, shall I come back again? / Tell me dear, are you lonesome tonight?

I Gotta Know (Paul Evans / Matt Williams) - Get up in the mornin' feelin' might weak / A tossin' and a turnin' well, I had ain't no sleep / Oh baby, what road's our love taking? / To romance or heartbreaking' / Won't you say which way you're gonna go / I gotta know, gotta know, gotta know / Nine and nine make fourteen, four and four make nine / The clock is strikin' thirteen I think I lost my mind / You know it's gettin' aggravatin' / How long can I keep waitin' / Tell me if you love me yes or no, / I gotta know, gotta know, gotta know / Oh, how much I need you / Have pity on this heart of mine / Well, if you need and want me too, / I'll be your one and only till the end of time / Saw the fortune teller, had my fortune read / She sent me to the doctor, who sent me straight to bed / He said I'm lonesome and I'm lovesick / I've got my mind on lipstick / Will you kiss away my cares and woe? / I gotta know, gotta know, gotta know.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis e Juliet Prowse

Juliet Prowse foi a atriz escolhida para contracenar com Elvis em seu primeiro filme após voltar do exército. Profissional de gênio forte e muita personalidade, Juliet se destacou desde muito cedo ao abraçar a dança como sua grande paixão de vida. Após se destacar em vários eventos ligados ao balé que tanto adorava, Prowse compreendeu que jamais seria uma dançarina clássica perfeita pois era considerada alta demais para isso. Dessa forma resolveu abraçar também a carreira de atriz. A primeira vez que ganhou notoriedade na imprensa foi por mero acaso ao virar alvo de polêmica, após os comentários ditos pelo líder soviético Khrushchev que ao ver uma de suas performances no ocidente comentou que o número que ele havia assistido era “lascivo, nojento e imoral". Não importou muito, pois em pouco tempo Prowse estaria fazendo sucesso nas telas com o musical Can-Can.

Seus dotes artísticos foram decisivos para ser escalada em “G.I. Blues”, o novo filme de Elvis Presley, afinal a sua personagem era uma dançarina de um night club na Alemanha. Prowse não conhecia Elvis pessoalmente mas assim que foram apresentados e começaram os ensaios no set de filmagem compreendeu que dariam certo nas telas. "Ele tinha um senso de ritmo muito bom! Sua dança era muito envolvente" – afirmaria a atriz anos depois. Logo no começo das filmagens uma série de boatos sobre um suposto envolvimento de Elvis com ela começou a circular em Hollywood, o que era um problema já que Prowse era considerada uma das garotas intocáveis de Frank Sinatra. Mas será que houve algum envolvimento mesmo entre os dois ou o suposto romance não passou de mais uma peça publicitária montada pela Paramount?

Algumas fontes afirmam que Elvis e Juliet começaram bem empolgados no filme e o flerte entre eles se tornou inevitável, mas Elvis não foi em frente. Na verdade o cantor estava mais preocupado com outras coisas, entre elas o próprio filme. Elvis achava que o roteiro explorando de forma fantasiosa sua vida na Alemanha era algo tolo e as músicas que faziam parte da trilha sonora eram simplesmente horríveis. Sua vida sentimental também andava bem confusa pois embora ainda estivesse namorando com Anita Wood não conseguia tirar Priscilla da cabeça. Chegou a fazer vários telefonemas para ela desabafando sobre o filme. Elvis queria que a metade das cenas em que ele cantava no filme fossem cortadas, mas nem a RCA, nem a Paramount e nem muito menos o Coronel Parker lhe deram ouvidos.

No final o filme fez um grande sucesso apesar dos receios de Presley. O êxito comercial deu um impulso incrível na carreira de Juliet Prowse que depois de alguns anos simplesmente cansou de Hollywood, preferindo voltar aos palcos onde estrelou peças e shows de sucesso, inclusive em Las Vegas e Londres (onde atuou ao lado de outros grandes nomes como Rock Hudson). Em relação a Elvis ela só lamentou mesmo não ter feito outro filme com ele. A Paramount queria Prowse em “Feitiço Havaiano”, mas não conseguiram chegar a um acordo financeiro sobre seu cachê. Uma pena pois era uma presença talentosa em cena, bem diferente de outras partners sem muita expressão com as quais Elvis começou a contracenar. Coisas de Hollywood, enfim. 

Pablo Aluísio