O fim do casamento de Elvis e Priscilla
Depois de longos anos de agonia, Priscilla resolveu se divorciar de Elvis. Embora o marido aparentasse estar aguentando bem o tranco de manter apenas as aparências de um matrimônio falido, Priscilla decidiu que não queria viver mais daquele jeito. Ela sabia que alguns membros da máfia de Memphis já tinham ido até Elvis para alertá-lo de que ela estava sendo vista em restaurantes com outros homens e por isso se sentia como que se estivesse aprisionada numa farsa. Ela não aceitava que os amigos de Elvis ficassem bisbilhotando sua vida pessoal e íntima. Além disso há muito tempo o casamento tinha acabado na prática. Elvis não a procurava mais sexualmente, ambos passavam pouco tempo juntos e ela já havia percebido que Elvis inventava mil desculpas para simplesmente não ficar mais ao seu lado. Era o fim.
Some-se a tudo isso o fato de que Priscilla estava apaixonada por Mike Stone, o instrutor de karatê que ironicamente havia sido indicado pelo próprio Elvis. Eles começaram a sair juntos depois das aulas, iam em lanchonetes, cinemas, restaurantes e em pouco tempo Priscilla ficou perdidamente apaixonada por ele. Como Elvis não lhe dava atenção, Mike estava sempre por perto para apoiá-la. O casamento de Elvis e Priscilla estava tão destruído que ela montou um ninho de amor na Califórnia, alugou um apartamento para se encontrar com Mike Stone e passava dias com o novo namorado, sem nenhum tipo de problema por parte de Elvis que mal lhe ligava para saber onde estava.
Depois de muito pensar Priscilla confrontou Elvis em seu apartamento de Las Vegas, durante uma de suas temporadas. "Elvis eu vou deixar você!" - ela disse com convicção. Elvis, deitado na cama, com o cabelo despenteado, meio grogue por causa das pílulas para dormir, não entendeu direito. "O que você está querendo dizer com isso?" - perguntou atordoado. "Eu quero dizer que o casamento acabou, estou indo embora! Quero o divórcio!". Elvis ficou boquiaberto com aquilo. Ok, ele sabia que o casamento ia de mal a pior, mas algo tão radical como aquela decisão de sua esposa o deixou em estado de choque. Meio aturdido com a notícia Elvis ainda encontrou as palavras para perguntar: "O que aconteceu? Perdi você para outro homem?". Lágrimas vieram aos seus olhos, mas o diálogo além de tenso foi curto. Priscilla deu as costas e foi embora.
Elvis ficou mal, muito mal. A mulher que ele havia investido grande parte de sua vida acabava com tudo ali na sua frente, sem qualquer tipo de tentativa de reconciliação ou retorno. Priscilla parecia decidida! Era o fim! No começo Elvis ficou sem saber como reagir. Em um primeiro momento ele ficou realmente destruído emocionalmente, porém aos poucos foi descobrindo toda a verdade! Priscilla sim o havia trocado por outro homem e ele era Mike Stone, o professor de arte marciais que Elvis havia indicado a ela. Desnecessário dizer que Elvis ficou furioso com tudo aquilo! "Desgraçado! Desgraçado! Mike Stone deve morrer! Tragam meu rifle e minhas pistolas! Junte todos, vamos acabar com esse miserável!" - gritava o cantor em sua suíte de Las Vegas enquanto seus homens de confiança corriam para todos os lados atrás das armas de fogo. A tempestade estava apenas começando.
Pablo Aluísio.
sábado, 25 de junho de 2005
sexta-feira, 24 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis On Tour - Parte 2
Elvis On Tour - Parte 2
Sobre o filme o diretor ainda considerou: "Era muito material filmado para um filme de no máximo 90 minutos. Meu primeiro copião tinha 4 horas! Uma pena porque muito material rico foi cortado mesmo! Pegamos cenas incríveis de Elvis mas que não aproveitamos porque não havia espaço na metragem. A aparência física de Elvis também nos deu muito trabalho. Em um show ele aparecia jovem, bonito, bronzeado e esbelto, mas no dia seguinte ele se apresentava gordo, pálido, suado e com a aparência nada saudável. Fiquei perplexo em acompanhar tamanha mudança física em tão pouco espaço de tempo. Era uma situação de altos e baixos, ao limite. Mas tirando isso, essa experiência atrás das câmeras foi muito produtiva para o meu trabalho de diretor. E depois foi muito instrutivo participar de um projeto desses. Posso dizer com certeza que todos os documentários de shows que foram lançados depois de Standing Room Only – esse era o seu nome inicial, do qual gosto muito – beberam de sua fonte. Basta dar uma olhada nos projetos dos Rolling Stones e do Led Zeppelin. Sem dúvida nos copiaram!"
Quando lançado o filme foi muito bem elogiado pela crítica americana e muito disso se deu em decorrência de seu visual inovador e dinâmico. A revista Rolling Stone não poupou elogios e afirmou que "Finalmente havia sido lançado o primeiro filme de Elvis Presley". O coronel Parker já estava por essa época em negociações com a TV para a realização de um grande especial com Elvis, que iria ser transmitido via satélite para o mundo. Por isso pressionou os produtores para lançarem "Elvis On Tour" logo, pois caso contrário o filme iria acabar se transformando em concorrência para o especial de TV.
O pior aconteceu com a trilha sonora do filme. Parker simplesmente resolveu cancelar seu lançamento, pois ele estava mesmo apostando em dois outros projetos de discos gravados ao vivo – um no Madison Square Garden e outro do especial via satélite – e por essa razão se tornava inviável o lançamento de mais um disco ao vivo. Três discos iguais, com apresentações ao vivo de Elvis, seriam demais para o mercado! Mas uma coisa é certa: todo esse trabalho acabou valendo muito a pena. Quando foram anunciados os nomes dos filmes que iriam concorrer ao Globo de Ouro - o segundo mais prestigiado prêmio da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, atrás apenas do Oscar - "Elvis On Tour" estava presente na lista, disputando na categoria de "melhor documentário do ano".
Elvis, bastante nervoso, acompanhou a noite de premiação de sua suíte no Las Vegas Hilton. Quando o mestre de cerimônias finalmente leu o nome do ganhador de melhor documentário do ano de 1972 – "Elvis On Tour" de Pierre Adidge e Bob Abel – Elvis deu um pulo da poltrona e simplesmente explodiu de felicidade! Não havia espaço dentro da suíte para tamanha comemoração por parte de Elvis e dos caras da Máfia de Memphis! O Rei também não deixou barato e nessa mesma noite deu uma das maiores festas que Las Vegas já presenciou! Todos correram para cumprimentá-lo e lhes dar os parabéns. Elvis não se conteve de tanta alegria e entre abraços, lágrimas e risos anunciou com muito orgulho que finalmente havia vencido o Globo de Ouro. Era a primeira vez que um filme de Elvis Presley ganhava um prêmio dessa importância. Foi uma das maiores glórias de sua já tão gloriosa carreira. Elvis estava mais do que nunca... Triunfal!
Pablo Aluísio.
Sobre o filme o diretor ainda considerou: "Era muito material filmado para um filme de no máximo 90 minutos. Meu primeiro copião tinha 4 horas! Uma pena porque muito material rico foi cortado mesmo! Pegamos cenas incríveis de Elvis mas que não aproveitamos porque não havia espaço na metragem. A aparência física de Elvis também nos deu muito trabalho. Em um show ele aparecia jovem, bonito, bronzeado e esbelto, mas no dia seguinte ele se apresentava gordo, pálido, suado e com a aparência nada saudável. Fiquei perplexo em acompanhar tamanha mudança física em tão pouco espaço de tempo. Era uma situação de altos e baixos, ao limite. Mas tirando isso, essa experiência atrás das câmeras foi muito produtiva para o meu trabalho de diretor. E depois foi muito instrutivo participar de um projeto desses. Posso dizer com certeza que todos os documentários de shows que foram lançados depois de Standing Room Only – esse era o seu nome inicial, do qual gosto muito – beberam de sua fonte. Basta dar uma olhada nos projetos dos Rolling Stones e do Led Zeppelin. Sem dúvida nos copiaram!"
Quando lançado o filme foi muito bem elogiado pela crítica americana e muito disso se deu em decorrência de seu visual inovador e dinâmico. A revista Rolling Stone não poupou elogios e afirmou que "Finalmente havia sido lançado o primeiro filme de Elvis Presley". O coronel Parker já estava por essa época em negociações com a TV para a realização de um grande especial com Elvis, que iria ser transmitido via satélite para o mundo. Por isso pressionou os produtores para lançarem "Elvis On Tour" logo, pois caso contrário o filme iria acabar se transformando em concorrência para o especial de TV.
O pior aconteceu com a trilha sonora do filme. Parker simplesmente resolveu cancelar seu lançamento, pois ele estava mesmo apostando em dois outros projetos de discos gravados ao vivo – um no Madison Square Garden e outro do especial via satélite – e por essa razão se tornava inviável o lançamento de mais um disco ao vivo. Três discos iguais, com apresentações ao vivo de Elvis, seriam demais para o mercado! Mas uma coisa é certa: todo esse trabalho acabou valendo muito a pena. Quando foram anunciados os nomes dos filmes que iriam concorrer ao Globo de Ouro - o segundo mais prestigiado prêmio da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, atrás apenas do Oscar - "Elvis On Tour" estava presente na lista, disputando na categoria de "melhor documentário do ano".
Elvis, bastante nervoso, acompanhou a noite de premiação de sua suíte no Las Vegas Hilton. Quando o mestre de cerimônias finalmente leu o nome do ganhador de melhor documentário do ano de 1972 – "Elvis On Tour" de Pierre Adidge e Bob Abel – Elvis deu um pulo da poltrona e simplesmente explodiu de felicidade! Não havia espaço dentro da suíte para tamanha comemoração por parte de Elvis e dos caras da Máfia de Memphis! O Rei também não deixou barato e nessa mesma noite deu uma das maiores festas que Las Vegas já presenciou! Todos correram para cumprimentá-lo e lhes dar os parabéns. Elvis não se conteve de tanta alegria e entre abraços, lágrimas e risos anunciou com muito orgulho que finalmente havia vencido o Globo de Ouro. Era a primeira vez que um filme de Elvis Presley ganhava um prêmio dessa importância. Foi uma das maiores glórias de sua já tão gloriosa carreira. Elvis estava mais do que nunca... Triunfal!
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis On Tour - Parte 1
Elvis On Tour - Parte 1
No verão de 1972 Elvis foi informado pelo coronel Parker que a MGM estava interessada em filmar um documentário que mostrasse suas concorridas turnês pelas cidades dos Estados Unidos. A direção seria entregue a um dos maiores documentaristas em atividade e o aclamado diretor de cinema Martin Scorsese iria coordenar parte dos trabalhos de edição e montagem. Em Las Vegas, nesse mesmo mês, Elvis se encontrou pessoalmente com os produtores Pierre Adidge e Bob Abel. A conversa foi muito franca, tanto do lado de Elvis como dos produtores que lhe disseram abertamente: "Depois do sucesso do filme Woodstock entendemos Ter chegado o momento de filmar um documentário mostrando a origem de tudo isso, desse movimento social: você! Não gostamos de That's The Way It Is e seus filmes dos anos 60 foram tão ruins que ficamos até surpresos em como a MGM conseguiu comercializá-los. Apreciamos seu trabalho atual, mas preferimos as músicas que você cantava nos anos 50" Elvis, por sua vez, disse que não se sentiu muito à vontade nos estúdios da MGM durante as gravações de "That's The Way It Is" por causa das enormes câmeras de cinema que foram instaladas durante as filmagens, atrapalhando o movimento e a espontaneidade dele e do seu grupo de apoio. A conversa se prolongou e foi muito produtiva, os realizadores prometeram a Elvis que ele seria filmado por câmeras especiais, do tipo portátil e que seu raio de ação não seria limitado por falta de espaço como no caso de "That's The Way It Is". Pierre Adidge disse a Elvis, com seu forte sotaque francês, que esse filme seria produzido com a utilização do que havia de mais moderno em termos de edição de filmagem.
Tudo seria de primeira linha. Elvis deveria se mostrar de forma autêntica, agir de maneira habitual e espontânea, e não se importar com a equipe de filmagem que iria acompanhá-lo para todos os lugares. A intenção era filmar Elvis não só no palco, mas também nos camarins, no contato com os fãs, interagindo com os músicos, sem roteiros ou scripts pré determinados, tudo o que se queria captar era a verdadeira essência do mito Elvis Presley. Para tanto a equipe da MGM já começaria a gravar algumas cenas como teste nos seus próximos shows e iria acompanhá-lo nos estúdios da RCA em sua próxima sessão de gravação onde ele iria registrar novas músicas - entre elas uma tal de "Always On My Mind" e outra de um novo compositor, uma canção que Elvis tinha ouvido e gostado muito chamada "Burning Love"! A parte da direção musical ficaria inteiramente sob controle de Elvis e de seu produtor Felton Jarvis, sem intervenção do pessoal da MGM. Três dias depois Elvis se reuniu com a TCB Band e os avisou que sua próxima turnê seria filmada para o cinema. Elvis resolveu providenciar uma mudança no repertório com a introdução de novas canções nos shows. Trabalho duro pela frente!. Enquanto a RCA lançava o single "American Trilogy" - com "The First Time Ever I Saw Your Face" no lado B - Elvis começava sua turnê no leste do país, com a MGM gravando tudo o que acontecia nessa primeira rodada de shows. Elvis foi filmado dentro do avião, antes dos shows, conversando com fãs, enfim, todo o delírio que acontecia ao redor de uma turnê do rei do rock foi registrado pelo pessoal do estúdio.
Mais de 250 pessoas da equipe de filmagem acompanharam Elvis e banda nesses quinze shows realizados em várias cidades, como Buffalo, Indianapolis, Detroit, Dayton, Hampton Roads, Knoxville, Charlotte, Macon e Jacksonville. Segundo alguns membros da equipe que participaram do time da MGM mais de 40 horas de material foram filmados para "Standing Room Only" – o nome original do filme, depois mudado para "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal no Brasil) – mas que nunca foram mostrados ao público. Shows inteiros foram filmados e não aproveitados, ficando no chão da sala de edição de Martin Scorsese. Esse precioso material pode um dia ser lançado, mas atualmente jaz nos arquivos dos estúdios MGM em Hollywood. Sem dúvida muita coisa foi gravada, mas a principal apresentação de Elvis nessa turnê ficou de fora!!! Talvez o pior erro cometido pelos produtores de "Elvis On Tour" foi não Ter filmado os shows de Elvis no Madison Square Garden em Nova Iorque. Até hoje a MGM não consegue dar uma resposta satisfatória por ter deixado passar essa apresentação – uma das mais importantes da carreira de Elvis – em branco. Como é que cometeram uma bobeada dessas? Durante a coletiva à imprensa em NY os jornalistas perguntaram a Elvis e ao Coronel porque não iriam ser filmados seus shows no MSQ? Os dois saíram pela tangente e não souberam responder a pergunta!!! – até mesmo porque essa era uma decisão da Metro e não de Elvis e nem do Coronel Tom Parker. Ninguém sabe ao certo porque essa infeliz decisão de não filmar em Nova Iorque foi tomada.
A última coisa a ser gravada para esse documentário foi uma entrevista particular que Elvis deu nos estúdios da MGM para os realizadores da película. A intenção era usar esses trechos falados entre as imagens com cenas dos shows, mas essa ideia foi abandonada depois. Essa entrevista que continua em grande parte inédita até hoje, teve mais de duas horas de duração e Elvis falou sobre tudo: a origem de sua música, seus ídolos de infância, sobre sua vida pessoal etc. Desse rico material só foi aproveitado um pequeno trecho em áudio, de alguns segundos, que foi utilizado durante as cenas de Elvis na TV americana nos anos 50. Muitos anos depois de seu lançamento, Martin Scorsese durante entrevista à revista Premiere, deu seu depoimento sobre sua participação em Elvis On Tour: "Standing Room Only foi um documentário que participei nos anos 70. Esse projeto foi filmado durante vários shows do cantor Elvis Presley pelos Estados Unidos afora. Ele acabou se tornando um grande exercício de cinema para mim porque o considero de certa forma um predecessor da linguagem dos vídeo clips atuais, da linguagem moderna da MTV. Essa edição foi muito dinâmica, quisemos mostrar um ritmo alucinante onde tudo acontecia ao mesmo tempo agora. Havia shows de Elvis em que colocávamos 12 câmeras rodando de forma simultânea, tudo focado nele e na banda, de todos os ângulos possíveis. Claro que esse vasto material se transformou num inferno na sala de montagem! No final porém acho que tudo ficou muito bom. Fiquei realmente satisfeito com o filme".
Pablo Aluísio.
No verão de 1972 Elvis foi informado pelo coronel Parker que a MGM estava interessada em filmar um documentário que mostrasse suas concorridas turnês pelas cidades dos Estados Unidos. A direção seria entregue a um dos maiores documentaristas em atividade e o aclamado diretor de cinema Martin Scorsese iria coordenar parte dos trabalhos de edição e montagem. Em Las Vegas, nesse mesmo mês, Elvis se encontrou pessoalmente com os produtores Pierre Adidge e Bob Abel. A conversa foi muito franca, tanto do lado de Elvis como dos produtores que lhe disseram abertamente: "Depois do sucesso do filme Woodstock entendemos Ter chegado o momento de filmar um documentário mostrando a origem de tudo isso, desse movimento social: você! Não gostamos de That's The Way It Is e seus filmes dos anos 60 foram tão ruins que ficamos até surpresos em como a MGM conseguiu comercializá-los. Apreciamos seu trabalho atual, mas preferimos as músicas que você cantava nos anos 50" Elvis, por sua vez, disse que não se sentiu muito à vontade nos estúdios da MGM durante as gravações de "That's The Way It Is" por causa das enormes câmeras de cinema que foram instaladas durante as filmagens, atrapalhando o movimento e a espontaneidade dele e do seu grupo de apoio. A conversa se prolongou e foi muito produtiva, os realizadores prometeram a Elvis que ele seria filmado por câmeras especiais, do tipo portátil e que seu raio de ação não seria limitado por falta de espaço como no caso de "That's The Way It Is". Pierre Adidge disse a Elvis, com seu forte sotaque francês, que esse filme seria produzido com a utilização do que havia de mais moderno em termos de edição de filmagem.
Tudo seria de primeira linha. Elvis deveria se mostrar de forma autêntica, agir de maneira habitual e espontânea, e não se importar com a equipe de filmagem que iria acompanhá-lo para todos os lugares. A intenção era filmar Elvis não só no palco, mas também nos camarins, no contato com os fãs, interagindo com os músicos, sem roteiros ou scripts pré determinados, tudo o que se queria captar era a verdadeira essência do mito Elvis Presley. Para tanto a equipe da MGM já começaria a gravar algumas cenas como teste nos seus próximos shows e iria acompanhá-lo nos estúdios da RCA em sua próxima sessão de gravação onde ele iria registrar novas músicas - entre elas uma tal de "Always On My Mind" e outra de um novo compositor, uma canção que Elvis tinha ouvido e gostado muito chamada "Burning Love"! A parte da direção musical ficaria inteiramente sob controle de Elvis e de seu produtor Felton Jarvis, sem intervenção do pessoal da MGM. Três dias depois Elvis se reuniu com a TCB Band e os avisou que sua próxima turnê seria filmada para o cinema. Elvis resolveu providenciar uma mudança no repertório com a introdução de novas canções nos shows. Trabalho duro pela frente!. Enquanto a RCA lançava o single "American Trilogy" - com "The First Time Ever I Saw Your Face" no lado B - Elvis começava sua turnê no leste do país, com a MGM gravando tudo o que acontecia nessa primeira rodada de shows. Elvis foi filmado dentro do avião, antes dos shows, conversando com fãs, enfim, todo o delírio que acontecia ao redor de uma turnê do rei do rock foi registrado pelo pessoal do estúdio.
Mais de 250 pessoas da equipe de filmagem acompanharam Elvis e banda nesses quinze shows realizados em várias cidades, como Buffalo, Indianapolis, Detroit, Dayton, Hampton Roads, Knoxville, Charlotte, Macon e Jacksonville. Segundo alguns membros da equipe que participaram do time da MGM mais de 40 horas de material foram filmados para "Standing Room Only" – o nome original do filme, depois mudado para "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal no Brasil) – mas que nunca foram mostrados ao público. Shows inteiros foram filmados e não aproveitados, ficando no chão da sala de edição de Martin Scorsese. Esse precioso material pode um dia ser lançado, mas atualmente jaz nos arquivos dos estúdios MGM em Hollywood. Sem dúvida muita coisa foi gravada, mas a principal apresentação de Elvis nessa turnê ficou de fora!!! Talvez o pior erro cometido pelos produtores de "Elvis On Tour" foi não Ter filmado os shows de Elvis no Madison Square Garden em Nova Iorque. Até hoje a MGM não consegue dar uma resposta satisfatória por ter deixado passar essa apresentação – uma das mais importantes da carreira de Elvis – em branco. Como é que cometeram uma bobeada dessas? Durante a coletiva à imprensa em NY os jornalistas perguntaram a Elvis e ao Coronel porque não iriam ser filmados seus shows no MSQ? Os dois saíram pela tangente e não souberam responder a pergunta!!! – até mesmo porque essa era uma decisão da Metro e não de Elvis e nem do Coronel Tom Parker. Ninguém sabe ao certo porque essa infeliz decisão de não filmar em Nova Iorque foi tomada.
A última coisa a ser gravada para esse documentário foi uma entrevista particular que Elvis deu nos estúdios da MGM para os realizadores da película. A intenção era usar esses trechos falados entre as imagens com cenas dos shows, mas essa ideia foi abandonada depois. Essa entrevista que continua em grande parte inédita até hoje, teve mais de duas horas de duração e Elvis falou sobre tudo: a origem de sua música, seus ídolos de infância, sobre sua vida pessoal etc. Desse rico material só foi aproveitado um pequeno trecho em áudio, de alguns segundos, que foi utilizado durante as cenas de Elvis na TV americana nos anos 50. Muitos anos depois de seu lançamento, Martin Scorsese durante entrevista à revista Premiere, deu seu depoimento sobre sua participação em Elvis On Tour: "Standing Room Only foi um documentário que participei nos anos 70. Esse projeto foi filmado durante vários shows do cantor Elvis Presley pelos Estados Unidos afora. Ele acabou se tornando um grande exercício de cinema para mim porque o considero de certa forma um predecessor da linguagem dos vídeo clips atuais, da linguagem moderna da MTV. Essa edição foi muito dinâmica, quisemos mostrar um ritmo alucinante onde tudo acontecia ao mesmo tempo agora. Havia shows de Elvis em que colocávamos 12 câmeras rodando de forma simultânea, tudo focado nele e na banda, de todos os ângulos possíveis. Claro que esse vasto material se transformou num inferno na sala de montagem! No final porém acho que tudo ficou muito bom. Fiquei realmente satisfeito com o filme".
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 23 de junho de 2005
Elvis Presley - Discografia Americana - 1970
ÁLBUNS / LPs LANÇADOS EM 1970:
1. LET´S BE FRIENDS
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
Músicas: STAY AWAY, JOE / IF I'M A FOOL (FOR LOVING YOU) / LET'S BE FRIENDS / LET'S FORGET ABOUT THE STARS / MAMA / I'LL BE THERE (IF YOU EVER WANT ME) / ALMOST / CHANGE OF HABIT / HAVE A HAPPY /
Obs: Nenhum Single foi extraído deste disco.
2. ON STAGE - FEBRUARY 1970
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
SEE SEE RIDER / RELEASE ME (AND LET ME LOVE AGAIN) / SWEET CAROLINE / RUNAWAY / THE WONDER OF YOU / POLK SALAD ANNIE / YESTERDAY / PROUD MARY / WALK A MILE IN MY SHOES / LET IT BE ME (JE T'APPARTIENS) /
Single extraído deste disco:
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
3. WORLDWIDE GOLD AWARDS - VOL. 1
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
HEARTBREAK HOTEL / I WAS THE ONE / I WANT YOU, I NEED YOU, I LOVE YOU / DON'T BE CRUEL / HOUND DOG / LOVE ME TENDER / ANYWAY YOU WANT ME(THAT'S HOW I WILL BE) / TOO MUCH / PLAYING FOR KEEPS / ALL SHOOK UP / THAT'S WHEN YOUR HEARTACHES BEGIN / (LET ME BE YOUR) TEDDY BEAR / JAILHOUSE ROCK / TREAT ME NICE / I BEG OF YOU / DON'T / WEAR MY RING AROUND YOUR NECK / HARD HEADED WOMAN / I GOT STUNG / (NOW AND THEN THERE'S) A FOOL SUCH AS I / A BIG HUNK O' LOVE / STUCK ON YOU / A MESS OF BLUES / IT'S NOW OR NEVER / I GOTTA KNOW / ARE YOU LONESOME TONIGHT? / SURRENDER / I FEEL SO BAD / LITTLE SISTER / CAN'T HELP FALLING IN LOVE / ROCK-A-HULA BABY / ANYTHING THAT'S PART OF YOU / GOOD LUCK CHARM / SHE'S NOT YOU / RETURN TO SENDER / WHERE DO YOU COME FROM / ONE BROKEN HEART FOR SALE / (YOU'RE THE) DEVIL IN DISGUISE / BOSSA NOVA BABY / KISSIN' COUSINS / VIVA LAS VEGAS / AIN'T THAT LOVING YOU BABY / WOODEN HEART / CRYING IN THE CHAPEL / IF I CAN DREAM / IN THE GHETTO / SUSPICIOUS MINDS / DON'T CRY DADDY / KENTUCKY RAIN / (INTERVIEW) /
Obs: Este disco é a reunião da vários Singles da carreira de Elvis.
4. ELVIS CHRISTMAS ALBUM
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
BLUE CHRISTMAS / SILENT NIGHT / WHITE CHRISTMAS / SANTA CLAUS IS BACK IN TOWN / I'LL BE HOME FOR CHRISTMAS / IF EVERYDAY WAS LIKE CHRISTMAS / HERE COMES SANTA CLAUS / OH LITTLE TOWN OF BETHLEHEM / SANTA BRING MY BABY BACK (TO ME) / MAMA LIKED THE ROSES /
Singles incluídos neste disco:
Blue Christmas / Wooden Heart (1964)
Santa Claus Back in Town / Blue Christmas (1965)
If Every Day Like Christmas / How Would You Like To Be (1966)
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
5. ALMOST IN LOVE
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
ALMOST IN LOVE / LONG LEGGED GIRL (WITH A SHORT DRESS ON) / EDGE OF REALITY / MY LITTLE FRIEND / A LITTLE LESS CONVERSATION / RUBBERNECKIN' / CLEAN UP YOUR OWN BACKYARD / U. S. MALE / CHARRO / STAY AWAY, JOE(STAY AWAY) /
Singles incluídos neste disco:
Long Legged Girl / That's Someone You Never Forget (1967)
U.S.Male / Stay Away (1968)
A Little Less a Conversation / Almost in Love (1968)
If I Can dream / Edge of Reality (1968)
Memories / Charro (1969)
Clean Up Your Own Back Yard / The Fair is Moving On (1969)
Don't Cry Daddy / Rubberneckin' (1969)
6. THAT'S THE WAY IT IS
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
I JUST CAN'T HELP BELIEVIN' / TWENTY DAYS AND TWENTY NIGHTS / HOW THE WEB WAS WOVEN / PATCH IT UP / MARY IN THE MORNING / YOU DON'T HAVE TO SAY YOU LOVE ME / YOU'VE LOST THAT LOVIN' FEELIN' / I'VE LOST YOU / JUST PRETEND / STRANGER IN THE CROWD / THE NEXT STEP IS LOVE / BRIDGE OVER TROUBLED WATER /
Singles extraídos deste disco:
I've lost You / The Next Step is Love (1970)
You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up (1970)
SINGLES / COMPACTOS SIMPLES LANÇADOS EM 1970:
1. Kentuck Rain / My Little Friend
2. The Wonder Of You / Mama Liked the Roses
3. I've lost You / The Next Step is Love
4. You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up
5. I Really Don't Want to Know / There Goes My Everything
Pablo Aluísio.
1. LET´S BE FRIENDS
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
Músicas: STAY AWAY, JOE / IF I'M A FOOL (FOR LOVING YOU) / LET'S BE FRIENDS / LET'S FORGET ABOUT THE STARS / MAMA / I'LL BE THERE (IF YOU EVER WANT ME) / ALMOST / CHANGE OF HABIT / HAVE A HAPPY /
Obs: Nenhum Single foi extraído deste disco.
2. ON STAGE - FEBRUARY 1970
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
SEE SEE RIDER / RELEASE ME (AND LET ME LOVE AGAIN) / SWEET CAROLINE / RUNAWAY / THE WONDER OF YOU / POLK SALAD ANNIE / YESTERDAY / PROUD MARY / WALK A MILE IN MY SHOES / LET IT BE ME (JE T'APPARTIENS) /
Single extraído deste disco:
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
3. WORLDWIDE GOLD AWARDS - VOL. 1
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
HEARTBREAK HOTEL / I WAS THE ONE / I WANT YOU, I NEED YOU, I LOVE YOU / DON'T BE CRUEL / HOUND DOG / LOVE ME TENDER / ANYWAY YOU WANT ME(THAT'S HOW I WILL BE) / TOO MUCH / PLAYING FOR KEEPS / ALL SHOOK UP / THAT'S WHEN YOUR HEARTACHES BEGIN / (LET ME BE YOUR) TEDDY BEAR / JAILHOUSE ROCK / TREAT ME NICE / I BEG OF YOU / DON'T / WEAR MY RING AROUND YOUR NECK / HARD HEADED WOMAN / I GOT STUNG / (NOW AND THEN THERE'S) A FOOL SUCH AS I / A BIG HUNK O' LOVE / STUCK ON YOU / A MESS OF BLUES / IT'S NOW OR NEVER / I GOTTA KNOW / ARE YOU LONESOME TONIGHT? / SURRENDER / I FEEL SO BAD / LITTLE SISTER / CAN'T HELP FALLING IN LOVE / ROCK-A-HULA BABY / ANYTHING THAT'S PART OF YOU / GOOD LUCK CHARM / SHE'S NOT YOU / RETURN TO SENDER / WHERE DO YOU COME FROM / ONE BROKEN HEART FOR SALE / (YOU'RE THE) DEVIL IN DISGUISE / BOSSA NOVA BABY / KISSIN' COUSINS / VIVA LAS VEGAS / AIN'T THAT LOVING YOU BABY / WOODEN HEART / CRYING IN THE CHAPEL / IF I CAN DREAM / IN THE GHETTO / SUSPICIOUS MINDS / DON'T CRY DADDY / KENTUCKY RAIN / (INTERVIEW) /
Obs: Este disco é a reunião da vários Singles da carreira de Elvis.
4. ELVIS CHRISTMAS ALBUM
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
BLUE CHRISTMAS / SILENT NIGHT / WHITE CHRISTMAS / SANTA CLAUS IS BACK IN TOWN / I'LL BE HOME FOR CHRISTMAS / IF EVERYDAY WAS LIKE CHRISTMAS / HERE COMES SANTA CLAUS / OH LITTLE TOWN OF BETHLEHEM / SANTA BRING MY BABY BACK (TO ME) / MAMA LIKED THE ROSES /
Singles incluídos neste disco:
Blue Christmas / Wooden Heart (1964)
Santa Claus Back in Town / Blue Christmas (1965)
If Every Day Like Christmas / How Would You Like To Be (1966)
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
5. ALMOST IN LOVE
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
ALMOST IN LOVE / LONG LEGGED GIRL (WITH A SHORT DRESS ON) / EDGE OF REALITY / MY LITTLE FRIEND / A LITTLE LESS CONVERSATION / RUBBERNECKIN' / CLEAN UP YOUR OWN BACKYARD / U. S. MALE / CHARRO / STAY AWAY, JOE(STAY AWAY) /
Singles incluídos neste disco:
Long Legged Girl / That's Someone You Never Forget (1967)
U.S.Male / Stay Away (1968)
A Little Less a Conversation / Almost in Love (1968)
If I Can dream / Edge of Reality (1968)
Memories / Charro (1969)
Clean Up Your Own Back Yard / The Fair is Moving On (1969)
Don't Cry Daddy / Rubberneckin' (1969)
6. THAT'S THE WAY IT IS
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
I JUST CAN'T HELP BELIEVIN' / TWENTY DAYS AND TWENTY NIGHTS / HOW THE WEB WAS WOVEN / PATCH IT UP / MARY IN THE MORNING / YOU DON'T HAVE TO SAY YOU LOVE ME / YOU'VE LOST THAT LOVIN' FEELIN' / I'VE LOST YOU / JUST PRETEND / STRANGER IN THE CROWD / THE NEXT STEP IS LOVE / BRIDGE OVER TROUBLED WATER /
Singles extraídos deste disco:
I've lost You / The Next Step is Love (1970)
You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up (1970)
SINGLES / COMPACTOS SIMPLES LANÇADOS EM 1970:
1. Kentuck Rain / My Little Friend
2. The Wonder Of You / Mama Liked the Roses
3. I've lost You / The Next Step is Love
4. You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up
5. I Really Don't Want to Know / There Goes My Everything
Pablo Aluísio.
terça-feira, 21 de junho de 2005
Elvis Presley - Temporada em Las Vegas - Fevereiro de 1970
A segunda temporada de Elvis Presley em Las Vegas foi realizada logo no começo do ano de 1970. A primeira foi um furacão dentro da mídia, também pudera, Elvis estava há anos sem pisar em um palco para um show profissional. Durante anos ele se concentrou em seus filmes e suas respectivas trilhas sonoras. Nenhuma novidade, nada relevante. Em 1969 ele retornou e isso causou uma grande comoção na imprensa mundial.
Já nessa segunda temporada as coisas foram mais amenas. A novidade havia passado e por essa razão a cobertura da imprensa não foi tão presente. Algumas revistas especializadas em entretenimento como Variety publicaram notas discretas. Na Billboard foi publicada uma matéria muito boa, bem respeitosa sobre os shows de Elvis que estavam sendo realizados em Las Vegas. Seus macacões brancos, de peça única, chamaram bem a atenção. Era algo diferente. Fora isso nada mais foi muito explorado pela mídia da época.
Com um single novos nas lojas, "The Wonder Of You", Elvis procurou trazer várias canções de sucessos de outros artistas para seu repertório, embora mantivesse de certo modo a espinha dorsal dos concertos que tinha usado no ano anterior. Quem foi ao International hotel porém foi presenteado com as primeiras performances de Elvis em canções como "Proud Mary", "Walk a Mile In My Shoes", "Sweet Caroline", "Let It Be Me" e "Polk Salad Annie" que era tão sulista que precisava ser explicada pelo próprio Elvis em sua introdução, caso contrário ninguém entenderia nada de sua letra.
Embora morna a repercussão na imprensa, comercialmente a temporada foi um grande sucesso. Estima-se que toda a temporada teve um público estimado em 100 mil pessoas, com renda de um milhão e meio de dólares. Para os padrões atuais isso pode até parecer pouco, mas temos que entender que as instalações do hotel não eram tão amplas a ponto de receber multidões, como se Elvis estivesse se apresentando em um estádio de futebol ou algo parecido.
O L.A. Times chamou a atenção em artigo para a faixa etária do público que assistiu Elvis em Las Vegas naquela temporada. Embora existissem jovens na plateia o fato é que a maioria do público presente tinha mais de 40 anos de idade, já que Las Vegas não era um point jovem naquele tempo, pelo contrário, era mais um lugar para casais de meia idade celebrarem seus aniversários de casamento. Nessa mesma reportagem o jornalista do Times chamou a atenção para o fato de que a presença de Elvis no palco criava uma grande comoção, por causa do status inigualável de sua estrela como artista e ídolo. Em algumas apresentações, salientou o texto, Elvis tinha que esperar por minutos para que as palmas cessassem e ele pudesse finalmente cantar.
Pablo Aluísio.
Já nessa segunda temporada as coisas foram mais amenas. A novidade havia passado e por essa razão a cobertura da imprensa não foi tão presente. Algumas revistas especializadas em entretenimento como Variety publicaram notas discretas. Na Billboard foi publicada uma matéria muito boa, bem respeitosa sobre os shows de Elvis que estavam sendo realizados em Las Vegas. Seus macacões brancos, de peça única, chamaram bem a atenção. Era algo diferente. Fora isso nada mais foi muito explorado pela mídia da época.
Com um single novos nas lojas, "The Wonder Of You", Elvis procurou trazer várias canções de sucessos de outros artistas para seu repertório, embora mantivesse de certo modo a espinha dorsal dos concertos que tinha usado no ano anterior. Quem foi ao International hotel porém foi presenteado com as primeiras performances de Elvis em canções como "Proud Mary", "Walk a Mile In My Shoes", "Sweet Caroline", "Let It Be Me" e "Polk Salad Annie" que era tão sulista que precisava ser explicada pelo próprio Elvis em sua introdução, caso contrário ninguém entenderia nada de sua letra.
Embora morna a repercussão na imprensa, comercialmente a temporada foi um grande sucesso. Estima-se que toda a temporada teve um público estimado em 100 mil pessoas, com renda de um milhão e meio de dólares. Para os padrões atuais isso pode até parecer pouco, mas temos que entender que as instalações do hotel não eram tão amplas a ponto de receber multidões, como se Elvis estivesse se apresentando em um estádio de futebol ou algo parecido.
O L.A. Times chamou a atenção em artigo para a faixa etária do público que assistiu Elvis em Las Vegas naquela temporada. Embora existissem jovens na plateia o fato é que a maioria do público presente tinha mais de 40 anos de idade, já que Las Vegas não era um point jovem naquele tempo, pelo contrário, era mais um lugar para casais de meia idade celebrarem seus aniversários de casamento. Nessa mesma reportagem o jornalista do Times chamou a atenção para o fato de que a presença de Elvis no palco criava uma grande comoção, por causa do status inigualável de sua estrela como artista e ídolo. Em algumas apresentações, salientou o texto, Elvis tinha que esperar por minutos para que as palmas cessassem e ele pudesse finalmente cantar.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis e James Burton
Quando Elvis e o Coronel Parker decidiram voltar aos shows regulares em 1969 logo uma dúvida surgiu entre eles: Com quem Elvis iria tocar ao vivo? Uma resposta natural seria colocar a velha banda de estúdio de Elvis de volta à ativa. Chamar novamente Scotty Moore e DJ Fontana, completando o quadro com os músicos mais regulares que vinham trabalhando com Elvis durante todos aqueles anos.
O projeto furou logo de cara quando Scotty Moore não aceitou a proposta financeira oferecida por Tom Parker. Ele achou o valor proposto pelo Coronel uma verdadeira vergonha, uma "piada". Scotty não aceitaria aquele cachê em troca da responsabilidade de tocar praticamente todas as noites ao lado de Elvis Presley em Las Vegas. Pior era ter que se responsabilizar por toda a banda perante Elvis e o empresário. Inicialmente a proposta era justamente essa, Scotty Moore traria todos os demais músicos para tocar com Elvis e a banda seria de sua total responsabilidade. Como ele disse não, a ideia inicial de ressuscitar os velhos Blue Moon Boys foi deixado de lado definitivamente.
A segunda opção seria contratar a banda que gravou ao lado de Elvis no American Studios. Seria ótimo, até porque eram todos feras, grandes instrumentistas, extremamente talentosos. O trabalho que tinham feito ao lado de Elvis ficou realmente fabuloso, merecedor de todas as críticas positivas que Elvis vinha recebendo desde que seus últimos discos chegaram nas lojas. "From Elvis in Memphis" estava aí para provar que eram excelentes profissionais. A proposta foi feita por Tom Parker, mas novamente não deu certo e pelo mesmo motivo que não havia dado certo com Scotty Moore. Os músicos do American não aceitaram os cachês propostos pelo empresário de Elvis. Eles até fizeram uma contraproposta, mas Parker riu do valor que eles pediram. Não havia chances de um acordo ser feito, tamanha era a desproporção entre a oferta do Coronel e o que a banda do American havia pedido.
A solução então foi procurar por um plano C. Quem deu a ideia foi o produtor Felton Jarvis. Ele disse a Elvis que tinha nomes interessantes para a formação de uma nova banda que poderia atuar ao lado de Elvis tanto nos estúdios como nos shows ao vivo em Las Vegas. Ele passou o telefone do guitarrista James Burton ao Coronel Parker e ficou esperando pelo melhor. Elvis já conhecia muito bem James Burton pois gostava de seu trabalho ao lado do cantor Ricky Nelson. Além, é claro, de inúmeras outras gravações que Burton havia feito em sua carreira, principalmente em Nashville, a capital mundial da country music.
O próprio James Burton relembraria anos depois: "A carreira de Ricky Nelson estava parada. Ele não queria que eu tocasse com mais ninguém pois considerava o meu estilo de tocar guitarra como parte de sua sonoridade. O problema é que eu queria tocar e com Ricky praticamente no ostracismo isso não era possível. Quando pintou a proposta de tocar com Elvis Presley nem pensei duas vezes, poderia ser uma nova fase em minha carreira". Na verdade James Burton estava tão interessado em tocar com Elvis que nem pensou nos aspectos puramente financeiros envolvidos em sua contratação. Aos poucos ele também acabou sugerindo novos nomes para a banda e Elvis os foi aceitando ou recusando de acordo com o que conhecia deles. Meio que informalmente o próprio Elvis acabou batizando o grupo de TCB Band, uma banda realmente maravilhosa que iria tocar ao seu lado até o final de sua vida, marcando para sempre o mundo da música mundial.
Pablo Aluísio.
O projeto furou logo de cara quando Scotty Moore não aceitou a proposta financeira oferecida por Tom Parker. Ele achou o valor proposto pelo Coronel uma verdadeira vergonha, uma "piada". Scotty não aceitaria aquele cachê em troca da responsabilidade de tocar praticamente todas as noites ao lado de Elvis Presley em Las Vegas. Pior era ter que se responsabilizar por toda a banda perante Elvis e o empresário. Inicialmente a proposta era justamente essa, Scotty Moore traria todos os demais músicos para tocar com Elvis e a banda seria de sua total responsabilidade. Como ele disse não, a ideia inicial de ressuscitar os velhos Blue Moon Boys foi deixado de lado definitivamente.
A segunda opção seria contratar a banda que gravou ao lado de Elvis no American Studios. Seria ótimo, até porque eram todos feras, grandes instrumentistas, extremamente talentosos. O trabalho que tinham feito ao lado de Elvis ficou realmente fabuloso, merecedor de todas as críticas positivas que Elvis vinha recebendo desde que seus últimos discos chegaram nas lojas. "From Elvis in Memphis" estava aí para provar que eram excelentes profissionais. A proposta foi feita por Tom Parker, mas novamente não deu certo e pelo mesmo motivo que não havia dado certo com Scotty Moore. Os músicos do American não aceitaram os cachês propostos pelo empresário de Elvis. Eles até fizeram uma contraproposta, mas Parker riu do valor que eles pediram. Não havia chances de um acordo ser feito, tamanha era a desproporção entre a oferta do Coronel e o que a banda do American havia pedido.
A solução então foi procurar por um plano C. Quem deu a ideia foi o produtor Felton Jarvis. Ele disse a Elvis que tinha nomes interessantes para a formação de uma nova banda que poderia atuar ao lado de Elvis tanto nos estúdios como nos shows ao vivo em Las Vegas. Ele passou o telefone do guitarrista James Burton ao Coronel Parker e ficou esperando pelo melhor. Elvis já conhecia muito bem James Burton pois gostava de seu trabalho ao lado do cantor Ricky Nelson. Além, é claro, de inúmeras outras gravações que Burton havia feito em sua carreira, principalmente em Nashville, a capital mundial da country music.
O próprio James Burton relembraria anos depois: "A carreira de Ricky Nelson estava parada. Ele não queria que eu tocasse com mais ninguém pois considerava o meu estilo de tocar guitarra como parte de sua sonoridade. O problema é que eu queria tocar e com Ricky praticamente no ostracismo isso não era possível. Quando pintou a proposta de tocar com Elvis Presley nem pensei duas vezes, poderia ser uma nova fase em minha carreira". Na verdade James Burton estava tão interessado em tocar com Elvis que nem pensou nos aspectos puramente financeiros envolvidos em sua contratação. Aos poucos ele também acabou sugerindo novos nomes para a banda e Elvis os foi aceitando ou recusando de acordo com o que conhecia deles. Meio que informalmente o próprio Elvis acabou batizando o grupo de TCB Band, uma banda realmente maravilhosa que iria tocar ao seu lado até o final de sua vida, marcando para sempre o mundo da música mundial.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 20 de junho de 2005
Elvis Presley - Casamento em crise - Parte 2
O casamento de Elvis e Priscilla Presley afundou muito rapidamente. Depois do nascimento de Lisa Marie ele virou apenas uma fachada social, sem qualquer consistência. Além dos problemas sexuais envolvendo o casal havia ainda toda uma nova situação na qual Elvis não se sentia confortável. Certa vez Elvis disparou contra o Coronel Parker quando ele o estava pressionando para se casar. Olhando o empresário nos seus olhos em seu escritório Elvis disse: "Eu não nasci para o casamento. Não é algo que eu queira. Eu não quero me casar!".
Mesmo assim o Coronel Parker fez de tudo para que Elvis se casasse com Priscilla. Para muitos autores o que levou Parker a colocar Elvis contra a parede foi um encontro nada amigável entre ele e o pai de Priscilla. A garota estava vivendo por longos anos em Graceland sem que Elvis tomasse alguma atitude definitiva em relação a ela. Já havia passado da época para que se casassem. Elvis estava com quase 35 anos e nada de assumir um compromisso mais sério. Sutilmente, de forma indireta, o pai de Priscilla deixou subentendido para Parker que se algo assim vazasse na imprensa sobre toda a verdade envolvendo sua filha e Elvis seria o fim da carreira do cantor. Afinal quando Priscilla foi morar em Graceland ela era ainda menor de idade. O Coronel ficou em pânico com a "ameaça" e resolveu pressionar Elvis para se casasse com Priscilla naquele mesmo ano. Sua influência foi tamanha que Albert Goldman em seu livro intitulou um capítulo inteiro de "O Casamento do Coronel".
Elvis tinha sérias dúvidas em relação a Priscilla. Quando ele a conheceu ela mal tinha completado 14 anos de idade e Elvis tinha sonhos de moldá-la na mulher de seus sonhos, mas tudo parecia ter dado errado. Por volta de 1965 Elvis tinha motivos para acabar o namoro, mas ele havia se colocado em uma posição extremamente complicada em que não se podia mais pular fora do barco. Trazer Priscilla para morar em Graceland o colocou em uma situação mais do que difícil, em xeque-mate mesmo. Era impossível, em determinado momento, acabar o romance, muito por causa da sempre constante ameaça da imprensa. Priscilla, uma menor de idade, sendo despejada por um ídolo do Rock mulherengo após ser enganada por anos a fio por ele - quem ficaria do lado de Elvis numa situação dessas? Ele seria destruído pelos jornais caso isso vazasse para o grande público.
Assim a coisa toda saiu do controle e quando o Coronel Parker afirmou que Elvis deveria se casar ele não encontrou outra saída. Pena que tudo no final deu muito errado. Menos de um ano depois de colocar o anel de casamento no dedo de Priscilla tudo parecia acabado entre ambos. Eles não tinham mais relações sexuais e o fato de ficar em casa por mais de dois dias enlouquecia Elvis que ligava sempre ao Coronel para que ele lhe arranjasse algum trabalho para assim ter a desculpa de ir embora de Memphis para a costa oeste. Lá Elvis havia montado uma bela casa onde ao lado de seus amigos da Máfia de Memphis continuava a levar uma vida de solteiro com muitas mulheres, festas e drogas. Era o que ele queria. Nada de ficar bancando o maridão em Graceland. Isso o deixava incomodado, chateado, entediado e deprimido, além de louco para cair fora. Em sua mente Elvis queria continuar a levar sua vida de antes. Ele estava mais do que certo em dizer que não havia sido feito para o casamento - realmente isso não fazia sua cabeça.
Como Elvis havia construído toda uma vida à parte do casamento, Priscilla resolveu fazer o mesmo. Ela também montou um belo apartamento em Marina Del Rey e lá começou a ter encontros com seus amantes ocasionais. O primeiro foi um bem apessoado senhor que conheceu na Academia de dança. Em pouco tempo se tornaram amantes e começaram a curtir longas semanas de puro romantismo no apartamento comprado e mantido com o dinheiro do próprio Elvis. Eventualmente boatos começaram a surgir entre a Máfia de Memphis e um deles chegou ao próprio Elvis. Um dos caras lhe disse que Priscilla estava mantendo um apartamento para encontros casuais com outros homens. Ao invés de procurar saber a verdade Elvis se ofendeu e despediu o rapaz. Assim Priscilla conseguiu manter sua vida dupla por anos e anos sem qualquer interferência do cantor. Enquanto isso Elvis fazia exatamente a mesma coisa em sua casa em Los Angeles. Era uma via de traição em mão dupla.
Essa situação foi mantida por causa da pequena idade de Lisa Marie. Priscilla não queria se divorciar de Elvis enquanto ela fosse tão pequena. Já Elvis não queria o fim do casamento de jeito nenhum, em época alguma. Para alguns autores ele até mesmo sabia das traições de Priscilla, mas resolveu deixar tudo para lá. Ele não a incomodaria e ela também não o atrapalharia em sua vida pessoal, em suas farras em Los Angeles. Mesmo que ouvisse de tempos em tempos rumores sobre a infidelidade de Priscilla ele procurava ignorar tudo, pensando que agindo assim os problemas iriam desaparecer e as pessoas iriam se cansar das fofocas. Ele estava errado, as coisas só pioraram. Priscilla se apaixonou pelo lutador de caratê Mike Stone e nem fazia mais muita questão de esconder que estavam tendo um caso, indo em restaurantes finos, curtindo a boa vida da Califórnia com tudo pago pelo próprio Elvis.
O Coronel Parker, uma raposa astuta, acabou descobrindo tudo por volta de 1970, mas achou a situação tão delicada que procurou não se intrometer em nada, até mesmo porque o próprio Coronel Parker tinha culpa naquele casamento falido. Ele então se preparou apenas para abafar o caso quando tudo estourasse na imprensa, afinal de contas seria extremamente prejudicial para a imagem de Elvis quando a imprensa descobrisse que ele estava sendo traído pela própria esposa! O homem perfeito, cobiçado por milhões de mulheres ao redor do mundo, não conseguia nem ao menos manter sua própria esposa na linha? E o fato de ser um corno. como qualquer outro marido comum traído, em uma sociedade tão machista como a americana dos anos 60, seria uma desmoralização pública complicada de consertar quando tudo fosse explorado pela imprensa sensacionalista! Para Parker a única saída era preparar uma estratégia de contenção de danos, apenas isso, esperando a bomba explodir nos tabloides, mais cedo ou mais tarde.
Pablo Aluísio.
Mesmo assim o Coronel Parker fez de tudo para que Elvis se casasse com Priscilla. Para muitos autores o que levou Parker a colocar Elvis contra a parede foi um encontro nada amigável entre ele e o pai de Priscilla. A garota estava vivendo por longos anos em Graceland sem que Elvis tomasse alguma atitude definitiva em relação a ela. Já havia passado da época para que se casassem. Elvis estava com quase 35 anos e nada de assumir um compromisso mais sério. Sutilmente, de forma indireta, o pai de Priscilla deixou subentendido para Parker que se algo assim vazasse na imprensa sobre toda a verdade envolvendo sua filha e Elvis seria o fim da carreira do cantor. Afinal quando Priscilla foi morar em Graceland ela era ainda menor de idade. O Coronel ficou em pânico com a "ameaça" e resolveu pressionar Elvis para se casasse com Priscilla naquele mesmo ano. Sua influência foi tamanha que Albert Goldman em seu livro intitulou um capítulo inteiro de "O Casamento do Coronel".
Elvis tinha sérias dúvidas em relação a Priscilla. Quando ele a conheceu ela mal tinha completado 14 anos de idade e Elvis tinha sonhos de moldá-la na mulher de seus sonhos, mas tudo parecia ter dado errado. Por volta de 1965 Elvis tinha motivos para acabar o namoro, mas ele havia se colocado em uma posição extremamente complicada em que não se podia mais pular fora do barco. Trazer Priscilla para morar em Graceland o colocou em uma situação mais do que difícil, em xeque-mate mesmo. Era impossível, em determinado momento, acabar o romance, muito por causa da sempre constante ameaça da imprensa. Priscilla, uma menor de idade, sendo despejada por um ídolo do Rock mulherengo após ser enganada por anos a fio por ele - quem ficaria do lado de Elvis numa situação dessas? Ele seria destruído pelos jornais caso isso vazasse para o grande público.
Assim a coisa toda saiu do controle e quando o Coronel Parker afirmou que Elvis deveria se casar ele não encontrou outra saída. Pena que tudo no final deu muito errado. Menos de um ano depois de colocar o anel de casamento no dedo de Priscilla tudo parecia acabado entre ambos. Eles não tinham mais relações sexuais e o fato de ficar em casa por mais de dois dias enlouquecia Elvis que ligava sempre ao Coronel para que ele lhe arranjasse algum trabalho para assim ter a desculpa de ir embora de Memphis para a costa oeste. Lá Elvis havia montado uma bela casa onde ao lado de seus amigos da Máfia de Memphis continuava a levar uma vida de solteiro com muitas mulheres, festas e drogas. Era o que ele queria. Nada de ficar bancando o maridão em Graceland. Isso o deixava incomodado, chateado, entediado e deprimido, além de louco para cair fora. Em sua mente Elvis queria continuar a levar sua vida de antes. Ele estava mais do que certo em dizer que não havia sido feito para o casamento - realmente isso não fazia sua cabeça.
Como Elvis havia construído toda uma vida à parte do casamento, Priscilla resolveu fazer o mesmo. Ela também montou um belo apartamento em Marina Del Rey e lá começou a ter encontros com seus amantes ocasionais. O primeiro foi um bem apessoado senhor que conheceu na Academia de dança. Em pouco tempo se tornaram amantes e começaram a curtir longas semanas de puro romantismo no apartamento comprado e mantido com o dinheiro do próprio Elvis. Eventualmente boatos começaram a surgir entre a Máfia de Memphis e um deles chegou ao próprio Elvis. Um dos caras lhe disse que Priscilla estava mantendo um apartamento para encontros casuais com outros homens. Ao invés de procurar saber a verdade Elvis se ofendeu e despediu o rapaz. Assim Priscilla conseguiu manter sua vida dupla por anos e anos sem qualquer interferência do cantor. Enquanto isso Elvis fazia exatamente a mesma coisa em sua casa em Los Angeles. Era uma via de traição em mão dupla.
Essa situação foi mantida por causa da pequena idade de Lisa Marie. Priscilla não queria se divorciar de Elvis enquanto ela fosse tão pequena. Já Elvis não queria o fim do casamento de jeito nenhum, em época alguma. Para alguns autores ele até mesmo sabia das traições de Priscilla, mas resolveu deixar tudo para lá. Ele não a incomodaria e ela também não o atrapalharia em sua vida pessoal, em suas farras em Los Angeles. Mesmo que ouvisse de tempos em tempos rumores sobre a infidelidade de Priscilla ele procurava ignorar tudo, pensando que agindo assim os problemas iriam desaparecer e as pessoas iriam se cansar das fofocas. Ele estava errado, as coisas só pioraram. Priscilla se apaixonou pelo lutador de caratê Mike Stone e nem fazia mais muita questão de esconder que estavam tendo um caso, indo em restaurantes finos, curtindo a boa vida da Califórnia com tudo pago pelo próprio Elvis.
O Coronel Parker, uma raposa astuta, acabou descobrindo tudo por volta de 1970, mas achou a situação tão delicada que procurou não se intrometer em nada, até mesmo porque o próprio Coronel Parker tinha culpa naquele casamento falido. Ele então se preparou apenas para abafar o caso quando tudo estourasse na imprensa, afinal de contas seria extremamente prejudicial para a imagem de Elvis quando a imprensa descobrisse que ele estava sendo traído pela própria esposa! O homem perfeito, cobiçado por milhões de mulheres ao redor do mundo, não conseguia nem ao menos manter sua própria esposa na linha? E o fato de ser um corno. como qualquer outro marido comum traído, em uma sociedade tão machista como a americana dos anos 60, seria uma desmoralização pública complicada de consertar quando tudo fosse explorado pela imprensa sensacionalista! Para Parker a única saída era preparar uma estratégia de contenção de danos, apenas isso, esperando a bomba explodir nos tabloides, mais cedo ou mais tarde.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Casamento em crise - Parte 1
Poucas semanas após o nascimento de Lisa Marie o casamento de Elvis e Priscilla começou a ficar em ruínas. Embora para os que os viam de fora parecesse que era o casamento dos contos de fadas as coisas iam de mal a pior dentro do palácio do Rei do Rock. O palácio real estavam em ruínas. Em 1969 a carreira de Elvis tomou um novo impulso, seus discos começaram a vender bem novamente e seu retorno aos palcos em Las Vegas levou Elvis de volta ao seio de seu público onde passou a ser novamente idolatrado pelas massas. O Elvis dos anos de baixa, quando se mostrava mais humano e carinhoso com Priscilla desapareceu. Elvis voltou a adotar uma postura arrogante com a esposa e pior do que isso, começou a trai-la com coristas de Vegas. Todas as noites uma mulher diferente passou a passar pela cama de Elvis que imediatamente decretou que a presença de esposas estava proibida durante as temporadas de shows. Ela podiam apenas comparecer na noite de estreia e encerramento. Nos demais dias Elvis e os caras da máfia de Memphis agiam como solteiros farristas na cidade que era conhecida justamente como a Cidade do Pecado!
Outro problema muito sério surgiu também dentro da vida conjugal de Elvis. Ele parou de procurar sexualmente por sua jovem esposa. Elvis tinha um problema psicológico, um trauma, que o impedia de ter relações sexuais com mulheres que já tivessem sido mães. Talvez por ser ligado demais à sua própria mãe, Elvis colocava mulheres com filhos em uma espécie de altar santo que o impedia de ter desejo sexual por elas. Obviamente Elvis deveria ter procurado por ajuda, uma terapia faria muito bem a ele, mas famoso demais para se expor jamais foi em frente nesse aspecto. Ao invés disso passou a evitar qualquer contato sexual com Priscilla que começou a ficar desesperada com a situação. Ela era apenas uma jovem saudável que também tinha desejos sexuais e não conseguia entender porque Elvis muitas vezes demonstrava ter quase um nojo de estar com ela na cama.
A situação logo se tornou insuportável para o casal. Para escapar Elvis passou a fugir para Los Angeles com uma desculpa qualquer. Valia tudo para não ficar em casa enquanto a esposa tentava de todas as formas levá-lo para a cama. A situação obviamente logo se tornou constrangedora demais para lidar. Priscilla tentava chegar perto de Elvis, lhe fazer um carinho, sensualizando para que ele transasse com ela, mas Elvis sempre saia de perto com alguma desculpa nada convincente. O jogo de sedução de Priscilla causava um grande desconforto psicológico em Elvis. Ao lado do trauma de infância de Elvis havia também um fator complicador na situação. Elvis começou a estudar muitas religiões orientais que pregavam o celibato como um processo de purificação espiritual. Assim Elvis que já não conseguia transar com a própria esposa passou a adotar uma postura de fuga do sexo pois isso o iria tornar impuro! O mais contraditório de tudo é que mesmo pensando assim Elvis não pensava duas vezes antes de levar uma dançarina qualquer para sua suíte em Las Vegas!
Assim Priscilla com apenas 23 anos de idade tinha que lidar com um marido que lhe negava sexo de todas as formas, ora alegando que estava com algum problema, ora tentando explicar a ela que isso ia contra os fundamentos de sua religião esotérica. E para jogar tudo ainda mais no caos Elvis começou a novamente abusar das drogas. O sucesso que voltou também trouxe a pressão e a tensão dos concertos, a ansiedade dos camarins, o esgotamento físico e psicológico dos shows e toda a loucura que vinha dentro do pacote de ser um rockstar. Com tudo jogando contra Priscilla começou a ir atrás de outro homem, um amante que lhe levasse para a cama, já que seu marido não parecia disposto mais a isso. Com Elvis sempre viajando, Priscilla tinha tempo e meios para levar uma vida dupla, Arranjou amantes ocasionais e depois emplacou um caso amoroso realmente sério com um instrutor de karatê chamado Mike Stone (que havia sido sugerido a ela justamente pelo próprio Elvis). Já que Elvis não comparecia mais, Priscilla resolveu lhe trair, para muitos de uma maneira tão rápida e breve que surpreendeu. Elvis assim começava a ser traído sistematicamente a partir de 1969. Enquanto se apresentava em Vegas, surgindo como o homem ideal para as mulheres que compareciam em seus shows, sua própria esposa desfrutava do leito de um amante. Era o fim do conto de fadas.
Pablo Aluísio.
Outro problema muito sério surgiu também dentro da vida conjugal de Elvis. Ele parou de procurar sexualmente por sua jovem esposa. Elvis tinha um problema psicológico, um trauma, que o impedia de ter relações sexuais com mulheres que já tivessem sido mães. Talvez por ser ligado demais à sua própria mãe, Elvis colocava mulheres com filhos em uma espécie de altar santo que o impedia de ter desejo sexual por elas. Obviamente Elvis deveria ter procurado por ajuda, uma terapia faria muito bem a ele, mas famoso demais para se expor jamais foi em frente nesse aspecto. Ao invés disso passou a evitar qualquer contato sexual com Priscilla que começou a ficar desesperada com a situação. Ela era apenas uma jovem saudável que também tinha desejos sexuais e não conseguia entender porque Elvis muitas vezes demonstrava ter quase um nojo de estar com ela na cama.
A situação logo se tornou insuportável para o casal. Para escapar Elvis passou a fugir para Los Angeles com uma desculpa qualquer. Valia tudo para não ficar em casa enquanto a esposa tentava de todas as formas levá-lo para a cama. A situação obviamente logo se tornou constrangedora demais para lidar. Priscilla tentava chegar perto de Elvis, lhe fazer um carinho, sensualizando para que ele transasse com ela, mas Elvis sempre saia de perto com alguma desculpa nada convincente. O jogo de sedução de Priscilla causava um grande desconforto psicológico em Elvis. Ao lado do trauma de infância de Elvis havia também um fator complicador na situação. Elvis começou a estudar muitas religiões orientais que pregavam o celibato como um processo de purificação espiritual. Assim Elvis que já não conseguia transar com a própria esposa passou a adotar uma postura de fuga do sexo pois isso o iria tornar impuro! O mais contraditório de tudo é que mesmo pensando assim Elvis não pensava duas vezes antes de levar uma dançarina qualquer para sua suíte em Las Vegas!
Assim Priscilla com apenas 23 anos de idade tinha que lidar com um marido que lhe negava sexo de todas as formas, ora alegando que estava com algum problema, ora tentando explicar a ela que isso ia contra os fundamentos de sua religião esotérica. E para jogar tudo ainda mais no caos Elvis começou a novamente abusar das drogas. O sucesso que voltou também trouxe a pressão e a tensão dos concertos, a ansiedade dos camarins, o esgotamento físico e psicológico dos shows e toda a loucura que vinha dentro do pacote de ser um rockstar. Com tudo jogando contra Priscilla começou a ir atrás de outro homem, um amante que lhe levasse para a cama, já que seu marido não parecia disposto mais a isso. Com Elvis sempre viajando, Priscilla tinha tempo e meios para levar uma vida dupla, Arranjou amantes ocasionais e depois emplacou um caso amoroso realmente sério com um instrutor de karatê chamado Mike Stone (que havia sido sugerido a ela justamente pelo próprio Elvis). Já que Elvis não comparecia mais, Priscilla resolveu lhe trair, para muitos de uma maneira tão rápida e breve que surpreendeu. Elvis assim começava a ser traído sistematicamente a partir de 1969. Enquanto se apresentava em Vegas, surgindo como o homem ideal para as mulheres que compareciam em seus shows, sua própria esposa desfrutava do leito de um amante. Era o fim do conto de fadas.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis e Hal Wallis
Elvis em seus anos em Hollywood ou como alguns dizem, os anos frustrantes da carreira de Elvis Presley. Essa visão é um pouco cansativa, principalmente após tantos anos, afinal tudo é válido sob um ponto de vista histórico. Certamente Elvis ganharia mais artisticamente se ele tivesse se dedicado a gravar bons discos e feito shows na Europa, no Japão, etc. Nos anos 60, com a chegada dos Beatles, teria sido uma bela rivalidade se isso tivesse acontecido.
O mundo do rock certamente ganharia muito. Porém isso não aconteceu. Elvis se concentrou em fazer filmes que hoje em dia podem ser considerados comédias românticas musicais tipicamente da safra de Hal Wallis, produtor da Paramount Pictures que após se consagrar com "Casablanca", um dos grandes clássicos da história do cinema, decidiu nos anos 50 e 60 que iria apostar em um tipo de filme mais comercial, feito em ritmo industrial.
Para isso Wallis contou com tres astros básicos para ganhar muito, mas muito dinheiro mesmo. O primeiro era o próprio Elvis Presley. Cantor de rock que num estalar de dedos poderia se tornar também um astro do cinema. É curioso porque mesmo não sendo uma cria nata de Hollywood Elvis conseguiu por alguns anos entrar na lista dos dez mais bem pagos da indústria. Nada mal para um "peixe de fora". Outro que foi usado por Wallis para encher seus cofres foi Jerry Lewis. Humorista de mão cheia que usava outro cantor (Dean Martin) como escada, acabou faturando horrores com suas comédias rápidas e bem feitas. Anos depois Lewis iria assumir o controle artístico de seus filmes e isso obviamente resultaria em um rompimento com o velho produtor que no final das contas não estava muito interessado em arte, mas sim em lucros!
E havia também John Wayne, o grande cowboy. Esse astro da velha guarda também fez uma bem sucedida parceria ao lado do produtor Wallis. Seus filmes da faroeste produzidos por Wallis eram mais simples, mais diretos ao ponto. Nada a ver com os grandes clássicos de Wayne ao lado de John Ford, um cineasta autoral e muito preocupado com a sétima arte. Sob a produção de Wallis, o velho Wayne se concentrou em fazer filmes mais baratos, mais divertidos e mais comerciais. Assim, olhando-se para trás, chegamos na conclusão que os filmes de Elvis nos anos 60 seguiam uma certa lógica da época. Além disso, vamos convir, ser associado a Hal Wallis, Jerry lewis e John Wayne certamente não era algo negativo. Pelo contrário, teve seu valor.
Pablo Aluísio.
O mundo do rock certamente ganharia muito. Porém isso não aconteceu. Elvis se concentrou em fazer filmes que hoje em dia podem ser considerados comédias românticas musicais tipicamente da safra de Hal Wallis, produtor da Paramount Pictures que após se consagrar com "Casablanca", um dos grandes clássicos da história do cinema, decidiu nos anos 50 e 60 que iria apostar em um tipo de filme mais comercial, feito em ritmo industrial.
Para isso Wallis contou com tres astros básicos para ganhar muito, mas muito dinheiro mesmo. O primeiro era o próprio Elvis Presley. Cantor de rock que num estalar de dedos poderia se tornar também um astro do cinema. É curioso porque mesmo não sendo uma cria nata de Hollywood Elvis conseguiu por alguns anos entrar na lista dos dez mais bem pagos da indústria. Nada mal para um "peixe de fora". Outro que foi usado por Wallis para encher seus cofres foi Jerry Lewis. Humorista de mão cheia que usava outro cantor (Dean Martin) como escada, acabou faturando horrores com suas comédias rápidas e bem feitas. Anos depois Lewis iria assumir o controle artístico de seus filmes e isso obviamente resultaria em um rompimento com o velho produtor que no final das contas não estava muito interessado em arte, mas sim em lucros!
E havia também John Wayne, o grande cowboy. Esse astro da velha guarda também fez uma bem sucedida parceria ao lado do produtor Wallis. Seus filmes da faroeste produzidos por Wallis eram mais simples, mais diretos ao ponto. Nada a ver com os grandes clássicos de Wayne ao lado de John Ford, um cineasta autoral e muito preocupado com a sétima arte. Sob a produção de Wallis, o velho Wayne se concentrou em fazer filmes mais baratos, mais divertidos e mais comerciais. Assim, olhando-se para trás, chegamos na conclusão que os filmes de Elvis nos anos 60 seguiam uma certa lógica da época. Além disso, vamos convir, ser associado a Hal Wallis, Jerry lewis e John Wayne certamente não era algo negativo. Pelo contrário, teve seu valor.
Pablo Aluísio.
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