domingo, 22 de maio de 2005

Elvis Presley - Sun Records Sessions 1954

Elvis Presley - Sun Records Sessions 1954
As primeiras sessões profissionais de Elvis na Sun Records aconteceram em julho, agosto e setembro de 1954 respectivamente. Das quinze canções gravadas por Elvis nessas sessões o produtor Sam Phillips aproveitou apenas 4 que foram lançadas justamente em seus dois primeiros singles. O restante foi arquivada, sem maiores planos por parte de Phillips em um dia lançá-las.

Não deixa de ser curioso ainda mais se formos analisar o que Elvis deixou para trás nesses registros. Há preciosidades absolutas que não seriam desperdiçadas pela gravadora RCA quando Elvis foi trabalhar lá - levando consigo tudo o que havia gravado na Sun. As faixas I Love You Because, Blue Moon, I'll Never Let You Go e Just Because, por exemplo, iriam fazer parte do primeiro LP de Elvis no novo selo. E por qual razão Sam Phillips não as aproveitou ele próprio? Complicado chegar na resposta dessa pergunta. Provavelmente ele não achasse as gravações tecnicamente perfeitas (realmente não são) ou então não viu potencial comercial nelas naquele momento.

Mas além dessas que foram aproveitadas pela RCA existiram muitas outras que não tiveram destino nenhum e se perderam para sempre! Isso mesmo, estima-se que algo em torno de 60% de tudo que Elvis produziu na Sun se perdeu para sempre. Os motivos foram muitos - alguns registros foram apagados assim que gravados, outros foram pessimamente armazenados e se deterioraram ou então simplesmente se perdeu os tapes originais. Um exemplo é a faixa Satisfied que não chegou até os nossos dias.

Além dela existem muitas e muitas músicas que foram ensaiadas na Sun, chegou-se a gravar um take considerado ideal mas depois não se sabe ao certo onde foram parar, se existem ainda ou se perderam para sempre. Por fim há casos curiosos de músicas que foram arquivadas por longos anos para depois surgirem sem mais nem menos na discografia de Elvis anos depois. É o caso de Tomorrow Night que ficou pegando poeira por 12 anos para depois ganhar um novo arranjo feito por Chet Atkins para ser lançada no disco "Elvis For Everyone" na década de 60. O que se tira de conclusão de tudo isso é que infelizmente muito material histórico foi perdido, o que demonstra como foi rica a passagem de Elvis pela Sun Records.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis e Dixie

Dixie Locke foi a primeira garota com a qual Elvis se envolveu mais seriamente. Antes ele já tivera alguns namoricos, mas com Dixie as coisas pareciam caminhar muito bem. Na mesma época em que tentava decolar uma carreira como cantor, Elvis procurava solidificar ainda mais esse relacionamento. Dixie era uma típica garota do sul. De boa família, respeitável, sociável e muito leal a Elvis. Os dois se conheceram meio ao acaso em um ringue de patinação. Elvis não sabia patinar e por isso ficava se agarrando na cerca e foi lá que ele puxou papo com ela pela primeira vez. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Elvis era na realidade bastante tímido e reservado e na escola secundária jamais se comportou como um rebelde ou algo parecido. Jamais criou problemas em sala de aula e nunca se meteu em confusões. Ele era fã de James Dean, mas não se comportava como ele.

Conhecer Dixie foi muito bom para Elvis. Ele se tornou mais sociável e levava a namorada todos os domingos ao cinema local, o Memphian. Dixie também deu bastante apoio a Elvis em seu começo de carreira. Por conta própria resolveu fundar um fã clube próprio (o primeiro fã clube de Elvis Presley da história) e se tornou sua própria presidente. Ao lado de amigas divulgava as apresentações do namorado no colégio e incentivava os jovens de sua idade a irem ver Elvis. De fato tudo caminhava para um futuro casamento. A mãe de Elvis, Gladys, gostava de Dixie e se dava bem com ela. Infelizmente com o sucesso batendo às portas o namoro esfriou.

Elvis ficava quase todo o tempo viajando em locais distantes e o assédio feminino exagerado em cima dele piorou ainda mais a situação. Muitos anos depois Elvis ainda falaria de Dixie, ora com alívio por não ter se casado cedo demais, ora com arrependimento do casal não ter seguido em frente. Ele costumava dizer que "Meu primeiro disco salvou meu pescoço!" se referindo ao fato de não ter casado com Dixie, mas parece ter se arrependido disso tempos depois ao tentar um reencontro com a antiga namoradinha da escola.

Mas já era tarde demais. Dixie conheceu outro rapaz e com ele se casou. Tiveram filhos e ela virou um típica dona de casa do sul. Sempre manteve um carinho especial pelo ex namorado e de longe foi acompanhando sua escalada ao topo do sucesso. Alguns anos atrás ela finalmente resolveu falar sobre Elvis. Não havia mágoa nem mácula em relação a ele, apenas nostalgia pelos bons momentos que passaram juntos. A vida caminha para a frente, é um fato da vida e Dixie sabe muito bem disso.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de maio de 2005

Elvis Presley - 3000 South Paradise Road

Aqui temos mais um lançamento do selo FTD (Follow That Dream). Logo de cara podemos perceber o bom gosto da direção de arte da capa. Quem é colecionador de longa data, desde os tempos do vinil, vai reconhecer rapidamente essa foto. Ela foi utilizada na contracapa do álbum "Elvis On Stage - February 1970". Elvis usa um figurino diferenciado, com camisa e calça em cores diferentes, algo bem raro de acontecer, principalmente depois que adotou as famosas roupas ao estilo jumpsuit (seus conhecidos macacões, geralmente brancos, mas também disponíveis em outras cores como preto, azul e vermelho). Pois bem, a capa como se pode perceber já é um convite para adquirir o CD, mas há mais atrativos.

São dois CDs na verdade, um lançamento duplo. No primeiro CD temos um show de Elvis realizado em 12 de agosto de 1972 em Las Vegas. Essa foi uma boa temporada que resultou em apresentações bem interessantes. Aqui temos o Dinner Show, que geralmente trazia um Elvis mais descansado, cantando melhor e com mais foco. Dentro de um repertório mais leve e dançante Elvis volta a se destacar ao cantar o hino "American Trilogy", Sim, ele poderia ter aproveitado para adicionar canções mais novas, recentemente lançadas no mercado, como "Burning Love", por exemplo, mas isso no final das contas não conta muito por causa de sua boa performance. Já o CD 2 traz um ensaio que Elvis realizou com a TCB Band em 4 de agosto, em Las Vegas também. Embora o clima de ensaio sempre deixasse Elvis mais disperso, não se preocupando muito em ser perfeito ao microfone, aqui ainda temos alguns lapsos de seu talento. "True Love Travels On A Gravel Road" do American Studios, por exemplo, ganha uma versão ao vivo. Pena que Elvis nunca tenha utilizado a música com mais frequência em suas apresentações. Seria um sopro de novidade muito bem-vindo. "I'll Remember You" e "Faded Love" também são destaques, mas a grande atração vem mesmo de "Burning Love", seu grande sucesso do momento.

Elvis Presley - 3000 South Paradise Road (2016):
CD-1: Las Vegas, August 12 1972 (D.S.) - 1. See See Rider / 2. Proud Mary / 3. Until It's Time For You To Go / 4. You Don't Have To Say You Love Me / 5. You've Lost That Loving Feeling / 6. Polk Salad Annie / 7. What Now My Love / 8. Fever / 9. Love Me / 10. Blue Suede Shoes / 11. One Night / 12. All Shook Up / 13. Teddy Bear/Don't Be Cruel / 14. Heartbreak Hotel / 15. Hound Dog / 16. Love Me Tender / 17. Suspicious Minds / 18. Band introductions / 19. My Way / 20. American Trilogy / 21. Can't Help Falling In Love.

CD-2: Rehearsal, Las Vegas August 4 1972 - 1. You Don't Have To Say You Love Me / 2. Until It's Time For You To Go / 3. You've Lost That Loving Feeling / 4. Burning Love / 5. What Now My Love (# 1) / 6. What Now My Love (# 2) / 7. My Babe / 8. For The Good Times / 9. True Love Travels On A Gravel Road /10: Fever / 11: Blueberry Hill / 12: Little Sister/Get Back (incomplete) / 13: I'll Remember You / 14: American Trilogy / 15:Something / 16: Faded Love / 17: You Gave Me A Mountain / 18: I'm Leavin' / 19: My Way (# 1) / 20: My Way (# 2).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Tahoe '73

Nos anos 70 o Coronel Tom Parker direcionou a carreira de Elvis para um determinado tipo de apresentação em cassinos. Primeiramente em Las Vegas e depois em Lake Tahoe. É curioso que foi justamente nesse último local que Elvis acabou realizando suas temporadas menos conhecidas e menos badaladas. O cantor Frank Sinatra era sócio justamente do Sahara Tahoe onde Elvis se apresentou várias vezes. Geralmente Sinatra levava seu próprio grupo de artistas (o chamado Rat Pack com Dean Martin, Sammy Davis Jr, entre outros) para se apresentar na alta temporada. Nos meses menos frequentados o velho Sinatra entrava em contato com o Coronel Parker para levar Elvis para curtas temporadas por lá. Era uma forma de não deixar os hotéis vazios em baixa estação. E Elvis conseguia lotar seus shows em Lake Tahoe, mesmo com teoricamente tudo contra. De fato, no quesito bilheteria o Rei do Rock realmente jamais deixou a desejar durante os anos 70.

Nenhum desses concertos chegaram a ser excepcionais. Elvis, como bom profissional que era, subia ao palco e cumpria seus compromissos. Nada mais. Em raras ocasiões ele até tentou testar novos repertórios, introduzindo músicas novas, mas não ia muito além disso. O próprio Frank Sinatra aconselhava Elvis a não mudar muito, a não sair demais do habitual. Para Sinatra a fórmula do sucesso era sempre repetir a mesma seleção musical, com os maiores sucessos, para não decepcionar ninguém na plateia. Elvis parece ter seguido o conselho do colega veterano. O concerto que ouvimos aqui nesse CD foi gravado na noite de 9 de maio de 1973. É um CD com qualidade Audience, ou seja, um pouco sofrível em termos de sonoridade. Isso porém fica em segundo plano quando descobrimos que é uma gravação pouco conhecida que certamente vale pelo menos uma audição, nem que seja por mera curiosidade. E por fim para os que gostam do bom e velho vinil haverá também uma edição limitada desse título nesse formato.

Elvis Presley - Tahoe '73 (2017)
01. Opening Riff / C. C. Rider 02. medley: I Got A Woman / Amen 03. Love Me Tender (with false start) 04. You Dont Have To Say You Love Me 05. Steamroller Blues 06. You Gave Me A Mountain 07. Love Me 08. Blue Suede Shoes 09. Heartbreak Hotel 10. medley: Long Tall Sally / Whole Lotta Shakin' Goin' On / Flip Flop And Fly / Whole Lotta Shakin' Goin' On 11. I'm Leavin 12. Hound Dog 13. What Now My Love 14. Suspicious Minds 15. Band Introductions 16. I'll Remember You 17. I Can't Stop Loving You 18. Bridge Over Troubled Water 19. A Big Hunk O'Love 20. Can't Help Falling In Love 21. Closing Vamp / Announcements.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Greensboro '77

Mais um título divulgado a ser lançado no mercado americano. Trata-se de "Greensboro '77". O CD do selo Ragdoll label trará o show que Elvis realizou na cidade de Greensboro em 21 de abril de 1977. Em relação a esse lançamento temos uma boa e uma má notícia para os colecionadores. A boa novidade é que se trata de uma apresentação inédita, considerada por muitos como um dos melhores concertos realizados por Elvis nessa turnê. A má notícia é que o CD será lançado com qualidade "Audience", ou seja, através de material gravado originalmente no meio da plateia, com todos os problemas de qualidade a que estamos de certa maneira acostumados.

Em termos de repertório poderíamos dizer que se trata de um show de rotina, pois Elvis em pouco inovou na seleção das músicas. Depois da introdução com as costumeiras "Also Sprach Zarathustra / See See Rider / I Got A Woman / Love Me", Elvis canta uma versão OK de " If You Love me Let Me Know" que iria fazer parte de seu último álbum, "Moody Blue". Outra canção que se destaca é "And I Love You So". A bela balada do disco "Elvis Today" aos poucos foi se firmando no set list dos concertos por essa época. Infelizmente seus antigos rocks clássicos não tiveram versões muito boas. O medley "Teddy bear - Don't Be Cruel" soa um pouco cansado, embora as músicas em si sejam à prova de falhas. "Jailhouse Rock" é apenas uma sombra da gravação clássica e "Little Sister" é uma mera introdução. De qualquer maneira as versões de "My Way", "Early Mornin' Rain", "Hurt" (do From Elvis Presley Boulevard) e "How Great Thou Art" puxam a qualidade lá para cima. Em um tempo em que Elvis vinha enfrentando diversos problemas de saúde, emocionais, etc, esse registro prova que ele ainda era capaz de belos momentos no palco, diante de seu querido público.

Elvis Presley - Greensboro '77 (2017)
Also Sprach Zarathustra / See See Rider / I Got A Woman / Love Me / If You Love me Let Me Know / You Gave Me A Mountain / Jailhouse Rock / O Sole Mio / It's Now Or Never / Little Sister / Teddy bear - Don't Be Cruel / And I Love You So / Fever / My Way / Introductions / Early Mornin' Rain / What'D I Say / Johnny B Goode / Introductions (Incomplete) / Hurt (With Reprise) / Hound Dog / Funny How Time Slips Away / How Great Thou Art / Little Darlin' / Can't Help Falling In Love / Closing Vamp.

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - Murfreesboro 74

Esse é o novo CD do selo FTD, que ao contrário do que andavam dizendo por aí não vai acabar. Pelo contrário, o selo tem se mostrado bem lucrativo pois atende uma parcela de fãs de Elvis que estão sempre dispostos a ouvirem novidades, ano após ano. Esse lançamento aqui tem uma boa sonoridade, pois está na categoria de Soundboard, ou seja, o áudio foi gravado diretamente do sistema de som que foi usado nos dois concertos. Os shows foram realizados nos dias 14 e 19 de março de 1974, na cidade de  Murfreesboro no Tennessee. Com população de pouco mais de 100 mil habitantes era próxima de Memphis, uma vez que Elvis já não estava mais com disposição de fazer longas viagens. Se houvesse a oportunidade de cantar perto de casa seria algo muito bem-vindo para ele nessa fase de sua vida. As dificuldades e os desconfortos das longas viagens já não eram mais de seu agrado pessoal. A vida na estrada, nas turnês, era algo penoso conforme a idade vinha chegando para Elvis.

Em termos de repertório não há muitas novidades nessas apresentações. Elvis estava disposto a fazer shows profissionais, corretos, mas sem grandes surpresas. Preferiu se agarrar no certo e no seguro. Do primeiro show no dia 14 eu poderia destacar as interpretações do cantor em faixas como "Steamroller Blues", um bom blues que Elvis já não utilizava mais com tanta frequência e o gospel "Why Me Lord" que começava a entrar nos concertos e seria utilizado no show de Elvis em Memphis, indo parar no álbum oficial, fazendo com que os fãs do mundo todo conhecessem a canção que nunca havia sido gravada antes por ele em estúdio. O segundo show tem menos novidades, mas eu destacaria o medley com as canções " Long Tall Sally / Whole Lotta Shakin' Goin' On / Mama Don't Dance / Flip, Flop and Fly / Jailhouse Rock / Hound Dog". Veja como Elvis pouco se importava com seus clássicos de rock. Esse monte de músicas cabiam em uma performance de pouco mais de três minutos de duração! Realmente uma pena. De qualquer forma esse medley também seria usado no disco de Memphis. Por fim há outra nova música no repertório, a bonita "Help Me", cuja versão ao vivo surgiria no álbum gravado ao vivo em Memphis e depois faria parte do disco "Promised Land", em sua versão de estúdio. Então é isso. Um CD bom, interessante, mas nada excepcional. Até que vale a pena ter na coleção.

Elvis Presley - Murfreesboro 74 (2018)

Disc 1 - March 14, 1974
01 Also Sprach Zarathustra / 02 See See Rider 3:36 / 03 I Got A Woman / Amen 4:13 / 04 Love Me 1:41 / 05 Trying To Get To You 2:09 / 06 All Shook Up 1:01 / 07 Steamroller Blues 3:01 / 08 (Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel 2:06 / 09 Love Me Tender 1:53 / 10 Johnny B. Goode 1:40 / 11 Hound Dog 1:11 / 12 Fever 3:06 / 13 Polk Salad Annie 3:38 / 14 Why Me Lord 3:58 / 15 Suspicious Minds 3:55 / 16 Introductions 1:58 / 17 I Can't Stop Loving You 2:41 / 18 Help Me 2:44 / 19 American Trilogy 4:04 / 20 Let Me Be There 3:59 / 21 Funny How Time Slips Away 2:42 / 22 Can't Help Falling In Love 1:41 / 23 Closing Vamp 1:00

Disc 2 - March 19, 1974
01 Also Sprach Zarathustra (Theme From 2001: A Space Odyssey) 1:15 / 02 See See Rider 3:37 / 03 I Got A Woman / Amen 5:56 / 04 Love Me 1:46 / 05 Trying To Get To You 2:12 / 06 All Shook Up 1:02 / 07 Steamroller Blues 2:56 / 08 (Let Me Be Your) Teddy Bear / Don't Be Cruel 1:58 / 09 Love Me Tender 1:55 / 10 Medley: Long Tall Sally / Whole Lotta Shakin' Goin' On/Mama Don't Dance / Flip, Flop and Fly / Jailhouse Rock / Hound Dog 3:37 / 11 Fever 3:08 / 12 Polk Salad Annie 3:39 / 13 Why Me Lord 4:00 / 14 Suspicious Minds 3:51 / 15 Introductions 2:37 / 16 I Can't Stop Loving You 2:32 / 17 Help Me 3:11 / 18 American Trilogy 4:00 / 19 Let Me Be There 4:15 / 20 Funny How Time Slips Away 2:32 / 21 Mystery Train 0:45 (incomplete).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - A New Decade, A New Sound

A New Decade, A New Sound (2014) - Esse bootleg lançado recentemente pelo selo Straight Arrow procura resgatar duas apresentações de Elvis Presley em Las Vegas na sua segunda temporada de retorno aos palcos. Como o próprio título sugere havia um clima de euforia no ar, uma nova década nascia e Elvis aproveitava para testar novas sonoridades em sua música. Pena que o som propriamente dito do título seja bem ruim pois se trata de um audience recording, ou seja, uma gravação feita no meio do público, por fãs. 

Eu particularmente assumo que nunca gostei muito dos CDs da Straight Arrow. Alguns títulos são até interessantes, mas no geral o selo não se importa muito com qualidade sonora, lançando coisas inéditas, é verdade, mas que não primam muito pela qualidade de som. Assim pela má sonoridade presente só indico mesmo "A New Decade, A New Sound" para fãs radicais do Rei do Rock.

A New Decade, A New Sound (2014) - February 3 1970 Dinner show: Excerpt of Sammy Shore speech - Orchestra Instrumental - Opening Vamp - All Shook Up - I Got A Woman - Proud Mary - Don't Cry Daddy - Teddy Bear/Don't Be Cruel - Long Tall Sally - Let It Be Me - I Can't Stop Loving You - Walk A Mile In My Shoes/In The Ghetto - Kentucky Rain - Sweet Caroline - Polk Salad Annie - Introductions - Suspicious Minds - Can't Help Falling In Love. / February 5 1970 Dinner show: Rick Rennie comments recorded prior the show - Orchestra Instrumental - Opening Vamp - All Shook Up - I Got A Woman - Proud Mary - Don't Cry Daddy - Teddy Bear/Don't Be Cruel - Love Me - C. C. Rider - Let It Be Me - I Can't Stop Loving You - Love Me Tender - Chat with audience - In The Ghetto - Sweet Caroline - Polk Salad Annie - Introductions - Suspicious Minds - Can't Help Falling In Love.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Houston, We Have a Problem...

Houston, We Have a Problem... - Terceiro lançamento da Audionics, o título do CD faz um trocadilho engraçadinho com a famosa frase dita pela tripulação da nave Apolo XIII. Esse é o show de Elvis realizado em Houston na data de 28 de agosto de 1976. Elvis pesadão luta para realizar uma boa apresentação. A boa notícia é que ele conseguiu. No começo o ouvinte fica com receios que Elvis fará mais um daqueles concertos preguiçosos e cheios de problemas, típicos do trabalho que ele vinha desenvolvendo ao vivo no ano do bicentenário dos Estados Unidos. 

Felizmente ele consegue se superar e lá pela quarta música Elvis parece se empolgar com o show. A qualidade sonora é boa, um soundboard bem gravado. Pena que o show em si esteja também incompleto. Outro problema é a já conhecida manha de Elvis em promover longas apresentações de seus músicos, o que lhe dava a chance de sentar para descansar e se poupar, tendo em vista seus problemas de saúde. O repertório é o costumeiro, sem maiores novidades. Os únicos destaques dignos de nota vem das performances de "America" (em homenagem ao seu país) e "Hurt" (onde Elvis tentava mostrar que ainda tinha muito poderio vocal).

Houston, We Have a Problem... - See See Rider (incomplete) I Got A Woman - Amen / Love Me / If You Love Me / You Gave Me A Mountain / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / And I Love You So /  Jailhouse Rock / Fever / America / Polk Salad Annie - Introductions / Early Mornin' Rain / What'd I Say / Johnny B. Goode / Drum solo / Bass solo / Bass solo (#2) / Piano solo / Keyboard solo / School Days / Hurt / Funny How Time Slips Away / Can't Help Falling In Love / Closing Vamp.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Elvis Presley - The Last Movies

Essa é a capa do novo CD do selo FTD (Follow That Dream) intitulado "Elvis - The Last Movies" ("Elvis - Os Últimos Filmes" em português). Achei a ideia muito boa, até porque é notório que os últimos filmes de Elvis no cinema não tiveram o tratamento adequado em termos de trilhas sonoras pela gravadora RCA Victor na época de seus lançamentos. As músicas desses filmes foram dispersadas dentro do mercado, ora surgindo como meros "tapa buracos" de seus discos promocionais, ora como compactos sem qualquer divulgação pela RCA.

Nenhum dos filmes ganhou uma trilha sonora própria, lançada como álbum, como havia acontecido nos primeiros anos de Elvis em Hollywood. Tudo foi de certa maneira desprezado, pessimamente tratado pelo selo RCA. Agora temos a reunião das três últimas trilhas sonoras, trazendo além das gravações oficiais, muito material inédito, takes alternativos e um pequeno livreto com várias fotos inéditas, rara memorabilia e informações em geral das sessões originais. É uma boa pedida para os colecionadores adquirirem o pacote completo do trabalho de Elvis feito durante os anos 60 no cinema. Aqui temos muito material proveniente do faroeste "Charro", da boa comédia de costumes "Lindas Encrencas, as Garotas" e do bom filme final "Ele e as Três Noviças". Vale muito a pena comprar esse novo CD. Deixamos assim a dica desse lançamento que está chegando nas lojas dos Estados Unidos, Europa e Japão nas próximas semanas. 

Elvis Presley - Elvis The Last Movies (2017)
01 Change Of Habit / 02 Rubberneckin' / 03 Let's Be Friends / 04 Have A Happy / 05 Let Us Pray / 06 Clean Up Your Own Back Yard / 07 Almost / 08 Charro / 09 Let's Forget About The Stars / 10 Let's Forget About The Stars (rough mix) / 11 Charro (rough mix) / 12 Clean Up Your Own Back Yard (undubbed master) / 13 Almost (undubbed master) / 14 Swing Down Sweet Chariot (movie version) / 15 Swing Down Sweet Chariot (female vocals and brass overdub) / 16 Signs Of The Zodiac (duet with Marlyn Mason) / 17 College Songs Medley (Far Above Cayuga's Waters / Boola Boola / Dartmouth's In Town Again / The Eyes Of Texas / On, Wisconsin / The Whiffenpoof Song / Fair Harvard / Notre Dame / Violet) / 18 Almost (takes 1-3*) / 19 Almost (takes 4* & 6) / 20 Almost (takes 10*-11) / 21 Almost (take 13*) / 22 Almost (takes 14-16*) / 23 Almost (takes 22-25*) / 24 Almost (takes 27-28*) / 25 Almost (take 29*) / 26 Let Us Pray (alternate vocal overdub) / 27 Let Us Pray (M/vocal only).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Dez Curiosidades sobre "Live a Little, Love a Little"

1. Mesmo desaconselhado pelo estúdio Elvis resolveu dirigir ele mesmo o pequeno Buggy de seu personagem. O diretor Norman Taurog disse que isso não daria certo pois queria cenas de velocidade ao que Elvis respondeu: "Você quer que eu corra? Pois então correrei na praia!".

2. Esse foi o último filme da carreira do diretor Norman Taurog, um cineasta que vinha acompanhando Elvis desde o começo de sua carreira em Hollywood. Ambos se deram muito bem nos filmes que fizeram juntos e por isso Elvis estava sempre sugerindo para a MGM e Paramount que ele fosse contratado novamente para lhe dirigir em cena. Norman Taurog morreria em 1981 aos 82 anos de idade.

3. A crítica afirmou que finalmente Elvis estava apresentando um material um pouco mais adulto, maduro, fugindo da velha fórmula de seus filmes para adolescentes. Um produtor chegou inclusive a sugerir que Elvis aparecesse na frente de um cinema onde estaria sendo exibido um filme pornográfico, mas o Coronel Parker vetou tal inclusão. Para o empresário de Elvis isso poderia lhe "manchar a imagem perante o público".

4. No roteiro Elvis teria que contracenar com um enorme cão, então ele sugeriu que levasse seu próprio cachorro de estimação para as filmagens, o corpulento Brutus. Para Elvis seria mais fácil contracenar com seu cão, pois ele já o conhecia há anos.

5. Durante as filmagens o filme recebeu o título de "Kiss My Firm, But Pliant Lips", nome do romance original escrito por Dan Greenburg que deu origem ao filme. Esse autor chegou inclusive a tentar a sorte como ator em Hollywood atuando no western "O Massacre dos Pistoleiros", mas as coisas não deram muito certo. Já como escritor ele anos depois tentaria o gênero dos filmes de terror alcançando certo sucesso com o filme "A Árvore da Maldição". Já na década de 1990 se tornaria conhecido por ter roteirizado a série de sucesso "Louco Por Você" onde ele finalmente retornou para o estilo mais romântico.

6. Vernon Presley, o pai de Elvis, fez uma pontinha no filme, como modelo numa série de fotos que são mostradas rapidamente durante uma cena. Priscilla tentou que Elvis também arranjasse uma outra participação especial para ela na produção já que ela queria começar uma carreira de atriz, mas Elvis não achou uma boa ideia. Contrariada, ela desistiu.

7. As filmagens foram feitas em locações de Los Angeles. Durante uma pausa de uma cena Elvis acabou caindo no chão quando várias fãs praticamente o atropelaram em busca de um autógrafo. Para sua sorte nada mais parecido com isso voltou a acontecer e as filmagens continuaram sem incidentes parecidos até o fim dos trabalhos.

8. Norman Taurog foi o cineasta que mais trabalhou ao lado de Elvis Presley durante sua carreira. Foram no total nove filmes juntos: Saudades de um Pracinha (1960), Feitiço Havaiano (1961), Garotas e Mais Garotas (1962), Loiras, Morenas e Ruivas (1963), Cavaleiro Romântico (1965), Minhas Três Noivas (1966), Canções e Confusões (1967), e O Bacana do Volante (1968).

9. As filmagens terminaram no dia 1 de maio de 1968, justamente no mesmo dia em que Elvis e Priscilla celebravam seu primeiro ano de casamento. Elvis a levou para jantar fora em Los Angeles, algo que ele raramente fazia. Assim houve dupla celebração, pelo aniversário de casamento e pelo fim dos trabalhos em seu novo filme que só iria estrear dentro de alguns meses.

10. Elvis alugou um cinema de Memphis para uma sessão privada com seus amigos e familiares. Ele queria conferir como o filme havia ficado. Para seu desapontamento acabou não gostando do resultado final. Achou que tudo ficou meio confuso, com um roteiro que acabou não lhe agradando. Sua má impressão fortaleceu ainda mais sua recente vontade de desistir de Hollywood para voltar aos shows ao vivo e às gravações de discos convencionais, como havia feito no começo de sua carreira nos anos 50.

Pablo Aluísio.