Esse foi um dos últimos filmes de Roy Rogers para o cinema. Em pouco mais de um mês depois de sua estreia nas salas de cinema, ele estrelaria na TV um programa que se tornaria campeão de audiência na década de 1950, o "Roy Rogers Show". As novas gerações certamente não lembrarão de Rogers. Ele foi um dos maiores ídolos do western americano em seu tempo. Ao lado de seu famoso cavalo Trigger, ele encantou uma geração de jovens que vibravam com seus filmes simples, de enredos onde o mocinho, sempre virtuoso, enfrentava os mais desalmados vilões. Tudo para salvar a mocinha do perigo. Roy Rogers ao contrário de um John Ford ou John Wayne, não procurava realizar obras-primas do cinema, pelo contrário, ele procurava agradar a uma plateia bem mais jovem que só queria diversão. Assim Rogers se especializou nas matinês, onde crianças a adolescente iam para se divertir. Seu público era formado basicamente por garotos até 12 anos ou um pouquinho mais velhos do que isso. Por isso não se espante ao assistir a um filme de Roy Rogers e achar tudo meio juvenil. A ideia era essa mesma.
Também foi um homem de negócios astuto que soube muito bem explorar e vender sua própria imagem. Assim foi um dos primeiros astros do cinema a licenciar a própria marca Roy Rogers para brinquedos, revistas em quadrinhos, chicletes e roupas. Essa jogada de marketing o transformou em um homem extremamente rico. Rogers via a oportunidade de um bom negócio em qualquer situação. Quando seu cavalo Trigger morreu, ele mandou empalhar o fiel companheiro das telas e o enviou para excursões pelo país, onde milhares pagaram ingressos apenas para ver de perto o famoso Trigger. O sucesso obviamente foi enorme.
Nesse "Reduto de Assassinos" o que temos é mais uma variação de sua eterna persona nas telas. Seu nome era tão popular que Roy Rogers parou de usar nomes diferentes para seus personagens. Não importava o papel, ele quase sempre aparecia como Roy Rogers, simplesmente assim. No enredo desse filme um dos companheiros de Roy Rogers, um patrulheiro da fronteira entre México e Estados Unidos, é morto, e assim ele parte em busca dos assassinos. Todos os ingredientes que fizeram a fama de Roy Rogers estão presentes. Suas pistolas prateadas com finos adornos, suas roupas chamativas, que inclusive faziam parte de sua linha de cowboy que era vendida nas lojas da época e seu bom mocismo à prova de falhas. Um faroeste muito nostálgico para os que foram fãs de Roy Rogers em sua infância.
Reduto de Assassinos (Pals of the Golden West, Estados Unidos, 1951) Direção: William Witney / Roteiro: Albert DeMond, Sloan Nibley / Elenco: Roy Rogers, Trigger, Dale Evans / Sinopse: Após ver seu amigo e colega ser morto por bandidos, o destemido patrulheiro da fronteira, Roy Rogers parte em busca de justiça.
Pablo Aluísio.