Em um primeiro momento, achei bem interessante a ideia de se fazer uma série sobre Lúcifer. Na mitologia judaico e cristã o Lúcifer era um anjo caído. Ele era um dos mais gloriosos e maravilhosos anjos de Deus, mas em determinado momento achou que poderia ser maior do que o Senhor. Assim acabou sendo expulso do céu, jogado nas profundezas do inferno. Um personagem mitológico, rico em nuances e detalhes, mas que essa série obviamente ignorou tudo. Quando o episódio piloto começa, Lúcifer está dirigindo um carro esporte, numa das ruas de Los Angeles. Então, um guarda o para. Lúcifer então oferece um suborno ao policial para escapar da multa. Essa vai ser a única maldade dele durante todo o episódio! E aí está o maior problema desta série. Ela quer tratar um personagem que é símbolo de maldade, perversidade, como um cara bonzinho. Faz sentido para você?
No primeiro episódio da série, ele vai atrás dos assassinos de uma dançarina e cantora que ele ajudou no passado. Ora, o que temos aqui? Lúcifer em busca de justiça, quem diria? No geral, achei a série bem convencional e fraca. A premissa inicial se perdeu. Imagine se os roteiristas da série seguissem a mitologia que deu origem a esse personagem. Obviamente, seria algo muito mais interessante de se assistir. De qualquer forma o público parece que se interessou pela série, caso contrário ela não teria 5 temporadas! O diabo pelo visto é pop também!
Lúcifer (Lucifer, Estados Unidos, 2016 - 2021) Direção: Nathan Hope, Eagle Egilsson / Roteiro: Mike Dringenberg, Neil Gaiman / Elenco: Tom Ellis, Lauren German, Kevin Alejandro / Sinopse: Essa série, baseada nos quadrinhos da editora Vertigo, conta a história de Lúcifer em suas andanças pelo mundo dos seres humanos.
Pablo Aluísio.