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segunda-feira, 25 de março de 2024

Anjo do Mal

Título no Brasil: Anjo do Mal
Título Original: Pickup on South Street
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Samuel Fuller
Roteiro: Samuel Fuller, Dwight Taylor
Elenco: Richard Widmark, Jean Peters, Thelma Ritter

Sinopse:
Skip McCoy (Richard Widmark) é um larápio profissional que ganha a vida batendo carteiras e roubando bolsas de damas no metrô de Nova Iorque. É um criminoso pé de chinelo que vê sua vida ser mudada radicalmente quando rouba a bolsa da jovem Candy (Jean Peters). Do fruto desse furto ele acaba levando para casa sem saber um microfilme muito importante que ia ser passado para espiões russos. Agora todos querem colocar as mãos em Skip, inclusive a inteligência americana. Em jogo está uma fórmula extremamente importante para a construção de armas nucleares que está no filme roubado.

Comentários:
Pequeno clássico do cinema noir que conta com uma trama muito bem escrita e um elenco acima da média. Richard Widmark interpreta um ladrão de pequeno porte que acaba se envolvendo sem querer numa rede de espionagem internacional. Seu estilo canalha é um dos grandes achados do filme. Outra estrela que brilha no elenco é a atriz Jean Peters, provavelmente uma das mulheres mais bonitas da época de ouro do cinema americano. Sua personagem é visceral, muito passional, e que no final leva a pior pois acaba apanhando de praticamente todos no enredo (e isso, acredite, não é uma brincadeira!). Curiosamente no meio de um elenco tão afinado quem acabou levando a melhor foi a velhinha Thelma Ritter. Ela interpreta Moe Williams, uma senhora que vende gravatas para sobreviver e de vez em quando passa informações valiosas para a polícia como informante. Sua última cena é tão comovente que ela acabou arrancando uma surpreendente indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Certamente merecida. A direção do genial cineasta Samuel Fuller também é muito marcante e digna de nota. Ele tem uma estória policial para contar e o faz de forma brilhante, sem excessos, na medida certa. Em conclusão, "Pickup on South Street" é sem dúvida uma pequena obra de arte do noir, realmente imperdível.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Agonia e Glória

"Agonia e Glória" foi um filme fora de época. Explico. Quando esse filme foi produzido e lançado Hollywood já não tinha mais interesse em produções que contavam histórias da II Guerra Mundial. Como se dizia na época a temporada de filmes sobre esse conflito mundial já havia passado e há muitos anos. Mesmo assim o diretor Samuel Fuller conseguiu convencer os executivos da United Artists a investirem nesse nova produção. A temática seria enfocada sob um novo ângulo. Nada de patriotismo ou ufanismo exagerados. Ao contrário disso o roteiro prometia contar o lado humano desses soldados e oficiais que lutaram na mais sangrenta guerra da história. Essa escolha talvez também explique a excelente receptividade que o filme teve na Europa, sendo lembrado inclusive no Festival de Cannes.

O resultado não agradou a todos. Há os que considerem o filme lento demais, introspectivo em demasia. Não concordo em nada com essa visão. Em meu ponto de vista esse é seguramente um dos melhores filmes já feitos sobre a II Guerra Mundial. Muito bem produzido, com roteiro realmente bem escrito, caprichado, procurando desenvolver cada personagem. O elenco também foi muito bem escolhido, colocando lado a lado veteranos como Lee Marvin atuando ao lado de jovens atores como Mark Hamill. Esse aliás teve a grande chance de sua carreira em mostrar que era mesmo um bom ator. Estigmatizado pelo personagem Luke Skywalker de "Guerra nas Estrelas" esse foi um caso raro de grande filme em sua filmografia que não fizesse parte das aventuras especiais criadas por George Lucas.

Agonia e Glória (The Big Red One, Estados Unidos, 1980) Direção: Samuel Fuller / Roteiro: Samuel Fuller / Elenco: Lee Marvin, Mark Hamill, Robert Carradine, Bobby Di Cicco, Kelly Ward / Sinospe: Um pequeno grupo de infantaria comandado por um sargento durão, da velha escola, tenta sobreviver pelos campos de batalha da II Grande Guerra Mundial. Filme indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Baionetas Caladas

Título no Brasil: Baionetas Caladas
Título Original: Fixed Bayonets
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Samuel Fuller
Roteiro: Samuel Fuller
Elenco: Richard Basehart, Gene Evans, Michael O'Shea, Richard Hylton

Sinopse:
Durante a Guerra da Coreia (1950 - 1953), um general americano decide recuar seu exército. Para que a manobra seja bem sucedida e segura, ele determina que um pequeno pelotão fique na retaguarda para evitar ao máximo a aproximação do exército inimigo. A missão, considerada suicida por muitos, acaba sendo colocada em prática com o pagamento de um alto preço em termos de bravura e vidas humanas. Roteiro baseado na novela de John Brophy.

Comentários:
Um dos clássicos da filmografia do genial cineasta Samuel Fuller (1912 - 1997). O diretor ficou conhecido na história do cinema americano por realizar obras que desvendavam a alma humana, mesmo contando com poucos recursos e orçamentos econômicos. Aqui temos um bom exemplar de sua filmografia. O enredo se passa todo em uma região montanhosa e gelada, nos postos mais avançados da fronteira coreana. Os soldados que são deixados para trás para evitar um combate direto com as forças inimigas, praticamente se colocam numa situação de tentar sobreviver o máximo de tempo possível para que seus companheiros em armas consigam se retirar do front sem baixas. Seu número é infinitamente menor, mas contando apenas com sua coragem devem enfrentar com baionetas fixadas (daí o título original do filme) as tropas vermelhas que estão chegando em grande número e armadas com material bélico pesado, inclusive tanques de infantaria. Enquanto os soldados americanos ficam entrincheirados, eles tentam com armadilhas, usando até minas terrestres (hoje tão condenadas por vários tratados internacionais), deter o poderoso exército inimigo. O roteiro não se foca em particular em nenhum personagem, uma característica que Samuel Fuller repetiria anos depois em "Agonia e Glória", mas ao mesmo tempo tenta desenvolver psicologicamente cada um dos membros do pelotão.  Assim ele consegue a um só tempo dar um rosto para aqueles combatentes sem esquecer que se trata mesmo de um exército, enfocando sua força coletiva. Em suma, o que basicamente temos aqui é um filme clássico sobre uma guerra pouco explorada pelo cinema americano, mostrando o drama de soldados que sabem que provavelmente não sairão vivos da missão que lhes foi ordenada, mas que mesmo assim lutam, em nome de suas vidas e de sua pátria.

Pablo Aluísio.