Sylvester Stallone nunca foi bobo. Se uma fórmula estava dando certo por que mudá-la? O exemplo maior é esse filme “Over The Top” (que no Brasil recebeu um título espalhafatoso e, na minha opinião, sem impacto). A fórmula em questão já havia dado muito certo na série Rocky então o próprio Stallone resolveu requentar esse prato, criando uma espécie de genérico daquele seu personagem mais famoso. Aqui temos o mesmo argumento que foi usado em Rocky: um homem comum que tenta superar seus problemas pessoais vencendo no mundo dos esportes. A única diferença é que sai o boxe de Rocky e entra as competições de queda de braço de Falcão. No núcleo familiar acompanhamos a tentativa de Lincoln Hawk (Stallone) em se aproximar de seu único filho, um garoto introspectivo que foi criado em uma escola militar. Stallone repete aqui todos os seus maneirismos em cena. Usando de seu carisma ele tenta conquistar a amizade do filho que não vê há anos. “Falcão, o Campeão dos Campeões” foi lançado no auge da popularidade de Stallone na carreira mas curiosamente não conseguiu repetir o êxito de bilheteria de seus outros filmes na época. Só para relembrar o filme foi lançado nas telas logo após “Stallone Cobra” e pouco antes de “Rambo III” mas teve desempenho apenas mediano nas bilheterias americanas. Provavelmente o público não comprou a idéia de ver o astro disputando competições de quedas de braços com outros caminhoneiros ao longo de toda a fita.
O filme foi dirigido por Menahem Golan. Ele era um dos donos da Cannon Group, produtora muito atuante no cinema de ação da década de 80. Tendo dirigido Chuck Norris no sucesso “Comando Delta”, Golan agora dava um passo ousado contratando o maior nome do cinema na época. Por um cachê milionário ele trouxe Stallone para a Cannon mas o resultado modesto de faturamento logo desfez a parceria. Pouco tempo depois a própria Cannon fecharia as portas encerrando definitivamente suas atividades. Visto hoje em dia “Falcão – O Campeão dos Campeões” se revela até um bom passatempo. Claro que os longos anos que separam de seu lançamento deixaram “Falcão” datado. De qualquer forma se o espectador deixar isso de lado pode até mesmo se divertir com as cenas de queda de braço, tudo com muito suor e caretas por parte de Stallone e elenco. Embora tenha rendido uma bilheteria de respeito no Brasil o filme anda esquecido. No saldo final não deixa de ser uma boa opção para se conhecer a fórmula Stallone de fazer cinema na década de 80. Um pipocão que apesar dos anos ainda pode funcionar caso você não seja demasiadamente exigente.
Falcão – O Campeão dos Campeões (Over The Top, Estados Unidos, 1987) Direção: Menahem Golan / Roteiro: Sylvester Stallone, Gary Conway, David Engelbach, Stirling Silliphant / Elenco: Sylvester Stallone, Robert Loggia, Susan Blakely, Rick Zumwalt / Sinopse: Lincoln Hawk (Sylvester Stallone) é um caminhoneiro que participa de competições de quedas de braço. Agora terá que lidar com seu filho que não vê há muito tempo.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 11 de setembro de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
Comando Delta
Sempre muito lembrado pelos admiradores de filmes de ação da década de 1980, Comando Delta é mais um fruto da bem sucedida parceria do ator Chuck Norris com os estúdios Cannon. A direção foi entregue ao próprio dono do estúdio, Menahem Golan. Comando Delta é curioso porque é dividido em dois atos bem definidos. No primeiro acompanhamos um grupo de terroristas tomando o controle de um avião civil com muitos passageiros inocentes. Essa primeira parte prima mais pela tensão e suspense. Anos antes dos atentados de 11 de setembro o filme antecipava de certa forma o que aconteceria depois na famosa tragédia de Nova Iorque. Já a segunda parte era a que os fãs de Chuck Norris tanto aguardavam. Aqui o grupo do qual faz parte entra em cena para liquidar os terroristas de uma vez. Além de Norris, repetindo seu tipo habitual de bom de briga e sopapos, a produção ainda resgatava um grande nome do passado, o veterano ator da era de ouro dos westerns americanos, o carismático Lee Marvin. Essa seria sua última aparição no cinema pois morreria no ano seguinte.
O enredo é bem fiel ao estilo dos filmes de ação da década de 80 embora para muitos falte justamente ação a “Comando Delta”! A primeira parte do filme, feito mais na base do conflito psicológico entre seqüestradores e passageiros pareceu bastante burocrático para muitos fãs da linha mais hardcore. Já para outros a situação é exatamente oposta a essa, uma vez que o primeiro ato do filme funcionava justamente como preparação do surgimento do grupo especial em ação. É criada toda uma situação para que os heróis depois surgissem e livrassem finalmente os passageiros das garras dos criminosos internacionais. O roteiro foi escrito originalmente para ser estrelado por Charles Bronson que até mostrou algum interesse na realização do filme mas mudou de idéia posteriormente preferindo ir para outro projeto, uma produção policial chamada O Vingador (Murphy´s Law no original). Sem Bronson no elenco a Cannon nem pensou duas vezes e escalou Lee Marvin no papel. No final tudo deu certo para o ator e o estúdio. O filme fez sucesso, tanto que daria origem a continuações, todas bem inferiores a esse primeiro filme da franquia. Os demais primariam muito mais pela ação, desenfreada acima de tudo, esquecendo qualquer sutileza maior em seus enredos. Enfim é isso, Comando Delta é uma produção que serve bem como exemplo básico de como era o cinema de ação da década de 80. Já para os fãs de Chuck Norris é simplesmente imperdível.
Comando Delta (The Delta Force, Estados Unidos, 1986) Direção: Menahem Golan / Roteiro: Menahem Golan, James Bruner / Elenco: Chuck Norris, Lee Marvin, Martin Balsam, Joey Bishop, George Kennedy / Sinopse: Avião civil americano é seqüestrado por terroristas do Oriente Médio. Para liberta-los o Presidente dos Estados Unidos convoca um grupo de operações especiais, o Comando Delta do título.
Pablo Aluísio.
O enredo é bem fiel ao estilo dos filmes de ação da década de 80 embora para muitos falte justamente ação a “Comando Delta”! A primeira parte do filme, feito mais na base do conflito psicológico entre seqüestradores e passageiros pareceu bastante burocrático para muitos fãs da linha mais hardcore. Já para outros a situação é exatamente oposta a essa, uma vez que o primeiro ato do filme funcionava justamente como preparação do surgimento do grupo especial em ação. É criada toda uma situação para que os heróis depois surgissem e livrassem finalmente os passageiros das garras dos criminosos internacionais. O roteiro foi escrito originalmente para ser estrelado por Charles Bronson que até mostrou algum interesse na realização do filme mas mudou de idéia posteriormente preferindo ir para outro projeto, uma produção policial chamada O Vingador (Murphy´s Law no original). Sem Bronson no elenco a Cannon nem pensou duas vezes e escalou Lee Marvin no papel. No final tudo deu certo para o ator e o estúdio. O filme fez sucesso, tanto que daria origem a continuações, todas bem inferiores a esse primeiro filme da franquia. Os demais primariam muito mais pela ação, desenfreada acima de tudo, esquecendo qualquer sutileza maior em seus enredos. Enfim é isso, Comando Delta é uma produção que serve bem como exemplo básico de como era o cinema de ação da década de 80. Já para os fãs de Chuck Norris é simplesmente imperdível.
Comando Delta (The Delta Force, Estados Unidos, 1986) Direção: Menahem Golan / Roteiro: Menahem Golan, James Bruner / Elenco: Chuck Norris, Lee Marvin, Martin Balsam, Joey Bishop, George Kennedy / Sinopse: Avião civil americano é seqüestrado por terroristas do Oriente Médio. Para liberta-los o Presidente dos Estados Unidos convoca um grupo de operações especiais, o Comando Delta do título.
Pablo Aluísio.
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