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domingo, 27 de agosto de 2023

Antonieta

Título no Brasil: Antonieta
Título Original: Antonieta
Ano de Lançamento: 1982
País: França, Espanha
Estúdio: Gaumont International
Direção: Carlos Saura
Roteiro: Jean-Claude Carrière, Carlos Saura
Elenco: Isabelle Adjani, Hanna Schygulla, Ignacio López Tarso, Gonzalo Vega, Diana Bracho, Edward Clark

Sinopse:
Uma pesquisadora e historiadora decide escrever um livro sobre mortes trágicas envolvendo mulheres ao longo do tempo. E a história de uma jovem francesa chamada Antonieta (Isabelle Adjani) lhe chama muito atenção. Ela teria se matado na igreja de Notre Dame em Paris no ano de 1931. Qual seria a sua história de vida e o que a teria levado a tirar sua própria vida?

Comentários:
Quando assisto a filmes como esse fico me perguntando, onde estão os grandes filmes românticos e clássicos da atualidade? O cinema perdeu sua capacidade de ser inteligente, elegante e charmoso? Pois é, as respostas parecem até óbvias, mas eu talvez não queira ser tão pessimista. Pois bem, aqui temos além do bom roteiro sofisticado um plus para os estetas de plantão. A presença da maravilhosa atriz Isabelle Adjani, no auge de sua beleza inconfundível. Aliás nos anos 80 a Isabelle Adjani era sem dúvida considerada uma das mais belas atrizes do cinema mundial e foi muito popular, inclusive entre cinéfilos americanos, apesar dela nunca ter emplacada em Hollywood. Aconteceu muito na história do cinema, nem toda estrela estrangeira conseguiu romper a cortina que separava a indústria cinematográfica do Tio Sam do resto do mundo. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Casanova e a Revolução

Mais uma excelente obra do mestre Ettore Scola. Aqui ele foca suas câmeras para o período da revolução francesa. A trama se passa exatamente dois anos depois da queda da Bastilha. O antigo regime veio abaixo e com ele toda a antiga nobreza, que da noite para o dia perdeu sua importância e relevância dentro da sociedade francesa. Muitos decidem fugir para fora das fronteiras francesas, como medo da morte. Os que ficaram acabaram mesmo na guilhotina. Os revolucionários franceses queriam sangue para lavar a bandeira da França com a morte daqueles que, em seu modo de ver, tinham destruído a nação. E entre os nobres que são atingidos por essa nova realidade está justamente o outrora famoso Giacomo Girolamo Casanova (Marcello Mastroianni). Amante lendário, escritor, poeta, ocultista e nobre, Casanova agora não passa de uma sombra de sua própria celebridade do passado. Envelhecido, decadente e empobrecido, o famoso personagem segue viagem numa pequenina carruagem quando essa quebra no meio da estrada. Para socorrê-lo uma diligência que vinha logo atrás o acolhe. Nela viajam uma ex-dama de companhia da rainha (interpretada pela bonita e talentosa Hanna Schygulla), um escritor subversivo, um burguês rico, dono de vastas propriedades, uma artista italiana de teatro e um intelectual plenamente convencido das virtudes do novo regime, apoiado nas idéias iluministas dos grandes escritores e filósofos da época.

A estrutura do roteiro é genial pois o cineasta Ettore Scola coloca as várias partes da sociedade francesa da época sendo representadas por cada um dos personagens que desfilam pela tela. O mais interessante deles é obviamente Casanova. Muitos filmes já foram realizados com o mitológico conquistador mas esse é um dos mais interessantes, pois foca no lado mais humano do homem, que vê seu mundo desmoronar enquanto tenta utilizar seu passado de glórias como muleta para sobreviver dia a dia. Frequentador das grandes cortes francesas (como Luis XV e Luis XVI) ele agora não tem mais para onde ir, pois seu ambiente natural, as luxuosas e extravagantes festas da nobreza, simplesmente deixaram de existir. Casanova foi então atropelado pela roda da  história, pelas mudanças radicais que aconteceram em sua época.

Para coroar ainda mais essa bela produção, Ettore Scola tira da cartola uma parte da história que é das mais interessantes: a tentativa de fuga de Luis XVI da França. Ao lado da esposa Marie Antoinette, o rei francês tenta escapar das garras da revolução e acaba cruzando caminho com os personagens do filme. O resultado é excelente sob qualquer ponto de vista que se abrace, seja do puro entretenimento, seja do interesse histórico dos acontecimentos narrados pelo filme. Historicamente correto, com ótimas atuações (em especial Marcello Mastroianni como Casanova) e uma direção brilhante, esse filme já é considerado um clássico moderno do cinema europeu pelos especialistas. Não deixe de assistir ou, melhor ainda, de ter em sua coleção de filmes.

Casanova e a Revolução (La nuit de Varennes, França, Itália, 1982) Direção: Ettore Scola / Roteiro: Sergio Amidei, Ettore Scola / Elenco: Marcello Mastroianni, Hanna Schygulla, Harvey Keitel, Jean-Louis Barrault / Sinopse: Após a revolução francesa, o decadente Casanova tenta se adaptar aos novos tempos. Após se socorrido por uma diligência no meio de uma estrada, ele é levado até uma cidade na fronteira da França onde o rei Luis XVI tenta escapar da ira dos revolucionários franceses. Indicado a Palma de Ouro em Cannes.

Pablo Aluísio.