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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Snoopy Apresenta: Seja Bem-vindo, Franklin!

Snoopy Apresenta: Seja Bem-vindo, Franklin! 
Sabe, assistir a essa animação me fez lembrar muito dos anos 80 quando eu assisti aos longas da turminha do Charlie Brown que eram exibidos nas tardes pelo canal SBT. Naquela época o criador de tudo, Charles M. Schulz, ainda estava vivo, participando ativamente da produção de todas aquelas animações inesquecíveis. Falecido há muitos anos, agora seus herdeiros resolveram seguir pelo mesmo caminho, fazendo longas que mesclam aquele clima de aventura com a nostalgia de uma infância há muito perdida no tempo. Funciona bem demais e eles foram bem fiéis ao espírito do criador original. Nesse aspecto não há o que reclamar. Ficou muito bom. 

Aqui nessa história eles apresentam um novo personagem, o Franklin. Ele é um menino negro que vai morar na vizinhança do Charlie Brown e acaba conhecendo toda a turma. Ele é filho de militar, por isso vive mudando de cidade em cidade, mas ali parece encontrar bons amigos - apesar de alguns serem bem esquisitos, como o próprio cachorrinho Snoopy que tem personalidade própria. E tudo fica ainda mais animado quando se descobre que haverá uma corrida de carrinhos no próximo fim de semana. Enfim, gostei de realmente tudo. Uma animação que mantém o espírito da obra de Schulz. Penso inclusive que ele iria gostar muito de assistir a essa animação se ainda fosse vivo. 

Snoopy Apresenta: Seja Bem-vindo, Franklin! (Snoopy Presents: Welcome Home, Franklin, Estados Unidos, 2024) Direção: Raymond S. Persi / Roteiro: Charles M. Schulz (Criador original dos personagens), Robb Armstrong, Scott Montgomery / Elenco: Caleb Bellavance, Etienne Kellici, Isabella Leo / Sinopse: O garotinho Franklin muda de cidade e vai morar perto de Charlie Brown. Tentando se entrosar, ele entra em sua equipe de velocidade para uma corrida de carrinhos de madeira que vai acontecer no próximo final de semana! 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Peanuts: A Garotinha Ruiva de Charles M. Schulz

Charles M. Schulz criou todos os personagens da turma do Charlie Brown, conhecidos nos Estados Unidos como "Peanuts" (no Brasil o próprio passou a ser chamado pelo apelido de Minduim). Nas tirinhas de sua imortal criação Charles mostrava a vida de um grupo de crianças, sendo seu protagonista justamente o tímido e desajeitado Charlie Brown, sempre sofrendo pelo amor platônico de uma linda garotinha ruiva que era sua vizinha e que estudava na mesma escola que ele. O que poucos sabem é que as estorinhas eram na realidade inspiradas na vida do próprio Schulz. Muito dos personagens retratavam pessoas e aspectos reais da sua vida particular, o que explicava em grande parte o grande humanismo e conteúdo emocional que elas traziam.

A garotinha ruiva, musa dos sonhos românticos do atrapalhado Charlie Brown, realmente existiu e quem de fato era loucamente apaixonado por ela era justamente Schulz, na época um talentoso desenhista que ainda sonhava com a possibilidade de viver de sua arte. Eles se conheceram numa escola de artes. Schulz, já maduro e relativamente bem sucedido, dava aulas. A garota ruiva se chamava Donna Mae Johnson e era encantadora. Colocando de lado todas as suas inibições Schulz então resolveu investir todas as suas fichas nela. Afinal ele estava apaixonado de verdade. Para sua felicidade as coisas começaram muito bem, com um encontro que o cartunista definiu como um desses momentos raros da vida. Era a realização de uma velha paixão que ele havia nutrido em silêncio por tanto tempo.

O começo promissor porém acabou mal. Schulz (que era tão tímido como seu famoso Charlie Brown) resolveu numa noite pedir a mão de Donna em casamento. Ele tinha muitos planos que queria compartilhar com ela. Sua carreira começava a deslanchar e ele viu que finalmente poderia assumir um compromisso mais sério em sua vida. A expectativa de algo grandioso porém teve vida curta. Contrariando tudo o que esperava dela a garota ruiva disse não ao seu pedido! Nem precisa dizer que o criador do Snoopy ficou completamente arrasado. A noite ficou na memória de Donna que anos depois contou tudo a um jornal americano (atualmente ela tem 86 anos e vive em um asilo na Pensilvânia). Ela até gostava do galanteador Schulz, mas tinha seu coração dividido com outro homem - que terminaria se casando com ela. Além disso em sua opinião Schulz havia se precipitado em sua opinião pois ela ainda era bem jovem e não queria entrar em um casamento precoce. Como se pode perceber não era apenas Charlie Brown que era atrapalhado e ansioso demais.

Isso o devastou. Obviamente Charles M. Schulz seguiu com sua vida em frente, casou-se com uma mulher dominadora (que daria origem inclusive à personagem mandona Lucy), mas jamais esqueceu Donna, levando ela para dentro das histórias em quadrinhos de Charlie Brown e sua turma. Nasceu assim a figura da garotinha ruiva, a mais perfeita paixão platônica jamais criada no mundo dos cartoons. Já perto da velhice certo dia Schulz resolveu ligar para sua velha paixão. No meio de um bate papo descontraído ele confidenciou a ela que criou a personagem como uma forma de imortalizá-la para sempre em suas tirinhas diárias, desenhos animados e filmes. A arte imitando a vida de uma maneira criativa e até mesmo lúcida e profundamente romântica.

Pablo Aluísio.