"Esquadrão Suicida" não foi grande coisa. Sim, teve uma ótima bilheteria, mas até mesmo o público fã de quadrinhos não gostou. A crítica então nem se fala. Os produtores então decidiram que apenas uma personagem iria ser reaproveitada. A Arlequina foi a escolhida. O roteiro dessa sequência então contou com um material original bem ruim, que é a revista solo da personagem na fase "Os Novos 52". O resultado de tudo isso não poderia ser muito bom mesmo. O que já havia começado errado não poderia terminar bem.
Esse "Aves de Rapina" foi de maneira em geral massacrado pela crítica. O público também errou na perspectiva. Fruto de um debate ideológico ridículo, com gente torcendo contra e a favor do filme, todos esqueceram de analisar o filme apenas pelo que ele é. E nesse aspecto devo dizer que se não é um grande filme (coisa que realmente passa longe de ser), pelo menos diverte, isso se você colocar as expectativas bem lá embaixo. Eu fui assistir a esse filme justamente nessa vibração. Não esperava por nada muito bom, por isso acabou ate´mesmo me divertindo. Sob o meu ponto de vista já ficou de bom tamanho.
O roteiro, como era de se esperar, é meio bobo. A Harley Quinn, interpretada aqui por uma Margot Robbie menos bonita do que o habitual, tenta superar o fim de seu relacionamento com o Coringa. Ela explode uma fábrica (onde o romance louco deles começou) e isso dá origem a uma série de eventos inesperados. De repente todos os vilões estão em busca de um diamante que pertenceu a uma família mafiosa do passado. Uma das coisas boas desse filme é a presença do ator Ewan McGregor. Ele interpreta um vilão bem caricato, mas isso não deixa de render cenas bem engraçadas. Em um filme onde praticamente todos os personagens são doidos ou com claros sinais de perturbação mental, não deixa de ser um destaque.
No final o filme não foi bem de bilheteria. Embora tenha recuperado o investimento nos cinemas, passou muito longe da explosão de sucesso que o estúdio estava esperando. Dentro do universo do Batman a Arlequina é uma figura coadjuvante do coadjuvante. Não teria muito sentido mesmo tentar transformar ela em uma personagem digna de uma franquia de filmes de sucesso no cinema. Se até os grandes medalhões da DC Comics como Batman e Superman andam derrapando no cinema, o que dirá de uma palhacinha que nada mais é do que uma ajudante do Coringa. Não era mesmo para dar muito certo, vamos encarar a realidade dos fatos.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn, Estados Unidos, 2020) Direção: Cathy Yan / Roteiro: Christina Hodson, Paul Dini / Elenco: Margot Robbie, Ewan McGregor, Rosie Perez, Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell / Sinopse: Harley Quinn (Margot Robbie) tenta superar o fim de seu relacionamento com o Coringa, enquanto precisa descobrir onde foi parar um diamante que no passado pertenceu a uma família mafiosa.
Pablo Aluísio.