As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 13
Quando o diretor Billy Wilder fechou com Marilyn Monroe para trabalharem juntos mais uma vez em Hollywood, ele sabia que iria ter muitas dores de cabeça. Ele já a conhecia muito bem e sabia como seria um verdadeiro caos! Marilyn não o decepcionaria nessa previsão. Assim que as filmagens começaram, Marilyn começou a aprontar das suas. Ela chegava em média com três horas de atraso ao estúdio para filmar suas cenas. Pior do que isso, ela não conseguia decorar suas falas. Quase sempre ficava trancada dentro do camarim ao lado de sua professora particular de atuação Paula Strasberg. Paula era uma mulher antipática, estranha, que só se vestia de preto e não falava com mais ninguém da equipe de filmagem.
Assim que Marilyn encerrava suas cenas ela procurava imediatamente por Paula, colocando as mãos sobre os olhos para localizá-la dentro do estúdio. Isso irritava muito Billy Wilder, afinal ele era o diretor do filme e não Paula. Durante um fim de semana Billy perdeu a paciência e assim que a tomada acabou ele virou-se para Paula, de forma irônica, para perguntar: "Você gostou dessa cena querida? Quer que repetimos?" Paula não gostou da piada e levou aquilo como se tivesse sido ofendida pelo cineasta. Ela não tinha nenhum senso de humor. Além dos atrasos, da presença nada simpática da instrutora de Marilyn e de seus problemas com pílulas misturadas com champagne, Billy Wilder também percebeu que não poderia mais contar com Marilyn para a sessão de fotos que iria produzir o material promocional do filme. Era um fato bizarro, mas a atriz que era considerada o maior símbolo sexual do cinema na época não servia mais para fotografar pois estava muito acima do peso!
Billy assim resolveu levar as demais garotas que estavam no filme, interpretando coristas e músicas da banda que acompanhava Marilyn, para tirar as fotos. Pois é, os posters promocionais do filme eram montagens, com os corpos das jovens atrizes e o rosto de Marilyn Monroe. Tudo criado dentro do departamento de publicidade da Fox. O fato era que Marilyn Monroe estava grávida quando rodou o filme. A fofoca entre todos os envolvidos nas filmagens era a de que Marilyn não estava grávida de seu marido, Arthur Miller, mas sim de Tony Curtis, que trabalhava com ela no elenco. Claro que tudo foi logo abafado pelo estúdio, pois isso poderia arruinar o filme nas bilheterias caso o público e a imprensa soubessem da verdade.
Anos depois Tony Curtis confidenciou que também acreditava que Marilyn estava grávida dele. Eles tinham um passado juntos, chegaram a morar sob o mesmo teto quando eram apenas jovens atores em Hollywood atrás de uma chance. Quando se reencontraram no set de filmagem a velha paixão reacendeu. Curiosamente durante uma cena de beijo, Tony Curtis soltou uma frase que pegou muito mal. Ele disse: "Beijar Marilyn é como beijar Hitler". Ao saber disso a imprensa correu e estampou a bombástica declaração, mas Curtis se apressou em negar que era uma ofensa em relação a Marilyn. Ele apenas estava sendo irônico com todos que perguntavam como era beijar Marilyn Monroe. "O que eles pensam? Ora, beijar Marilyn era maravilhoso! Por isso fui irônico!" - Disse Curtis tentando se explicar. A ironia porém foi mal entendida, inclusive por Marilyn, que ficou magoada, causando ainda mais atrasos e problemas para a finalização do filme. O mal estar foi geral.
Pablo Aluísio.