Nas telas Errol Flynn personificou como poucos o galã aventureiro das matinês. Ele fez muito sucesso com personagens como Robin Hood, General Custer, Capitão Blood etc. Isso foi na década de 1930 e Flynn se tornou o ator número um em bilheteria naqueles anos. Vinte anos depois o astro, já chegando na velhice, se virou como pôde para manter a sua carreira no cinema. O problema é que na vida real ele era beberrão, mulherengo, viciado em drogas e sempre se metia em brigas de bar. Ao longo dos anos essas confusões foram acabando com seu prestigio em Hollywood. Quando esse "Montana" foi lançado Flynn já tinha confusões suficientes para enterrar qualquer pretensão de voltar ao topo que um dia havia sido dele, mas ele ainda tentava se manter nos holofotes estrelando filmes de western como esse.
O filme é interessante, recomendado principalmente para os fãs do trabalho do ator. Na realidade esse faroeste pode ser considerado uma fita mais leve do que o habitual do gênero. Não há violência excessiva e nem bandidos sanguinários. A disputa na realidade se dá apenas entre dois tipos de criadores no velho oeste. De um lado os fazendeiros que criavam grandes rebanhos de gado. Do outro os que ganhavam a vida tomando conta de rebanhos de ovelhas. Errol Flynn interpreta Morgan Lane, um sujeito que só tem a pretensão de tocar seu rebanho de ovelhas em paz, só que não a encontra, porque criadores de gado acreditam que suas ovelhas acabam com o pasto da região. Assim fica armada a tensão da história.
No meio do filme sobra espaço para uma curiosa cena onde o próprio Flynn canta ao lado da atriz Alexis Smith. Algo bem raro de acontecer. Pessoalmente não lembro de nenhum outro filme com Errol Flynn em que ele cantava. Deve ter sido um momento único na sua carreira. Já a sua companheira de cena, Alexis Smith, interpreta uma personagem forte, de personalidade marcante, coisa também rara de se encontrar em filmes de western dessa época. Para aliviar ainda mais o clima o ator S.Z. Sakall interpreta um mascate fanfarrão e boa praça, servindo principalmente como alívio cômico. Assim "Montana" se revela como um estilo de western mais ameno e romântico. E no final, mostra que Errol Flynn, apesar de já estar descendo a ladeira em sua filmografia, ainda conseguia manter o pique e o interesse nos cinemas.
Montana, Terra Proibida (Montana, Estados Unidos, 1950) Direção: Ray Enright, Raoul Walsh / Roteiro: Ray Enright / Elenco: Errol Flynn, Alexis Smith, S.Z. Sakall, Douglas Kennedy, James Brown, Ian MacDonald, Charles Irwin, Paul E. Burns, Tudor Owen / Sinopse: Morgan Lane (Errol Flynn) é um humilde pastor australiano de carneiros e ovelhas que resolve dar uma reviravolta em sua vida, indo morar nas planícies de Montana, nos Estados Unidos. Porém no lugar da tranquilidade que ele esperava encontrar, Morgan acaba tendo que lidar com problemas envolvendo os rancheiros da região, inclusive com uma bela e rica criadora de gado chamada Maria Singleton (Alexis Smith).
Pablo Aluísio.
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sexta-feira, 5 de junho de 2020
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Conflitos d'Alma
Título no Brasil: Conflitos d'Alma
Título Original: Conflict
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Curtis Bernhardt
Roteiro: Arthur T. Horman, Dwight Taylor
Elenco: Humphrey Bogart, Alexis Smith, Sydney Greenstreet, Rose Hobart, Charles Drake, Grant Mitchell
Sinopse:
Richard Mason (Humphrey Bogart) é um engenheiro bem sucedido, casado há muitos anos, que acaba se apaixonando justamente pela irmã da esposa. Ele então decide matar ela, para assim ter uma nova chance de quem sabe um dia, ter um novo casamento com a irmã mais nova dela.
Comentários:
O ator Humphrey Bogart nunca conseguia fugir de um certo tipo de papel. Durante anos ele interpretou criminosos e gângsters em filmes B da Warner. Aqui ele interpreta um sujeito normal, um engenheiro, mas que na primeira oportunidade cria um plano para matar a própria esposa. Eles cultivam um casamento de fachada. Ele já não gosta dela e ela sabe disso. Mesmo assim força a barra para impor uma situação de pura aparência. Quando estão para sair em um jantar de comemoração de aniversário de seu casamento, ela decide então encarar a situação e pergunta se ele está apaixonado por sua própria irmã. O personagem de Bogart nem hesita e diz que sim. Bem, depois disso não há mais nada a preservar e ele arquiteta um plano de forjar a morte dela, como se fosse um acidente de carro. O roteiro é bem orquestrado. Depois da suposta morte dela, a presença da esposa começa a assombrar o marido. O corpo dela nunca foi encontrado pela polícia. Afinal ela teria morrido ou não? O roteiro vai desenvolvendo o mistério até um desfecho que me agradou bastante. Há uma figura secundária dentro da trama, um psiquiatra especializado em mentes criminosas, que acaba sendo um elo importante dentro da história. Fique de olho nele. Enfim, bom filme, pouco conhecido, do grande Bogart, aqui como um criminoso de elite. O mais perigoso assassino é aquele que não se parece com um.
Pablo Aluísio.
Título Original: Conflict
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Curtis Bernhardt
Roteiro: Arthur T. Horman, Dwight Taylor
Elenco: Humphrey Bogart, Alexis Smith, Sydney Greenstreet, Rose Hobart, Charles Drake, Grant Mitchell
Sinopse:
Richard Mason (Humphrey Bogart) é um engenheiro bem sucedido, casado há muitos anos, que acaba se apaixonando justamente pela irmã da esposa. Ele então decide matar ela, para assim ter uma nova chance de quem sabe um dia, ter um novo casamento com a irmã mais nova dela.
Comentários:
O ator Humphrey Bogart nunca conseguia fugir de um certo tipo de papel. Durante anos ele interpretou criminosos e gângsters em filmes B da Warner. Aqui ele interpreta um sujeito normal, um engenheiro, mas que na primeira oportunidade cria um plano para matar a própria esposa. Eles cultivam um casamento de fachada. Ele já não gosta dela e ela sabe disso. Mesmo assim força a barra para impor uma situação de pura aparência. Quando estão para sair em um jantar de comemoração de aniversário de seu casamento, ela decide então encarar a situação e pergunta se ele está apaixonado por sua própria irmã. O personagem de Bogart nem hesita e diz que sim. Bem, depois disso não há mais nada a preservar e ele arquiteta um plano de forjar a morte dela, como se fosse um acidente de carro. O roteiro é bem orquestrado. Depois da suposta morte dela, a presença da esposa começa a assombrar o marido. O corpo dela nunca foi encontrado pela polícia. Afinal ela teria morrido ou não? O roteiro vai desenvolvendo o mistério até um desfecho que me agradou bastante. Há uma figura secundária dentro da trama, um psiquiatra especializado em mentes criminosas, que acaba sendo um elo importante dentro da história. Fique de olho nele. Enfim, bom filme, pouco conhecido, do grande Bogart, aqui como um criminoso de elite. O mais perigoso assassino é aquele que não se parece com um.
Pablo Aluísio.
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