quarta-feira, 7 de agosto de 2024

O Expresso do Horror

Título no Brasil: O Expresso do Horror
Título Original: Pánico en el Transiberiano
Ano de Lançamento: 1972
País: Reino Unido, Espanha
Estúdio: Granada Films
Direção: Eugenio Martín
Roteiro: Arnaud d'Usseau, Julian Zimet
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Telly Savalas

Sinopse:
Um pesquisador inglês acaba encontrando em uma caverna numa região remota da China restos mortais há muito congelados. O verdadeiro fóssil seria de um primata que viveu há milhões de anos. Ele estaria na linha evolutiva do ser humano. Então esse cientista decide levar esse raro artefato para a Inglaterra. Só que a viagem de trem se revelaria uma jornada mortal. 

Comentários:
Tem que se admitir que o cinema atual perdeu muito de sua criatividade. Basta assistir a um filme antigo como esse para bem perceber isso. O roteiro pode até não ser dos mais brilhantes, mas não há como negar que é cheio de boas ideias. O que começa como um filme de terror com monstros logo rompe as fronteiras de seu próprio gênero cinematográfico, se tornando também uma bem bolada peça de Sci-fi. Eu gostei bastante, até porque o elenco reuniu mais uma vez esses dois mestres do terror, os elegantes Peter Cushing e Christopher Lee. Juntos, tinham feito vários filmes de Drácula e agora eram reunidos mais uma vez nessa criativa história. Por fim vale lembrar que esse filme foi produzido há mais de 50 anos. Então julgar ele pelos efeitos especiais datados seria uma injustiça. Assista e aprecie principalmente pelas boas ideias de seu roteiro. Assim você gostará do filme, como eu também gostei. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

O Bravo

O Bravo
Esse foi o penúltimo filme do ator Marlon Brando no cinema. Ele já estava bem idoso e doente. Tinha decidido se afastar um bom tempo das telas. Acabou adiando seus planos de aposentadoria definitiva por um motivo bem óbvio para quem o conhecia: ele se identificou com o tema desse roteiro. Durante décadas o ator lutou em prol dos direitos dos nativos americanos. Chegou inclusive a participar de um cerco do FBI contra lideranças indígenas nos anos 70. Essa sempre foi uma bandeira que levantou. Brando defendeu os índios norte-americanos com unhas e dentes por anos e anos, sempre que a oportunidade surgia. Estava constantemente ao lado dos direitos civis dos índios. Esse tema sempre despertou seu lado mais ativista. E na história desse filme ele viu grande valor por causa do tema social que levantava. 

O interessante é que as filmagens ocorreram sem maiores incidentes. Durante muitos anos Brando ficou conhecido por causa dos problemas que trazia no set de filmagens, mas aqui ele seguiu o script, não brigou com ninguém da equipe técnica do filme e ainda construiu uma bela amizade com o ator Johnny Depp, que na época era até mesmo comparado com o jovem Brando dos anos 1950. Nessa fase de sua carreira Depp estava sempre em busca de desafios. E aqui ele decidiu não apenas atuar, mas também dirigir o filme, o que na época foi visto como uma grande ousadia de sua parte. E isso tudo resultou em um filme bem diferente. Não diria que é para todos os públicos, mas certamente tem seu valor. E com o passar dos anos o filme superou as críticas negativas que lhe foram feitas em seu lançamento e hoje em dia até mesmo ostenta orgulhoso um status de cult movie. Quem poderia prever algo assim quando ele foi lançado?

O Bravo (The Brave, Estados Unidos, 1997) Direção: Johnny Depp / Roteiro: Gregory McDonald, Paul McCudden, Johnny Depp / Elenco: Johnny Depp, Marlon Brando, Marshall Bell / Sinopse: Após muitos anos cumprindo pena, um jovem nativo finalmente ganha a liberdade. Só que fora da prisão as coisas se mostram bem complicadas. Ele precisa de um trabalho, mas ninguém lhe dá uma oportunidade por causa de seu passado. Então ele acaba voltando ao submundo do crime, participando de filmes ilegais, que mostram assassinatos reais. 

Pablo Aluísio. 

Desfiladeiro da Morte

Título no Brasil: Desfiladeiro da Morte
Título Original: Last of the Wild Horses
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Guild Productions
Direção: Robert L. Lippert, Paul Landres
Roteiro: Jack Harvey
Elenco: James Ellison, Mary Beth Hughes, Jane Frazee

Sinopse:
Duke Barnum (James Ellison) está tentando reconstruir sua vida. Famoso pistoleiro no passado ele passou alguns anos preso em uma penitenciária do Alabama. Agora livre, após cumprir sua pena, ele pretende ir adiante, sem olha para trás, para quem sabe ter um rancho próprio e viver de seu trabalho. Pretende criar cavalos. Para isso ele vai embora para uma distante cidade do oeste. Para seu azar um homem aparece morto justamente na semana em que ele chega na região. Como era um pistoleiro famoso no passado logo todos pensam que ele é o culpado do crime, embora seja totalmente inocente. Agora terá que provar que não teve nada a ver com a morte.

Comentários:
Faroeste B muito interessante dos anos 40. O roteiro não traz maiores novidades e está na média do que se fazia naquela época mas tem nuances muito bem boladas. O personagem de James Ellison alega inocência do assassinato misterioso que é cometido na cidade mas como o espectador não presencia a verdade identidade do assassino sempre paira a dúvida sobre se Duke é de fato inocente, como alega, ou culpado. Uma espécie de Dom Casmurro do velho oeste americano. A produção embora modesta tem bonitas cenas externas, capturando toda a beleza natural de uma região muito bela (o filme foi rodado em Jacksonville, Oregon). Para quem gosta de cavalos há ainda excelentes tomadas de bandos de cavalos selvagens, soltos na natureza, algo que hoje em dia já não existe mais nos Estados Unidos. O título original do filme "Last of the Wild Horses" ("O Último dos Cavalos Selvagens" em tradução literal) é um trocadilho pois tanto se refere aos animais soltos na natureza que vemos aos bandos no filme como também ao personagem Duke Barnum (James Ellison) que se considera o último dos grandes pistoleiros do velho oeste. Assim temos um faroeste B que agradará certamente aos fãs das lendas de pistoleiros famosos cujo passado sempre lhes perseguem.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Tarzan e os Selvagens

Título no Brasil: Tarzan e os Selvagens
Título Original: Tarzan's Hidden Jungle
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Harold D. Schuster
Roteiro: William Lively
Elenco: Gordon Scott, Vera Miles, Peter van Eyck, Jack Elam, Charles Fredericks, Richard Reeves

Sinopse:
Filme com roteiro baseado na obra do escritor Edgar Rice Burroughs. Caçadores inescrupulosos avançam rumo em direção ao reino de Sukulu, uma terra com rica em fauna e flora, nos confins do continente africano. Eles desejam aprisionar animais raros para vendê-los no mercado europeu por uma enorme quantia. Se fazendo passar por meros fotógrafos da vida selvagem, eles acabam se tornando próximos do chefe Sukulu. Contando com seu apoio, começam a contrabandear animais selvagens rio abaixo. O plano porém logo é descoberto por Tarzan que fará de tudo para que termine de uma vez por todas esse tráfico de animais silvestres.

Comentários:
Primeiro filme de Tarzan com o ator Gordon Scott interpretando o personagem. Scott deu vida a um Tarzan mais civilizado do que o que o público estava acostumado com Johnny Weissmuller. Na época a crítica brincou dizendo que era um "Tarzan com brilhantina". De positivo tínhamos por outro lado um Tarzan mais forte e musculoso, mais de acordo com a descrição dos livros e história em quadrinhos. O roteiro também apostava em aventuras mais movimentadas, com muitas cenas de ação e perigo. Assim como aconteceu com James Bond, Tarzan foi interpretado por vários atores ao longo dos anos e cada um deles trouxe alguma peculiaridade ao famoso personagem. Os filmes com Gordon Scott sempre foram considerados mais ao estilo pop, com mais sabor de aventura e matinê, o que não é um defeito em si, mas sim uma característica dessas produções. De uma forma ou outra ele acabou agradando e deu certo, a tal ponto que realizou vários outros filmes na pele do Rei  das selvas. Para se ter uma ideia apenas dois anos depois ele retornaria com "Tarzan e a Expedição Perdida", considerado por muitos como um dos melhores da franquia. Essa porém é uma outra história que contaremos depois aqui em nosso blog de cinema clássico.

Pablo Aluísio.

O Vale da Redenção

Título no Brasil: O Vale da Redenção
Título Original: Count Three and Pray
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Herb Meadow
Elenco: Van Heflin, Joanne Woodward, Philip Carey

Sinopse:
Um pastor com um passado sombrio se muda para uma cidade rural logo após a Guerra Civil. Ele tentará evangelizar o lugar, até como uma forma de superar os traumas do passado mas isso logo se revelará bem mais complicado do que ele pensa. Afinal seu passado poderá voltar para lhe perturbar a paz e sua missão evangelizadora.

Comentários:
Esse seria o primeiro filme da atriz Joanne Woodward, que anos depois se tornaria a esposa de Paul Newman. Ela começou sua carreira na TV, em séries como "Tales of Tomorrow" e "Goodyear Television Playhouse". Apenas três anos depois de fazer muitos episódios de seriados e que ela finalmente foi contratada para estrelar um filme na Columbia Pictures. "Count Three and Pray" é uma produção bem bucólica, com um roteiro cheio de boas intenções, que tentava mostrar as dificuldades de um pastor numa pequena cidade rural do interior dos Estados Unidos. Joanne Woodward interpreta a personagem Lissy, que inclusive é bem marcante na trama, o que não deixa de ser uma surpresa pois esse era apenas o seu primeiro filme na tela grande. No saldo geral um bom filme que se não é marcante pelo menos se revela uma boa diversão. De uma forma ou outra fica a curiosidade de ver a esposa de Paul Newman em sua primeira atuação na sétima arte.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de agosto de 2024

Os Pinguins do Papai

Título no Brasil: Os Pinguins do Papai 
Título Original: Mr. Popper's Penguins
Ano de Lançamento: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mark Waters
Roteiro: Sean Anders, John Morris
Elenco: Jim Carrey, Carla Gugino, Angela Lansbury

Sinopse:
Nessa comédia pueril, Jim Carrey interpreta um executivo de Nova Iorque do mercado imobiliário que acaba tendo uma surpresa ao receber seis pinguins de presente de seu pai, um velho lobo do mar, um aventureiro. Diante dos bichos exóticos, ele agora vai ter que dar um jeito de ficar com eles, pois seu filho adorou a novidade! 

Comentários:
Jim Carrey fez esse filme e resolveu dar um tempo na carreira no cinema. Estava cansado, como ele mesmo explicaria depois. E essa exaustão pode ser percebida em sua atuação aqui. Ele ainda continuava cheio de caras e caretas, mas pouco saiu do script. O fato do filme ser direcionado ao público infantil e juvenil também explicaria esse Carrey mais contido em cena. É um filme feito para a família, um produto que lembra muitos os filmes da Disney. Os bichinhos são todo digitais e extremamente bem feitos. Para Carrey deve ter sido cansativo contracenar com o nada, já que os pinguins digitais só foram acrescentados depois das filmagens prontas. De qualquer forma, dentro de seu mercado, o filme funciona muito bem porque as crianças adoram bichinhos como esses. E Carey, sem muito esforço, acabou levando seu cachê milionário para casa. Enfim, inofensivo e até bobinho, esse filme certamente vai agradar aos pequeninos. Afinal de contas ele foi feito para eles! 

Pablo Aluísio.

South Park: Entrando no Panderverso

Título no Brasil: South Park: Entrando no Panderverso
Título Original: South Park: Joining the Panderverse
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Comedy Partners
Direção: Trey Parker
Roteiro: Trey Parker
Elenco: Trey Parker, Matt Stone, April Stewart

Sinopse:
O gordinho Cartman está desconfiado de que algo muito estranho está acontecendo. Ele está convencido que será trocado por uma mulher negra e lésbica! Tudo parte dos planos de uma conhecida executiva da Disney que tem ido fundo na tal cultura woke!

Comentários:
Nos dias de hoje tem que ter coragem e ousadia para fazer uma animação como essa, que atira contra os pilares da tal cultura woke! Eu, de minha parte, achei tudo muito divertido e inteligente. Política de inclusão é uma coisa, muito louvável. Forçar a barra na lacração é outra completamente diferente. Não fica bom, fica fake e na maioria das vezes bem cansativo. Outro toque muito legal desse roteiro vem da crítica contra o homem americano moderno que formado em faculdades dos mais diferentes campos profissionais não consegue mais fazer nenhum trabalho manual, como consertar uma torneira ou uma porta de fogão! Enfim, sobram críticas para todos os lados e todas elas muito bem feitas e engraçadas! 

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de agosto de 2024

O Missionário

Título no Brasil: O Missionário
Título Original: The Mission
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Lightbox Films
Direção: Amanda McBaine, Jesse Moss
Roteiro: Amanda McBaine, Jesse Moss
Elenco: Pam Arlund, Dan Davis, Levi Davis

Sinopse:
Documentário que conta a história de um jovem missionário americano de 24 anos de idade que resolveu, por conta própria, entrar em contato com um grupo de nativos que viviam isolados numa ilha, distante da costa indiana. Ele, movido por uma convicção inabalável, queria converter toda aquela população ao cristianismo. 

Comentários:
Com todo respeito a esse sujeito que morreu de forma estúpida, ele não passava de um tonto. Quando o fanatismo entra por uma porta, a inteligência sai pela outra. Não tem cabimento um jovem desses sair de um barco, chegar na praia, com uma bíblia nas mãos, dizendo a um grupo de nativos que ele está sob autoridade de Jesus para converter ali todos eles! Aqueles nativos isolados não falavam a língua dele, nunca tinham ouvido falar de Jesus e nem queriam saber disso! Acabou levando uma flecha mortal, ali mesmo na praia. Esse tipo de atitude é de uma estupidez que vou te contar... coisa de gente tonta mesmo! E ele tinha apenas 24 anos! Uma vida pela frente perdida por causa de fundamentalismo e fanatismo religioso - só para se ter uma ideia de como esse tipo de posição idiota de certas religiões pode custar caro a quem as seguem de forma cega. 

Pablo Aluísio.

A Companhia dos Lobos

Título no Brasil: A Companhia dos Lobos
Título Original: The Company of Wolves
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Neil Jordan
Roteiro: Neil Jordan, Angela Carter
Elenco: Sarah Patterson, Angela Lansbury, David Warner

Sinopse:
Uma jovem vivendo na idade média acaba descobrindo, nas sombras da floresta onde sua avó mora, que nem tudo é o que aparenta ser. Aqueles lobos não são apenas lobos, feras da natureza, mas sim um tipo de ser paranormal e violento ao extremo. Filme premiado na categoria de melhor direção no Festival de cinema de Avoriaz. 

Comentários:
Eu sinceramente não me lembrava se havia visto esse filme nos anos 80. Na dúvida acabei assistindo ele nos últimos dias. É um filme estranho, bem de acordo com o trabalho que o diretor Neil Jordan vinha desenvolvendo naquela época. Generalizando muito podemos definir como uma nova versão cinematográfica de "Chapeuzinho Vermelho", mas engana-se quem pensa se tratar de um filme para crianças. Muito longe disso. Está mais para terror gótico, com tudo o que essa definição possa significar. Achei mórbido, bem fora dos padrões e um tanto sombrio. Os efeitos especiais, como a transformação do homem em lobo, ficaram datados. Normal, pelo passar dos anos. De modo em geral é um filme fora do que podemos definir como normal ou convencional. Por isso talvez tenha sido tão elogiado. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

20 Dias em Mariupol

Título no Brasil: 20 Dias em Mariupol
Título Original: 20 Days in Mariupol
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos, Ucrânia
Estúdio: Frontline PBS
Direção: Mstyslav Chernov
Roteiro: Mstyslav Chernov
Elenco: Mstyslav Chernov, Evgeniy Maloletka, Liudmyla Amelkina

Sinopse:
Documentário feito por um jornalista que estava na cidade de Mariupol durante a invasão russa na Ucrânia. Durante 20 dias ele registrou o desespero da população civil e a luta do exército ucraniano em barrar os avanços das tropas e tanques russos por toda aquela região. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Documentário. 
Comentários:
Excelente documentário sobre a invasão russa na Ucrânia. As imagens foram registradas na cidade de Mariupol que foi uma das mais atingidas durante a invasão da Rússia em território ucraniano. O valor de um documentário como esse é que ele mostra o sofrimento das pessoas com a chegada da guerra, em especial das pessoas mais vulneráveis, doentes, em hospitais. E conforme vemos nessas imagens as tropas russas chegaram destruindo tudo por onde passavam. Não havia qualquer tipo de controle sobre essa invasão. Vários crimes de guerra foram cometidos em todas as partes. Uma visão muito triste de um país sendo esmagado pela máquina de guerra de Moscou. É isso o que acontece quando todo esse poder fica em mãos de tiranos como Putin. Uma triste realidade de uma crise humanitária que segue até os dias de hoje. 

Pablo Aluísio.