quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

John Lennon - Imagine

Certa vez Paul McCartney disse que John Lennon era um gênio, mas não um santo. Ele tinha toda a razão do mundo. John Lennon sabia como poucos escrever e compor grandes músicas, realmente maravilhosas, mas passava longe de ser uma alma pura, santificada. Em muitos momentos ele poderia soar completamente hipócrita. Veja o caso de "Imagine" considerada por muitos como a sua grande música na carreira após o fim dos Beatles. Em frases muito bem escritas John propõe um mundo sem fronteiras, sem propriedades e até mesmo sem religiões. Em determinado trecho John canta a frase "Imagine não existir posses, sem necessidade de ganância, Imagine todas as pessoas compartilhando...". Ok, nada de errado, tudo muito bonito a não ser pelo fato de que Lennon era proprietário de fazendas enormes nos Estados Unidos com centenas de milhares de cabeças de gado, onde o acesso de pessoas estranhas era completamente proibido. E o que dizer de seus vários apartamentos de luxo na parte mais cara de Nova Iorque? Não há nenhum sinal de que ele um dia os tenha compartilhado com ninguém, a não ser Yoko Ono e seu filho.

"Imagine não existir nenhuma religião", afirma a letra em outro trecho. Ora, John foi fiel seguidor do Hinduísmo, depois se aproximou bastante do Budismo a ponto de se auto declarar Zen Budista em uma de suas últimas entrevistas. Suas frases contra o cristianismo também lhe trouxe muitos problemas, demonstrando que o próprio John Lennon tinha alguns problemas com as religiões dos outros. Assim soa mais do que uma hipocrisia em falar algo nesse sentido e ao mesmo tempo usar do sentimento religioso das demais pessoas para atacá-las de alguma maneira. Além de contraditório é certamente uma grande hipocrisia. Mesmo assim a canção "Imagine" ainda é um belo momento de sua carreira. Embora em muitos aspectos ele fosse realmente um grande hipócrita o fato é que John continuava muito talentoso para compor letras e melodias maravilhosas. Como disse Paul ele poderia não ser um santo (e não era mesmo), mas pelo menos continuava a ser um gênio musical.

Imagine (John Lennon) Album: Imagine / Data de gravação: Fevereiro de 1971 / Local de gravação: Record Plant Studios, Nova Iorque / Produtores: John Lennon, Yoko Ono, Phil Spector / Músicos: John Lennon (vocal e piano), Phil Spector (Backing Vocals), Andy Davis (guitarra), Ted Turner (guitarra), Jim Keltner (bateria), George Harrison (guitarra), Klaus Voorman (baixo).

Pablo Aluísio.

Tony Sheridan - My Bonnie

Quando Tony Sheridan chamou os Beatles para tocarem na gravação de sua música "My Bonnie" ele não tinha a menor ideia do que o futuro reservaria para aqueles quatro jovens. Nessa época os Beatles não passavam de um grupinho de quase adolescentes que tocavam em inferninhos de Hamburgo. Eles corriam atrás do sonho de um dia, quem sabe, viver apenas de música e fazer algum sucesso. John Lennon achou o convite muito promissor. Eles iriam apenas tocar como grupo de fundo para Sheridan que mais parecia uma imitação barata de Elvis Presley. A grana não era significativa, porém só o simples fato de gravarem profissionalmente já era um avanço e tanto.

Ouvir "My Bonnie" hoje em dia é muito prazeroso. Os Beatles já soavam como os Beatles dos primeiros discos como "Please, Please Me" e "With The Beatles". Aquele ritmo e aquele som já era cem por cento Beatles que o mundo iria amar dentro de pouco tempo. Sheridan, como eu já frisei, procurava cantar como o maior ídolo do rock daquele tempo, o imortal Elvis Presley. O timbre, as notas vocais alcançadas e o jeito de interpretar não deixavam dúvidas sobre isso. Para os Beatles isso não era necessariamente um problema já que eles também eram fãs de Elvis. Claro que eles queriam seguir sua própria carreira, gravando e cantando suas composições próprias - que já eram muitas nesse período, todas já assinadas como sendo de autoria da dupla Lennon e McCartney. Aquilo porém era o que eles tinham à mão e tocaram muito bem, profissionalmente. Seria por causa dessa gravação que um bem sucedido empresário de Liverpool chamado Brian Epstein ouviria pela primeira vez o nome Beatles. Ele tinha uma loja de discos na cidade e se orgulhava de dizer que seu catálogo era o maior da Inglaterra. Não havia disco ou single que não fosse encontrada na loja de Brian. Isso foi verdade até um dia que um garoto chegou a ele e perguntou se ele tinha o disco dos Beatles! Brian ficou atônito! Quem eram os Beatles? O resto é história. Brian foi atrás do grupo para conhecer a banda e se apaixonou pelo seu som. Se aproximou dos rapazes e em pouco tempo assinou como seu empresário musical. E o mundo nunca mais seria o mesmo depois disso.

Pablo Aluísio.
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bill Haley and His Comets - Rock Around the Clock

Bill Haley é costumeiramente citado em enciclopédias e livros sobre história da música como o “pai do rock”, um músico que revolucionou o cenário cultural dos Estados Unidos ao emplacar o primeiro grande sucesso comercial do novo gênero que nascia, “Rock Around the Clock”, uma mistura de estilos que o radialista Alan Freed batizou de “Rock ´n´ Roll”. Bom, certamente Haley não foi o criador do rock, na realidade não existe “um pai do rock” propriamente dito pois essa nova música foi certamente uma inovação coletiva, difusa, mesclando novidades de vários artistas diferentes que se aproveitaram da nova sonoridade para cair nas graças do público consumidor. Bill surgiu no mundo country, ainda na década de 1940, pois era em essência um cantor de bailes – como aqueles que vemos em filmes nostálgicos que retratam os costumes daqueles “anos dourados”. Conforme o tempo foi passando ele descobriu que o R&B negro sempre tinha boa repercussão entre as plateias brancas. Como a primeira obrigação de Bill era entreter seu público acima de tudo, ele foi aos poucos incorporando o novo som em suas apresentações. Usando elementos do som negro ele acabou os fundindo com seu som mais country. Não é à toa que o rock sempre é identificado como a mistura de country, gospel e blues (ou mais especificadamente R&B).

Bill sabia disso e assim como muitos outros artistas de seu tempo ele se aproveitou dessa idéia em beneficio próprio. Em última instância ele apenas fez parte de uma tendência que vinha de todos os lados, seja de artistas negros ou brancos. O resultado dessa fusão de gêneros pode ser conferido muito bem nesse terceiro álbum da carreira do “Glenn Miller do Rock” (outro de seus títulos, uma clara referência ao seu passado de cantor de bailes e festas). Como era de se esperar Bill tem aqui reunidos alguns de seus maiores sucessos. O cantor passou quase toda a sua carreira na Decca Records, uma gravadora que se notabilizou por grandes erros cometidos em sua história (eles dispensaram, por exemplo, os Beatles em um teste afirmando que “bandas masculinas estavam com os dias contados!”). Mas voltemos ao Bill Haley. O repertório desse álbum capta aquele que seria o melhor momento de toda a carreira do cantor. Infelizmente sua verve mais criativa durou poucos anos – após seu sucesso inicial Halley pouco produziu de novidade preferindo viver de glórias passadas como um artista nitidamente revival, vintage. Não faz mal, aqueles poucos anos certamente valeram a eternidade para Bill Haley e seus Cometas!

Bill Haley and His Comets - Rock Around the Clock (1955)
Rock Around the Clock
Shake, Rattle and Roll
A.B.C. Boogie
Thirteen Women
Razzle-Dazzle
Two Hound Dogs
Dim, Dim the Lights
Happy Baby
Birth Of The Boogie
Mambo Rock
Burn That Candle
Rock-A-Beatin' Boogie.

Bill Haley and His Comets - Rock 'n' Roll Stage Show (1956)
Bill Haley começou sua carreira como artista tipicamente Country and Western, porém nos anos 1950 ele foi notando que o gosto dos jovens estava mudando. Havia um novo balanço, uma aceleração nas canções, tudo feito com o propósito de se soltar na pista de dança. Assim Haley incorporou essa nova sonoridade em seus discos. Um exemplo podemos ouvir aqui em "Rock 'n' Roll Stage Show", onde ele já adota abertamente a expressão da moda, "Rock 'n' Roll", para impulsionar a venda de seus álbuns. Lançado em agosto de 1956, um ano chave para a popularização do rock americano, o disco não abre mais margens à dúvida sobre que tipo de artista Bill Haley era naquele momento. É curioso porque por anos ele foi indicado como o "pai do rock", só que na verdade Haley apenas surfou na nova onda que vinha crescendo cada vez mais.

Como ele vivia da sua música ele tinha que seguir a corrente para sobreviver. Tanto isso é verdade que uma vez estabilizado na carreira, Haley voltou a gravar faixas country, do tipo que sempre fez parte de sua discografia antes do advento do rock. Esse disco aqui é considerado por alguns fãs de Haley como uma colcha de retalhos sem muita consistência. São apenas 4 faixas cantadas por ele, sendo as outras encaixadas quase como tapa-buracos. Há bastante música instrumental e ótimos arranjos, mas de Bill Haley mesmo, muito pouco. Mesmo assim vale por sua importância histórica para o surgimento do rock feito nos Estados Unidos naqueles tempos pioneiros.

Bill Haley and His Comets - Rock 'n' Roll Stage Show (1956)
1. Calling All Comets
2. Rockin' Thru the Rye
3. A Rockin' Little Tune
4. Hide and Seek
5. Hey Then, There Now
6. Goofin' Around
7. Hook, Line and Sinker
8. Rudy's Rock
9. Choo Choo Ch'Boogie
10. Blue Comet Blues
11. Hot Dog Buddy Buddy
12. Tonight's the Night

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

The Beatles - Twist and Shout

Durante a carreira dos Beatles a EMI Odeon, a gravadora do grupo na Inglaterra, não exercia qualquer controle sobre os lançamentos da banda nos Estados Unidos e no Canadá. Nesses países os direitos dos Beatles pertenciam à Capitol Records, poderosa companhia fonográfica da costa oeste. Assim os americanos resolveram criar seus próprios discos, misturando faixas da discografia oficial inglesa, dando origem a títulos próprios. O mesmo sucedia no braço canadense da Capitol. No Canadá os discos eram compostos aleatoriamente por executivos locais, de acordo com as músicas que faziam mais sucesso nas rádios de Toronto, Montreal e Ottawa.

Assim foi criado esse álbum, um dos primeiros a serem lançados no Canadá. Você pode até se perguntar qual seria a importância disso para um fã dos Beatles nos dias de hoje? Acontece que esse disco é um dos mais raros atualmente entre colecionadores. Seu lançamento restrito, lançado apenas dentro das fronteiras canadenses, faz com que um original da época, em bom estado, alcançasse boas cifras no mercado. O repertório é basicamente retirado do disco "Please Please Me" com a inserção de canções de sucessos que foram originalmente lançadas em singles ingleses e americanos (como o hit "She Loves You" que fecha o disco). Um bom retrato do que vinha fazendo sucesso na voz do quarteto em sua época de lançamento. A capa é das melhoras. Essa foto dos Beatles pulando virou ícone na Beatlemania e foi aproveitada em discos, singles e compactos ao redor do mundo. Por falar nisso é bom salientar que os Beatles possuem uma das discografias mais variadas da história da música, fruto dessa liberdade que a EMI Odeon dava às gravadores de outros países. Em razão disso praticamente nenhuma discografia nacional dos Beatles é igual a outra, fato que inclusive se repetiu na discografia brasileira. Um gostinho a mais para os colecionadores de álbuns do conjunto.

The Beatles - Twist and Shout (1964)
Anna (Go to Him)
Chains
Boys" 
Ask Me Why
Please Please Me
Love Me Do
From Me to You
P.S. I Love You
Baby It's You
Do You Want to Know a Secret
A Taste of Honey
There's a Place
Twist and Shout
She Loves You

Pablo Aluísio.

A-ha - East of the Sun, West of the Moon

Não cheguei a comprar na época de seu lançamento, só alguns anos depois. Claro que apesar disso foi impossível escapar de ouvir nas rádios o maior hit do grupo nesse disco, uma nova versão do clássico "Crying in the Rain", composição de Howard Greenfield e Carole King. Já achava essa canção extremamente linda, desde que a ouvira pela primeira vez na interpretação do grupo The Everly Brothers, um dos melhores da história nesse tipo de canção. A versão dos Brothers foi lançada em 1962 e até hoje é considerada a melhor, mesmo assim não vou tirar os méritos do A-ha. Eles fizeram uma bela gravação do standart. Aliás uma das maiores qualidades do A-ha vem justamente dessa sutileza. Eles jamais inventam em músicas que precisam ficar na sua simplicidade original para não perderem sua essência melódica. Nesse ponto acertaram em cheio.

Além dessa excelente faixa inicial o disco ainda traz outros atrativos, como por exemplo, a simpática "Early Morning". Ela foi lançada como single e seu clip foi gravado em pleno Rock in Rio II. A música fez sucesso nas rádios, o que acabou impulsionando suas vendas (no total o álbum conseguiu vender mais de três milhões de cópias ao redor do mundo desde seu lançamento original, um número digamos de respeito). Pois bem, depois dessas duas faixas mais conhecidas o álbum segue em frente com uma coleção de boas canções, todas agradáveis. O A-ha também sempre se mostrou muito bom em álbuns justamente por essa capacidade de os preencher com um bom repertório aos ouvidos. Certo, não existem obras primas, mas todas valem ao menos uma audição descompromissada e relaxante. Curiosamente no meio desse retalho sonoro bem ok, a única que nunca me agradou muito foi justamente a canção título do disco, "East of the Sun". Apesar do bom arranjo de voz e violão (e quarteto de cordas ao fundo) nunca consegui realmente gostar de seu refrão. Já "Cold River" se sobressai por causa de seu ritmo mais voltado a um jazz sofisticado. Só peca por ser curta demais. Então basicamente é isso. Não é o meu disco preferido do A-ha, mas certamente vale a pena ter em sua coleção.

A-ha - East of the Sun, West of the Moon (1990)
Crying in the Rain
Early Morning
I Call Your Name
Slender Frame
East of the Sun
Sycamore Leaves
Waiting for Her
Cold River
The Way We Talk
Rolling Thunder
(Seemingly) Non-stop July

Pablo Aluísio.

Discografia Comentada - A-ha

Discografia Comentada - A-ha
A-ha – Hunting High and Low (1985)
Disco de estreia do A-ha. Eles assinaram com a Warner Bros, uma grande gravadora e não decepcionaram nas paradas. Com o clip de "Take on Me" passando na MTV, numa bem feita mistura de animação e pessoas reais, o grupo conquistou o mercado americano. Inclusive um fato curioso é saber que esse álbum continua sendo até hoje o maior sucesso do A-ha nos Estados Unidos. Além da música já citada se tornaram hits as faixas "Hunting High and Low" e "The Sun Always Shines on T.V.". / A-ha – Hunting High and Low (1985): Take on Me / Train of Thought / Hunting High and Low / The Blue Sky / Living a Boy's Adventure Tale / The Sun Always Shines on T.V. / And You Tell Me / Love Is Reason / I Dream Myself Alive / Here I Stand and Face the Rain.

A-ha - Scoundrel Days (1986)

Um ano após o sucesso do primeiro disco o A-ha chegou no mercado com seu tão esperado segundo álbum de inéditas. O maior sucesso desse LP foi a faixa "Cry Wolf" que invadiu as rádios de todo o mundo. A balada tema do álbum, a introspectiva "Scoundrel Days" também fez sucesso. Esse disco se destacou também pela quantidade de hits nas rádios, com especial atenção para as faixas "Maybe, Maybe", "October", "he Swing of Things" e "I've Been Losing You". Se formos analisar bem quase todo o disco fez sucesso. Incrível!  / A-ha - Scoundrel Days (1986): Scoundrel Days / The Swing of Things / I've Been Losing You / October / Manhattan Skyline / Cry Wolf / We're Looking for the Whales / The Weight of the Wind / Maybe, Maybe / Soft Rains of April.

A-ha - Stay On These Roads (1987)

Terceiro álbum oficial do trio. Esse disco também foi farto em hits. A canção "The Living Daylights" entrou na trilha sonora de um filme de James Bond. "You Are the One" é até hoje lembrada como um dos maiores sucessos do A-ha. "The Blood That Moves the Body" é outro destaque e a balada tema "Stay On These Roads" cansou de tocar nas festas e bailes da época. Esse foi o último disco de grande sucesso mundial da discografia do A-ha. / A-ha - Stay On These Roads (1987): Stay on These Roads / The Blood That Moves the Body / Touchy! / This Alone Is Love / Hurry Home / The Living Daylights / There's Never a Forever Thing / Out of Blue Comes Green  / You Are the One / You'll End up Crying.

A-ha - East of the Sun, West of the Moon (1990)
Com o fim dos anos 80 o A-ha deu adeus ao seu período de maior sucesso musical. A pop music tomava outros rumos e o grupo procurou por novas musicalidades. Esse é um disco com sabor de fim de festa mesmo, onde apenas duas faixas se tornaram hits. "Crying in the Rain" era um cover de uma antiga música dos anos 50, da dupla The Everly Brothers. A versão do A-ha ficou muito bonita e caprichada. "Early Morning" também fez sucesso, mas em menor escala. Nenhuma das outras faixas do disco, por melhores que fossem, viraram sucesso. / A-ha - East of the Sun, West of the Moon (1990) Crying in the Rain / Early Morning / I Call Your Name / Slender frame / East of the sun / Sycamore leaves / Waiting for Her / Cold River / The Way We talk / Rolling Thunder / (Seemingly) Nonstop July.

A-ha - Memorial Beach (1993)
Pessoalmente considero um dos melhores discos do A-ha, só com músicas e melodias belas e bonitas, porém comercialmente o disco não fez sucesso. Nenhuma faixa se sobressaiu no mercado mundial, nas paradas de sucesso. A gravadora até se esforçou para divulgar "Dark Is the Night for All" (Linda faixa do disco) e "Move to Memphis", mas sem maiores resultados. Como o disco não fez o sucesso esperado o grupo resolveu dar um tempo. Eles não se separaram, mas ficaram anos sem gravar nada de novo nos estúdios.  / A-ha - Memorial Beach (1993): Dark Is the Night for All / Move to Memphis / Cold as Stone / Angel in the Snow / Locust / Lie Down in Darkness / How Sweet It Was / Lamb to the Slaughter / Between Your Mama and Yourself / Memorial Beach.

A-ha - Minor Earth Major Sky (2000)
Depois de sete anos sem lançar nada o A-ha retornou ao mercado. O vinil havia morrido e agora todos os seus lançamentos chegariam nas lojas no formato CD. Esse aqui foi seu álbum de retorno, que ficou conhecido pelos fãs como o álbum do avião no deserto do A-ha. A sonoridade musical mudou bastante e esse trabalho tem um estilo todo diferenciado. Pessoalmente gostei do resultado. Circulou apenas entre os fãs do grupo. Foi elogiado pela crítica, mas novamente não fez qualquer sucesso comercial. Foi um bom retorno apenas. / Minor Earth Major Sky (2000): Minor Earth Major Sky / Little Black Heart / Velvet / Summer Moved On / The Sun Never Shone That Day / To Let You Win / The Company Man / Thought That It Was You / I Wish I Cared / Barely Hanging On / You'll Never Get Over Me / I Won't Forget Her / Mary Ellen Makes the Moment Count / Summer Moved On (remix) / Minor Earth Major Sky (remix) / Velvet (Stockholm mix).

A-ha - Lifelines (2002)
Álbum forte, muito bem gravado, com músicas excelentes. Virou hit no norte da Europa, vendendo muito bem nos mercados da Alemanha, Holanda, países escandinavos e algumas ex-repúblicas soviéticas. Porém foi um sucesso, como se pode ver, bem local, não chegando ao resto do mundo, que aliás só fez perder um dos trabalhos mais consistentes dessa banda da Noruega. / A-ha - Lifelines (2002): 1. Lifelines / 2. You Wanted More / 3. Forever Not Yours / 4. There's a Reason for It / 5. Time & Again / 6. Did Anyone Approach You? / 7. Afternoon High / 8. Oranges on Appletrees / 9. A Little Bit / 10. Less Than Pure / 11. Turn the Lights Down / 12. Cannot Hide / 13. White Canvas / 14. Dragonfly / 15. Solace.

A-ha - Foot of The Mountain (2009)
Para o público em geral esse lançamento do A-ha passou em brancas nuvens. Eles já não eram os adolescentes bonitinhos dos anos 80, algo que os fez se tornarem famosos no mundo todo. Agora, músicos experientes, eles se voltaram mais para o lado artístico de seu trabalho. É outro belo CD do trio, com faixas muito bem compostas e gravadas. Um primor musical certamente. Se não fez o sucesso esperado, isso é realmente de menor importância.  / A-ha - Foot of The Mountain (2009): The Bandstand / Riding The Crest / What There Is / Foot Of The Mountain / Real Meaning / Shadowside / Nothing Is Keeping You Here / Mother Nature Goes To Heaven / Sunny Mystery / Start The Simulator.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de dezembro de 2011

A-ha - Foot of The Mountain

Muita gente associa o grupo norueguês a-ha ao seu grande sucesso nas paradas pop dos anos 80, com discos que marcaram a década como Hunting High and Low, Scoundrel Days e Stay On These Roads, três álbuns que entraram definitivamente no gosto popular durante aqueles anos. Depois disso o A-ha lançaria um álbum que apesar de excelente do ponto de vista musical não faria sucesso, Memorial Beach. Com o fracasso de vendas o grupo resolveu dar um tempo e parar as atividades por um longo tempo. Para muitas pessoas o A-ha teria desaparecido para sempre depois disso.

Nada mais longe da realidade. O a-ha voltaria em 2000 e lançaria o disco que iria definir sua segunda (e melhor fase). Minor Earth, Major Sky é um trabalho definitivamente muitos pontos acima das canções com aquele tipo de refrão pegajoso que é bem a cara dos dos anos 80 e seu álbum seguinte, Lifelines, que é simplesmente ótimo. Um CD com arranjos de primeira linha, produção de excelente bom gosto e nível técnico. Com esses dois trabalhos o a-ha parecia redefinir sua sonoridade, mostrando que havia muito talento escondido dentro do trio, em especial por parte de Pal Waaktaar, a verdadeira mente pensante do grupo. Embora não fizessem o sucesso esperado esses dois CDs fizeram a critica especializada mudar sua opinião e ver o grupo com novos olhos e sob uma nova perspectiva. Definitivamente eles não eram apenas um trio para adolescentes bobocas dos anos 80. Seu último trabalho, Analogue, veio para reafirmar essa nova fase do grupo, mas infelizmente foi outro grande fracasso de vendas.

Então chegamos em Foot of The Mountain, lançado esse ano. Embora tenham produzido um ótimo trabalho musical nos últimos anos parece que a falta de grandes sucessos começou a incomodar o a-ha que resolveu tentar ressuscitar sua sonoridade dos anos 80 com esse novo CD. Isso é facilmente entendido nos primeiros acordes de The Bandstand. A tentativa de reviver velhos hits fica mais do que evidente com essa faixa. O arranjo é completamente retrô, lembrando o que havia de pior nos sintetizadores oitentistas. No final da faixa temos que dar graças a Deus do grupo não ter colocado para valer aqueles sintetizadores antigos dos 80´s, embora o arranjo tenha chegado bem perto disso!

Foi com certo desapontamento que fui de faixa em faixa ouvindo essa tentativa frustrada do grupo em tentar reviver seus antigos sucessos. Não é por aí. Para quem vinha em uma escalada musical de ótimo nível o a-ha derrapou feio com a musicalidade desse CD. O mundo musical atual não tem absolutamente mais nada a ver com os anos 80, que diga-se de passagem, foi a década onde mais se produziu lixo musical na história. Não é tentando voltar quase trinta anos no tempo que a-ha vai se reencontrar com as paradas, o caminho que estava trilhando com seus últimos trabalhos era o ideal, aos poucos o velho sucesso nas rádios iria voltar com absoluta certeza, não era necessário apelar tanto.

Aliás é bom que se diga: o a-ha, mesmo com os trabalhos anteriores não emplacando sucessos mundiais, nunca deixou de ter um grande público fiel e seguidor da banda. De maneira geral era consenso entre os fãs que a fase Lifelines era extremamente bem-vinda. Embora o a-ha nunca mais tenha conseguido emplacar seu antigo sucesso mundial (como nos tempos de Take On Me, quando o grupo virou sinônimo da MTV americana), seu êxito comercial no norte da Europa (Alemanha e países escandinavos) jamais deixou de existir. Em suma, não era necessário ao a-ha tentar trazer de volta os anos 80. Sua fase naquela década tem seu valor mas deve ser deixado para trás definitivamente. Torço sim para que o a-ha volte, mas não para os anos 80, e sim para a qualidade de CDs como Lifelines e Minor Earth, Major Sky.

Pablo Aluísio.

Norah Jones

 

sábado, 3 de dezembro de 2011

The Thrills - Teenager

Se você pensa que Smells Like Teen Spirit do Nirvana é o suprassumo da rebeldia juvenil precisa se atualizar; Teenager do grupo irlandês The Thrills elevou a novos patamares o espirito e sentimento juvenil. Nunca ouvi nada parecido em minha vida, o vocalista Conor Deasy canta como um verdadeiro e autêntico adolescente em crise de identidade, a expressividade de seu vocal chega a assustar e nos levar a perguntar se não estamos na presença realmente de um garoto de 14, 15 anos que está mandando ver nos microfones. O grupo não é muito conhecido fora das rodinhas indies da Europa porém possui um fã clube empolgado e organizado. Nâo poderia ser diferente. Os irlandeses são mesmo conhecidos por defender com unhas e dentes sua cultura local. Aqui certamente estão lutando por uma boa causa.

Embora cientes de produzir sua própria sonoridade Teenager deixa claro as influências de grupos americanos como Beach Boys (em sua primeira fase) e Neil Young, por mais estranha que possa parecer juntar esses dois artistas em um mesmo balaio de gatos. Normal, hoje em dia os novos grupos não se fazem de rogados e misturam sem pudor tudo em uma mesma mistureba desavergonhada, o que é muito bem-vindo, até porque não foi justamente essa mistureba que deu origem ao Rock´n´Roll? Então ótimo...Embora o CD não tenha vendido tanto como o primeiro trabalho da banda, So Much For The City, que chegou em posições absurdamente boas para um grupo em seu álbum de estréia, Teenager é seguramente um dos melhores CDs da nova cena Indie britânica. O clima das canções segue uma linha melódica calma e agradável, com belo uso de arranjo de cordas. Excelente trabalho de estúdio, certamente. Enfim, recomendo o CD. Nunca um cantor soou tão "efebo" como Conor Deasy, nunca o estilo Indie mostrou tanto potencial e nunca ouvimos um conjunto de sons tão interessantes para um grupo praticamente desconhecido do grande público. Cansado das porcarias que tocam nos rádios? Experimente ouvir o novo CD do Thrills, pode ser uma bela surpresa.

Teenager - The Thrills (2007)
1. "The Midnight Choir" – 3:41
2. "This Year" – 2:55
3. "Nothing Changes Around Here" – 4:12
4. "Restaurant" – 3:27
5. "I Came All This Way" – 3:40
6. "Long Forgotten Song" – 3:16
7. "I'm So Sorry" – 2:52
8. "No More Empty Words" – 3:23
9. "Teenager" – 3:25
10. "Should've Known Better" – 3:30
11. "There's Joy to Be Found" / "The Boy Who Caught All the Breaks" – 6:34

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Avril Lavigne - The Single Collection

Estava eu no bem bom, com um belo copo de whisky escocês no aconchego do lar quando o telefone toca. Era meu grande amigo Pablo pedindo uma nova resenha para o blog! Mas poxa minhas antigas resenhas de Britpop acabaram?! Sim, estão quase acabando my friend, hora de escrever coisa nova. Mas... mas... enfim, tudo bem, então manda aí o nome do CD que eu tenho que escrever. Qual é o nome do artista? Ah?! Abril? Aril? Alil? What?! Fala direito pô! Ah, Avril... rs. Nunca ouvi nome mais esquisito na minha vida! Ok, você venceu batatas fritas manda o CD mister que eu mato no peito aqui e analiso o trem. Quando chegou olhei a arte. É um mocinha, já deu pra ver que posa de punk. Ai meus rins... outra punk de butique? Valha-me Deus. Mas vamos ouvir a moça "mamãe-vou-fugir-de-casa". Ah esses aborrescentes!

Era o que eu pensava. A gatinha teen é canadense, tem todos os dentes na boca e pelo jeito goza de boa saúde. A maquiagem é um pavor, olhos escuros, parece mais um zumbi comedor de miolos. Não faça isso lindinha, se ajeite! O pior é que ela aparece com um baita charuto de encruzilhada na capa do CD! Que feio lindinha, faz isso não... fumar vai escurecer seus dentes e dar câncer de pulmão.. uma moça tão bonita, canadense, nascida no primeiro mundo, depois fica dodói e vem chorar no consultório! Apaga isso menina! Mas chega de devaneios, sou tiozão mas ainda manjo de música pop adolescente. As letras são revoltadinhas, ela curte um garoto que anda de skate, chora e pede atenção a quem a ignora... reclama da escola - ah a escola... tem até aquela música que ela bate na porta (ei essa é do meu tempo, titio conhece!). Tem outras baladas, uns punkzinhos rápidos (e inofensivos) para tocar na rádio e muita produção e arranjos bem feitos (que obviamente não foram feitos pela mocinha).

Vou confessar até algo agora que fará perder meus dois únicos fãs que tenho (será que são dois ou um? I Don´t Know... ). Gostei da loirinha, ela canta bem sim, o repertório é bem mais audível que a Bitch Spears, por exemplo. Até parece música de verdade - e não gatinhos no meio de uma reforma como a Bri (será que a Brit ainda está viva? E eu lá sei...) Claro que a pose, as letras, o som, tudo é cirurgicamente determinado pelos executivos de gravadoras mas vamos dar uma colher de chá - a mocinha leva jeito. Eu até compraria para minha filha, desde que ela não usasse essa maquiagem pavorosa. Não quero gente com rosto de morto vivo no café da manhã. É isso, titio Erick dá seu selo de aprovação! Agora Pablo, fala sério, manda algo sério da próxima vez ok? Cãmbio deslgo. Ps: o post acima foi escrito quando eu estava totalmente sóbrio, garanto. Desce o pano.

Avril Lavigne - The Single Collection / 01. Complicated / 02. Skater Boy / 03. I’m With You / 04. Losing Grip / 05. Knockin’ On Heaven’s Door / 06. Don’t Tell Me / 07. My Happy Ending / 08. Nobody’s Home / 09. He Wasn’t / 10. Keep Holding On / 11. Girlfriend / 12. When You’re Gone / 13. Hot / 14. The Best Damn Thing / 15. Alice / 16. What The Hell / 17. Smile / 18. Wish You Were Here / 19. Alone (Bonus Track) / 20. I Will Be (Bonus Track) / 21. Get Over It (Bonus Track)

Erick Steve.