Michael Jackson foi um grande artista de nosso tempo. Era ótimo cantor, dançarino e compositor. Certamente sua imensa popularidade é plenamente justificada pelo grande talento que tinha. Sobre isso acredito que não haja grandes controvérsias. Infelizmente isso não bastava ao cantor e ele se envolveu em uma enorme quantidade de confusões ao longo da vida, fatos esses que nem preciso aqui entrar em detalhes pois já é demais sabido por todos, ainda mais depois de sua morte quando somos bombardeados diariamente com aspectos de sua vida pessoal. Michael Jackson não foi apenas um grande astro musical mas uma celebridade elevada à nona potência. Nesse ponto é que reside todo o problema. Como prestar atenção no artista Michael Jackson no meio de tanto barulho causado por sua persona sui generis? É algo complicado de se alcançar. Ainda mais agora, após sua morte. De repente Michael, que era mal visto por muita gente, virou uma espécie de santidade imaculada. Incrível como tantas pessoas mudaram de opinião tão rapidamente apenas pelo fato de seu falecimento. Certamente a mídia mostrou, como poucas vezes se viu, a sua enorme capacidade de mudar a opinião pública na direção de onde bem entender. O mesmo Michael que foi massacrado pela indústria de informação hoje é canonizado num evento sem proporções, mostrando realmente que a massa está totalmente nas mãos dos grandes meios de comunicação.
Mas isso é um assunto para se discutir com mais calma em outra ocasião. Como afirmei antes, se focar apenas no músico Michael Jackson nos dias de hoje é algo complicado. Esse CD, HIStory, lançado bem no meio das acusações de pedofilia, mostra como o lado musical de Michael foi soterrado pelas toneladas de tablóides sensacionalistas. Ouvir HIStory agora é algo revelador. Ao longo de suas várias faixas podemos tranquilamente notar o grande artista que o mundo perdeu recentemente. Na verdade o álbum, tal como foi concebido, vem fazer um levantamento sobre a trajetória de Michael ao longo dos anos. Assim no CD 1 temos seus maiores sucessos, com todos aqueles clássicos que tão bem conhecemos (e que por isso não vou tecer maiores comentários). Já o CD 2 traz material inédito gravado por ele naquele ano. O ponto alto é justamente o CD2 de inéditas. Nessas quinze faixas facilmente reconhecemos o que de melhor (e pior) existia na carreira de Jackson. De positivo temos ótimas baladas cantadas por Michael, mostrando mais uma vez o ponto forte de sua voz. "Stranger In Moscow", uma faixa estranhamente intimista mostra esse seu lado vocal, que depois é confirmada na bela "You Are Not Alone" (feita em homenagem a sua esposa de então, a filha de Elvis, Lisa Marie Presley). Para quem gosta do lado mais agitado do astro, duas faixas tentam, sem muito êxito é bom salientar, reviver os dias de Bad e Thriller. Em Scream temos um dueto pouco inspirado ao lado de sua irmã Janet e em 2 Bad constatamos que a velha fórmula havia se desgastado um pouco.
Já "HIStory", a faixa que dá nome ao CD, é no mínimo curiosa, mas pelo sua própria estrutura dificilmente se destacaria nas paradas. O lado ruim do CD vem da regravação desnecessária de Come Together dos Beatles (afinal os direitos eram dele mesmo) e da constrangedora "Childhood" (depois de todas as acusações Michael deveria ter evitado o tema infantil no CD). "Money" tem uma estrutura rítmica muito rica, assim como o vocal de Michael, excelente. "Earth Song" por sua vez se destaca não só pela bonita melodia mas também pela mensagem de tenta passar (Pois é, até na terra do Peter Pan havia consciência com nosso meio ambiente). "Little Susie" é tão estranha quanto curiosa. Não sei onde ele estava com a cabeça ao se envolver com esse tipo de canção. Por fim temos "Smile", que era a sua canção preferida. Aqui temos o grande momento do CD pois não há como negar que se trata de uma das mais lindas releituras dp grande clássico de Charles Chaplin. É um momento primoroso, acima de qualquer crítica, que fez jus ao talento genial de seu criador. É isso, HIStory mostra as facetas de um ser humano complexo, difícil de entender e compreender, mas que no final deixou uma grande obra, essa sim, imortal.
Michael Jackson - HIStory (1995)
HIStory Begins (Disc 1): 01. Billie Jean 02. The Way You Make Me Feel 03. Black Or White" 04. Rock With You 05. She's Out Of My Life 06. Bad 07. I Just Can't Stop Loving You 08. Man In The Mirror 09. Thriller 10. Beat It 11. The Girl Is Mine 12. Remember The Time 13. Don't Stop 'Til You Get Enough 14. Wanna Be Startin' Somethin' 15. Heal The World.
HIStory Continues (Disc 2): 01. Scream 02. They Don't Care About Us 03. Stranger In Moscow 04. This Time Around 05. Earth Song 06. D.S. 07. Money 08. Come Together 09. You Are Not Alone 10. Childhood (Theme from Free Willy 2) 11. Tabloid Junkie 12. 2 Bad 13. HIStory 14. Little Susie.
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de maio de 2011
Michael Jackson - Bad
Esse álbum realmente tinha uma tarefa impossível de cumprir, a de superar o sucesso e as vendas do disco anterior de Michael Jackson, "Thriller", até hoje o LP mais vendido de todos os tempos. Claro que jamais iria alcançar aquele tipo de êxito comercial mas a indústria fonográfica tinha esperanças que aquilo ainda era possível de se repetir. No final das contas não deu. Na verdade "Bad" vendeu pouco mais da metade das cópias de "Thriller". Além disso não conseguiu a façanha de transformar praticamente todas as suas faixas em hits, como havia acontecido no disco anterior. Mesmo assim vendeu horrores, ganhando 20 discos de platina por suas vendas. Também consolidou Michael Jackson como o maior astro da música de seu tempo.
Infelizmente aspectos bizarros de sua vida pessoal começaram também a pipocar nos jornais por essa época, isso foi ruim pois ofuscou o lado artístico de Jackson, dando margem ao aspecto mais sensacionalista de sua vida. Revisando "Bad" nos dias de hoje chegamos na conclusão que a boa sonoridade ainda resiste, embora algumas faixas tenham perdido relevância com o tempo justamente por terem se rendido em demasia aos padrões meramente comerciais dos anos 80. / Estúdio Selo: CBS / Produção: Michael Jackson, Quincy Jones / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Steve Wonder, Eric Gale, Maxi Anderson, David Williams entre outros.
Michael Jackson - Bad (1987)
Bad / The Way You Make Me Feel / Speed Demon / Liberian Girl / Just Good Friends / Another Part of Me / Man in the Mirror / I Just Can't Stop Loving You / Dirty Diana / Smooth Criminal / Leave Me Alone.
Pablo Aluísio.
Infelizmente aspectos bizarros de sua vida pessoal começaram também a pipocar nos jornais por essa época, isso foi ruim pois ofuscou o lado artístico de Jackson, dando margem ao aspecto mais sensacionalista de sua vida. Revisando "Bad" nos dias de hoje chegamos na conclusão que a boa sonoridade ainda resiste, embora algumas faixas tenham perdido relevância com o tempo justamente por terem se rendido em demasia aos padrões meramente comerciais dos anos 80. / Estúdio Selo: CBS / Produção: Michael Jackson, Quincy Jones / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Steve Wonder, Eric Gale, Maxi Anderson, David Williams entre outros.
Michael Jackson - Bad (1987)
Bad / The Way You Make Me Feel / Speed Demon / Liberian Girl / Just Good Friends / Another Part of Me / Man in the Mirror / I Just Can't Stop Loving You / Dirty Diana / Smooth Criminal / Leave Me Alone.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Michael Jackson – Thriller
Só quem viveu os anos 80 consegue ter uma noção completa do impacto que Thriller teve no mundo musical. Esse é um álbum que realmente merece o rótulo de fenomenal. É incrível que um artista como Michael Jackson – que mesmo após o lançamento de seu disco de estréia ainda tentava se desvincular de seu passado no Jackson Five – tenha conseguido atingir tamanho êxito. E não estou falando apenas em sucesso de vendas, já que Thriller foi o álbum mais vendido de todos os tempos, mas sim de sucesso do ponto de vista artístico, musical. Mesmo que você não goste do cantor por causa de seus inúmeros problemas pessoais que o atingiram depois, é quase impossível negar a importância que Thriller teve para o mundo da música nos anos 80. Fruto do trabalho de Michael com o produtor Quincy Jones, Thriller tem um ar de jovialidade e originalidade que até hoje impressiona quem o ouve. Foi o auge de Michael Jackson, a sua obra prima, o pico – que nem ele mais conseguiria atingir depois!
Uma das características que sempre me chamaram atenção em “Thriller” era o incrível número de grandes sucessos presentes em sua seleção musical. Alíás todo o disco foi sucesso, da primeira à última faixa, sem exceções. Eu me recordo bem que nas festinhas de adolescentes da época Thriller era tocado na íntegra porque além de ser um disco extremamente popular não havia faixas ruins ou apagadas – que estavam ali apenas para completar o disco, por exemplo. Pelo contrário, Thriller só tinha sucesso, um atrás do outro, e todas as canções eram extremamente bem trabalhadas e produzidas, mostrando todo o perfeccionismo de Michael Jackson e Quincy Jones nos estúdios. Canções como “Billy Jean”, “Beat It” e a própria “Thriller” viraram verdadeiros hinos de uma geração. Para completar os videoclips (novidade para uma época ainda muito primitiva nesse aspecto) ajudaram a popularizar ainda mais as músicas. Olhando para trás podemos perceber que no fundo “Thriller” foi a glória e a desgraça de Michael Jackson. A glória porque nenhum outro artista conseguiu superá-lo nos números absurdos de cópias vendidas que esse álbum conseguiu alcançar e desgraça porque depois desse avassalador sucesso Michael Jackson nunca mais conseguiu superar o fato dele ter sido literalmente esmagado por sua própria fama e sucesso.
Michael Jackson - Thriller (1982)
1. Wanna Be Startin' Somethin 2. Baby Be Mine 3. The Girl Is Mine 4. Thriller 5. Beat It 6. Billie Jean 7. Human Nature 8. P.Y.T. (Pretty Young Thing) 9. The Lady in My Life.
Pablo Aluísio.
Uma das características que sempre me chamaram atenção em “Thriller” era o incrível número de grandes sucessos presentes em sua seleção musical. Alíás todo o disco foi sucesso, da primeira à última faixa, sem exceções. Eu me recordo bem que nas festinhas de adolescentes da época Thriller era tocado na íntegra porque além de ser um disco extremamente popular não havia faixas ruins ou apagadas – que estavam ali apenas para completar o disco, por exemplo. Pelo contrário, Thriller só tinha sucesso, um atrás do outro, e todas as canções eram extremamente bem trabalhadas e produzidas, mostrando todo o perfeccionismo de Michael Jackson e Quincy Jones nos estúdios. Canções como “Billy Jean”, “Beat It” e a própria “Thriller” viraram verdadeiros hinos de uma geração. Para completar os videoclips (novidade para uma época ainda muito primitiva nesse aspecto) ajudaram a popularizar ainda mais as músicas. Olhando para trás podemos perceber que no fundo “Thriller” foi a glória e a desgraça de Michael Jackson. A glória porque nenhum outro artista conseguiu superá-lo nos números absurdos de cópias vendidas que esse álbum conseguiu alcançar e desgraça porque depois desse avassalador sucesso Michael Jackson nunca mais conseguiu superar o fato dele ter sido literalmente esmagado por sua própria fama e sucesso.
Michael Jackson - Thriller (1982)
1. Wanna Be Startin' Somethin 2. Baby Be Mine 3. The Girl Is Mine 4. Thriller 5. Beat It 6. Billie Jean 7. Human Nature 8. P.Y.T. (Pretty Young Thing) 9. The Lady in My Life.
Pablo Aluísio.
Michael Jackson - Off the Wall
Não é o primeiro disco solo da carreira de Michael Jackson como muitos escrevem por aí. Na verdade Michael já tinha gravado discos solos antes, quando era apenas um garoto como por exemplo "Got to Be There" e "Ben", ambos de 1972 ainda no selo Motown. Aqui o que temos é o primeiro álbum solo da fase mais magnífica da carreira do cantor quando ele começou a se tornar um artista ícone do mundo pop. Não resta dúvida que a musicalidade desse disco marcou toda uma época. Praticamente todas as faixas viraram hits e Michael começou sua escalada rumo ao Olimpo dos deuses do mundo da música. Seu álbum seguinte, "Thriller" de 1982, se tornaria o disco mais vendido de todos os tempos.
Importante chamar a atenção para o fato de que todos os maneirismos vocais e de performance que Michael iria polir à perfeição no disco seguinte já podem ser encontrados aqui nessas faixas. Em termos de composição Michael ainda se utiliza de outros compositores como o aclamado Stevie Wonder (que escreveu a ótima "I Can't Help It") e Paul McCartney (que tem sua simpática "Girlfriend" do disco "London Town" regravada em excelente versão de Jackson). É um disco coeso, ainda com nuances do movimento Disco que imperava nas paradas daquela época. Um álbum feito para tocar nas rádios e fazer sucesso, algo que Michael Jackson sabia fazer muito bem. / Estúdio Selo: Epic / Produção: Quincy Jones, Michael Jackson / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Randy Jackson, Larry Carlton, David Foster, Louis Johnson, John "JR" Robinson, Phil Upchurch, David Williams, entre outros.
Michael Jackson - Off the Wall (1979)
Don't Stop 'Til You Get Enough / Rock with You / Working Day and Night / Get on the Floor / Off the Wall / Girlfriend / She's Out of My Life / I Can't Help It / It's the Falling in Love / Burn This Disco Out.
Pablo Aluísio.
Importante chamar a atenção para o fato de que todos os maneirismos vocais e de performance que Michael iria polir à perfeição no disco seguinte já podem ser encontrados aqui nessas faixas. Em termos de composição Michael ainda se utiliza de outros compositores como o aclamado Stevie Wonder (que escreveu a ótima "I Can't Help It") e Paul McCartney (que tem sua simpática "Girlfriend" do disco "London Town" regravada em excelente versão de Jackson). É um disco coeso, ainda com nuances do movimento Disco que imperava nas paradas daquela época. Um álbum feito para tocar nas rádios e fazer sucesso, algo que Michael Jackson sabia fazer muito bem. / Estúdio Selo: Epic / Produção: Quincy Jones, Michael Jackson / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Randy Jackson, Larry Carlton, David Foster, Louis Johnson, John "JR" Robinson, Phil Upchurch, David Williams, entre outros.
Michael Jackson - Off the Wall (1979)
Don't Stop 'Til You Get Enough / Rock with You / Working Day and Night / Get on the Floor / Off the Wall / Girlfriend / She's Out of My Life / I Can't Help It / It's the Falling in Love / Burn This Disco Out.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Janis Joplin - Verdades e Mentiras
O Que Matou Janis Joplin?
Ela sofreu uma overdose de heroína. Janis comprou um tipo de heroína preta mexicana com pureza de cinquenta por cento, uma química fatal para qualquer pessoa. Sozinha em seu quarto, ela se injetou e poucos segundos depois apagou, desmaiou. Caiu ao lado da cama, no chão, mas antes disso bateu com a boca no criado mudo. Ela vinha lutando para deixar a droga, mas após uma fase de abstinência não resistiu e voltou a comprar heroína de seu traficante. Foi seu maior erro. Morreu com apenas 27 anos de idade.Seu corpo só foi encontrado 18 horas depois. Quando os paramédicos chegaram já era tarde demais.
Janis Joplin fez um aborto?
Sim, há confirmação de pelo menos um aborto. Ela ficou grávida e não sabia com certeza quem era o pai, já que tinha uma vida sexual promíscua. O aborto foi mal realizado e trouxe complicações. No camarim, antes de um show, acabou desmaiando por causa do procedimento mal feito em uma clínica clandestina. Foi hospitalizada e por pouco escapou de sofrer um processo criminal pois o aborto era proibido por lei. O pior porém foi o trauma psicológico pois ela levou uma culpa pesada pelo resto de sua vida, como confidenciou a uma amiga algumas semanas antes de sua morte.
Janis Joplin sofria de alcoolismo?
Segundo um amigo muito próximo ela sempre terminava seu dia completamente bêbada. Além de ser viciada em drogas pesadas ela também tinha um problema muito sério com bebidas alcoólicas. Isso atrapalhou sua carreira. Nas gravações causava inúmeros problemas pois quando estava muito alcoolizada, não conseguia cantar. Nos palcos levava um litro de whisky de sua marca preferida para ir tomando entre uma música e outra. Por isso nos finais dos concertos tinha que ser retirada do palco nos braços dos produtores de seus shows.
Janis Joplin esteve no Brasil?
Sim, após o lançamento de um disco que foi bastante criticado ela decidiu dar um tempo. Fugiu dos Estados Unidos e veio parar no Rio de Janeiro, bem no meio de uma comunidade de hippies. Aqui conheceu um americano chamado David que decidiu ajudá-la a ficar limpa. A levou para uma região afastada e fez com que ela ficasse longe das drogas. Foi uma recuperação. Só que de volta aos Estados Unidos sucumbiu de novo ao abuso de drogas. David, o namorado, ficou tão decepcionado que resolveu acabar o breve namoro.
Como foi sua infância e juventude?
Janis era uma mulher fora dos padrões. Texana, rejeitou o padrão que era imposto às mulheres de sua época. Vestia roupas ousadas, algumas masculinas e por isso era alvo de piadas e gozações. Certa vez, na universidade, a elegeram como o "homem mais feio do campus". Isso a magoou bastante, por isso decidiu deixar o Texas para ir para a Califórnia, onde abraçou de vez o movimento hippie, da geração paz e amor. Nas entrevistas sempre reclamava disso, de como tudo havia destruído sua auto estima por anos.Também sofreu bastante com insônia e ansiedade. Nunca conseguiu superar esses dois problemas.
Janis Joplin era lésbica?
Na verdade ela era bissexual, ou seja, se envolvia tanto com homens como com mulheres. Janis fazia da contracultura dos anos 60 uma prática em sua vida pessoal. Com o lema do "amor livre" entre os hippies não havia limites e nem barreiras para esse tipo de comportamento sexual mais liberal. Afinal esse era o lema dessas jovens da Califórnia nos anos 60.
Quanto tempo durou sua carreira e quantos discos lançou?
A carreira musical de Janis Joplin foi extremamente breve. Ela começou a cantar profissionalmente aos 24 anos e morreu aos 27, assim sua carreira mal durou três anos! Nesse período ela só gravou dois discos solos e quando o segundo chegou nas lojas ela já havia morrido de uma overdose de drogas. Esse segundo e último álbum se chamou "Pearl" e chegou ao primeiro lugar nas paradas, afinal sua morte ainda era muito recente e todos estavam chocados pelo fato dela ter morrido tão jovem! Claro, depois a gravadora aproveitou a comoção e lançou inúmeras coletâneas para faturar alto com o mercado.
Pablo Aluísio.
Ela sofreu uma overdose de heroína. Janis comprou um tipo de heroína preta mexicana com pureza de cinquenta por cento, uma química fatal para qualquer pessoa. Sozinha em seu quarto, ela se injetou e poucos segundos depois apagou, desmaiou. Caiu ao lado da cama, no chão, mas antes disso bateu com a boca no criado mudo. Ela vinha lutando para deixar a droga, mas após uma fase de abstinência não resistiu e voltou a comprar heroína de seu traficante. Foi seu maior erro. Morreu com apenas 27 anos de idade.Seu corpo só foi encontrado 18 horas depois. Quando os paramédicos chegaram já era tarde demais.
Janis Joplin fez um aborto?
Sim, há confirmação de pelo menos um aborto. Ela ficou grávida e não sabia com certeza quem era o pai, já que tinha uma vida sexual promíscua. O aborto foi mal realizado e trouxe complicações. No camarim, antes de um show, acabou desmaiando por causa do procedimento mal feito em uma clínica clandestina. Foi hospitalizada e por pouco escapou de sofrer um processo criminal pois o aborto era proibido por lei. O pior porém foi o trauma psicológico pois ela levou uma culpa pesada pelo resto de sua vida, como confidenciou a uma amiga algumas semanas antes de sua morte.
Janis Joplin sofria de alcoolismo?
Segundo um amigo muito próximo ela sempre terminava seu dia completamente bêbada. Além de ser viciada em drogas pesadas ela também tinha um problema muito sério com bebidas alcoólicas. Isso atrapalhou sua carreira. Nas gravações causava inúmeros problemas pois quando estava muito alcoolizada, não conseguia cantar. Nos palcos levava um litro de whisky de sua marca preferida para ir tomando entre uma música e outra. Por isso nos finais dos concertos tinha que ser retirada do palco nos braços dos produtores de seus shows.
Janis Joplin esteve no Brasil?
Sim, após o lançamento de um disco que foi bastante criticado ela decidiu dar um tempo. Fugiu dos Estados Unidos e veio parar no Rio de Janeiro, bem no meio de uma comunidade de hippies. Aqui conheceu um americano chamado David que decidiu ajudá-la a ficar limpa. A levou para uma região afastada e fez com que ela ficasse longe das drogas. Foi uma recuperação. Só que de volta aos Estados Unidos sucumbiu de novo ao abuso de drogas. David, o namorado, ficou tão decepcionado que resolveu acabar o breve namoro.
Como foi sua infância e juventude?
Janis era uma mulher fora dos padrões. Texana, rejeitou o padrão que era imposto às mulheres de sua época. Vestia roupas ousadas, algumas masculinas e por isso era alvo de piadas e gozações. Certa vez, na universidade, a elegeram como o "homem mais feio do campus". Isso a magoou bastante, por isso decidiu deixar o Texas para ir para a Califórnia, onde abraçou de vez o movimento hippie, da geração paz e amor. Nas entrevistas sempre reclamava disso, de como tudo havia destruído sua auto estima por anos.Também sofreu bastante com insônia e ansiedade. Nunca conseguiu superar esses dois problemas.
Janis Joplin era lésbica?
Na verdade ela era bissexual, ou seja, se envolvia tanto com homens como com mulheres. Janis fazia da contracultura dos anos 60 uma prática em sua vida pessoal. Com o lema do "amor livre" entre os hippies não havia limites e nem barreiras para esse tipo de comportamento sexual mais liberal. Afinal esse era o lema dessas jovens da Califórnia nos anos 60.
Quanto tempo durou sua carreira e quantos discos lançou?
A carreira musical de Janis Joplin foi extremamente breve. Ela começou a cantar profissionalmente aos 24 anos e morreu aos 27, assim sua carreira mal durou três anos! Nesse período ela só gravou dois discos solos e quando o segundo chegou nas lojas ela já havia morrido de uma overdose de drogas. Esse segundo e último álbum se chamou "Pearl" e chegou ao primeiro lugar nas paradas, afinal sua morte ainda era muito recente e todos estavam chocados pelo fato dela ter morrido tão jovem! Claro, depois a gravadora aproveitou a comoção e lançou inúmeras coletâneas para faturar alto com o mercado.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 17 de maio de 2011
The Beatles - Os Beatles no Cinema
Assim como Elvis Presley os Beatles também tiveram uma carreira no cinema. Em dez anos eles participaram de três filmes convencionais e uma animação. O primeiro filme dos Beatles foi feito no auge da Beatlemania e se chamou "Os Reis do Ié, Ié, Ié" no Brasil. Esse foi considerado o melhor momento do grupo na sétima arte. É um filme muito bem bolado, escrito e dirigido, que basicamente tenta mostrar de forma bem humorada o cotidiano deles mesmos. Os Beatles interpretam os próprios Beatles.
"Help!", o segundo filme do grupo, rendeu uma maravilhosa trilha sonora (com direito a ter "Yersterday" no lado B do álbum) mas paradoxalmente um péssimo filme. Revisto hoje em dia tudo soa terrivelmente datado e mal feito. Os próprios membros do grupo não levaram o filme à sério, uma bobagem sobre um vilão de caricatura que vai atrás de um dos anéis do Ringo Starr. É um filme bem ruim que no final só foi salvo mesmo pela música maravilhosa do quarteto de Liverpool.
"Yellow Submarine", o terceiro filme da banda no cinema, foi uma animação. Eles tinham que cumprir um contrato, mas não estavam a fim de atuar, nem de passar por um novo e cansativo processo de filmagem. Assim contrataram animadores e o resultado saiu melhor do que era esperado. Hoje em dia é considerado um clássico psicodélico. O resultado ficou tão bom que o grupo deu uma canja, em carne e osso, na cena final. A trilha sonora também era boa, mesmo que recheada de reprises e restos de estúdio da discografia deles.
O último filme dos Beatles foi um documentário chamado "Let It Be". Era para ser dividido em duas partes. Na primeira o grupo seria mostrado em estúdio, ensaiando. Depois eles seriam mostrados nos palcos, em grandes shows. Essa era a ideia inicial de Paul McCartney. No meio do caminho porém houve muitas brigas e a ideia de uma grande turnê foi cancelada. Assim o filme que chegou aos cinemas só mostrou mesmo os ensaios, as brigas e a tensão que culminaria no fim da banda. Lançado em 1970 o filme, por mais contraditório que isso possa parecer, acabou até mesmo sendo prestigiado pela academia de Hollywood, sendo premiado com o Oscar de melhor trilha sonora original. Nada mais justo, afinal eram os Beatles!
Pablo Aluísio.
"Help!", o segundo filme do grupo, rendeu uma maravilhosa trilha sonora (com direito a ter "Yersterday" no lado B do álbum) mas paradoxalmente um péssimo filme. Revisto hoje em dia tudo soa terrivelmente datado e mal feito. Os próprios membros do grupo não levaram o filme à sério, uma bobagem sobre um vilão de caricatura que vai atrás de um dos anéis do Ringo Starr. É um filme bem ruim que no final só foi salvo mesmo pela música maravilhosa do quarteto de Liverpool.
"Yellow Submarine", o terceiro filme da banda no cinema, foi uma animação. Eles tinham que cumprir um contrato, mas não estavam a fim de atuar, nem de passar por um novo e cansativo processo de filmagem. Assim contrataram animadores e o resultado saiu melhor do que era esperado. Hoje em dia é considerado um clássico psicodélico. O resultado ficou tão bom que o grupo deu uma canja, em carne e osso, na cena final. A trilha sonora também era boa, mesmo que recheada de reprises e restos de estúdio da discografia deles.
O último filme dos Beatles foi um documentário chamado "Let It Be". Era para ser dividido em duas partes. Na primeira o grupo seria mostrado em estúdio, ensaiando. Depois eles seriam mostrados nos palcos, em grandes shows. Essa era a ideia inicial de Paul McCartney. No meio do caminho porém houve muitas brigas e a ideia de uma grande turnê foi cancelada. Assim o filme que chegou aos cinemas só mostrou mesmo os ensaios, as brigas e a tensão que culminaria no fim da banda. Lançado em 1970 o filme, por mais contraditório que isso possa parecer, acabou até mesmo sendo prestigiado pela academia de Hollywood, sendo premiado com o Oscar de melhor trilha sonora original. Nada mais justo, afinal eram os Beatles!
Pablo Aluísio.
Paul McCartney - Primeiros Shows
Wings University Tour
No final da carreira dos Beatles quando tudo estava desmoronando, Paul tentou convencer os demais membros da banda a voltarem para a estrada. Ele queria que os Beatles voltassem a tocar ao vivo para capturar o velho sentimento que os unira no passado. Não deu certo. George Harrison não sentia saudades das turnês dos Beatles e John Lennon acreditava que não havia mais como retornar ao velho espírito pois os Beatles já não eram mais garotos de vinte e poucos anos tomados pela febre da Beatlemania. Assim, para desapontamento de Paul, tudo foi deixado de lado.
Ele porém não queria desistir e quando os Beatles implodiram e ele foi para a carreira solo não pensou duas vezes antes de cair na estrada. Foi em 1972 que Paul finalmente voltou aos shows ao vivo. Ele tinha formado uma nova banda chamada Wings e queria sentir novamente a emoção de tocar ao vivo, algo que não fazia há anos por causa da decisão dos Beatles de pararem de fazer concertos. Como Paul ainda se sentia um pouco inseguro de voltar aos palcos ele optou em realizar pequenos shows por universidades da Inglaterra. Nada da loucura das apresentações dos Beatles em grandes estádios.
Outra decisão de Paul McCartney (que ele logo abandonaria) era a de que não tocaria músicas dos Beatles nos concertos, mas apenas faixas de seus três recentes discos solos. Assim os Wings se apresentariam em lugares mais culturalmente relevantes, com um público formado basicamente por universitários ingleses. Nessa primeira turnê ele montou a primeira formação dos Wings, com apenas quatro músicos, ele próprio, Linda, Denny Laine e Denny Seiwell.
A turnê foi batizada de "Wings University Tour" e foi realizada entre os dias 9 e 22 de fevereiro de 1972. Apenas 11 shows foram realizados. O primeiro foi feito na Universidade de Nottingham e o último na prestigiada e internacionalmente conhecida Oxford University. Curiosamente bem no final da agenda Paul decidiu levar os Wings para realizar uma apresentação surpresa no País de Gales, na Swansea University, um dia antes de ir para Oxford. Foi quase um teste para acertar todos os detalhes para o último show dos Wings naquela turnê.
O resultado foi bem positivo, mas Paul percebeu que não dava para fazer shows sem as músicas dos Beatles. O público estava sempre pedindo "Yesterday", "Hey Jude", entre outras e Paul sempre tinha que interromper os pedidos explicando que a apresentação era apenas com canções de sua carreira solo. A cara de decepção dos fãs o fez mudar rapidamente de opinião, afinal de contas todas aquelas músicas maravilhosas tinham sido compostas por ele e não havia muito sentido as deixar de fora dos concertos. Ele, para alegria dos fãs dos Beatles, mudaria tudo para os próximos shows que realizaria em breve. Os Wings estavam lá, mas os Beatles pela grandeza de sua obra jamais poderiam ser ignorados. Essa foi a grande lição que Paul tirou desses concertos iniciais.
Wings Over Europe Tour
No verão de 1972 Paul resolveu partir para sua primeira grande turnê, por toda a Europa, levando seu grupo Wings para a estrada. Entre junho e agosto Paul McCartney e os Wings encararam uma turnê puxada, com shows praticamente diários. A turnê começou na França, onde Paul se apresentou em cinco diferentes cidades, encerrando em Paris no Olympia no dia 16 de julho. Depois de conquistar corações e mentes francesas o grupo seguiu para a Alemanha, onde se apresentaram em Munique e Frankfurt com lotação esgotada. A correria não parou mais e Paul foi cumprir sua agenda na Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, Bélgica e Holanda. Foram excelentes apresentações onde Paul McCartney pôde sentir que o nome Beatles ainda tinha uma força incrível perante o público. Deixando os pudores da primeira excursão Paul resolveu trazer vários sucessos dos Beatles para os palcos, com ampla aprovação da platéia.
No geral os concertos foram considerados um grande sucesso de público e crítica. Não houve grandes incidentes a não ser uma prisão de Paul e Linda na Suécia, em 10 de agosto, na cidade de Gothenburg. Alertados por uma denúncia anônima investigadores resolveram averiguar o quarto de Paul na cidade e encontraram maconha em sua bagagem. Paul McCartney e sua esposa foram imediatamente detidos, pagaram uma pequena fiança e seguiram em frente. Perguntado pela imprensa local se ele havia ficado chateado com o acontecimento Paul falou que não, que isso poderia acontecer, e que de certa forma era um tipo de "boa publicidade" para os Wings. Por via das dúvidas, tentando fugir de maiores problemas legais, Paul e banda deixaram o palco direto para o aeroporto depois de seu concerto na cidade. Seria a primeira prisão de Paul por posse de maconha em sua carreira solo mas não a última, pois outras viriam nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
No final da carreira dos Beatles quando tudo estava desmoronando, Paul tentou convencer os demais membros da banda a voltarem para a estrada. Ele queria que os Beatles voltassem a tocar ao vivo para capturar o velho sentimento que os unira no passado. Não deu certo. George Harrison não sentia saudades das turnês dos Beatles e John Lennon acreditava que não havia mais como retornar ao velho espírito pois os Beatles já não eram mais garotos de vinte e poucos anos tomados pela febre da Beatlemania. Assim, para desapontamento de Paul, tudo foi deixado de lado.
Ele porém não queria desistir e quando os Beatles implodiram e ele foi para a carreira solo não pensou duas vezes antes de cair na estrada. Foi em 1972 que Paul finalmente voltou aos shows ao vivo. Ele tinha formado uma nova banda chamada Wings e queria sentir novamente a emoção de tocar ao vivo, algo que não fazia há anos por causa da decisão dos Beatles de pararem de fazer concertos. Como Paul ainda se sentia um pouco inseguro de voltar aos palcos ele optou em realizar pequenos shows por universidades da Inglaterra. Nada da loucura das apresentações dos Beatles em grandes estádios.
Outra decisão de Paul McCartney (que ele logo abandonaria) era a de que não tocaria músicas dos Beatles nos concertos, mas apenas faixas de seus três recentes discos solos. Assim os Wings se apresentariam em lugares mais culturalmente relevantes, com um público formado basicamente por universitários ingleses. Nessa primeira turnê ele montou a primeira formação dos Wings, com apenas quatro músicos, ele próprio, Linda, Denny Laine e Denny Seiwell.
A turnê foi batizada de "Wings University Tour" e foi realizada entre os dias 9 e 22 de fevereiro de 1972. Apenas 11 shows foram realizados. O primeiro foi feito na Universidade de Nottingham e o último na prestigiada e internacionalmente conhecida Oxford University. Curiosamente bem no final da agenda Paul decidiu levar os Wings para realizar uma apresentação surpresa no País de Gales, na Swansea University, um dia antes de ir para Oxford. Foi quase um teste para acertar todos os detalhes para o último show dos Wings naquela turnê.
O resultado foi bem positivo, mas Paul percebeu que não dava para fazer shows sem as músicas dos Beatles. O público estava sempre pedindo "Yesterday", "Hey Jude", entre outras e Paul sempre tinha que interromper os pedidos explicando que a apresentação era apenas com canções de sua carreira solo. A cara de decepção dos fãs o fez mudar rapidamente de opinião, afinal de contas todas aquelas músicas maravilhosas tinham sido compostas por ele e não havia muito sentido as deixar de fora dos concertos. Ele, para alegria dos fãs dos Beatles, mudaria tudo para os próximos shows que realizaria em breve. Os Wings estavam lá, mas os Beatles pela grandeza de sua obra jamais poderiam ser ignorados. Essa foi a grande lição que Paul tirou desses concertos iniciais.
Wings Over Europe Tour
No verão de 1972 Paul resolveu partir para sua primeira grande turnê, por toda a Europa, levando seu grupo Wings para a estrada. Entre junho e agosto Paul McCartney e os Wings encararam uma turnê puxada, com shows praticamente diários. A turnê começou na França, onde Paul se apresentou em cinco diferentes cidades, encerrando em Paris no Olympia no dia 16 de julho. Depois de conquistar corações e mentes francesas o grupo seguiu para a Alemanha, onde se apresentaram em Munique e Frankfurt com lotação esgotada. A correria não parou mais e Paul foi cumprir sua agenda na Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, Bélgica e Holanda. Foram excelentes apresentações onde Paul McCartney pôde sentir que o nome Beatles ainda tinha uma força incrível perante o público. Deixando os pudores da primeira excursão Paul resolveu trazer vários sucessos dos Beatles para os palcos, com ampla aprovação da platéia.
No geral os concertos foram considerados um grande sucesso de público e crítica. Não houve grandes incidentes a não ser uma prisão de Paul e Linda na Suécia, em 10 de agosto, na cidade de Gothenburg. Alertados por uma denúncia anônima investigadores resolveram averiguar o quarto de Paul na cidade e encontraram maconha em sua bagagem. Paul McCartney e sua esposa foram imediatamente detidos, pagaram uma pequena fiança e seguiram em frente. Perguntado pela imprensa local se ele havia ficado chateado com o acontecimento Paul falou que não, que isso poderia acontecer, e que de certa forma era um tipo de "boa publicidade" para os Wings. Por via das dúvidas, tentando fugir de maiores problemas legais, Paul e banda deixaram o palco direto para o aeroporto depois de seu concerto na cidade. Seria a primeira prisão de Paul por posse de maconha em sua carreira solo mas não a última, pois outras viriam nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
The Beatles – The Beatles Ballads
Oficialmente os Beatles se separaram em 1970. Havia toda uma máquina industrial, fonográfica e comercial que girava em torno do grupo. Com o fim houve uma quebra generalizada nesse esquema. Assim a gravadora EMI precisou se virar para colocar anualmente algum título dos Beatles no mercado. Os anos 70 e 89 foram férteis nesse novo marketing que visava basicamente promover coletâneas temáticas da obra do conjunto. Assim a gravadora criou discos apenas com rocks, outros mostrando o melhor dos Beatles em seus anos iniciais e finais e por aí vai. Esse "The Beatles Ballads" como seu próprio nome já entregava, era uma coletânea das melhores baladas dos Beatles, com total destaque para o clássico absoluto "Yesterday".
É curioso que dentro da discografia inglesa oficial dos Beatles essa que é considerada a maior música romântica do quarteto, foi relegada para o lado B do disco "Help!". Nos anos 60 esse espaço era reservado nos discos para as músicas com menor potencial comercial. Até mesmo a expressão "Lado B" tinha exatamente esse significado. Era o lado do vinil que apenas os fãs mais ardorosos conheciam, com músicas que não faziam sucesso nas rádios e nem se tornavam hits. Assim "Yesterday" em seu lançamento original vinha para quebrar esse estigma.
Sobre o conteúdo do disco em si não há maiores novidades. Um aspecto interessante porém vem de sua capa. Essa ilustração iria ser usada na capa do "Álbum Branco", só que John Lennon achou que uma capa completamente branca com o nome "The Beatles" em relevo seria algo mais inovador, mais artístico. Com isso a ilustração criada pelo artista John Byrne em 1968 foi arquivada e finalmente 12 anos depois foi finalmente usada pela EMI para essa coletânea que reunia as melhores músicas românticas do quarteto de Liverpool.
"The Beatles Ballads" foi lançado em 1980 como parte dos lançamentos da EMI-Odeon relembrando os dez anos da separação do grupo. Pois é, não é de hoje que as gravadoras perceberam que datas redondas acabam gerando interesse renovado no mercado. Geralmente várias reportagens e notícias na mídia acabam lembrando aos fãs de momentos importantes na biografia de uma banda e a gravadora sabendo da publicidade grátis que esse tipo de matéria traz, acaba indo atrás. Já em termos de repertório "The Beatles Ballads" não traz muito interesse para aquele colecionador que já tem todos os discos oficiais. É basicamente uma coletânea de baladas feita para um público mais ocasional, que tem poucos ou nenhum disco dos Beatles em sua casa. Por isso também se destaca mais as composições de Paul McCartney na seleção musical, uma vez que ele foi de fato o grande criador das melhores músicas românticas dos Beatles. Enfim, um item dispensável, a não ser que você seja um ouvinte de primeira viagem dos Beatles ou então um colecionador compulsivo que quer absolutamente tudo que já foi lançado pela EMI sobre eles.
The Beatles Ballads (1980)
Lado A: Yesterday / Norwegian Wood (This Bird Has Flown) / Do You Want to Know a Secret / For No One / Michelle / Nowhere Man / You've Got to Hide Your Love Away / Across the Universe / All My Loving / Hey Jude / Lado B: Something / The Fool on the Hill / Till There Was You / The Long and Winding Road / Here Comes the Sun / Blackbird / And I Love Her / She's Leaving Home / Here, There and Everywhere / Let It Be./ Data de lançamento: outubro de 1980 / Lançamento no Brasil: abril de 1981 / Selo: EMI Odeon - Parlophone / Produção: George Martin e Phil Spector / Número de cópias vendidas: 400.000.
Pablo Aluísio.
É curioso que dentro da discografia inglesa oficial dos Beatles essa que é considerada a maior música romântica do quarteto, foi relegada para o lado B do disco "Help!". Nos anos 60 esse espaço era reservado nos discos para as músicas com menor potencial comercial. Até mesmo a expressão "Lado B" tinha exatamente esse significado. Era o lado do vinil que apenas os fãs mais ardorosos conheciam, com músicas que não faziam sucesso nas rádios e nem se tornavam hits. Assim "Yesterday" em seu lançamento original vinha para quebrar esse estigma.
Sobre o conteúdo do disco em si não há maiores novidades. Um aspecto interessante porém vem de sua capa. Essa ilustração iria ser usada na capa do "Álbum Branco", só que John Lennon achou que uma capa completamente branca com o nome "The Beatles" em relevo seria algo mais inovador, mais artístico. Com isso a ilustração criada pelo artista John Byrne em 1968 foi arquivada e finalmente 12 anos depois foi finalmente usada pela EMI para essa coletânea que reunia as melhores músicas românticas do quarteto de Liverpool.
"The Beatles Ballads" foi lançado em 1980 como parte dos lançamentos da EMI-Odeon relembrando os dez anos da separação do grupo. Pois é, não é de hoje que as gravadoras perceberam que datas redondas acabam gerando interesse renovado no mercado. Geralmente várias reportagens e notícias na mídia acabam lembrando aos fãs de momentos importantes na biografia de uma banda e a gravadora sabendo da publicidade grátis que esse tipo de matéria traz, acaba indo atrás. Já em termos de repertório "The Beatles Ballads" não traz muito interesse para aquele colecionador que já tem todos os discos oficiais. É basicamente uma coletânea de baladas feita para um público mais ocasional, que tem poucos ou nenhum disco dos Beatles em sua casa. Por isso também se destaca mais as composições de Paul McCartney na seleção musical, uma vez que ele foi de fato o grande criador das melhores músicas românticas dos Beatles. Enfim, um item dispensável, a não ser que você seja um ouvinte de primeira viagem dos Beatles ou então um colecionador compulsivo que quer absolutamente tudo que já foi lançado pela EMI sobre eles.
The Beatles Ballads (1980)
Lado A: Yesterday / Norwegian Wood (This Bird Has Flown) / Do You Want to Know a Secret / For No One / Michelle / Nowhere Man / You've Got to Hide Your Love Away / Across the Universe / All My Loving / Hey Jude / Lado B: Something / The Fool on the Hill / Till There Was You / The Long and Winding Road / Here Comes the Sun / Blackbird / And I Love Her / She's Leaving Home / Here, There and Everywhere / Let It Be./ Data de lançamento: outubro de 1980 / Lançamento no Brasil: abril de 1981 / Selo: EMI Odeon - Parlophone / Produção: George Martin e Phil Spector / Número de cópias vendidas: 400.000.
Pablo Aluísio.
The Beatles - Brian Epstein e os Beatles
O grande nome por trás do sucesso dos Beatles foi sem dúvida o empresário Brian Epstein. Ele era filho de uma bem sucedida família de judeus de Liverpool. Seu pai era um rico comerciante que colocou o filho para cuidar de sua loja de discos. No passado Brian já havia estado nas forças armadas inglesas e até tentara uma carreira de ator de teatro, porém nada parecia dar muito certo em sua vida.
Como dono da loja North End Music Store (NEMS) ele se encontrou. Brian se orgulhava de ter a melhor loja de música do norte da Inglaterra, onde o cliente jamais sairia sem encontrar o disco que procurava. Ele mandava importar álbuns diretamente dos Estados Unidos, pelo porto da cidade e era visitado por colecionadores vindos até mesmo de Londres atrás de raridades em vinil. Os próprios Beatles frequentavam a loja de Brian, mas eles nessa época não se conheciam. Os rapazes ainda eram jovens sem grana da classe trabalhadora de Liverpool. No máximo eles iam até a loja apenas para ouvir as novidades, mas sem comprar os discos, o que não interessava muito a Brian.
De qualquer maneira o negócio prosperou. Brian Epstein era um excelente gerente. Ele criou um método baseado em pura matemática com que deixava a loja sempre abastecida, com um excelente catálogo de discos. Anos depois Epstein diria que o maior vendedor de discos da época era Elvis Presley. Então ele importava discos de Elvis dos Estados Unidos antes mesmo deles serem lançados oficialmente na Inglaterra. Também explorava músicas e discos raros de outros países europeus. Isso transformou Brian não apenas em um excelente homem de negócios, mas também em um expert musical. Sem modéstia pessoal, Brian dizia que conhecia tudo em termos de mercado musical. Ele conhecia todos os cantores, todas as bandas, todos os selos, tudo... absolutamente tudo!
Seu orgulho de ter uma joja impecável só foi quebrado quando um jovem entrou em sua loja e pediu um disco de Tony Sheridan e The Beatles. "My Bonnie" era o lado A do disquinho alemão. Brian ficou chocado! Ele nunca havia ouvido falar nos Beatles e nem encontrou o single para vender nos catálogos que recebia das gravadoras. Era um lançamento desconhecido que ele nem sabia por onde comprar. Assim ele ficou intrigado com aquele pedido. Acabou descobrindo que os Beatles se apresentavam ali pertinho, em um clube. Acabou indo a uma de suas apresentações, mais tentando comprar exemplares do single que não tinha do que propriamente conhecer os jovens daquele barulhento grupo de rock. Depois que Epstein foi apresentado a John, Paul e George, toda a sua vida mudou. Ele nunca havia sido empresário de uma banda, mas também os Beatles nunca tinham sido empresariados antes, ainda mais por um homem de negócios como Brian. Parecia o casamento perfeito. Acabou sendo o encontro que mudaria para sempre a música do século XX.
Pablo Aluísio.
Como dono da loja North End Music Store (NEMS) ele se encontrou. Brian se orgulhava de ter a melhor loja de música do norte da Inglaterra, onde o cliente jamais sairia sem encontrar o disco que procurava. Ele mandava importar álbuns diretamente dos Estados Unidos, pelo porto da cidade e era visitado por colecionadores vindos até mesmo de Londres atrás de raridades em vinil. Os próprios Beatles frequentavam a loja de Brian, mas eles nessa época não se conheciam. Os rapazes ainda eram jovens sem grana da classe trabalhadora de Liverpool. No máximo eles iam até a loja apenas para ouvir as novidades, mas sem comprar os discos, o que não interessava muito a Brian.
De qualquer maneira o negócio prosperou. Brian Epstein era um excelente gerente. Ele criou um método baseado em pura matemática com que deixava a loja sempre abastecida, com um excelente catálogo de discos. Anos depois Epstein diria que o maior vendedor de discos da época era Elvis Presley. Então ele importava discos de Elvis dos Estados Unidos antes mesmo deles serem lançados oficialmente na Inglaterra. Também explorava músicas e discos raros de outros países europeus. Isso transformou Brian não apenas em um excelente homem de negócios, mas também em um expert musical. Sem modéstia pessoal, Brian dizia que conhecia tudo em termos de mercado musical. Ele conhecia todos os cantores, todas as bandas, todos os selos, tudo... absolutamente tudo!
Seu orgulho de ter uma joja impecável só foi quebrado quando um jovem entrou em sua loja e pediu um disco de Tony Sheridan e The Beatles. "My Bonnie" era o lado A do disquinho alemão. Brian ficou chocado! Ele nunca havia ouvido falar nos Beatles e nem encontrou o single para vender nos catálogos que recebia das gravadoras. Era um lançamento desconhecido que ele nem sabia por onde comprar. Assim ele ficou intrigado com aquele pedido. Acabou descobrindo que os Beatles se apresentavam ali pertinho, em um clube. Acabou indo a uma de suas apresentações, mais tentando comprar exemplares do single que não tinha do que propriamente conhecer os jovens daquele barulhento grupo de rock. Depois que Epstein foi apresentado a John, Paul e George, toda a sua vida mudou. Ele nunca havia sido empresário de uma banda, mas também os Beatles nunca tinham sido empresariados antes, ainda mais por um homem de negócios como Brian. Parecia o casamento perfeito. Acabou sendo o encontro que mudaria para sempre a música do século XX.
Pablo Aluísio.
domingo, 15 de maio de 2011
Paul McCartney - Pipes of Peace
Um dos grandes sucessos de Paul na década de 80, naqueles que foramss
alguns dos anos mais criativos de toda sua carreira. Aqui Paul segue
com a fórmula que havia dado muito certo em "Tug of War", ou seja,
reunir-se a um grande nome da música com produção do maestro George
Martin, seu produtor mais constante desde a época dos Beatles. Se em
"Tug of War" tínhamos a presença muito especial de Stevie Wonder aqui
Paul resolveu trazer nada mais, nada menos, do que o auto proclamado Rei
do Pop, sim ele mesmo, Michael Jackson! Foi uma via de mão dupla,.
Jackson participou de "Pipes of Peace" e em contrapartida Paul deu às
caras no fenomenal disco "Thriller" (na ótima faixa “The Girl Is Mine”).
Em Pipes of Peace Michael Jackson participa de duas excelentes canções,
a simpática "Say, Say, Say" e a baladona "The Man". Ambas as músicas
foram assinadas por Paul e Michael. Infelizmente essa parceria bem
sucedida dentro dos estúdios, não duraria muito, pois Paul e Michael se
desentenderam depois por causa da venda dos direitos autorais das
músicas dos Beatles. Paul queria comprar, mas Michael lhe passou a perna
e as comprou antes, deixando Paul desolado... e furioso! Sobre o
acontecimento Jackson resumiria tudo com a seguinte frase: "Amigos,
amigos, negócios à parte". Nunca mais voltaram a trabalhar juntos embora
as regras de boa educação fizessem com que evitassem uma troca de
acusações por meio da imprensa na época!
Além de Michael Jackson, Paul resolveu formar uma nova banda para as gravações, formação essa que eu pessoalmente considero das melhores, contando com o ex-Beatle Ringo Starr (dispensa maiores apresentações), Denny Laine (do Wings), Eric Stewart (ex-10cc) e Stanley Clarke (um instrumentista excepcionalmente talentoso). Tantos talentos juntos geraram um excelente álbum com músicas excepcionais como a própria música título, "Pipes of Peace", que ganhou um dos melhores videoclips da carreira de McCarntey. Passada na I Guerra Mundial a estória relembra um pequeno evento, baseado em fatos reais, que aconteceu quando dois exércitos inimigos resolveram bater uma bolinha nos campos enlameados do front durante uma trégua. Paul inclusive surge dos dois lados, como um inglês e como um alemão. Extremamente bem produzido o clip até hoje é lembrado, tal sua qualidade. A música "Say, Say, Say" também virou um videoclip bastante divertido com Paul e Michael interpretando charlatões no século passado. A canção se tornou o carro chefe do disco e foi lançada em single que trazia uma estranha capa com Paul e Michael com pernas enormes, realmente desproporcionais. No lado B desse single foi encaixada a bacaninha "Ode a Koala Bear", uma musiquinha muito simpática e bem arranjada.
Um fato curioso é que Paul, na época da gravação desse disco, estava muito envolvido no projeto para um musical a ser lançado no cinema. Assim as coisas ficaram meio atropeladas. Tentando ganhar tempo Paul acabou incluindo várias composições que iriam entrar em "Tug Of War", mas que acabaram ficando de fora do disco como "Keep Under Cover", "Hey Hey", "Tug Of Peace" e "Sweetest Little Show". Talvez por essa razão "Pipes of Peace" ganharia uma injusta fama de ser uma “sobra” de "Tug of War". Tal forma de pensar é bem injusta pois o álbum apesar de sofrer influências do disco anterior certamente tem identidade própria. No final o disco fez sucesso, e apesar dos pesares, conseguiu emplacar nas paradas, chegando a vender 1 milhão de cópias apenas nos EUA. O êxito prosseguiu em vários outros países conquistando vários discos de ouro e platina. Paul McCartney assim confirmava mais uma vez sua grande vocação para o sucesso.
1. Pipes of Peace (Paul McCartney) - Paul sempre caprichou nas canções que davam título aos seus álbuns. O mesmo aconteceu com a música "Pipes of Peace". A inspiração para Paul veio de um evento histórico real acontecido durante a Primeira Guerra Mundial, quando soldados ingleses e alemães, inimigos no campo de batalha, aproveitaram uma trégua para disputar uma animada pelada de futebol no meio dos campos cheios de lama desse conflito que ficou conhecido como a guerra das trincheiras. O clip obviamente aproveitou a ideia e usou um artifício bastante curioso, colocando Paul atuando tanto como um soldado inglês como um alemão, com seus uniformes, bigodinhos e insígnias próprias de cada país. Realmente genial. Em termos musicais Paul e George Martin (sempre ele, sempre presente nos melhores trabalhos dos Beatles) criaram um maravilhoso arranjo, clássico e erudito, para acompanhar a singela letra. Eu considero essa gravação uma verdadeira obra prima, sem favor algum!
2. Say Say Say (Paul McCartney / Michael Jackson) - O maior sucesso desse disco foi uma parceria que Paul fez com Michael Jackson. Na verdade era uma troca de gentilezas. Paul trabalhou no álbum "Thriller" de Jackson, cantando na canção "The Girl Is Mine" e ele retribuiu aqui, gravando "Say Say Say" ao lado de Paul. Na época Michael Jackson era certamente o maior nome da música. Nunca um disco havia vendido tanto como "Thriller" (recorde que permanece até os dias de hoje) e ele estava no auge de sua popularidade. Era um super astro do mundo da música, estava realmente no topo do mundo! "Say Say Say" foi lançada como single e ganhou um clip. Desnecessário dizer que foi um mega sucesso. No videoclip (lembre-se que a MTV estava nascendo), Paul e Michael interpretavam vendedores ambulantes do começo do século XX, um tipo muito comum naquele tempo. Vendendo garrafas de elixir milagroso (que não passavam de embustes) eles tinham que dar no pé assim que o golpe era descoberto. Um dos melhores clips de Paul e Jackson que ajudou o álbum a vender muito, se tornando um dos singles campeões de vendas dos anos 80.
3. The Other Me (Paul McCartney) - Essa canção "The Other Me" quase entrou no álbum "Tug of War", mas ficou de fora por falta de espaço. Na verdade Paul tinha tantas composições disponíveis naquela época - uma das mais criativas e produtivas de sua carreira - que ele até mesmo cogitou a possibilidade de gravar um disco duplo. Só desistiu da ideia depois que a gravadora EMI o aconselhou a gravar dois discos separados, um para ser lançado em 1982 e outro em 1983. Comercialmente seria mais interessante. Paul concordou com a ideia e assim tivemos "Tug of War" e "Pipes of Peace", duas obras primas da carreira solo de McCartney. A letra da música fala sobre o "Outro Eu". Nos versos Paul resume a questão ao cantar: "Eu sei que fui um louco idiota / Por tratá-la do jeito que tratei / Mas algo tomou conta de mim / Eu realmente não ficaria surpreso / Se você tentasse encontrar um "Outro Eu". Dizem alguns autores que Paul escreveu essa letra como um pedido de desculpas para a sua esposa Linda. Houve uma época em que ele começou a beber em demasia e Linda o confrontou sobre isso, gerando grandes discussões entre o casal. Ao que tudo indica Paul realmente entendeu que ele estava errado, agindo como um idiota. Pois é, nunca é tarde para se reconhecer um erro.
4. Keep Under Cover (Paul McCartney) - Um dos problemas desse disco é que ele foi lançado em um espaço de tempo muito curto em relação ao disco anterior, "Tug Of War". Isso fez com que Paul utilizasse material que havia sido descartado nos trabalhos das sessões de 1982. Um exemplo disso vem em "Keep Under Cover" que fazia parte da primeira lista de canções que deveriam fazer parte de "Tug of War". Como foi descartada, Paul resolveu colocá-la aqui nesse LP. Ao lado de George Martin, Paul criou um arranjo que saísse do comum, ao invés do tradicional piano ele resolveu acrescentar belos solos de cravo, de forma bem discreta, ao fundo. A letra foi escrita na fazenda de Paul na Escócia e tem tudo a ver com a vida cotidiana por lá. Para torná-la mais comercialmente viável Paul colocou alguns clichês, versos de amor bem banais, para falar a verdade. Apesar disso (ou em razão disso) a música acabou funcionando muito bem do ponto de vista harmônico.
5. So Bad (Paul McCartney) - A balada "So Bad" é um dos melhores momentos desse álbum. Mostra claramente o tipo de composição que Paul sempre soube fazer muito bem. Baladas românticas, sem medo de soarem piegas ou bregas. A música tem belos versos como "Há uma dor, dentro de meu coração / Você significa muito para mim / Garota, Eu te amo / Garota, Eu te amo tanto!" - versos mais do que simples, mas que acabam tocando qualquer um que esteja apaixonado. Paul sempre soube criar grandes músicas usando versos batidos, isso é bem verdade, mas que são atemporais, nunca perdendo a essência de sua mensagem de amor. Paul sempre foi um romântico incorrigível, vamos ser bem sinceros e isso talvez tenha sido o segredo de seu sucesso como Beatle e depois como artista solo. O simples, muitas vezes, funciona mais do que o complexo, o rebuscado.
6. The Man (Paul McCartney / Michael Jackson) - "The Man" foi a outra canção feita em parceria com Michael Jackson. Paul estava bem à vontade e animado por trabalhar ao lado do cantor mais famoso do mundo na época, mas a amizade teve um fim precoce. Michael Jackson, sem avisar a Paul, lhe passou uma rasteira, comprando todo o catálogo das canções dos Beatles, justamente em um período em que Paul se preparava financeiramente para ele mesmo adquirir as canções que havia escrito ao lado de John Lennon. Isso significou o fim da aproximação entre Paul e Michael. Nunca mais se falaram novamente. Uma pena, porque pelo menos artisticamente eles pareciam dar muito certo. Basta ouvir essa balada "The Man", um primor pop que tocou muito nas rádios da época, para ter certeza disso. Tem um refrão pegajoso, um bom arranjo instrumental e aquela vocação para se tornar hit nas rádios (coisa que a música realmente se tornou assim que foi lançada).
7. Sweetest Little Show (Paul McCartney) - Já "Sweetest Little Show" se sobressai pelos bons arranjos acústicos. É interessante que Paul, ao trabalhar ao lado de George Martin, sempre procurava por bons materiais, uma vez que o famoso produtor só aceitava trabalhar tendo total poder de veto, ou seja, Martin podia rejeitar qualquer composição que Paul trouxesse para o estúdio caso ele entendesse que não era muito boa. Claro que também com os anos o relacionamento entre eles foi se desgastando justamente por isso. Paul era tão dominador e controlador quanto George Martin. O próprio George Harrison em vários ocasiões acusou Paul de ser um arrogante prepotente dentro dos estúdios, sempre impondo suas escolhas aos outros. Embora respeitasse muito George Martin pelo que ele havia feito pelos Beatles no começo da carreira, ele agora não parecia mais disposto a ouvir um não de seu produtor. Por essa razão também essa música acabou sendo uma das últimas parcerias entre eles. Paul ficou possesso, pois George Martin quase a tirou do disco "Pipes of Peace" por ser, em sua opinião, "banal demais". Imaginem o ataque de raiva de Paul, o controlador, ao ouvir esse tipo de crítica!
8. Average Person (Paul McCartney) - Se você estiver procurando conhecendo melhor o som mais pop dos anos 80 eu recomendo essa gravação de Paul para o álbum "Pipes of Peace". Notem os arranjos, algo que foi muito utilizado pelos grupos da época. No meio dos efeitos sonoros, Paul parece ter usado todos os instrumentos que eram modinha naqueles tempos, com direito a uma bateria eletrônica e muitos sintetizadores. É interessante porque gravações como essa acabam ficando mais datadas do que as demais, feitas ao estilo mais tradicional. Pois é, o moderninho tem mesmo a tendência de envelhecer mais rápido do que a velha e boa sonoridade musical de raiz. Fica a lição.
9. Hey Hey (Paul McCartney) - Um fato curioso é que "Pipes of Peace" foi gravado meio às pressas, para aproveitar o sucesso da parceria entre Michael Jackson e Paul McCartney (que juntos gravaram duas músicas, "Say Say Say" e "The Man"). Assim Paul teve que se virar para completar o álbum. Uma das soluções que ele encontrou foi encaixar algumas composições que havia criado para o disco anterior, "Tug of War". Ele pegou algumas faixas que tinham sobrado, muitos delas trabalhadas ao lado do produtor George Martin (dos Beatles) e começou a trabalhar em cima delas. Algo de bom poderia sair daquelas canções inacabadas. Uma dessas músicas descartadas foi "Hey Hey". Na verdade a falta de tempo fica patente na faixa que sequer tem letra! Na verdade é uma boa jam session de Paul com seu grupo e nada mais! Curiosamente a canção até tem boa melodia, agradável, mas nada disfarça o fato dela ser uma grande encheção de linguiça. O próprio Paul ficou um pouco decepcionado de ter incluído canções como essa (que no máximo poderiam ser usadas como lados B de seus compactos mais obscuros). Anos depois ele diria: "Não tive realmente tempo de colocar algo melhor no disco. Reconheço minha falha!".
10. Tug of Peace (Paul McCartney) - "Tug Of Peace", por sua vez, é o que gosto de chamar de canção link! O que exatamente significa isso? Essencialmente é uma faixa de ligação com o disco anterior, "Tug of War". Quase que puramente instrumental - com um pequeno refrão por um coro que parece ter saído de algum álbum dos Wings - essa faixa é apenas uma espécie de gravação experimental de Paul no disco. Afinal os fãs dos Beatles pensavam que apenas John Lennon e Yoko Ono podiam se dar ao prazer de gravar faixas assim? Porém ser experimental era obviamente pouco para Paul McCartney. Assim o ex-Beatle escreveu alguns belos arranjos para solos de sua guitarra Gibson, que atravessam praticamente toda a gravação. Uma canção um pouco abaixo das demais presentes nesse disco, mas certamente uma das mais interessantes do ponto de vista puramente musical. Paul sendo um pouco Lennon, para variar.
11. Through Our Love (Paul McCartney) - Embora, como sempre, tenha seus detratores, o fato é que o álbum "Pipes of Peace" também tem momentos muito bons, canções inegavelmente bem escritas. A música "Through Our Love" selecionada por Paul para fechar o disco, tem uma melodia belíssima e um maravilhoso arranjo. Aqui Paul realmente trabalhou duro ao lado do produtor e maestro George Martin para lapidar cada nuance, cada nota. A letra, despudoradamente romântica é quase uma carta de amor de Paul (obviamente para Linda) para deixar as coisas sem importância para trás, não se perdendo mais tempo com elas. Em reflexão Paul admite que já perdeu tempo demais em coisas sem a menor importância. O que importa no final de tudo é realmente dar o amor para a pessoa que se ama, nada mais. Enfim, uma bela melodia embalada por uma letra bem articulada, honesta, cheia de sentimentos. Paul em sua mais pura essência.
Pablo Aluísio.
Além de Michael Jackson, Paul resolveu formar uma nova banda para as gravações, formação essa que eu pessoalmente considero das melhores, contando com o ex-Beatle Ringo Starr (dispensa maiores apresentações), Denny Laine (do Wings), Eric Stewart (ex-10cc) e Stanley Clarke (um instrumentista excepcionalmente talentoso). Tantos talentos juntos geraram um excelente álbum com músicas excepcionais como a própria música título, "Pipes of Peace", que ganhou um dos melhores videoclips da carreira de McCarntey. Passada na I Guerra Mundial a estória relembra um pequeno evento, baseado em fatos reais, que aconteceu quando dois exércitos inimigos resolveram bater uma bolinha nos campos enlameados do front durante uma trégua. Paul inclusive surge dos dois lados, como um inglês e como um alemão. Extremamente bem produzido o clip até hoje é lembrado, tal sua qualidade. A música "Say, Say, Say" também virou um videoclip bastante divertido com Paul e Michael interpretando charlatões no século passado. A canção se tornou o carro chefe do disco e foi lançada em single que trazia uma estranha capa com Paul e Michael com pernas enormes, realmente desproporcionais. No lado B desse single foi encaixada a bacaninha "Ode a Koala Bear", uma musiquinha muito simpática e bem arranjada.
Um fato curioso é que Paul, na época da gravação desse disco, estava muito envolvido no projeto para um musical a ser lançado no cinema. Assim as coisas ficaram meio atropeladas. Tentando ganhar tempo Paul acabou incluindo várias composições que iriam entrar em "Tug Of War", mas que acabaram ficando de fora do disco como "Keep Under Cover", "Hey Hey", "Tug Of Peace" e "Sweetest Little Show". Talvez por essa razão "Pipes of Peace" ganharia uma injusta fama de ser uma “sobra” de "Tug of War". Tal forma de pensar é bem injusta pois o álbum apesar de sofrer influências do disco anterior certamente tem identidade própria. No final o disco fez sucesso, e apesar dos pesares, conseguiu emplacar nas paradas, chegando a vender 1 milhão de cópias apenas nos EUA. O êxito prosseguiu em vários outros países conquistando vários discos de ouro e platina. Paul McCartney assim confirmava mais uma vez sua grande vocação para o sucesso.
1. Pipes of Peace (Paul McCartney) - Paul sempre caprichou nas canções que davam título aos seus álbuns. O mesmo aconteceu com a música "Pipes of Peace". A inspiração para Paul veio de um evento histórico real acontecido durante a Primeira Guerra Mundial, quando soldados ingleses e alemães, inimigos no campo de batalha, aproveitaram uma trégua para disputar uma animada pelada de futebol no meio dos campos cheios de lama desse conflito que ficou conhecido como a guerra das trincheiras. O clip obviamente aproveitou a ideia e usou um artifício bastante curioso, colocando Paul atuando tanto como um soldado inglês como um alemão, com seus uniformes, bigodinhos e insígnias próprias de cada país. Realmente genial. Em termos musicais Paul e George Martin (sempre ele, sempre presente nos melhores trabalhos dos Beatles) criaram um maravilhoso arranjo, clássico e erudito, para acompanhar a singela letra. Eu considero essa gravação uma verdadeira obra prima, sem favor algum!
2. Say Say Say (Paul McCartney / Michael Jackson) - O maior sucesso desse disco foi uma parceria que Paul fez com Michael Jackson. Na verdade era uma troca de gentilezas. Paul trabalhou no álbum "Thriller" de Jackson, cantando na canção "The Girl Is Mine" e ele retribuiu aqui, gravando "Say Say Say" ao lado de Paul. Na época Michael Jackson era certamente o maior nome da música. Nunca um disco havia vendido tanto como "Thriller" (recorde que permanece até os dias de hoje) e ele estava no auge de sua popularidade. Era um super astro do mundo da música, estava realmente no topo do mundo! "Say Say Say" foi lançada como single e ganhou um clip. Desnecessário dizer que foi um mega sucesso. No videoclip (lembre-se que a MTV estava nascendo), Paul e Michael interpretavam vendedores ambulantes do começo do século XX, um tipo muito comum naquele tempo. Vendendo garrafas de elixir milagroso (que não passavam de embustes) eles tinham que dar no pé assim que o golpe era descoberto. Um dos melhores clips de Paul e Jackson que ajudou o álbum a vender muito, se tornando um dos singles campeões de vendas dos anos 80.
3. The Other Me (Paul McCartney) - Essa canção "The Other Me" quase entrou no álbum "Tug of War", mas ficou de fora por falta de espaço. Na verdade Paul tinha tantas composições disponíveis naquela época - uma das mais criativas e produtivas de sua carreira - que ele até mesmo cogitou a possibilidade de gravar um disco duplo. Só desistiu da ideia depois que a gravadora EMI o aconselhou a gravar dois discos separados, um para ser lançado em 1982 e outro em 1983. Comercialmente seria mais interessante. Paul concordou com a ideia e assim tivemos "Tug of War" e "Pipes of Peace", duas obras primas da carreira solo de McCartney. A letra da música fala sobre o "Outro Eu". Nos versos Paul resume a questão ao cantar: "Eu sei que fui um louco idiota / Por tratá-la do jeito que tratei / Mas algo tomou conta de mim / Eu realmente não ficaria surpreso / Se você tentasse encontrar um "Outro Eu". Dizem alguns autores que Paul escreveu essa letra como um pedido de desculpas para a sua esposa Linda. Houve uma época em que ele começou a beber em demasia e Linda o confrontou sobre isso, gerando grandes discussões entre o casal. Ao que tudo indica Paul realmente entendeu que ele estava errado, agindo como um idiota. Pois é, nunca é tarde para se reconhecer um erro.
4. Keep Under Cover (Paul McCartney) - Um dos problemas desse disco é que ele foi lançado em um espaço de tempo muito curto em relação ao disco anterior, "Tug Of War". Isso fez com que Paul utilizasse material que havia sido descartado nos trabalhos das sessões de 1982. Um exemplo disso vem em "Keep Under Cover" que fazia parte da primeira lista de canções que deveriam fazer parte de "Tug of War". Como foi descartada, Paul resolveu colocá-la aqui nesse LP. Ao lado de George Martin, Paul criou um arranjo que saísse do comum, ao invés do tradicional piano ele resolveu acrescentar belos solos de cravo, de forma bem discreta, ao fundo. A letra foi escrita na fazenda de Paul na Escócia e tem tudo a ver com a vida cotidiana por lá. Para torná-la mais comercialmente viável Paul colocou alguns clichês, versos de amor bem banais, para falar a verdade. Apesar disso (ou em razão disso) a música acabou funcionando muito bem do ponto de vista harmônico.
5. So Bad (Paul McCartney) - A balada "So Bad" é um dos melhores momentos desse álbum. Mostra claramente o tipo de composição que Paul sempre soube fazer muito bem. Baladas românticas, sem medo de soarem piegas ou bregas. A música tem belos versos como "Há uma dor, dentro de meu coração / Você significa muito para mim / Garota, Eu te amo / Garota, Eu te amo tanto!" - versos mais do que simples, mas que acabam tocando qualquer um que esteja apaixonado. Paul sempre soube criar grandes músicas usando versos batidos, isso é bem verdade, mas que são atemporais, nunca perdendo a essência de sua mensagem de amor. Paul sempre foi um romântico incorrigível, vamos ser bem sinceros e isso talvez tenha sido o segredo de seu sucesso como Beatle e depois como artista solo. O simples, muitas vezes, funciona mais do que o complexo, o rebuscado.
6. The Man (Paul McCartney / Michael Jackson) - "The Man" foi a outra canção feita em parceria com Michael Jackson. Paul estava bem à vontade e animado por trabalhar ao lado do cantor mais famoso do mundo na época, mas a amizade teve um fim precoce. Michael Jackson, sem avisar a Paul, lhe passou uma rasteira, comprando todo o catálogo das canções dos Beatles, justamente em um período em que Paul se preparava financeiramente para ele mesmo adquirir as canções que havia escrito ao lado de John Lennon. Isso significou o fim da aproximação entre Paul e Michael. Nunca mais se falaram novamente. Uma pena, porque pelo menos artisticamente eles pareciam dar muito certo. Basta ouvir essa balada "The Man", um primor pop que tocou muito nas rádios da época, para ter certeza disso. Tem um refrão pegajoso, um bom arranjo instrumental e aquela vocação para se tornar hit nas rádios (coisa que a música realmente se tornou assim que foi lançada).
7. Sweetest Little Show (Paul McCartney) - Já "Sweetest Little Show" se sobressai pelos bons arranjos acústicos. É interessante que Paul, ao trabalhar ao lado de George Martin, sempre procurava por bons materiais, uma vez que o famoso produtor só aceitava trabalhar tendo total poder de veto, ou seja, Martin podia rejeitar qualquer composição que Paul trouxesse para o estúdio caso ele entendesse que não era muito boa. Claro que também com os anos o relacionamento entre eles foi se desgastando justamente por isso. Paul era tão dominador e controlador quanto George Martin. O próprio George Harrison em vários ocasiões acusou Paul de ser um arrogante prepotente dentro dos estúdios, sempre impondo suas escolhas aos outros. Embora respeitasse muito George Martin pelo que ele havia feito pelos Beatles no começo da carreira, ele agora não parecia mais disposto a ouvir um não de seu produtor. Por essa razão também essa música acabou sendo uma das últimas parcerias entre eles. Paul ficou possesso, pois George Martin quase a tirou do disco "Pipes of Peace" por ser, em sua opinião, "banal demais". Imaginem o ataque de raiva de Paul, o controlador, ao ouvir esse tipo de crítica!
8. Average Person (Paul McCartney) - Se você estiver procurando conhecendo melhor o som mais pop dos anos 80 eu recomendo essa gravação de Paul para o álbum "Pipes of Peace". Notem os arranjos, algo que foi muito utilizado pelos grupos da época. No meio dos efeitos sonoros, Paul parece ter usado todos os instrumentos que eram modinha naqueles tempos, com direito a uma bateria eletrônica e muitos sintetizadores. É interessante porque gravações como essa acabam ficando mais datadas do que as demais, feitas ao estilo mais tradicional. Pois é, o moderninho tem mesmo a tendência de envelhecer mais rápido do que a velha e boa sonoridade musical de raiz. Fica a lição.
9. Hey Hey (Paul McCartney) - Um fato curioso é que "Pipes of Peace" foi gravado meio às pressas, para aproveitar o sucesso da parceria entre Michael Jackson e Paul McCartney (que juntos gravaram duas músicas, "Say Say Say" e "The Man"). Assim Paul teve que se virar para completar o álbum. Uma das soluções que ele encontrou foi encaixar algumas composições que havia criado para o disco anterior, "Tug of War". Ele pegou algumas faixas que tinham sobrado, muitos delas trabalhadas ao lado do produtor George Martin (dos Beatles) e começou a trabalhar em cima delas. Algo de bom poderia sair daquelas canções inacabadas. Uma dessas músicas descartadas foi "Hey Hey". Na verdade a falta de tempo fica patente na faixa que sequer tem letra! Na verdade é uma boa jam session de Paul com seu grupo e nada mais! Curiosamente a canção até tem boa melodia, agradável, mas nada disfarça o fato dela ser uma grande encheção de linguiça. O próprio Paul ficou um pouco decepcionado de ter incluído canções como essa (que no máximo poderiam ser usadas como lados B de seus compactos mais obscuros). Anos depois ele diria: "Não tive realmente tempo de colocar algo melhor no disco. Reconheço minha falha!".
10. Tug of Peace (Paul McCartney) - "Tug Of Peace", por sua vez, é o que gosto de chamar de canção link! O que exatamente significa isso? Essencialmente é uma faixa de ligação com o disco anterior, "Tug of War". Quase que puramente instrumental - com um pequeno refrão por um coro que parece ter saído de algum álbum dos Wings - essa faixa é apenas uma espécie de gravação experimental de Paul no disco. Afinal os fãs dos Beatles pensavam que apenas John Lennon e Yoko Ono podiam se dar ao prazer de gravar faixas assim? Porém ser experimental era obviamente pouco para Paul McCartney. Assim o ex-Beatle escreveu alguns belos arranjos para solos de sua guitarra Gibson, que atravessam praticamente toda a gravação. Uma canção um pouco abaixo das demais presentes nesse disco, mas certamente uma das mais interessantes do ponto de vista puramente musical. Paul sendo um pouco Lennon, para variar.
11. Through Our Love (Paul McCartney) - Embora, como sempre, tenha seus detratores, o fato é que o álbum "Pipes of Peace" também tem momentos muito bons, canções inegavelmente bem escritas. A música "Through Our Love" selecionada por Paul para fechar o disco, tem uma melodia belíssima e um maravilhoso arranjo. Aqui Paul realmente trabalhou duro ao lado do produtor e maestro George Martin para lapidar cada nuance, cada nota. A letra, despudoradamente romântica é quase uma carta de amor de Paul (obviamente para Linda) para deixar as coisas sem importância para trás, não se perdendo mais tempo com elas. Em reflexão Paul admite que já perdeu tempo demais em coisas sem a menor importância. O que importa no final de tudo é realmente dar o amor para a pessoa que se ama, nada mais. Enfim, uma bela melodia embalada por uma letra bem articulada, honesta, cheia de sentimentos. Paul em sua mais pura essência.
Pablo Aluísio.
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