sábado, 20 de março de 2010

Elvis Presley - Hound Dog

Conta a lenda que a primeira vez que Elvis Presley apareceu na televisão, Ed Sullivan ficou tão escandalizado com o que viu, que afirmou que Elvis jamais apareceria no seu programa. Mas, quando Elvis apareceu no Steve Allen Show, o ibope de seu concorrente subiu tanto que Sullivan resolveu voltar atrás e pagar uma nota para Ter o rei do rock em seu programa. E, para mostrar sua desaprovação, ordenou que Elvis fosse localizado somente da cintura para cima, enquanto que, fora das câmeras, Sullivan o xingava. Noventa por cento desta fábula é ficção. Anteriormente, Sullivan não havia se dado bem com alguns rockeiros, particularmente com Bo Didley. Mas, devido ao enorme sucesso de Elvis Presley, Sullivan lhe pagou 50 mil dólares por três apresentações em seu programa. A primeira delas foi em Hollywood, no dia 9 de setembro e Elvis não foi só mostrado da cintura para cima.

Esse célebre incidente, que viria simbolizar todo o moralismo dos anos 50, só aconteceu na última apresentação, e não teve nada a ver com a dignidade moral dos americanos, foi só mais um caso de auto censura, com a intenção de sugerir que "lá embaixo" Elvis estava botando para quebrar. E esse papo de que Sullivan o ficou xingando no primeiro show é totalmente inverossímil, pois o apresentador estava doente, recuperando-se de um acidente automobilístico, e quem comandou o programa naquela noite foi Charles Laughton. Só mais uma coisa: não foi Ed Sullivan que tornou Elvis famoso, mas justamente o contrário. O programa de Sullivan, Toast of Town, era uma verdadeira porcaria, enquanto que Elvis já se transformara em um verdadeiro fenômeno nacional de que todo o país ouvia falar, graças principalmente ao rádio. O Rock & Roll se difundiu mundialmente através do rádio.

O primeiro herói do rock – que deu nome à música, estabelecendo os concertos de rock e conquistando uma ampla faixa de audiência – foi um radialista, o DJ Alan Freed. Junto com outros 1700 DJs americanos, Freed comandou o clima cultural da década de 50. A televisão que até hoje não entende o Rock, significava muito pouco para a juventude da época, pois até o advento de programas como o American Bandstand (onde os cantores dublavam seus rocks enquanto um monte de adolescentes ficava dançando ao redor), que só foi entrar em rede nacional em 1957 a programação da TV era dedicada exclusivamente ao público adulto e infantil, ignorando completamente os adolescentes. Pelo final de 1956 Elvis Presley era universalmente aclamado como o Rei do Rock & Roll. O rapaz que havia começado o ano como um obscuro cantor country, que era escutado através de um programa caipira transmitido de Shreveport , era agora um herói da juventude americana. Ninguém na história do Show business havia subido tão depressa. Nem mesmo os Beatles, quando comparados com ele, tiveram que batalhar bastante para atingir o estrelado.

Single nas lojas
Don't be Cruel (Presley / Blackwell) - Lançado em um single juntamente com "Hound Dog". Elvis em diversas entrevistas nos anos cinqüenta afirmou ser esta a sua música preferida. Seu produtor na Sun Records, Sam Philips, declarou: "...Não gostei de Heartbreak Hotel, mas quando ouvi Don't be Cruel eu pensei comigo mesmo: Agora eles descobriram o que fazer com o talento de Elvis". Foi lançada em julho de 1956 atingindo o primeiro lugar rapidamente. Foi durante a apresentação desta música que Elvis foi censurado no Ed Sullivan Show pois os produtores do programa resolveram só o mostrar da cintura para cima! Sem dúvida este ato simbolizou todo o moralismo da sociedade americana dos anos 50. "Don't be Cruel" foi gravada em 2 de julho de 1956 em Nova Iorque. Finalmente o single Hound Dog / Don´t Be Cruel foi lançado em 13 de julho de 1956 e ganhou ouro quase na mesma semana.

Hound Dog (Jerry Leiber / Mike Stoller) — Sem dúvida uma das mais conhecidas músicas de Elvis. Originalmente foi lançada por Willie "Big Mama" Thornton em 1953. A Versão de Elvis surgiu como lado B do single "Don't Be Cruel" alcançando o primeiro lugar nas paradas em julho de 1956. Foi uma das mais difíceis de gravar levando Elvis e seu grupo a produzir mais de trinta takes!. Finalmente Elvis se deu por satisfeito escolhendo uma das versões como definitiva. Elvis a apresentou no programa de Milton Berle na TV americana numa das melhores performances de sua vida. Foi gravada em 2 de julho de 1956 nos estúdios da RCA em Nova Iorque. Anos depois Stoller se manifestou: "Hound Dog foi feita para ser cantada por uma mulher...mas a versão de Elvis ficou tão legal que ninguém se tocou sobre isso. Elvis conhecia a versão original de Big Mama Thornton, mas só optou por cantá-la após ouvir a versão de Freddie and The Bellboys em Las Vegas, em maio de 56. Antes de gravar a canção, Elvis já a havia cantado duas vezes na TV. Quando chegou a hora de gravá-la, precisaram executá-la 31 vezes para obter a versão perfeita". Foi a primeira gravação de Elvis com o apoio vocal do grupo The Jordanaires.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Loving You

Sem dúvida, "Loving You" é um dos filmes mais interessantes de Elvis Presley. Basicamente é uma versão açucarada de sua escalada ao sucesso e à fama e por isso este filme ficou conhecido como "The Elvis Presley Story". Deke Rivers (Elvis) junta-se à banda de Tex Warner (Wendell Corey), cuja empresária é Glenda (Lizabeth Scott), ex-mulher do band leader e é mantido como "talento local", que sai da platéia e sobe ao palco para cantar em todas as cidadezinhas por onde a trupe musical se apresenta. O impacto que Deke provoca na juventude não é ignorado pela empresária e seu ex marido que começam a explorá-lo e promovê-lo nas grandes cidades. Apanhado de surpresa pelo súbito sucesso e pela histeria das fãs, Rivers sente dificuldades em se relacionar com as garotas que se atiram sobre ele e com os duvidosos contratos e negócios que a sua gananciosa empresário lhe arruma. Também há o triângulo amoroso entre Rivers e Glenda, uma mulher mais velha, porém mais experiente do que a ingênua e jovem Susan (Dolores Hart).

As coisas se complicam depois que Deke Rivers (Elvis) se apresenta num programa de televisão e é acusado - junto com o rock'n'roll - de imoral e indecente. No final do filme, quando Elvis canta num teatro, seus pais (Gladys e Vernon), aparecem sentados na primeira fila. "Loving You" é um dos filmes, junto com "Juventude Transviada" e "O Selvagem" que deram origem ao nascimento da cultura jovem nos EUA e no mundo. As críticas: "Assistir a um filme de Elvis Presley é como ir ao baile da escola. Tem vários garotos e garotas, muita música, diversão e namoricos. Parece bobagem, mas de uma coisa tenha certeza: você nunca mais vai esquecer desses momentos. Presley é o namorado que todas as garotas gostariam de ter no ginásio, é bonitão, cativante, canta e dança bem. Quem vai resistir a uma coisa dessas? É o sonho de toda adolescente da América. Em suma: se você detesta estes bailes de escola, fique longe de "Loving You" o novo filme da "Maravilha de Memphis". Não espere conteúdo ou relevância, é apenas uma festa, como todas aquelas de que já participamos pelo menos uma vez na vida. Então se você quiser apenas se divertir, não deixe de assistir, mas se esta não for a sua praia, é melhor não ir a esta festinha de High School" (Variety)

"Elvis Presley, ator nato e competente. Convenceria totalmente caso o filme pudesse ser visto e ouvido sem a gritaria feminina. Hal Kanter, o diretor, sempre apronta dessas, colocando uma massa compacta de garotas para gritar na fita e a gente ficar sem saber se o som é do filme ou da pláteia no cinema" (Hollywood Reporter). A trilha: Primeira trilha sonora de Elvis Presley em formato de Long playing contendo as músicas do filme "Loving You" da Paramount Pictures. No Brasil o filme recebeu o título de "A mulher que eu amo" nos cinemas e posteriormente quando passou na TV recebeu o título de "Perdidos na Cidade". Este é um dos clássicos do Rei cujo roteiro foi levemente inspirado na própria história do cantor. Grande sucesso de Elvis nos cinemas abriu caminho para as produções posteriores dele. A atriz que contracenou com Elvis, Dolores Hart, tinha uma promissora carreira em Hollywood, mas abandonou a vida do cinema para se dedicar a religião, se tornado freira em uma ordem católica. Dolores foi a primeira atriz que beijou Elvis em cena. Anos depois Dolores diria sobre Elvis: "As pessoas fofocavam sobre um namoro entre eu e Elvis. Nunca aconteceu nada. Elvis era um perfeito gentleman. Sempre me respeitou e me tratou da melhor forma possível. Conheci poucas pessoas mais meigas, doces e educadas do que ele. Eu realmente presenciei e conheci a verdadeira face de Elvis e sua inocência contagiante. Até hoje me lembro com carinho dos momentos que passamos juntos. Nunca acreditei no que foi dito dele depois de sua morte, que Deus o tenha em um bom lugar". A trilha sonora do filme só está presente no lado A do disco sendo as Músicas do lado B gravadas em outra ocasião com a finalidade de completar cronologicamente o LP.

Single nas Lojas:
Teddy Bear (Mann / Lowe) - No auge do sucesso de Elvis correu um boato que ele adorava ursinhos de pelúcia, apesar de não ser verdade o boato ganhou força e de um momento para o outro o cantor se viu num mar de bichinhos dados pelos seus fãs. Para aproveitar esta história foi composto este grande sucesso que alcançou o primeiro lugar da parada de singles da Revista Billboard com "Loving You" no lado B. Este compacto simples foi lançado em junho de 1957. "Teddy Bear", por sua vez, foi gravada nos estúdios Radio Recorders em 24 de janeiro de 1957. O "Teddy" do ursinho é uma homenagem ao presidente americano Theodore Roosevelt. Ainda é uma das mais queridas músicas de Elvis principalmente pelas mulheres. Loving You (Jerry Leiber / Mike Stoller) - Música título do filme que foi gravada em três arranjos diferentes: uma versão acústica para uma determinada cena do filme, em balanço Blues e esta versão que está presente neste LP. Leiber e Stoller atingem novamente um ponto alto com esta canção que com melodia e letra simples embalou os corações dos jovens dos anos cinqüenta. Grande sucesso quando foi lançada em single. Na Inglaterra foi lançado um segundo single com "Party / Got a Lot o'Livin To Do" que quando lançado chegou ao segundo lugar entre os mais vendidos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Elvis Presley - A Última Noite

No dia 15 de agosto de 1977, às vésperas de uma excursão, Elvis acordou por volta das 4 horas da tarde e pediu seu breakfast. Como sempre, seu acordar era um processo difícil e vagaroso, uma trabalhosa inversão de seu estado físico e mental virtualmente paralisado por opiáceos e barbitúricos. Ao entardecer ele saiu para ver Lisa Marie, nos fundos de Graceland, brincar com um carrinho elétrico especialmente construído e que era o brinquedo preferido da menina. Sua mãe Priscilla a tinha mandado passar as férias com o pai, para distrair sua atenção do livro de West-Hebler. Para aquela noite Elvis havia planejado alugar um cinema para assistir alguns filmes, mas essa ideia teve que ser abandonada, pois o operador não poderia trabalhar a noite inteira e não tinha ninguém para substituí-lo. Assim Elvis decidiu ir ao dentista. Elvis deixou Graceland, na companhia de Ginger, Charlie Hodge e Billy Smith, quando eram 10 horas da noite. Quando Elvis voltou para casa, era quase meia noite e meia. Uma pequena multidão de fãs concentrava-se diante do portão musical. Um deles era Robert Call, de Princeton, Indiana, que tinha ido a Memphis com a esposa e a filha de quatro anos só para tirarem uma foto diante da famosa mansão, no portão musical. Assim que o carro de Elvis parou em frente ao portão, a Sra Call, com a filha no colo, aproximou-se da janela do carro, Elvis institivamente sorriu e abanou a mão.

Nesse instante Robert Call fotografou-o com uma instamatic. Era a última das milhões de fotografias de Elvis Presley (ao lado). Lá pelas duas e meia da madrugada, Elvis chamou Ginger ao seu escritório, onde ficaram construindo castelos no ar. Elvis disse que se casariam numa igreja de forma piramidal. Mas o principal era que Elvis planejava anunciar seu casamento durante o último show da excursão, no dia 27 de agosto, em Memphis. Haveria muitos convidados importantes: prefeitos, governadores, congressistas, juízes, altas patentes policiais. Ginger estava sem fôlego. Seria uma resposta ao livro de West-Hebler. Embora fosse 4 horas da manhã, a noite ainda era uma criança para Elvis. Depois dessa longa e esfuziante conversa com a amada, ele apanhou o telefone e chamou Billy Smith em sua casa, nos fundos de Graceland, e disse que acordasse sua esposa Jo, e se reunissem na quadra coberta, para um joquinho de raquetebol. Vestidos com abrigos esportivos, Ginger e o rei encontraram-se com Jo e o marido no ginásio. Elvis estava de muito bom humor e se pôs a jogar com Billy, enquanto as mulheres assistiam.

Depois de um certo tempo o jogo foi interrompido. Depois de recuperado, Elvis sentou-se ao piano que havia no pequeno ginásio de esportes e cantou algumas canções. Quando os quatro deixaram o local já eram seis horas e o sol estava nascendo. De volta ao quarto Ginger se enfiou na cama de roupa e tudo, enquanto Elvis foi até o banheiro vestir um pijama azul. Depois ele ligou a enorme TV aos pés da cama, apanhou o livro "O Poder de Jesus" e deitou na cama. Mas ele ainda não se sentia inclinado a dormir. Às 6:30hs da manhã ele chamou Ricky Stanley e pediu mais remédios para dormir. Ricky subiu com um par de comprimidos de Dilaudid. Às oito horas, Ginger ainda estava acordada e ouviu Elvis pedir mais comprimidos para dormir. Ela pensava que ele estava por demais nervoso com a excursão, como sempre ficava. Rickey então lhe trouxe a dose padrão de remédios, que incluía Quaaludes, Seconal, Tuinal, Amytal, Velium e dois tabletes de Demerol - oito comprimidos no total, uma dose fatal para qualquer ser humano, mas exatamente o que Elvis tomava toda manhã para conseguir dormir.

Esta manhã, aparentemente, ele temia não conseguir dormir, porque logo que Rick saiu, Elvis telefonou ao Dr Nichopoulos para encomendar outras drogas (Marty Lacker testemunhou que, entre janeiro de 1971 a outubro de 1976, ele recebeu do Dr Nick mais de 6.464 doses de Placidyl, além de outras numerosas drogas; esse julgamento custou ao Dr Nick sua licença para exercer a medicina, medida que perdura até os dias de hoje). Grogue e quase dormindo, Ginger Alden, viu Elvis apanhar seu livro e se dirigir ao banheiro. - "Querida, vou ler um pouco", ele explicou. - "Está bem", ela respondeu, "mas não vá dormir". Elvis sorriu e disse: - "Não dormirei". Seis horas depois, Ginger acordou e, como Elvis não estava ao seu lado, ela foi procurá-lo no banheiro. Como ele não respondia, ela abriu a porta e o encontrou caído no chão, em posição fetal. Era tarde demais. Tudo foi tentado, mas nada conseguiu revivê-lo. Às 3 horas da tarde do dia 16 de agosto de 1977, Elvis Presley foi declarado morto. Mas o Rei do Rock viverá eternamente, pois onde quer que ele esteja, saberá que nós ainda gostamos dele. E muito. Viva Elvis! Single nas Lojas: Way Down (Martine) - Grande sucesso de Elvis que quando foi lançado como single em Julho de 1977 chegou ao primeiro lugar nas paradas britânicas. Conta com ótimo arranjo e maravilhoso acompanhamento do cantor J.D.Summer. Foi gravada no dia 29 de outubro de 1976 em Graceland. Pledging My Love (Robey / Washington) - Canção do mitológico cantor de R&B Johnny Ace que morreu em 1954 vítima de roleta russa. Ela foi gravada em 29 de Outubro de 1976 em Graceland e lançada como lado B do Single de grande sucesso "Way Down".

Elvis - Documento Histórico.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Elvis Presley - Turnês anos 70

O dia está quase amanhecendo quando o avião Lisa Marie aterrisa no aeroporto de Las Vegas e é rodeada por limusines escuras e um caminhão para a bagagem dos acompanhantes. Todos deixam o avião antes de Elvis, que é sempre o último a subir a bordo e o último a desembarcar. A suíte imperial do Las Vegas Hilton, no 30º andar do hotel, já foi preparada anteriormente por seus valetes reais. Elvis leva muita bagagem, nada menos do que 52 malas. No quarto, a cama foi trocada por uma tamanha "king size" e aos seus pés foi instalada uma TV com videocassete. A seguir, é a vez da biblioteca de Elvis: 250 volumes sobre temas diversos, ocultismo, discos voadores, religião. Seus preferidos: "A vida impessoal" e "Autobiografia de um Yogue". No criado mudo ficam a Bíblia e o "Physician's Desk Reference", um dicionário médico ilustrado, com verbetes sobre todos os comprimidos existentes no mercado. Para completar várias revistas de música e artes marciais, com destaque para as de caratê e kung fu.

A seguir instala-se um sistema de som para que Elvis possa escutar sua coleção de discos. Seu gosto musical não mudou nada em vinte anos - ele ainda gosta dos quartetos vocais de gospel, como o Golden Gate e o Harmonizing Four, e os cantores Billy Eckstine, Roy Hamilton, Roy Orbison e Brook Benton. O rádio é sintonizado na estação local de música country. O último detalhe é o troféu que Elvis ganhou na câmara de comércio dos Estados Unidos, ao ser escolhido um dos dez jovens de maior destaque da América. Este prêmio encheu-o de orgulho e, ao recebê-lo, Elvis agradeceu assim: -"Eu, eu... gostaria que vocês soubessem que eu me tornei o herói das histórias em quadrinhos. Eu via os filmes e fui o herói desses filmes. Todo sonho que sonhei tornou-se realidade uma centena de vezes". Elvis odeia estar em Las Vegas mais uma vez. Ao longo dos anos a infinidade de excursões simplesmente esgotou física e emocionalmente o cantor. As pessoas cochicham que ele está seriamente doente, e é verdade - sua doença chama-se tédio. Elvis já fez isso tantas vezes em tantos lugares diferentes para tantas platéias ao longo dos anos que agora tudo o deixa entediado.

Para escapar do tédio das suítes dos hotéis entre os shows, Elvis às vezes dava tiros! Ele pegava uma pistola ou um rifle, apontava para o objeto de sua fúria e disparava. Por esse motivo, os valetes reais checavam constantemente todas as suas armas, para ter certeza de que a primeira câmara estava vazia. Se não fosse por essa preocupação, certamente algumas pessoas teriam sido mortas, por acidente, por Elvis Presley. Todavia, seu alvo preferido era qualquer aparelho de TV que não estivesse funcionando direito ou que estivesse passando algum programa de que ele não gostasse. Para que ninguém tomasse conhecimento desses fatos, todos os televisores que Elvis explodia a tiros eram comprados e levados para Graceland. Segundo o biógrafo Albert Goldman, era possível saber qual tinha sido o astral de Elvis durante uma excursão, simplesmente contando-se o número de televisores destruídos que eram desembarcados de seu avião particular quando de volta ao lar. Mas, agora ele estava de volta a "cidade do pecado" mais uma vez. Tinha que cumprir seus contratos. Logo Elvis se dirige ao Hotel; cercado de seguranças ele entra em seu carro real. Ao seu lado, no banco de trás do luxuoso carro, a namorada Linda.

Quando Elvis entrar na suíte, tudo deverá estar às escuras e o ar condicionado funcionando à toda, embora a manhã esteja linda e agradável. Da mesma forma que o Conde Drácula quando volta ao seu caixão, Elvis também não gosta de nenhuma luz - apenas a escuridão e a frieza de uma tumba. Sua maleta é colocada ao lado direito da cama, para acesso fácil. Nesta pequena maleta, na primeira gavetinha, ficam suas pílulas e seus remédios. Em outras gavetas ficam suas jóias e sua carteira, sua licença de motorista, seus cartões de crédito, geralmente dez mil dólares em dinheiro e uma insígnia policial azul e dourada que Elvis ganhou quando foi nomeado agente especial do FBI de narcóticos e drogas perigosas, pelo presidente Richard Nixon. Ironicamente, essa credencial, uma das mais importantes dos Estados Unidos, fica bem abaixo de todas aquelas drogas receitadas ilegalmente pelo médico de Elvis, o Dr Nick (nos anos 80 um fã de Elvis deu um tiro no peito do médico, o acusando de ter matado o cantor). Depois de se livrar do robe e das duas 45, Elvis senta-se na cama e Hamburguer James descalça suas botas, retirando a pequena Derringer de dois tiros.

A seguir, Elvis engole uma mão cheia de pílulas para dormir, bebe um pouco de água da garrafa e, assim que se põe confortável, seu valete lhe traz alguns cheeseburgueres para comer. Depois, é hora de dormir. Elvis deita-se, Linda senta-se num canto da cama e começa a ler com voz suave um trecho do livro "O Profeta" de Kahlil Gibran. Mas ele ainda deseja ir ao banheiro. Linda Thompson o ajuda a se levantar. De novo na cama, ela abre a bíblia e lê a passagem favorita de Elvis, Coríntios I, 13: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não houver amor serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine". Elvis parece uma criança ouvindo sua história de ninar preferida. Ele conhece de cor todos esses versículos e fica murmurando-os em uníssono com Linda, principalmente a última parte: "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino... quando me tornei homem, desisti das coisas de menino" Logo, Elvis perde a consciência e dorme.

Elvis - Documento Histórico.

Elvis Presley - From Elvis Presley Boulevard, Memphis, Tennessee

Este é o penúltimo LP da carreira de Elvis Presley. Em 1976 o cantor já caminhava tragicamente para sua morte que iria ocorrer no dia 16 de Agosto de 1977 em Graceland, sua mansão em Memphis. O disco traz o nome da rua onde estava situada sua casa, que em sua homenagem passou a se chamar "Elvis Presley Boulevard". Elvis estava muito debilitado quando gravou este LP. As drogas estavam mais presentes do que nunca em sua vida tomando o controle sobre suas ações e sua mente. Deste modo o cantor se recusava a entrar em qualquer estúdio, seja em Nashville ou Memphis. A solução encontrada pela RCA foi montar um caríssimo estúdio de gravação em Graceland para o recluso astro gravar novas canções.

E foi assim que Elvis gravou este LP: Todas as canções foram gravadas nos salões de Graceland com uma unidade móvel instalada nos jardins da mansão. As "sessões" foram muito confusas pois o cantor não descia para gravar levando seus músicos a ficarem hospedados em sua casa enquanto ele decidia se gravava ou não. Quando finalmente apareceu estava de péssimo humor reclamando do equipamento e apontando seu Revólver para as caixas de som soltando palavrões pelo "estúdio". Ele realmente tinha perdido todo o interesse pelo disco. Dias depois se acalmou e o produtor Felton Jarvis conseguiu gravar algumas músicas entre os dias 2 e 7 de fevereiro. Foi lançado um single extraído deste disco em março de 1976, "Hurt / For the Heart" alcançando um relativo sucesso. O LP foi lançado em maio levando o Rei a receber mais um disco de ouro em sua carreira. Mesmo abusando de drogas Elvis Presley se tornava cada vez mais famoso!!!

Single nas lojas:
Hurt (Crane/Jacobs) - Sucesso do cantor Jimi Huro em 1961. Esta versão de Elvis é o carro chefe do disco e também a principal canção do único single extraído do LP. É uma bela canção que mostra a maturidade vocal alcançada pelo cantor em seus anos finais. Pode-se dizer que Elvis se aproximava cada vez mais do estilo de seu ídolo de infância: Mario Lanza. "Hurt" foi gravada no dia 5 de Fevereiro de 1976. For The Heart (Dennis linde) - Country do mesmo autor de um dos maiores sucessos de Elvis Presley nos anos setenta "Burning Love". Esta canção foi lado B do single "Hurt" que foi lançado em março de 1976. A música recebeu novos instrumentos na sua mixagem o que sem dúvida deu maior consistência a sua melodia. Ela foi gravada no dia 5 de Fevereiro na "Sala das Selvas" em Graceland.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Elvis Presley - Uma Mensagem de Elvis II

O Rock'n'Roll está por aí há muitos anos. Era chamado de Rhynthm and Blues e tanto quanto possa me lembrar sempre foi grande, embora nos últimos cinco anos tenha se tornado ainda maior. Na verdade o Rock é a fusão de outros estilos como Country, Gospel e Blues. Não acho que o Rock vá morrer completamente porque terão que apresentar algo ainda melhor para tomar seu lugar. Se você sente e gosta de Rock'n'Roll, não pode evitá-lo e sim, dançar com ele. Isto é o que acontece comigo, não posso evitá-lo. Não vejo como qualquer tipo de música possa causar má influência nas pessoas. É somente música.

Não posso conceber essa idéia. Muitos jornais dizem que o Rock é um grande fator de influência no aumento da delinqüência juvenil, mas não vejo como a música possa ter algo a ver com isso. Quero dizer, como o Rock'n'Roll pode fazer alguém se rebelar contra os pais? Tenho sido o culpado por tudo o que acontece de errado neste país, de que tenho dado idéias aos jovens, seja lá o que for que queiram dizer com isso. Dizem que sou vulgar. Não faria nada de vulgar na frente de quem quer que seja, principalmente de adolescentes e crianças. Meus amigos não falam de mim assim.

Não faço nada de mais em meu trabalho. Apenas me movimento de acordo com o ritmo, de acordo com o tempo da música. Se ouço um boa música eu tenho de me movimentar. Se algum dia eu ficar parado em um palco, será porque estou morto. Sinatra atacou a música jovem há alguns dias atrás. Disse que "os entusiastas do Rock'n'Roll são simplesmente um bando de valentões cretinos e o rock era a música marcial de todo delinqüente com costeletas na face da terra". Ele tem o direito de pensar o que quer, mas não posso permitir-lhe que vá ofendendo Deus e todo o mundo, sem razão plausível. Eu não malharia Frank Sinatra. Gosto muito dele. Se bem me lembro, também ele fazia parte de uma certa tendência que se parecia exatamente com o Rock'n'Roll. Acho que o Rock'n'Roll é uma música fantástica. Não consigo entender isso.

Para mim, delinqüência juvenil significa roubar, apunhalar e assim por diante. Não fiz nada para que me acusassem disso e jamais incentivarei um estilo de vida como esse para que os outros o seguissem. Sempre procuro levar uma vida pessoal digna que lhes dê um bom exemplo. Sempre penso nisso. É difícil explicar o Rock'n'Roll, a energia dessa música. Não é o que se chama de música folk. É a batida que leva você, você a sente. Esse sentimento vem desde os meus primeiros shows e espero nunca perdê-lo. Quando você se apresenta tem que mostrar algo para o público. As pessoas podem comprar seus discos e ouvi-los cantar e não têm que sair de casa para isso.

Você tem que fazer um show que movimente a platéia. Se eu simplesmente subisse no palco e cantasse sem mover-me, as pessoas diriam: - "posso ficar em casa e ouvir seus discos" Você tem que lhes dar um show, algo que possam comentar: - "Uau, Demais!" Tive realmente muita sorte, muita sorte mesmo. Acontece que apareci numa época em que a música e o seu ramo de negócios estavam sem rumo ou tendência. Tive muita sorte. As pessoas procuravam por algo diferente e eu tive sorte de chegar na hora certa. Hoje a música já tem um rumo certo e ele se chama "Rock'n'Roll".

Elvis A. Presley.

terça-feira, 16 de março de 2010

Elvis Presley - Uma Mensagem de Elvis

Olá! Sou Elvis Presley. Acho que a primeira coisa que as pessoas querem saber é porque não consigo ficar parado quando estou cantando. Algumas pessoas batem os pés, outros estalam os dedos e outras simplesmente se movimentam para frente e para trás. Eu apenas comecei a fazer todas estas coisas ao mesmo tempo, creio. Cantar Rhythm and Blues realmente mexe com a gente. Eu observo meu público e o escuto. Sei que todos estamos sentindo algo que vem de fora de nosso ser, mas nenhum de nós sabe o que é. O importante é que voltamos ao normal e ninguém se machuca. Em muitas das cartas que recebo, as pessoas fazem perguntas sobre o tipo de coisas que faço e questões do tipo.


Bem, eu não fumo e não bebo e gosto de ir ao cinema. Talvez algum dia eu tenha minha própria casa e família e não vou fugir disso. Eu sou filho único mas talvez meus filhos no futuro não o sejam. Suponho que este tipo de assunto levante outra questão: Estou apaixonado? Não, eu achei que estava, mas creio agora que não. Tudo passou. Creio que ainda não conheci a garota para isso, porém a vou encontrar e espero que não demore muito, porque às vezes me sinto solitário. Sinto-me solitário bem no meio de uma multidão. Acredito que com essa garota, seja ela quem for, não estarei solitário nunca mais. Bem, obrigado por deixar-me falar a vocês sobre coisas que há muito gostaria de conversar. Quero agradecer a todos os meus fiéis fãs que assistem aos meus shows e que de alguma forma tornam-se meus amigos.

Fico muito contente por saber que vocês têm ouvido meus discos da RCA Victor e quero agradecer aos Disk Jockeys por tocá-los. Tenho medo de acordar de manhã. Não acredito que tudo isso tenha acontecido a mim. Só espero que isso possa durar e que não seja um sonho. Obrigado a todos os meus fãs jovens e fiéis. Sabe, há duas semanas atrás eu dirigia um caminhão por trinta e cinco dólares semanais em Memphis, no Tennessee, sendo que antes disso eu cheguei a trabalhar por catorze dólares por semana como lanterninha de cinema. Então, um dia meu pai me deu um violão. Muito embora eu não distinguisse um Dó de um Ré, com esforço aprendi a tocar sozinho. Minha carreira como cantor começou acidentalmente. Eu fui a uma gravadora para fazer um disco para dar de presente à minha mãe, somente para surpreendê-la.

Uns caras ali me ouviram cantar e disseram que eu deveria procurá-los algum dia. Então eu fiz isso... um ano e meio mais tarde! Muitas pessoas me perguntam onde adquiri meu estilo de cantar. Bem, eu não copiei meu estilo de ninguém. Não tenho nada em comum com Johnny Ray, exceto o fato de que ambos cantamos - se é que se pode chamar isso de cantar. Eu fico pulando e dançando porque é assim que me sinto. Não poderia cantar uma nota sequer parado. A garotada é realmente maravilhosa com o jeito como eles reagem ao meu estilo. Recebo cerca de dez mil cartas de fãs toda semana. Muitas pessoas por todo o país estão abrindo fãs clubs para mim, por isso agradeço de coração a todos. Certamente eu sou muito grato a todos eles e, em resposta a algumas das perguntas que recebo deles, aqui vão alguns dados sobre mim mesmo.

Eu nasci em Tupelo, no Mississipi, no dia 08 de janeiro de 1935. Cresci e estudei em Memphis, que ainda é o meu lar. Nunca tive aulas de canto e a única prática que tive foi com uma vassoura, antes que meu pai comprasse o meu primeiro violão. Tenho 1,82m de altura e peso 88 Kgs. Ganhei perto de dez quilos no ano passado. Não posso entender isso porque meu apetite já não é tão bom quanto antes. Não tenho tempo para refeições regulares, pois estou sempre viajando pelo país, trabalhando numa cidade diferente a cada dia. Normalmente tenho engolido um sanduíche rápido entre os shows, mas quando posso, gosto de um belo jantar com três pedações de carne de porco com muito molho e purê de batatas. Eu entendo que deve haver muitos boatos a meu respeito. Começo a pensar que há mais boatos do que fatos. Não tenho tido muito descanso ultimamente e minhas horas de sono tem diminuído terrivelmente. Quando muito consigo dormir realmente por duas ou três horas por noite. Bem, uma das coisas mais importantes para mim é a minha família. Minha mãe é a minha namorada mais querida. Comprei uma casa para ela e para meu pai em Memphis, onde espero que vivam por muito, muito tempo. Fiz meu pai aposentar-se alguns meses atrás. Não havia muito sentido em seu trabalho, pois eu posso ganhar em um dia mais do que ele em um ano. Também houve boatos de que iria me casar.

Bem, eu não tenho planos para isso agora e não estou comprometido. Acho que ainda não encontrei a garota certa. Além dos discos e shows ao vivo, estou ansioso para fazer um filme. Fiz um teste, dois meses atrás, e assinei contrato com a Paramount Pictures. Devo fazer meu próprio filme até o final do ano! Por fim quero agradecer a Deus por tudo, por tudo mesmo. Na verdade, tudo está tão bem comigo que custo acreditar que não seja um sonho. Espero nunca acordar

Elvis A. Presley.

Elvis Presley - Heartbreak Hotel

A esta altura de sua vida, Elvis havia entrado para a galeria de heróis violentos, sádicos e enlouquecidos, que eram idolatrados pela juventude da década de 50. Elvis estava lado a lado com o ameaçador Marlon Brando em "O Selvagem", ou com o psicótico Vic Morrow de "Sementes da violência". Elvis era o próprio delinqüente juvenil , encarnando toda a rebeldia dos jovens do mundo. O que o genial Elvis Presley fez foi combinar estes mitos rebeldes do cinema com a música Rock & Roll e criar uma nova forma de entretenimento – o concerto de Rock .

Foram suas poses desafiadoras, sua dança endiabrada e seu psicodrama espontâneo que deram início a toda uma tradição no rock pesado. Da noite para o dia a imagem do "cantor jovem" ficou sendo a daquele carinha muito louco, que arrebentava a guitarra enquanto dançava como um demônio. Tão profunda e difundida é essa imagem atualmente, que não conseguimos imaginar um astro de rock agindo de outra maneira. Em conseqüência, podemos afirmar que a imagem de Elvis como performer ultrapassou em muito sua influência na música do planeta (mesmo porque ele logo abandonaria o rockabilly, esse novo e revolucionário idioma musical).

A prova disso é que todos os astros de rock dos quarenta anos seguintes, derivaram diretamente dessa sua "retórica" de palco, dessa sua sexualidade e energia incontroláveis. O grande artista estava pronto, mas antes de tudo, Elvis precisava de um grande sucesso, em nível nacional, e um dia essa canção chegou até ele. A compositora do primeiro grande sucesso de Elvis Presley o conheceu em Nashville, onde estava acontecendo a convenção nacional dos disc-jockeys. Ela foi até lá com a intenção de vender a canção. Elvis ouviu a fita e seus olhos brilharam. Assim que percebeu que ele havia gostado, Mae Axton propôs que, se Elvis concordasse em fazer de "Heartbreak hotel" o seu primeiro disco pela RCA, ela lhe daria parceria na música. O resto a gente já sabe. "Heartbreak Hotel" estabeleceu Elvis Presley como o novo herói da música pop.

O disco foi lançado em 28 de janeiro de 1956 num programa de televisão, e na primeira semana de abril era o primeiro lugar em todas as paradas de sucesso – country, R&B e pop, um fato inédito até então. E assim nascia um Rei! Single nas Lojas - Heartbreak Hotel (Axton / Durden / Presley) - O primeiro grande sucesso de Elvis em nível nacional foi lançado em Janeiro de 1956 com "I was the one" no lado B alcançando o primeiro lugar na parada americana e européia. A música foi escrita especialmente para ele e se tornou uma de suas marcas registradas. Foi gravada em 10 de janeiro de 1956 no estúdios da RCA em Nashville, na primeira sessão de Elvis na RCA.

Para tentar reproduzir o som das gravações da Sun Records, o engenheiro Bob Ferris construiu uma câmara no prédio do novo estúdio, buscando eco de telhas e vidro. Inacreditáveis as guitarras acústica e elétrica de Chet Atkins e Scotty Moore na gravação. A companhia de discos a considerou "um desastre", imprópria para tocar no rádio. Cinco semanas depois, tornava-se seu primeiro hit número 1. I Was The One - (Schroder / DeMetrius / Blair / Peppers) - Lado B do single "Heartbreak Hotel" lançado em Janeiro de 1956. O single alcançou o primeiro lugar nas paradas e esta música em si chegou ao vigésimo terceiro lugar na Top 100 da Billboard. É uma terna balada que sem dúvida figura entra as melhores do Rei. Muitos anos depois fez parte de um dos primeiros singles de Elvis em CD.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Elvis Presley - Jailhouse Rock

A trilha Sonora de Jailhouse Rock: Jailhouse Rock (Leiber / Stoller) - Música título do terceiro filme estrelado por Elvis que no Brasil recebeu o nome de "O Prisioneiro do Rock", sendo que sua trilha foi lançada em um Compacto Duplo em outubro de 1957. Foi ainda lançada como single em setembro de 1957 com "Treat Me Nice" no lado B. O Sucesso foi imediato e o single chegou ao primeiro lugar na parada americana. A cena do filme em que Elvis apresenta esta canção é considerado o melhor momento do cantor no cinema. Leiber e Stoller afirmaram posteriormente que sua intenção era "...imitar o som de pedras quebrando" o que de certa forma foi conseguido. Foi gravado em 30 de abril de 1957 nos estúdios Radio Recorders em Hollywood. Assim Elvis ignorou a intenção satírica dos autores (Jerry Leiber e Mike Stoller) e interpretou a canção com fúria. Jailhouse Rock foi o primeiro single da história a ir direto para o topo das paradas no Reino Unido.

Treat Me Nice (Leiber / Stoller) - Outra canção deliciosa de Leiber e Stoller sendo lançada como lado B de "Jailhouse Rock". No filme é apresentada com a presença dos dois compositores que fazem figuração como membros da banda que acompanham Elvis numa cena. A Trilha de "Jailhouse Rock" (o prisioneiro do rock, 1957) contava ainda com as seguintes músicas: "Baby I Don't Care" (Leiber / Stoller), "Young and Beautifull" (Silver / Schroeder), "I Want To Be Free" (Leiber / Stoller) e "Dont Leave Me Now" (Schroeder / Weisman). Assim como quase todas essas, "Treat me Nice", foi gravada em Abril de 1957 no Radio Recorders em Hollywood. Young and beautifull (A. Silver / A. Schroder) - Canção que faz parte da Trilha Sonora do filme "Jailhouse Rock" (O prisioneiro do rock, 1957).

Este filme marcou de forma definitiva a carreira do cantor e se tornou um dos seus melhores momentos no cinema. A Atriz que contracenou com Elvis no filme, Judy Tyler, morreu de forma trágica logo após as filmagens o que abalou muito o astro que a partir daí passou a evitar assistir esta película. Esta Canção foi gravada no dia 30 de Abril de 1957 nos estúdios Radio Recorders em Hollywood.

Baby I Don't Care (Leiber / Stoller) - É outra verdadeira peróla da dupla Leiber e Stoller que foram os responsáveis por quase toda a parte musical deste fantástico filme. Um fato curioso ocorreu na sessão de gravação desta música: o baixista Bill Black não conseguiu executar de forma satisfatória a Introdução da música, então Elvis pegou o contrabaixo de Black e tocou a introdução de forma impecável, sendo esta a definitiva e a que aparece no disco. "Baby I don't Care" foi gravada no dia 30 de Julho de 1957 em Hollywood.

I Want To Be Free (Leiber / Stoller) - Toda a trilha Sonora foi lançada num compacto duplo em outubro de 1957 alcançando o primeiro lugar nas paradas. Este foi o EP mais vendido da história da indústria fonográfica. Mike Stoller colaborou no piano durante as sessões de gravação que aconteceram no dia 30 de Abril de 1957 em Hollywood. Don't Leave Me Now (Schroeder / Weisman) - Faz parte da trilha de outro filme de Elvis, "Loving You" (a mulher que eu amo, 1957). Difícil explicar o porquê desta canção ter sido incluída aqui. Inclusive, esta não é a mesma versão do filme. Particularmente prefiro a versão de "Loving You", apesar da ótima introdução de piano desta. Mas enfim, de qualquer forma ela vem para enriquecer ainda mais a ótima trilha deste filme.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis Christmas Album - Discografia Americana

Elvis Christmas Album (1957)
Esse foi o primeiro disco de natal de Elvis Presley. Obviamente o Coronel Parker via esse tipo de lançamento como uma boa oportunidade para vender bem no final de ano. Além disso Elvis não tinha grandes objeções a fazer, pelo menos nessa época, porque ele pessoalmente também gostava muito das festas natalinas. Claro, não era algo que iria se esperar de um roqueiro rebelde, a imagem que Elvis cultivava naqueles tempos, porém o Coronel Parker, já nesse período da carreira de Elvis, planejava mudar sua imagem para que ela fosse mais aceita em todos os setores da sociedade americana e não apenas entre jovens com roupas de couro e brilhantina no cabelo. Ampliar o mercado para Elvis, alcanças outros tipos de consumidores para sua música. Essa era claramente a estratégia do empresário. Do ponto de vista comercial uma visão acertada. Com edição de luxo, encartes internos com diversas fotos bonitas, esse disco consistia na seguinte seleção musical:

ELVIS CHRISTMAS ALBUM
SANTA CLAUS IS BACK IN TOWN / WHITE CHRISTMAS /HERE COMES SANTA CLAUS /   'LL BE HOME FOR CHRISTMAS / BLUE CHRISTMAS / SANTA BRING MY BABY BACK /OH LITTLE TOWN OF BETHLEHEM / SILENT NIGHT / (THERE'LL BE) PEACE IN THE VALLEY / I BELIEVE / TAKE MY HAND, PRECIOUS LORD / IT IS NO SECRET (WHAT GOD CAN DO)

Singles extraídos deste disco:

Blue Christmas / Wooden Heart (1964) - Na era do vinil era comum o lançamento de diversos singles, compactos, extraídos desses LPs. Curiosamente dois singles fora de época foram extraídos do Elvis Christmas Album. O primeiro seria lançado em 1964 trazendo a faixa "Blue Christmas" no lado A e Wooden Heart do disco "G.I. Blues" no lado B. Essa segunda canção nada tinha a ver com festas natalinas, porém era um grande hit de Elvis na Europa, principalmente na Alemanha. Assim a RCA Victor encaixou a faixa para ajudar nas vendas.

Santa Claus Back in Town / Blue Christmas (1965) - No final de 1965 outro single com faixas do Elvis Christmas Album chegou no mercado. Agora as duas canções seriam retiradas diretamente do disco original. A capa seguia basicamente o mesmo design do compacto anterior. É importante ressaltar que o próprio Elvis Christmas Album também era relançado com frequência ao longo dos anos. Não por acaso acabou se tornando um dos álbuns mais vendidos da carreira de Elvis, justamente por causa dessas reedições anuais. Quando chegava novembro a RCA Victor já colocava suas fábricas para rodar novas edições desse mesmo LP. Era um tipo de lançamento que sempre trazia retorno financeiro para a gravadora.

Compactos Duplos (EPs) extraídos desse álbum:

Elvis Sings Christmas Songs (1957)
Santa Bring my Baby Back to Me
Blue Christmas
Santa Claus Back in Town
I'll Be Home For Christmas

Christmas With Elvis (1957)
White Christmas
Here Comes Santa Claus
O'Little Town of Bethlehem
Silent Night

Além dos singles a RCA Victor ainda colocou no mercado em 1957 dois compactos duplos com canções do Elvis Christmas Album. Eram lançamentos mais baratos, ideais para quem não queria gastar muito comprando a edição em vinil do LP. Curiosamente também seria uma boa opção para quem estivesse em busca apenas das músicas natalinas, uma vez que no LP o Coronel Parker ainda encaixou faixas do EP gospel Peace In The Valley. Para falar a verdade para o colecionador da época era mais negócio comprar esses dois EPs, pois assim não iria comprar duas vezes as músicas do Peace In The Valley, caindo na manobra do velho Coronel Parker em vender duas vezes o mesmo produto. 

Pablo Aluísio.