sábado, 12 de julho de 2008

The Beatles - Discografia Americana

Uma vez que já falamos sobre a discografia inglesa dos Beatles vamos agora começar a falar um pouco sobre os discos americanos do grupo. A discografia americana do quarteto é bem diferente da discografia britânica (que é a considerada oficial), porém pela importância econômica dos EUA, alguns discos americanos como "Magical Mistery Tour" (a trilha reunida em LP, ao contrário do que aconteceu no Reino Unido, em que só havia sido lançada a mesma trilha em compacto duplo) acabaram se tornando oficiais. Começaremos a listar a seguir os 20 álbuns americanos dos Beatles e depois ao longo dos próximos meses falaremos sobre cada um deles de forma analitica. Alguns outros discos foram lançados, mas aqui só foram listados os lançados pela Capitol e Vee-Jay.

01. INTRODUCING THE BEATLES (1963)
1. I Saw Her Standing There {McCartney/Lennon} (2:56) / 2. Misery {Lennon/McCartney} (1:50) 3. Anna (Go To Him) {Arthur Alexander} (2:57) / 4. Chains {Gerry Goffin/Carole King} (2:27) / 5. Boys {Luther Dixon/Wes Farrell} (2:27) / 6. Love Me Do {McCartney/Lennon} (2:22) / 7. P.S. I Love You {McCartney/Lennon} (2:06) / 8. Baby It's You {Hal David/Barney Williams/Burt Bacharach} (2:38) / 9. Do You Want To Know A Secret {Lennon} (2:00) / 10. A Taste Of Honey {Ric Marlow/Bobby Scott} (2:05) / 11. There's A Place {Lennon} (1:53) / 12. Twist And Shout {Medley/Russell} (2:33)

02. MEET THE BEATLES! (1964)
1. I Want To Hold Your Hand {Lennon/McCartney} (2:27) / 2. I Saw Her Standing There {McCartney/Lennon} (2:56) / 3. This Boy {Lennon} (2:16) / 4. It Won't Be Long {Lennon} (2:14) / 5. All I've Got To Do {Lennon} (2:04) / 6. All My Loving {McCartney} (2:10) / 7. Don't Bother Me {Harrison} (2:29) / 8. Little Child {Lennon/McCartney} (1:48) / 9. Till There Was You {Meredith Willson} (2:17) / 10. Hold Me Tight {McCartney/Lennon} (2:33) / 11. I Wanna Be Your Man {McCartney/Lennon} (1:59) / 12. Not A Second Time {Lennon} (2:09)

03. THE BEATLES' SECOND ALBUM (1964)
1. Roll Over Beethoven {Chuck Berry} (2:47) / 2. Thank You Girl {Lennon/McCartney} (2:05) / 3. You Really Got A Hold On Me {William Robinson} (3:03) / 4. Devil In Her Heart {Richard B. Drapkin} (2:27) / 5. Money (That's What I Want) {Berry Gordy/Janie Bradford} (2:47) / 6. You Can't Do That {Lennon} (2:37) / 7. Long Tall Sally {Enotris Johnson/Richard Penniman/Robert Blackwell} / 8. I Call Your Name {Lennon} (2:09) / 9. Please Mr. Postman {Brian Holland/Robert Bateman/Berry Gordy} (2:37) / 10. I'll Get You {Lennon/McCartney} (2:06) / 11. She Loves You {Lennon/McCartney} (2:21)

04. A HARD DAY'S NIGHT (Original Soundtrack Album) (1964)
1. A Hard Day's Night {Lennon} (2:32) / 2. Tell Me Why {Lennon} (2:10) / 3. I'll Cry Instead {Lennon} (1:48) / 4. I Should Have Know Better [instrumental] {Lennon} (2:18) / 5. I'm Happy Just To Dance With You {Lennon} (1:58) / 6. And I Love Her [instrumental] {McCartney/Lennon} (3:44) / 7. I Should Have Known Better {Lennon} (2:45) / 8. If I Fell {Lennon} (2:22) / 9. And I Love Her {McCartney/Lennon} (2:31) / 10. Ringo's Theme (This Boy) [instrumental] {Lennon} (3:08) / 11. Can't Buy Me Love {McCartney/Lennon} (2:15) / 12. A Hard Day's Night [instrumental] {Lennon} (2:03)

05. SOMETHING NEW (1964)
1. I'll Cry Instead {Lennon} (1:48) / 2. Things We Said Today {McCartney} (2:38) / 3. Any Time At All {Lennon} (2:14) / 4. When I Get Home {Lennon} (2:19) / 5. Slow Down {Larry Williams} (2:56) / 6. Matchbox {Carl Perkins} (1:59) / 7. Tell Me Why {Lennon} (2:10) / 8. And I Love Her {McCartney/Lennon} (2:31) / 9. I'm Happy Just To Dance With You {Lennon} (1:58) / 10. If I Fell {Lennon} (2:22) / 11. Komm, Gib Mir Deine Hand {Lennon/McCartney/Nicholas/Hellmer} (2:27)

06. BEATLES 65
1. No Reply {Lennon} (2:18) / 2. I'm A Loser {Lennon} (2:33) / 3. Baby's In Black {Lennon/McCartney} (2:08) / 4. Rock And Roll Music {Chuck Berry} (2:34) / 5. I'll Follow The Sun {McCartney} (1:51) / 6. Mr. Moonlight {Roy Lee Johnson} (2:37) / 7. Honey Don't {Carl Perkins} (3:00) / 8. I'll Be Back {Lennon} (2:21) / 9. She's A Woman {McCartney/Lennon} (3:03) / 10. I Feel Fine {Lennon} (2:20) / 11. Everybody's Trying To Be My Baby {Carl Perkins} (2:24)

07. THE EARLY BEATLES (1965)
1. Love Me Do {McCartney/Lennon} (2:22) / 2. Twist And Shout {Medley/Russell} (2:33) / 3. Anna (Go To Him) {Arthur Alexander} (2:57) / 4. Chains {Gerry Goffin/Carole King} (2:27) / 5. Boys {Luther Dixon/Wes Farrell} (2:27) / 6. Ask Me Why {Lennon/McCartney} (2:28) / 7. Please Please Me {Lennon} (2:04) / 8. P.S. I Love You {McCartney/Lennon} (2:06) / 9. Baby It's You {Hal David/Barney Williams/Burt Bacharach} / (2:38)10. A Taste Of Honey {Ric Marlow/Bobby Scott} (2:05) / 11. Do You Want To Know A Secret {Lennon} (2:00) /

08. BEATLES VI (1965)
1. Kansas City {Jerry Leiber/Mike Stoller} / 2. Eight Days A Week {McCartney/Lennon} (2:46) / 3. You Like Me Too Much {Harrison} (2:38) / 4. Bad Boy {Larry Williams} (2:21) / 5. I Don't Want To Spoil The Party {Lennon} (2:36) / 6. Words Of Love {Buddy Holly} (2:14) / 7. What You're Doing {McCartney/Lennon} (2:34) / 8. Yes It Is {Lennon} (2:42) / 9. Dizzy Miss Lizzie {Larry Williams} (2:54) / 10. Tell Me What You See {McCartney} (2:40) / 11. Every Little Thing {McCartney/Lennon} (2:05) /

09. HELP! (Original Soundtrack Album) (1965)
1. James Bond Theme [instrumental] {Monty Norman} (0:16) / 2. The Night Before {McCartney} (2:37) / 3. From Me To You Fantasy [instrumental]{Lennon/McCartney, arranged by Ken Thorne}(2:03) / 4. You've Got To Hide Your Love Away {Lennon} (2:11) / 5. I Need You {Harrison} (2:32) / 6. In The Tyrol [instrumental] / 7. Another Girl {McCartney} (2:08) / 8. Another Hard Day's Night [instrumental] / 9. Ticket To Ride {Lennon} (3:13) / 10. The Bitter End [instrumental] {Ken Thorne} / 11. You're Gonna Lose That Girl {Lennon} (2:20) / 12. The Chase [instrumental] {Ken Thorne} (2:24) /

10. RUBBER SOUL (1965)
1. I've Just Seen A Face {McCartney} (2:07) / 2. Norwegian Wood (This Bird Has Flown) {Lennon/McCartney} (2:06) / 3. You Won't See Me {McCartney} (3:22) / 4. Think For Yourself {Harrison} (2:19) /   5. The Word {Lennon/McCartney} (2:44) / 6. Michelle {McCartney/Lennon} (2:42) / 7. It's Only Love {Lennon} (1:59) / 8. Girl {Lennon} (2:34) / 9. I'm Looking Through You {McCartney} (2:27) / 10. In My Life {Lennon/McCartney} (2:28) / 11. Wait {Lennon/McCartney} (2:17) / 12. Run For Your Life {Lennon} (2:19)


Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cinema Classe A: A Morte de George Michael

De que Morreu George Michael? 
Hoje o mundo ficou estarrecido ao ser informado da morte do cantor George Michael. O astro da música pop tinha 53 anos de idade e segundo sua assessoria de imprensa ele "morreu em paz, em sua casa". O que não se sabe ainda com certeza é qual teria sido a causa mortis de Michael. Especulações dominaram a internet desde então. Para alguns o cantor teria morrido de um câncer. Sua decadência física dos últimos anos poderia corroborar essa teoria, porém para outros a causa de sua morte foi a AIDS. George Michael assumiu sua homossexualidade nos anos 90. Depois teve inúmeros casos amorosos ao longo da vida. Em 2011 ele ficou incomodado ao dizer em uma entrevista para a BBC que nunca havia feito teste para saber se tinha AIDS pois tinha medo de receber um resultado positivo. Já o amigo Michael Lipp declarou ao Hollywood Reporter que George Michael havia falecido de uma insuficiência cardíaca. Nada porém foi confirmado oficialmente pela família. Pelo visto o cantor quis esconder a verdadeira doença que vinha sofrendo de todos os curiosos até o fim.

Bom, se você não sabe a resposta para essa pergunta certamente pouco conhecia da biografia do cantor e compositor. George Michael ficou famoso muito jovem e no começo de sua carreira a gravadora investiu bastante em seu apelo sexual, só que direcionado para as adolescentes que compravam seus discos e compactos. Obviamente todo aquele assédio de fãs deixava George Michael bem constrangido pois ele não curtia meninas, mas sim meninos.

A gravadora Sony porém queria deixar tudo escondido e isso foi um dos principais motivos que levou o cantor a brigar com a empresa - numa batalha judicial em prol de seus direitos autorais que durou anos! No começo dos anos 90 o cantor não aguentou mais a pressão e resolveu contar para a imprensa que era gay. Curiosamente ele preferiu ir aos poucos, primeiro dizendo que era bissexual, para só depois dizer que era gay desde a juventude.

A partir daí a imprensa sensacionalista nunca mais deixou George Michael em paz. E ele também não se fez de tímido. Começou a andar com seus namorados publicamente, dando entrevistas escandalosas que fizeram a festa da imprensa inglesa. Para destruir sua imagem de símbolo sexual masculino declarou para a BBC: "Eu sou muito gay - já transei com mais de 500 homens até hoje e a conta não vai parar por aí!". Pior aconteceu quando foi preso em um banheiro público de Londres ao seduzir um policial disfarçado no lugar. Michael ofereceu dinheiro em troca de sexo oral. Foi preso e condenado. Depois de solto fez um videoclip satirizando o ocorrido.

Claro que ao se assumir gay o cantor perdeu grande parte do público original de sua carreira que era formado por garotinhas apaixonadas platonicamente por ele. De qualquer forma ele conseguiu com seu talento formar um novo público, não apenas de gays, como era de se esperar, mas também de admiradores de bons discos, extremamente bem gravados, com a ajuda inclusive de grandes orquestras. Nunca foi um ativista GLS chato, daqueles que gostam de dar lição de moral em todo mundo. Procurou apenas gravar boas músicas de bons compositores. Isso garantiu a perenidade de seu legado musical até os dias de hoje.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Cinema Classe A: Galeria Hollywood







Cinema Classe A: Anos 80


Demi Moore em "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas" (1985)


Kim Basinger em "Nove Semanas e Meia de Amor" (1983)


Sigourney Weaver em "Uma Secretária de Futuro" (1988)


Ralph Machio e Elizabeth Shue em Karatê Kid - A Hora da Verdade (1984)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Cinema Classe A: Rogue One

Os estúdios Disney informaram hoje que o novo filme da saga Star Wars acabou de romper a marca de 1 bilhão de dólares faturados em bilheteria desde a estreia do filme. Foram precisos apenas 39 dias de exibição nos cinemas para que o blockbuster rompesse essa importante marca.

O filme faturou 512 milhões de dólares nos Estados Unidos e 499 milhões no mercado internacional até o momento. O interessante é que Rogue One assim se torna o terceiro filme com a marca Star Wars a romper a marca do bilhão de dólares. Os demais foram "Star Wars: The Force Awakens” (2.07 billhão) e “Star Wars: Episode I: The Phantom Menace” ($1.03 bilhão). Nem o próprio estúdio esperava por tanto sucesso, haja visto que o filme nem sequer faz parte da franquia oficial, original. É uma espécie de Spin Off, o que abre uma importante porta para que a Disney explore ainda mais esse universo.

No exterior os mercados mais lucrativos para o filme foram, em ordem crescente de bilheteria: Inglaterra (79 milhões de dólares), China (61 milhões), Alemanha (44 milhões), França (35 milhões) e Austrália (35 milhões). Dados sobre a bilheteria no Brasil não foram divulgados pelo estúdio nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

Cinema Classe A: Hoje na TV: Domingo (12/02/17)

Hoje a Globo irá exibir Os Vingadores, o primeiro filme de 2012. Foi um sucesso absurdo de bilheteria, fortalecendo como nunca as adaptações da Marvel para o cinema. Esse primeiro filme é bom, tem efeitos especiais de primeira, mas eu não considero que tenha um grande roteiro. Na estorinha o irmão de Thor, o vilão Loki, vem à Terra para ajudar uma força alienígena a destruir o planeta. No cardápio de heróis Marvel defendendo a humanidade você encontrará o Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Gavião Arqueiro, Nick Fury e Viúva Negra. Diversão garantida sendo exibida em Temperatura Máxima (14h35).

Outra boa opção vem à noite com  Os Mercenários 2 (2012). Outra equipe defendendo o mundo, só que aqui temos um grupo formado por brutamontes famosos dos anos 80. Juntos por Stallone, eles formam uma unidade mercenária, mas bonzinha, que enfrenta vilões e terroristas. É uma verdade dizer que não tem muito roteiro (não tem mesmo), mas tem cenas bacanas de ação e muitas explosões. O elenco é cheio de astros da pancadaria: Jason Statham, Bruce Willis, Sylvester Stallone, Jean Claude van Damme, Chuck Norris, Dolph Lundgren, Jet Li e Arnold Schwarzenegger. Como é muita gente em cena, nem todos tem boas cenas, mas destaco os momentos com Chuck Norris que são bem divertidos. O filme vai ser exibido pela Globo às 23h50.

Fechando o dia, para os madrugadores, mais duas opções. Um Novo Amor (2013) mostra o romance que nasce entre duas pessoas maduras, já com filhos criados. Eles se encontram em uma universidade, justamente quando estão lá para matricular seus filhos. O casal é formado por Andy Garcia e Vera Farmiga. É um filme leve, bem mais ou menos, mas que no final não chega a irritar em nenhum momento. Simpática, diria. E a madrugada dos cinéfilos termina às três da matina com a exibição de Um Negócio Nada Seguro (2011). É uma comédia (com toques dramáticos) sobre um vendedor que tenta colocar nos eixos sua vida pessoal e profissional. No elenco o nome mais conhecido é o de Anne Heche, atriz que ficou conhecida por causa de sua militância no movimento GLS, embora hoje em dia esteja casada com um homem.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de julho de 2008

Errol Flynn - Fragmentos de vida de um astro - Parte 2

Nesse mesmo ano, Errol realizou uma festa de "arromba" em sua mansão. A famosa festa só tinha horário para começar: Meia-noite. Já eram duas da manhã, e nada do anfitrião chegar, o salão principal estava lotado de celebridades, como, David Niven, Cary Grant, Gary Cooper e Robert Mitchum.  As mulheres eram, quase em sua totalidade, prostitutas de luxo contratadas a peso de ouro. Exatamente às duas da manhã o anfitrião finalmente dava o ar da graça e adentrava o salão abarrotado de convidados e vestido com um enorme sobretudo e....Pasme!!!!.. completamente nu por baixo da enorme roupa de frio. Flynn trazia consigo duas grandes malas pretas, uma continha artefatos para sadomasoquismo, e a outra continha alguns dos tipos mais pesados de drogas que um ser humano pode experimentar, entre elas, uma espécie fortíssima de maconha oriunda do norte da Africa: "Kif".

Errol trouxera a droga ao voltar de uma viagem que fizera àquele continente logo após a morte de Barrymore. Naquela madrugada, Errol "saboreou" - além das mulheres regiamente pagas para satisfazê-lo - todas as drogas que ali se encontravam, inclusive aprendera na Africa uma receita que, diríamos, seria a precursora do viagra. A receita era a mistura de pasta de cocaína, com pasta de heroína e mais uma erva africana amassada (sem nome). As pastas e a erva eram mexidas com éter e depois de formar um creme, Flynn o aplicava na ponta de seu pênis, o mesmo ficava ereto por várias horas e após várias transas - A libido também se mantinha nas "alturas" e ao contrário dos relacionamentos "normais", ia aumentando após cada transa. Ou seja, Errol Flynn tinha descoberto a fórmula dos sonhos da maioria dos homens, a fórmula do super homem sexual.

Nessa festa, Robert Mitchum quase entrou em coma de tanto fumar Kif. Teve que ser levado às oito horas da manhã para ser reanimado numa clínica especializada -  e devido a uma denúncia anônima, Mitchum saiu da clínica direto para a cadeia, na cadeia voltou a passar mal, e teve que voltar para a clínica, seu estado era lastimável. Mitchum era, naquele momento, o resultado de muito KIF, muito gin, muita vodka e muita cerveja. Seu quadro era assustador e Errol - que o apresentou às drogas - fez de tudo que pôde para reverter, junto aos médicos, o quadro crítico do amigo. Felizmente, conseguiu.

Passados dois anos da famigerada festa, Errol Flynn entrava no estúdio para fazer um dos maiores filmes de guerra já produzidos: "Um Punhado de Bravos" (Objective, Burma! - 1945 ). Nascido em 9 de junho de 1909 na região da Tasmânia - Austrália. Finalmente em 14 de outubro de 1959, consumido e debilitado pelo álcool e pelas drogas, o grande Errol Leslie Thomson Flynn, deu seu último suspiro na cidade de Vancouver aos 50 anos de idade, vítima de um enfarte fulminante. Era o adeus do mais famoso Robin Hood e do eterno Capitão Blood.

Telmo Vilela Jr.

Errol Flynn - Fragmentos de vida de um astro - Parte 1

Após as filmagens de "Capitão Blood" (1935), a fama de Errol Flynn, chegara a estratosfera. Naquela época, anterior à Segunda Guerra Mundial, Errol, - que nessa mesma guerra, foi um espião a serviço da Inglaterra - representava uma mistura estranha: ao mesmo tempo em que enlouquecia as mulheres com seu imenso charme e seu maravilhoso físico, também lutava e procurava disfarçar de todos o seu imenso complexo de inferioridade. Sua arrogância não tinha limites, só aceitava mulheres que servissem para ele como meras escravas sexuais - ou seja, mulheres "sem cérebro" - e que ele dispensava a hora que bem entendesse.

Quanto aos amigos, só aceitava andar acompanhado daqueles "chamados" inferiores ou que não lhe fizessem sombra. Desconhecia as palavras bondade e humildade. Eram raros os dias de bom humor, só estava de bom humor e demonstrava amor pelo seu cão, "Arno", um Schnnauzer cinza e branco. Além disso, Flynn era um brigão inveterado que por diversas vezes quebrou bares inteiros, arrebentando a cara dos engraçadinhos que o chamavam de "herói de mentirinha de Hollywood". O astro sempre levava a melhor pois treinava boxe quase que diariamente com seu treinador pessoal. Segundo o próprio Flynn, o famoso John Huston, também gostava de dar os seus murros e invariavelmente os dois treinavam juntos nos jardins da mansão do mais famoso Robin Hood do cinema.

Depois das filmagens do longa, "Carga da Brigada Ligeira" (1936), que tinha como diretor, seu amigo e padrinho no cinema Michael Curtiz, Errol Flynn, mais famoso e mais rico, mandou construir dois "brinquedinhos" dos sonhos: um iate que ele batizou de Sirocco com dois enormes mastros medindo 70 pés cada um e uma mansão luxuosa em Mulholland Drive, que, segundo ele, serviria apenas para as suas festas mais loucas possíveis e para os encontros com seus amigos. A mansão tinha uma enorme sauna finlandesa que se ligava ao quarto de Flynn por uma espécie de porta-secreta. Tirando o chão, o quarto do astro era todo espelhado - paredes e teto formavam quase que um só espelho e abrigando no centro uma gigantesca cama redonda. A visão da janela do quarto era deslumbrante, dali, se descortinava as paisagens maravilhosas do Vale de San Fernando.

A mansão, segundo Flynn, se tornara refúgio de um de seus amigos mais queridos: John Barrymore - o outro amigo era David Niven. Flynn sabia que Barrymore estava chegando ao fim. Em 1942 com o falecimento de John Barrymore, Errol entrou em profunda tristeza protagonizando uma das cenas mais bizarras da história de um ser humano. Com sua influência e dinheiro, Flynn "comprou" um serviço no mínimo fantasmagórico e de um mau gosto sem precedentes, ele fez com que o funcionário da funerária onde estava o corpo de Barrymore, vestisse o famoso defunto, com terno, gravata, calça, meias e sapato e o levasse até a sua mansão, em sua ausência é claro.

Lá o funcionário teria que arrumar o famoso corpo na poltrona onde ele gostava de sentar-se, na posição correta e com o seu famoso charuto entre os dedos "esperando" pela chegada do melhor amigo. Flynn, já sabendo que o seu melhor amigo o "esperava", chegou tarde da noite, completamente bêbado e, quando viu, no reflexo da luz da lua que entrava pela janela, aquela silhueta fastasmagórica de Barrymore sentado na poltrona, entrou numa profunda crise de nervos e de choro, ficando abraçado ao corpo do amigo morto por vários minutos. Duas horas depois, como combinado, o funcionário da funerária voltou à mansão para levar o corpo de Barrymore de volta à funerária, levando também consigo uma polpuda gorjeta. Ninguém sequer desconfiou.

Telmo Vilela Jr.