quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Elvis Presley - Elvis In Paris - 60th Anniversary

Elvis estava servindo o exército americano na Alemanha e decidiu dar um pulinho em Paris. Não foi como o astro internacional, mas sim como um turista americano qualquer, querendo passar alguns dias pelas históricas ruas da capital francesa. E isso foi há 60 anos! Como o tempo passa rápido! De qualquer forma para não deixar passar em branco a data foi lançado na Europa esse disco de vinil chamado justamente de "Elvis In Paris - 60th Anniversary". Mais direto do que isso, impossível.

O repertório é agradável e historicamente preciso, pois eram justamente essas faixas que estavam no mercado quando Elvis pisou pela primeira vez nas ruelas da capital luz.  Só erraram mesmo em colocar algumas faixas no lado B que foram lançadas mais de um ano depois desse passeio. Provavelmente a encaixaram ali para fazer volume, ajudar nas vendas. Afinal essa viagem de Elvis a Paris nada tinha a ver com algumas gravações que foram colocadas de forma oportunista por aqui. De qualquer forma vale a aquisição do LP. Por fim, uma última observação: as música aqui estão representadas não pelas faizas originais, oficiais, mas sim por takes alternativos (alguns muito bons, poderiam ter entrado na discografia de Elvis sem maiores problemas na época). Segue abaixo a lista completa das canções.

Elvis In Paris - 60th Anniversary
Side A 1. King Creole (Take 18), 2. I Need Your Love Tonight (Take 10), 3. Don't, 4. Wear My Ring Around Your Neck (Take 22 undubbed), 5. My Wish Came True, 6. I Got Stung (Take 10), 7. One Night, 8. A Big Hunk O' Love (Take 2), / Side B: 1. I Beg of You (Take 11 - 13/1/57), 2. A Fool Such as I (Take 3), 3. Doncha' Think It's Time (Take 40), 4. White Christmas, 5. Hard Headed Woman,6. Tonight Is So Right For Love (Take 9), 7. Almost Always True (Take 5), 8. Can’t Help Falling In Love (Take 13), 9. Extract Of Press Conference 1958, 10. Press Conference 1959.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Suspicious Minds

Pois é, o nome Elvis Presley está de volta nas paradas de singles. Durante sua vida o cantor teve mais de cem singles lançados. No Brasil esse tipo de disquinho era chamado de compacto simples, por trazer duas músicas apenas, uma no lado A e outra no lado B. O compacto duplo (EP) por sua vez trazia mais de 4 canções. Um produto muito nostálgico e carismático. Em vida Elvis foi um dos campeões de vendas do formato, vendendo milhões de singles pelo mundo afora.

Agora a gravadora que atualmente detém seus direitos resolver repetir a dose, colocando no mercado esse single de músicas gravadas ao vivo em Las Vegas durante a temporada de agosto do cantor no International Hotel. Claro, se você conhece a história de Elvis sabe muito bem que esssa foi a primeira temporada de seu retorno aos palcos. Elvis estava empolgado, realizando excelentes concertos.

Para quem curte ter esse tipo de lançamento na coleção algumas coisas chamam logo a atenção. Uma delas o fato de que os produtores agora utilizarem o mesmo design, a mesma direção de arte que era usada nas capas de Elvis da época. Isso trouxe um plus excepcional ao produto. A outra foi a acertada escolha de colocar no mercado também o formato vinil do single. Os fãs de Elvis adoraram a ideia. Pena que no Brasil não teremos esse lançamento (só em CD). De qualquer forma em um mundo globalizado não faz mal importar o disquinho de vinil para colocar na coleção. Agora pense, é uma viagem ao passado mesmo, porque nos anos 1960 os fãs brasileiros também tinham pouco acesso aos compactos, muitas vezes tendo que importar quando não eram lançados aqui. Pelo visto estamos em 1969 novamente...

Elvis Presley - Suspicious Minds (2019)
Suspicious Minds
Mystery Train
Tiger Man

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Elvis Presley - The Elvis Presley Movie Album - Volume 3

Essa coleção pode até não ter o melhor conteúdo em termos musicais, mas certamente tem as melhores capas! Aqui novamente se repete o mesmo design, que se você não percebeu ainda tenta copiar a direção de arte do excelente "Elvis Gold Record 2" de 1959. Fundo branco, diversas cópias da mesma foto e o selo, tal como havia nos discos de vinis de Elvis durante os distantes anos 1950 (e lá se vão mais de meio século dessas faixas, como o tempo passa rápido!).

Pois bem, como o próprio nome sugere temos aqui uma coletânea de músicas retiradas das trilhas sonoras de Elvis Presley, principalmente durante os anos 1960. Coisa pop, numa fase menor dentro da rica carreira do astro. Um fato digno de nota é que os produtores procuraram respeitar uma certa ordem na cronologia do disco, o que conta a favor em termos de organização. Também foram selecionados takes alternativos, para fugir do óbvio, para atrair a atenção do colecionador que já tem toda a discografia oficial de Elvis. Algo fora do repertório mais comum, das faixas mais conhecidas. 

Assim o álbum abre com três faixas de "Saudades de um Pracinha" (G.I. Blues). São elas "Doin’ The Best I Can", "Shoppin’ Around" e "Pocketful of Rainbows". Não são as faixas oficiais que foram lançadas no disco original de 1960, mas todas são ao menos interessantes. Depois do faroeste "Estrela de Fogo" temos a faixa título "Flaming Star". A partir daí seguem músicas de filmes como "Talhado Para Campeão",  "Feitiço Havaiano", "Meu Tesouro é Você", etc. Gostei do resultado final, do pacote, do conjunto da obra. Tente ter em sua coleção, nem que seja pela bonita capa!

The Elvis Presley Movie Album - Volume 3
01. Doin’ The Best I Can (take 12) 3:14 02. Shoppin’ Around (take 10) 2:18 03. Pocketful of Rainbows (take 14) 2:31 04. Flaming Star (take 5) 2:19 05. I Slipped, I Stumbled, I Fell (take 9) 1:34 06. No More (take 9) 2:22 07. Can’t Help Falling In Love (take 9) * 1:58 08. This Is Living (take 8) 1:47 09. Girls! Girls! Girls! (unedited master) * 2:39 10. Earth Boy (movie version - overdub) * 2:42 11. I’m Falling In Love Tonight (take 5) * 1:54 12. I Think I’m Gonna Like It Here (remake, take 15) 2:26 13. Hard Knocks (movie master) 1:42 14. Please Don’t Stop Loving Me (take 9) * 2:10 15. Everybody Come Aboard (take 5) * 1:48 16. Sand Castles (KO take 3) * 2:57 17. This Is My Heaven (FOV, take 5) * 2:36 18. All That I Am (take 6) * 2:22 19. Old MacDonald (vocal only) * 1:57 20. Easy Come, Easy Go (unedited master) 2:21 21. She’s A Machine (take 14) * 1:35 22. Sing You Children (unedited master) 2:13

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - St. Paul to Wichita

A partir de 1973 Elvis foi infelizmente aumentando seu abuso de drogas. Em 1974 ele já estava bem afundado nessa questão. Grande parte de seus concertos por essa época não foram bons, diante da delicada situação pessoal. Apenas alguns se salvaram desse estado ruim de coisas. Um deles foi justamente esse concerto que Elvis realizou durante o outono de 1974. Segundo grande parte das críticas da época ele se apresentou bem, mostrou interesse e se esforçou para agradar ao público presente. E tudo isso no meio de um turbilhão de eventos pessoais bem ruins.

Para quem gosta de detalhes o show foi gravado em parte no Civic Center, em St. Paul, Minnesota. Terra gelada, clima ruim, frio demais, complicado de aguentar. Mesmo assim Elvis e a banda encararam o frio e as dificuldades e fizeram um bom trabalho no palco. Alguns anos depois o guitarrista James Burton chegou a dizer que era complicado até mesmo manter as afinações dos instrumentos por causa da baixas temperaturas. O que dizer de Elvis com aqueles macacões abertos no peito? Dizem que já na segunda música o cantor aproveitou para enfiar umas toalhas (aquelas que ele geralmente dava de presente aos que estivessem perto do palco) para não sofrer tanto com o frio (e olha que o concerto foi realizado no outono e não no inverno, o que seria terrível). Enfim, ossos do ofício de um artista que vivia de sua música e nada mais.

Elvis Presley: St. Paul to Wichita - October '74
1 See See Rider, 2 I Got A Woman/Amen, 3 Love Me, 4 Blue Suede Shoes, 5 Until It's Time For You To Go, 6 Big Boss Man, 7 Fever, 8 If You Love Me (Let Me Know), 9 Love Me Tender, 10 Hound Dog, 11 Introductions including: Lawdy, Miss Clawdy, 12 All Shook Up, 13 Teddy Bear/Don't Be Cruel, 14 The Wonder Of You, 15 Why Me Lord, 16 Heartbreak Hotel, 17 Let Me Be There, 18 Hawaiian Wedding Song, 19 American Trilogy, 20 Johnny B. Goode, 21 You Gave Me A Mountain.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Elvis Presley - A New Kind Of Rhythm

Elvis Presley - A New Kind Of Rhythm
Esse CD foi lançado pelo selo Madison em 2007. Obviamente se trata de mais um Bootleg. Intitulado "A New Kind Of Rhythm!", trouxe o show que Elvis realizou no dia 21 de março de 1976 em Cincinnati, Ohio. O título traz algumas novidades, entre elas o fato das gravações originais terem sido gravadas no sistema "Living Binaural", o que garantiu maior fidelidade e qualidade. Outra novidade se referia ao próprio grupo que acompanhou Elvis no palco. Aqui temos a participação de Larrie Londin, considerado por muitos melhor baterista até do que o titular e costumeiro Ronnie Tutt. Outra novidade foi a presença de Shane Keister nos teclados. Com banda renovada Elvis partiu para essa verdadeira maratona de shows pelos Estados Unidos, cruzando o país de costa a costa, em apresentações quase ininterruptas. Em 1976 ele certamente cumpriu uma das agendas de concertos mais puxados de toda a sua carreira. Endividado, Elvis teve que trabalhar como nunca.

Como sempre, o cantor alternou momentos de descontração com outros de seriedade nas interpretações, sendo destaque sua performance em canções como "You Gave Me A Mountain", "America The Beautiful", "And I Love You So" e a sempre memorável "Hurt". Já em relação aos seus antigos clássicos roqueiros os destruiu sem dó e nem piedade, trazendo uma incrível sucessão de interpretações péssimas, sem qualquer capricho ou respeito. Geralmente cantando a meia voz, sem ligar para a letra (se estava certa ou errada), Elvis parecia usar seu antigo repertório como uma espécie de piada de mau gosto. Pouco se importando em cantar hits como "Teddy Bear / Don't Be Cruel" da maneira certa. Outro aspecto vem das apresentações infindáveis de seus músicos. Elvis usava isso para descansar, geralmente fora do palco, enquanto seus músicos tentavam dar conta do recado praticamente sozinhos. Como complemento o CD trazia um encarte especial com 16 páginas, com muitas fotos do concerto realizado pelo cantor naquela ocasião.

Elvis Presley - A New Kind Of Rhythm (2007)
01 - Introduction: Also Sprach Zarathustra 0:36 ; 02 - C.C. Rider 4:06 ; 03 - I Got A Woman / Amen 4:37 ; 04 - Love Me (w/false start) 1:57 ; 05 - Let Me Be There 2:48 ; 06 - Love Me Tender 1:44 ; 07 - Steamroller Blues 3:03 ; 08 - All Shook Up 1:00 ; 09 - Teddy Bear / Don't Be Cruel 2:05 ; 10 - You Gave Me A Mountain 3:23 ; 11 - Polk Salad Annie 3:41 ; 12 - Introductions by Elvis of vocalists, band (incomplete) 0:39 ; 13 - What I'd Say? (James Burton) 0:47 ; 14 - Drum solo (Larrie Londin) 0:43 ; 15 - Bass solo (Jerry Scheff) 1:00 ; 16 - Piano solo (Shane Keister) 0:59 ; 17 - Electric piano solo (David "Bobby" Briggs) 0:45 ; 18 - Introduction by Elvis of orchestra 0:18 ; 19 - School Day (Joe Guercio Orchestra) 0:59 ; 20 - And I Love You So (w/false start) 4:00 ; 21 - Hurt 2:17 ; 22 - Hurt (full reprise) 2:11 ; 23 - Emergency Announcement (Elvis) 0:29 ; 24 - Burning Love 3:05 ; 25 - America The Beautiful 2:12 ; 26 - Hound Dog 1:58 ; 27 - Funny How Time Slips Away 3:07 ; 28 - Can't Help Falling In Love 1:49 ; 29 - Closing vamp 1:14 ; 30 - "Elvis Has Left The Building" and Final Announcements (Al Dvorin) 3:10

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - I'll Remember You

Elvis Presley - I'll Remember You
Soundboard gravado nos dias 02 e 03 de fevereiro de 1973 em Las Vegas. Essa temporada sucedeu o grande "Aloha From Hawaii" e trouxe um Elvis doente, exausto e sem interesse. Essa triste situação era até bem fácil de compreender. Depois do "Aloha" as temporadas em Las Vegas soavam completamente sem interesse ou sentido para o cantor. Ele tinha esperanças (e muita vontade) de realizar uma grande turnê pela Europa. Vivia falando em fazer shows em Londres ou Paris. Isso porém jamais aconteceria.

O Coronel Parker era um empresário mal-intencionado e limitado intelectualmente. Ao invés de levar o show de Elvis aos palcos do mundo (algo que todos os grandes astros da época faziam) ele preferiu afundar Elvis em mais uma previsível, tediosa e chata temporada em Vegas. Tudo para esconder o fato de que era um imigrante ilegal que não poderia ter passaporte e nem viajar para outros países. Uma situação absurda e surreal. Sem condições adequadas de saúde (afinal Elvis havia sido salvo de uma overdose acidental após o show no Havaí) e completamente frustrado, ele subiu ao palco naquela temporada sem qualquer vontade de realizar boas apresentações.

O Elvis da temporada de 1973 em Las Vegas soa como um burocrata tendo que bater o ponto. Poucas músicas novas foram adicionadas ao repertório (Elvis não queria mais ensaiar) e os concertos fatalmente caíram no tédio absoluto. Um colunista da cidade chegou a escrever na época: "Elvis parece mais desinteressado do que nunca. Ele não demonstra mais a boa vontade e o prazer de cantar das temporadas anteriores. Geralmente anda esquecendo as letras das músicas e tudo parece transcorrer ao acaso. Elvis também precisa prestar mais atenção nos longos monólogos que anda fazendo. Ao invés de cantar ele fica falando demais entre as canções. As piadas estão repetidas, o que foi mais um fator negativo que me fez não gostar desse show".

O Coronel Parker mandou os membros da máfia de Memphis esconderem as críticas negativas, o que foi muito ruim. Se Elvis tivesse conhecimento do que andavam falando dele na imprensa certamente ele teria melhorado a qualidade de suas apresentações. Enfim, diante disso o que temos aqui é mais um lançamento sem grandes novidades, soando realmente banal, com Elvis em controle remoto, bem apático. Data de lançamento: 08 de dezembro de 2008.

Elvis Presley - FTD I'll Remember You
1. See See Rider 2. I Got A Woman / Amen 3. Until It's Time For You To Go 4. You Don't Have To Say You Love Me 5. Steamroller Blues 6. You Gave Me A Mountain 7. Fever 8. Love Me 9. Blue Suede Shoes 10. Love Me Tender 11. Johnny B. Goode 12. Hound Dog 13. What Now My Love 14. Suspicious Minds 15. Introductions By Elvis 16. I Can't Stop Loving You 17. American Trilogy 18. Can't Help Falling In Love Bonus Song: 19. Sweet Caroline (Midnight Show, Feb.2) 20. I'll Remember You (Dinner Show, Feb.3)

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Elvis Presley - An American Trilogy

Esse CD traz mais uma temporada de Elvis Presley no Las Vegas Hilton. Gravado em janeiro e fevereiro de 1972 essa temporada de apresentações pode ser considerada um bom momento na carreira de Elvis em Vegas, tanto que o cantor finalmente, após um bom tempo, trouxe finalmente canções inéditas para o seu repertório como "It's Impossible", "It's Over", "The Impossible Dream" e claro, "American Trilogy". Essa última canção, na verdade uma verdadeiro trilogia de músicas históricas, acabaria se tornando símbolo da carreira de Elvis durante a década de 1970.

Talvez esse seja um dos últimos momentos de renovação relevante de Elvis nos palcos durante os anos 70. Dentro de pouco tempo Elvis entraria em um turbilhão pessoal do qual nunca mais conseguiria se recuperar. O fim de seu casamento com Priscilla, ainda mais vindo de uma traição por parte dela com o instrutor de caratê Mike Stone, abalou demais Elvis do ponto de vista psicológico. Isso o atingiu em cheio, a ponto de praticamente destruir sua auto estima. Para manter o pique dos shows e viagens bem no meio dessa crise pessoal levou Elvis a usar quantidades bem maiores de remédios (drogas) que foram minando sua saúde, tanto física como mental.

Essa temporada em Las Vegas ainda não trazia sinais do degaste de Elvis por causa de todos esses acontecimentos. Por isso os shows são bons,  bem interessantes. Há ainda um claro envolvimento de Elvis com seu público, numa relação que poderia ser qualificada como um encontro de amigos. Outro fato que chama a atenção é que Elvis ainda se esforçava muito para agradar, sempre brincando, contando piadas, tentando manter o astral alto. Parecia estar de bem com a vida, bem humorado e sorridente. Foi mesmo o último sinal de tranquilidade antes da tempestade. Essa talvez seja também a última temporada sem acontecimentos desagradáveis por parte de Elvis. Em 1973, por exemplo, ele faria uma péssima temporada e em 1974 daria margem a discursos desconexos e até mesmo xingamentos em pleno palco de Las Vegas, aparecendo visivelmente drogado no palco. Por isso deixo a recomendação desse CD, um registro do grande cantor antes da queda que iria se iniciar em breve. Data de lançamento: 1º de abril de 2007.

Elvis Presley - FTD An American Trilogy
An American Trilogy - Also Sprach Zarathustra (2/15/72 MS) See See Rider (2/15/72 MS) Proud Mary (2/15/72 MS) Never Been To Spain (2/15/72 MS) You Gave Me A Mountain (2/15/72 MS) Love Me (2/15/72 MS) All Shook Up (2/15/72 MS) Teddy Bear / Don't Be Cruel (2/15/72 MS) Hound Dog (2/15/72 MS) Little Sister / Get Back (2/14/72 MS)* It's Impossible (2/16/72 MS)* It's Over (2/17/72 DS)* The Impossible Dream (2/16/72 MS)* A Big Hunk O' Love (2/14/72 MS)* An American Trilogy (2/14/72 MS) Can't Help Falling In Love (2/15/72 MS) Closing Riff (2/15/72 MS) Until It's Time For You To Go (1/26/72 OS) Polk Salad Annie (1/26/72 OS) One Night (1/26/72 OS) Bridge Over Troubled Water (1/26/72 OS) Lawdy Miss Clawdy (1/26/72 OS) I'll Remember You (1/26/72 OS) Suspicious Minds (1/26/72 OS) * Versões inéditas.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Always On My Mind

Com a chegada do CD no mercado a gravadora de Elvis Presley começou a lançar novas coletâneas produzidas especialmente para esses novos tempos. Capas foram criadas - algumas bem exageradas, outras mais bonitas - e novas seleções de repertório foram elaboradas pelos executivos. Alguns desses álbuns foram lançados inicialmente no exterior - como no Japão, por exemplo. A despeito da nova roupagem o fato é que não havia nada de novo em termos de música, uma vez que a gravadora estava visando mesmo formar uma nova geração de fãs e não agradar aos colecionadores mais veteranos. Foi uma época bem fraca em termos de novidades, pois pelo menos até aquele momento a gravadora se limitava a apenas lançar uma coletânea atrás da outra, sem grandes atrativos para os colecionadores.

Esse "Always On My Mind" aproveitava o sucesso mundial tardio da música título que na época da carreira de Elvis não havia se destacado, sendo lançada como mero lado B de um single com "Separate Ways". A RCA apenas aproveitou a capa do álbum "Elvis" de 1973 e criou essa direção de arte bem moderna, vamos colocar dessa forma. O repertório é todo baseado entre o final dos anos 60 e a década de 70. Teria sido mais interessante se a RCA tivesse selecionado apenas canções gravadas por Elvis durante as sessões de gravação em estúdio realizadas para o filme "Elvis On Tour". Havia material suficiente para compor um álbum e isso iria manter um certo contexto histórico entre as faixas. Infelizmente não foi bem isso que aconteceu.

Da fase final da carreira de Elvis pincelaram as canções "Unchained Melody" (do álbum Moody Blue), "Bitter They Are, Harder They Fall". "Solitaire" e "Hurt" (do disco "From Elvis Presley Boulevard"). Depois preencheram tudo com músicas de discos diversos da carreira do cantor como "I've Lost You" (do That´s The Way It Is) e "My Boy" (de 1974, do "Good Times"). Basicamente foi isso. Mesmo na época de lançamento desse CD no Brasil, quando o Compact Disc ainda era uma grande novidade tecnológica, ele não chegou a me interessar. Como um fã de Elvis que estava mais focado em sua discografia oficial ele não me chamou maior atenção. Para admiradores ocasionais e marinheiros de primeira viagem porém pode até ter servido como cartão de visitas do tipo de som que Elvis fazia em seus momentos finais. Sob esse ponto de vista até tinha seu valor comercial.

Elvis Presley - Always On My Mind (1985)
1. Separate Ways
2. Don't Cry Daddy
3. My Boy
4. Solitaire
5. Bitter They Are, Harder They Fall
6. Hurt
7. Pieces Of My Life
8. I Miss You
9. It's Midnight
10. I've Lost You
11. You Gave Me A Mountain
12. Unchained Melody
13. Always On My Mind

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de novembro de 2005

Elvis Presley - Stereo 57 Essential Elvis Volume 2

Na transição entre o vinil e o CD, a detentora dos direitos autorais de Elvis na época (a BMG da Alemanha) resolveu lançar uma nova coleção do cantor que pegou muitos fãs de surpresa. Para entender o impacto que esses discos tiveram (eles foram lançados tanto em versão vinil como Compact Disc) é interessante situar o leitor dentro do contexto histórico de seu lançamento. Estou falando de uma época particularmente ruim para quem gostava de Elvis, quando os discos em catálogo eram poucos e escassos, com raros LPs disponíveis aos fãs. Elvis parecia meio esquecido comercialmente, principalmente pela própria RCA que naquele momento deixava de existir, sendo incorporada por multinacionais estrangeiras.

No meio do limbo estava justamente a discografia de Elvis, sendo que ninguém ao certo sabia com quem iria parar os direitos de lançamento de seus títulos. Nesse meio termo realmente os álbuns de Elvis sumiram das lojas e isso em praticamente todo o mundo. Encontrar álbuns novos assim nas lojas, com tanto cuidado técnico, cheio de novidades e direção de arte de primeira qualidade, era algo realmente surpreendente. Eram certamente lançamentos caprichados, com capa dupla, bela direção de arte interna (que procurava capturar a essência dos discos originais de Elvis lançados na década de 1950), tudo embalado com tratamento sonoro de primeira linha. Várias gravações foram resgatadas dos velhos arquivos da RCA Victor em Nova Iorque. Eram takes realmente inéditos, algo que até aquele momento havia sido pouco explorado pela gravadora do cantor. Na realidade se formos pensar bem esses discos acabaram sendo se tornando o verdadeiro embrião da coleção FTD (Follow That Dream) que iria revolucionar a discografia de Elvis de maneira absoluta nos anos seguintes.

O vinil também tinha outra novidade interessante, mesclando faixas em Stereo com gravações Mono. Poucos sabem, mas quando essas gravações de Elvis chegaram pela primeira vez ao mercado (no ano de 1957) o Stereo era uma novidade absoluta no mercado fonográfico. O padrão era o Mono, pois esse sistema era o mais popular e difundido, principalmente por causa dos equipamentos de som que eram os mais comprados pelo consumidor médio. A experiência do Stereo exigia uma nova tecnologia de gravação, algo que a RCA já possuía naquela época porque afinal era uma das gravadoras mais ricas e dominantes do cenário comercial. Elvis realizou assim suas primeiras experiências no novo sistema justamente com essas faixas que estão no disco. A RCA para promover a novidade adotou o lema do "Living Stereo".

A seleção musical mistura várias canções que acabaram sendo usadas como bônus songs na trilha sonora do filme "Loving You" com canções gospel que fariam parte do compacto duplo "Peace In The Valley". Fora as músicas avulsas que foram lançadas como singles de grande sucesso - como o hit "All Shook Up" aqui em versão Mono, para que o ouvinte tivesse a exata sensação de como a música soava em seu lançamento, no compacto simples original. Para quem gostava de Elvis e boa música, não poderia mesmo haver nada melhor. Um grande lançamento que mudou para sempre a forma como as grandes gravadoras começariam a enxergar o legado de Elvis dentro do mercado atual.

Elvis Presley - Stereo 57 Essential Elvis Volume 2
1. I Beg Of You (Take 1)
2. Is It So Strange (Take 1)
3. Have I Told You Lately That I Love (Take 2)
4. It Is No Secret (What God Can Do) (Takes 1,2,3)
5. Blueberry Hill (Take 2)
6. Mean Woman Blues (Take 14)
7. There'll Be Peace In The Valley (Takes 2,3)
8. Have I Told You Lately I Love You (Take 6)
9. Blueberry Hill (Take 7)
10. That's When Your Heartaches Begin (Takes 4,5,6)
11. Is It So Strange (Takes 7,11)
12. I Beg Of You (Takes 6,8)
13. Peace In The Valley (Take 7)
14. Have I Told You Lately That I Love You (Takes 12,13)
15. I Beg Of You (Take 12)
16. I Believe (Take 4) (Bonus Mono Track)
17. Tell Me Why (Take 5) (Bonus Mono Track)
18. Got A Lot O' Livin' To Do! (Take 9) (Bonus Mono Track)
19. All Shook Up (Take 10) (Bonus Mono Track)
20. Take My Hand, Precious Lord (Take 14) (Bonus Mono Track)

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Pot Luck Outtakes

O lançamento do CD FTD Pot Luck por parte do selo Follow That Dream trouxe aos fãs de Elvis a oportunidade de ouvir as sessões de gravação desse álbum. Não se trata apenas de conferir as canções oficiais que fizeram parte do disco original de 1962, mas ir além, conferindo os takes alternativos, os takes que não foram usados. O processo de criação de uma versão ideal, oficial, em estúdio, é dos mais interessantes e ouvir CDs como esse é extremamente curioso para o fâ de Elvis.

Veja o caso dos takes 1 e 3 de "Easy Question". Antes da faixa começar Elvis tira uma onda, fazendo uma voz engraçada - provavelmente imitando o personagem Pernalonga dos desenhos animados. As primeiras versões dessa canção são bem diferenciadas em seu tempo e ritmo - pois são bem mais lentas, quase parecendo uma outra canção. Curiosamente o vocal de Elvis segue seu caminho, praticamente intacto ao que ouvimos no disco vinil original dos anos 60. Elvis era craque, pois mesmo com a banda fora de compasso ele conseguiu um ótimo resultado vocal. É um típico caso em que a banda não ajuda muito, mas o cantor vai em frente, tentando encontrar o caminho certo.

Os takes 4 e 9 de "Fountain Of Love" são bem parecidos nesse aspecto, porém devo confessar que eles combinam muito bem com a sonoridade latina - espanhola da composição. A versão que ouvimos, a oficial que estamos acostumados, era bem mais rápida. O som ibérico porém exige uma certa preguiça, vamos colocar assim, um tipo de sesta sonora. Assim devo dizer que essas versões iniciais são extremamente belas em sua execução. Poderiam fazer parte de qualquer CD oficial do Rei sem que ninguém nem ao menos se apercebesse que eram meros takes alternativos, inacabadas de estúdio, tamanha a boa performance de Elvis.

"Just For Old Times Sake" é uma das baladas mais bonitas da carreira de Elvis. Nesse CD ouvimos três takes - 2, 3 e 4. O primeiro take aliás é absurdamente interrompido pelo produtor pois Elvis estava perfeito. No take 3 quem erra e perde o tempo da música é o próprio Elvis. Bobagem, poderia ter seguido em frente, isso se Elvis não fosse tão perfeccionista. O take 4 traz um pequeno erro de introdução, mas o produtor nem se abala e não interrompe o take que segue em frente com perfeição. Elvis era realmente um talento raro. Duvida disso? Ouça takes como esse para entender.

Pablo Aluísio.