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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Marcados Pela Guerra

Título no Brasil: Marcados Pela Guerra
Título Original: Camp X-Ray
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: IFC Films
Direção: Peter Sattler
Roteiro: Peter Sattler
Elenco: Kristen Stewart, Peyman Moaadi, Lane Garrison
  
Sinopse:
Amy Cole (Kristen Stewart) é uma jovem recruta do exército americano que é enviada para trabalhar como guarda de segurança na prisão militar de segurança máxima de Guantánamo. Entre suas funções está a de fazer vistorias e plantões no corredor das celas onde estão presos alguns dos mais perigosos terroristas internacionais. Na rotina de seu serviço ela acaba se aproximando aos poucos do prisioneiro Ali (Peyman Moaadi), um sujeito culto e instruído, que amarga uma longa reclusão. Ela não é informada das acusações que são feitas ao detento e ele não simpatiza com a nova guarda simplesmente por ela ser americana. Nada disso porém evita que ambos acabem criando com o tempo uma aproximação, mesmo que precária e fora das regras da prisão. Filme indicado ao Sundance Film Festival na categoria de Melhor Drama.

Comentários:
Inicialmente você pensa que vai assistir a mais uma fita daquelas bem ufanistas, ao estilo patriotada americana. Aos poucos porém você vai entendendo que está assistindo a um bom filme, que se concentra mesmo na amizade e no calor humano que pode surgir nos momentos e nas ocasiões mais improváveis. A recruta Amy é uma peça chave nessa trama. Ela sai de uma cidadezinha na Flórida, sem muito preparo intelectual ou cultural e acaba conhecendo um prisioneiro acusado de terrorismo na super fechada prisão de Guantánamo. O sujeito tem uma grande bagagem cultural, tendo estudado na Alemanha onde se tornou professor universitário. Supostas ligações com grupos terroristas porém destruíram sua carreira e sua vida. Levado para a prisão de Guantanamo ele se torna mais um prisioneiro sem julgamento, um condenado sem sentença! 

O roteiro deixa de lado os aspectos jurídicos mais absurdos dos que estão confinados naquela prisão militar (como, por exemplo, o fato de nunca terem sido julgados adequadamente como determina todas as convenções e leis do mundo ocidental) e parte para uma outra abordagem. Ao invés de ficar discutindo o ponto de vista legal das prisões, o roteiro se concentra mesmo na inusitada aproximação entre a recruta americana e o detento árabe. Sem forçar a barra e nem criar situações melosas, o argumento funciona muito bem. A militar Amy também demonstra ter pouca aproximação ou familiaridade com seus próprios colegas de farda, muitos deles sujeitos rudes e pouco éticos. Assim ela acaba encontrando amizade e humanidade não entre os seus pares, mas no prisioneiro Ali. Com esse tipo de narrativa inteligente o jogo acaba sendo praticamente vencido. Com bom roteiro (bem humano aliás), boas atuações e uma história simples que funciona muito bem, "Camp X-Ray" acaba se revelando bem melhor do que inicialmente se pensava. Um ótimo programa que além de entreter também levanta questões bem importantes. Para assistir e se pensar depois sobre tudo o que foi visto na tela. Está devidamente recomendado.

Pablo Aluísio.