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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Paul Anka - Diana

Paul Anka fez parte da geração pasteurizada que tomou de assalto às paradas americanas com a crise que o rock ´n´ roll enfrentou em fins dos anos 1950. De repente todos os grandes ídolos estavam afastados de suas carreiras de roqueiros (Elvis no exército, Chuck Berry na cadeia, Buddy Hole morto em acidente de avião, etc, etc). Para cobrir a lacuna deixada as gravadoras apostaram numa série de jovens brancos de boa aparência, todos de classe média, sem postura rebelde ou ameaçadora. Simbolizavam os namorados perfeitos das garotas de meia soquete que frequentavam o high school. Era a forma que o rock (se é que podemos chamar isso de rock) encontrou para sobreviver à sua própria crise. De todos os hits que Paul Anka gravou esse é certamente um dos mais populares (inclusive no Brasil onde ganhou versão de sucesso na voz do excelente cantor brasileiro Carlos Conzaga). A canção foi escrita de forma modesta, sem qualquer pretensão, em um caderno escolar. Existem duas versões para a inspiração de sua composição. A primeira foi divulgada pelo cantor Don Costa que disse ter sido inspirada em uma amiga de escola do próprio Paul Anka chamada Diana Ayoub. Já o próprio Anka afirmara certa vez que a verdadeira Diana era uma garota linda que ele mal conhecia e que frequentava sua igreja. Ele teria nutrito uma paixão platônica por ela que durou anos e anos, mas quando finalmente teve a chance de conversar com a garota ficou tão nervoso que mal conseguiu falar meia dúzia de palavras. 

Já que não conseguiu falar o que sentia por ela pessoalmente, cara a cara, resolveu desabafar na própria música, que é muito bonita e tem linda melodia. Claro que por se enquadrar em determinados limites comerciais da época "Diana" passa longe de ser revolucionária ou inovadora. É bem na média do que era produzido e gravado naquela virada de década, principalmente por essa geração de bons rapazes modelos com seus ternos impecáveis e sorrisos Colgate. Como Anka não tinha ainda um grande nome dentro da indústria a música foi lançada antes com Don Costa nos vocais em maio de 1957. Paul Anka ficou tão mal em ver sua querida música na voz de outro cantor que se apressou em também gravar sua própria versão que chegou nas lojas americanas apenas dois meses depois do lançamento original. Para sua sorte foi justamente o seu single que caiu no gosto popular, chegando ao incrível number one da parada Billboard em poucos dias, transformando Paul Anka em astro literalmente da noite para o dia. De repente o jovem desconhecido estava se apresentando em programas de rádio, TV e cinema. Quando atingiu a incrível marca de nove milhões de cópias vendidas Paul Anka se convenceu que iria se tornar o novo Elvis Presley, mas para seu azar ele logo perceberia também que era apenas mais um dos "maiores cantores de todos os tempos da última semana", ou seja, artistas que surgiam tão rapidamente quanto sumiam. Os novos tempos acabavam de inventar o astro descartável de plástico.

Pablo Aluísio.