Quanto Raul Seixas gravou esse disco (o primeiro de sua carreira) ele era apenas um jovem baiano cheio de sonhos e esperanças de fazer sucesso pelo Brasil afora. Ao ouvir o álbum vemos claramente que Raul tentava, ao lado de seus companheiros de banda, embarcar na onda da jovem guarda. O disco é claramente nesse sentido, com sonoridade bem de acordo com esse movimento musical que fazia grande sucesso no Brasil na época. Só que um artista como Raul jamais ficaria preso numa caixinha, afinal ele era mesmo um cantor e compositor fora da casinha! Tanto isso é verdade que quando você ouve o disco percebe logo que há uma estranha mistura aqui. A sonoridade é da jovem guarda, mas algumas das letras traz toques de pura filosofia! Além disso que artista poderia arriscar de cara uma versão de um dos grandes clássicos psicodélicos dos Beatles logo em seu disco de estreia? E todos vestidos de figurino dos Beatles na primeira fase! Só o maluco beleza mesmo para ter esse tipo de ousadia.
Infelizmente o disco não fez qualquer sucesso. Como explicaria anos depois numa entrevista, Raul foi percebendo que a gravadora não iria fazer nada pelo disco. Não trabalhou para promover o álbum, não enviou cópias para as rádios, não fez nada. Com isso o disco não vendeu nada. A filial brasileira da EMI apenas gravou o disco para preencher uma cota de LPs que a matriz inglesa exigia. Foi feito apenas para constar no catálogo. Uma pena! Logo o primeiro disco de um dos maiores roqueiros do Brasil ser tratado assim com tanto desprezo pela gravadora. De qualquer forma Raul não iria desistir. Ele continuaria no Rio, trabalhando como produtor na CBS, até o dia em que finalmente teria sua grande chance para mostrar seu talento musical, só que dessa vez como artista solo. O resto é história!
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Pablo Aluísio.
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ResponderExcluirPablo Aluísio.