sexta-feira, 22 de julho de 2011

A-ha - Minor Earth Major Sky

Depois do lançamento do álbum "Memorial Beach" em 1993 o grupo A-ha resolveu dar um tempo. Embora tenha sido um disco (em minha opinião) realmente maravilhoso, com uma sonoridade singular, não vendeu bem e decepcionou comercialmente. Assim o grupo resolveu dar uma parada para repensar. Os membros do trio viram que era uma boa chance para colocar em prática velhos projetos solos. Pal Waaktaar deu começo nas atividades do Savoy, Morten Harket resolveu gravar um álbum solo, enfim todos decidiram que era hora de tentar criar algo por si mesmos.

Durante sete anos em que o A-ha ficou hibernando houve muita especulação, inclusive de que o conjunto havia finalmente acabado. Ledo engano. Em 2000 eles voltaram com "Minor Earth Major Sky". É um trabalho de ruptura com o que eles tinham feito antes. Os dias do pop radiofônico tinham ficado para trás. Para falar a verdade assim como aconteceu com "Memorial Beach" antes, esse novo disco do A-ha também soava como algo completamente novo, fora das amarras e das regras da indústria fonográfica, sempre tão preocupada com o sucesso comercial a todo custo.

"Minor Earth Major Sky" foi recebido pela crítica com reservas. Na verdade o A-ha, por ter sido uma banda de sucesso nos anos 80, sempre foi encarado com uma boa dose de preconceito. Bobagem completa. São músicos e compositores talentosos que sempre criaram uma base sonora muito própria. Nesse disco temos um exemplo perfeito disso. As gravações foram extenuantes, com o uso de nada mais, nada menos, do que seis produtores diferentes! (a saber: Kjetil Bjerkestrand, Millenia Nova, Ras, Roland Spremberg, Andre Tanneberger e Pal Waaktaar).

Como era de se esperar em um grupo que ficou tanto tempo parado também havia um farto material à disposição. Com receios de cortes o A-ha optou por colocar praticamente tudo o que havia disponível e isso rendeu um álbum longo (com quase 60 minutos de duração) e 16 novas canções gravadas (que foram lançadas na íntegra no mercado russo e japonês*). Também houve o lançamento de seis singles do álbum, um recorde para o A-ha. No saldo final é um disco essencial para quem admira o trabalho do grupo. Realmente de muito bom gosto e com um tipo de som que seria único, mesmo se compararmos com outros discos da banda.

A-ha - Minor Earth Major Sky (2000)
Minor Earth Major Sky
Little Black Heart
Velvet
Summer Moved On
The Sun Never Shone That Day
To Let You Win
The Company Man
Thought That It Was You
I Wish I Cared
Barely Hanging On
You'll Never Get Over Me
I Won't Forget Her
Mary Ellen Makes the Moment Count
Summer Moved On (remix) *
Minor Earth Major Sky (remix) *
Velvet (Stockholm mix) *

Pablo Aluísio.
 

The Beach Boys - Surfin' Safari

O primeiro single da carreira dos Beach Boys foi "Surfin' / Luau" lançado em novembro de 1961. Na verdade muitos consideram quase uma demo, gravado de forma praticamente amadora e lançado pelo pequeno selo X Records. Nada, mas nada relevante. O bom foi que o disquinho acabou caindo nas mãos de um executivo da poderosa Capitol Records, Murry Wilson, que viu potencial naquele som. Afinal o Surf era uma moda entre os jovens e aquele som ideal para rolar nas praias estava vendendo como nunca. As gravadoras porém queriam grupos de surf music em que houvesse belos vocais pois o gênero sobrevivia praticamente apenas de músicas instrumentais. Aquele som daqueles jovens desconhecidos poderia suprir esse vazio que o mercado queria ocupar. Os garotos do Beach Boys não faziam média, não queriam criar nenhuma obra prima musical, só desejavam mesmo cantar sobre praias, garotas e surf! Claro que a indústria há muito tempo procurava por algo assim. Foi mesmo uma excelente parceria que renderia ótimos frutos comerciais. Contratados, o grupo se reuniu no ótimo World Pacific Studios e deu origem propriamente em sua carreira profissional. O resultado foi melhor do que esperado.

Apesar de ter sido apenas o primeiro single nacional dos Beach Boys "Surfin' Safari" imediatamente caiu no gosto de seu público alvo, os jovens californianos, que passavam o dia na praia pegando onda, namorando e vendo o sol se por. A incrível vocalização alcançada pelo grupo, aliado a um delicioso acompanhamento instrumental acertou em cheio nas paradas. Para uma banda jovem que era completamente desconhecida, o décimo quarto lugar alcançado na primeira semana de lançamento na prestigiada Billboard Hot 100 representou uma vitória e tanto para os rapazes. A Capitol tinha grandes planos para os Beach Boys, principalmente a gravação de um álbum e esse single serviu como um termômetro do mercado, para sentir até onde aquele som poderia ir. Os meses que viriam demonstrariam a força comercial dos Beach Boys. Aliás quando ocorreu a invasão britânica nas paradas americanas com a chegada dos Beatles foram eles, os Beach Boys, a única esperança do rock americano em combater os ingleses, luta essa em que eles se apresentaram muito bem, mostrando que o bravo rock Made in USA ainda sobrevivia e era forte o suficiente para bater com os quatros cabeludos de Liverpool de frente! E pensar que no começo os Beach Boys só queriam mesmo um lugar ao sol...

Pablo Aluísio.

 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Roy Orbison - Only the Lonely

Viver na década de 1960 deveria ser uma maravilha. Você ligava o rádio de seu carrão rabo de peixe e de repente surgia o Roy Orbison cantando "Only the Lonely" na programação, música que estava em primeiro lugar entre as mais vendidas da quente lista Billboard Hot 100. Olhando para trás podemos perceber bem que Roy Orbison foi um herói improvável. Míope, com visual careta (até para aquela época), de uma timidez incrível, o cantor e compositor superou todos esses problemas para se tornar um dos mais admirados músicos da história americana. Tudo o que lhe faltava em termos de visual lhe sobrava em talento. Quando Roy Orbison abria a boca para cantar não havia mais como lhe ignorar. Era aquele tipo de melodia que tocava fundo na alma. Roy sempre foi considerado um dos mais sentimentais e profundos intérpretes da música daquele país. Suas letras também tinham um sentimento único, quase insuportável para quem estava passando por alguma crise amorosa.

Esse single "Only the Lonely" foi um de seus grande hits. A letra é incrível pois consegue passar uma bela mensagem mesmo usando uma poesia das mais simples. A canção quase foi gravada por Elvis Presley. A RCA apostava que ela poderia ser gravada por Elvis em suas primeiras sessões depois de voltar do exército mas por um motivo ou outro o astro não as gravou. Em compensação quando Roy Orbison finalmente resolveu gravá-la acabou levando para a sessão vários músicos que tocavam com Elvis, como por exemplo o baixista Bob Moore, o pianista Floyd Cramer e a dupla de guitarristas preferida do rei, Hank Garland e Harold Bradley. Com tantos feras ao seu lado nem é preciso dizer que a gravação ficou ótima, maravilhosa até! O próprio Roy Orbison reconheceria isso anos depois a citando em uma entrevista como um de seus melhores trabalhos de estúdio. Se a balada romântica dos 60´s teve um nome ela certamente foi "Only the Lonely"! Uma canção que marcou época!

Roy Orbison - Only the Lonely (1960)
Categoria: Single
Lado A: Only the Lonely / Lado B: Here Comes That Song Again
Selo: Monument Records 
Autores: Roy Orbison, Joe Melson
Data de Lançamento: Maio de 1960.

Pablo Aluísio.

John Lennon - Imagine / It's So Hard

O single mais vendido da carreira solo de John Lennon. Não é para menos. "Imagine" é o seu hino pessoal definitivo, a canção que o marcaria para sempre - e isso levando-se em conta inclusive sua obra ao lado dos Beatles. O grande diferencial foi sua letra propondo um mundo utópico, sem guerras, sem fronteiras, sem religiões e nem ideologias, mas em paz! A melodia também era extremamente bem composta, toda escrita em piano. Curiosamente Lennon a compôs assim, bem simples, crua até, mas muito bonita.

O produtor Phil Spector ainda quis convencer Lennon a adicionar orquestração de fundo na canção pois a achava com "jeito de demo" mas Lennon depois de pensar muito desistiu de mexer em sua simplicidade cativante. Acertou em cheio. A música, composta no grande piano de cauda branca de John, nasceu tal como foi gravada e foi justamente nisso que residiu sua beleza à prova de críticas.

E por falar em crítica é de se admirar que "Imagine" foi bem malhada quando chegou nas lojas. As resenhas negativas não atacavam seu arranjo e nem muito menos sua linda harmonia, mas sim a ideologia por trás da letra. Para muitos Lennon nada mais era do que um subversivo propondo soluções perigosas e até infantis para os problemas do mundo. O curioso é que não houve consenso sobre qual seria a verdadeira ideologia por trás daqueles versos. Era uma música anarquista? Socialista? Pagã? As hipóteses eram as mais variadas possíveis e isso intrigou Lennon profundamente pois ele queria escrever suas canções da forma mais direta possível, sem arroubos obscuros à la Bob Dylan - que ele tinha deixado para trás desde o fim dos Beatles.

Causava estranheza a ele o fato das pessoas não conseguirem captar a verdadeira mensagem por trás da canção. Para o governo americano porém "Imagine" trazia uma perigosa mensagem para a juventude. O presidente Nixon o colocou em sua lista negra e Lennon passaria a ser investigado e acompanhado por agentes do FBI. Tempos obscuros viriam para o cantor... e pensar que tudo começou com essa simples mensagem pacifista do bem intencionado John Lennon naqueles momentos turbulentos pelo qual o mundo passava.

Pablo Aluísio.

 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Bob Dylan - Positively 4th Street

Um dos melhores singles da carreira de Bob Dylan, praticamente uma homenagem à sua querida Nova Iorque, pois o título faz referência à rua onde ele morou na cidade. A letra, mais uma vez muito direta e bem escrita pelo cantor e compositor, foi feita com raias de sinceridade para uma antiga "amiga" sua que o tinha apunhalado pelas costas, falando mal dele para amigos em comum.

Afinal de contas quem pode dizer que nunca sofreu por se envolver com falsas amizades na vida? Ora, certamente ninguém. Por essa época Dylan estava em uma fase de influenciar os Beatles ao mesmo tempo em que era influenciado. Essa sua técnica de escrever letras pessoais, que falassem de sua vida e de acontecimentos cotidianos, seria aproveitada por John Lennon em suas futuras composições, pois para ele já não era suficiente escrever canções generalistas sobre amores adolescentes.

Inicialmente Dylan pensou em usar a música no álbum "Highway 61 Revisited" mas depois mudou de opinião pois a seleção musical daquele disco lhe pareceu definitiva e muito bem organizada. Não havia espaço ali sem quebrar uma certa lógica interna entre as faixas. Como Dylan não a queria mais encaixar em nenhum outro disco - ele já tinha composto praticamente todas as canções que fariam parte de "Blonde on Blonde" - o jeito foi lançar a canção no mercado em forma de single, o que acabou se revelando uma boa ideia pois o compacto logo fez sucesso alcançando ótimas posições nas paradas.

No lado B a Columbia decidiu encaixar "From a Buick 6", outra preciosidade que estava arquivada, e assim Dylan conseguiu mais um belo sucesso de vendas. Anos depois o próprio John Lennon elogiaria bastante tanto a qualidade dessa letra como também a gravação em si, que ele achava simplesmente magistral. Um trabalho de gênio.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Paperback Writer / Rain

Em maio de 1966 os Beatles colocaram no mercado seu novo single. Logo de cara a estranha sonoridade e as letras inovadoras chamaram a atenção da crítica. "Rain", por exemplo, trazia uma nova técnica que andava fazendo a cabeça de John Lennon na época, a reversão sonora, onde tapes eram rodados ao contrário, criando um tipo de som que nas palavras de Lennon lembravam "a voz de um velho cacique americano, um índio antigo". O curioso é que tudo havia acontecido ao acaso. John chegou tarde de uma sessão de gravação e colocou a fita para rodar com as sessões do dia mas como estava muito cansado colocou a fita na posição errada e quando o som começou a sair (ao contrário) ele ficou fascinado com o que ouvia! A letra, escrita exclusivamente por John Lennon era ao estilo Dylan, onde ele procurava com jogos de palavras, falar algo com mais profundidade, em aparentes temas banais, como a chuva, por exemplo.

Se "Rain" era filha do estilo ácido de Lennon, "Paperback Writer" era uma criação quase que exclusivamente de Paul. A ideia da música também surgiu ao acaso quando Paul resolveu ler algumas das centenas de milhares de cartas que lhe eram enviadas todos os dias. Entre elas havia uma interessante, a de um jovem escritor que pedia por uma oportunidade a Paul, embora ele não fosse um editor de livros. McCartney assim pensou que dali poderia surgir música - por que não? Depois de escrever os primeiros rabiscos levou a música para que Lennon desse os retoques finais. O resultado é, mais uma vez, fabuloso! A letra, por sugestão de John, também seguia o estilo Dylan de ser - os Beatles por essa época estavam bem influenciadas pela obra de Bob Dylan, apesar de John ter afirmado que o achava "muito paranoico" para se cultivar uma amizade. Como "Paperback Writer" tinha mais vocação para as rádios acabou fazendo muito mais sucesso do que a exótica "Rain". De uma forma ou outra o single, com dois lados bem distintos entre Paul e John, mostrava muito bem que a simbiose entre os dois é que fazia o segredo da genialidade dos Beatles. Duvida disso? Ora, coloque o single para tocar e tire suas próprias conclusões.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de julho de 2011

A-ha - Hunting High and Low

Esse disco foi lançado em 1985. Curiosamente eu só o comprei dois anos depois, quando finalmente adquiri o terceiro disco da banda e me tornei, não diria um fã, mas um admirador da boa música que esse trio de noruegueses produziu nos anos 80. Esse primeiro disco também trouxe uma espécie de fórmula que iria ser seguido pelo grupo em seus três primeiros discos.

A fórmula consistia em colocar uma bela balada como música título do álbum, seguida de três ou quatro canções pop com aquele tipo de refrão bem pegajoso, de som que você ouve uma vez e nunca mais esquece. Os teclados e os sintetizadores foram também marcas registradas fortes desse período, aliás vou mais longe, são marcas da sonoridade de todos os anos 80, não tem como escapar dessa realidade.

Produzido pela Warner Bros teve uma edição até bem simplória se formos pensar bem. Não havia encarte de letras e nem fotos do grupo, como era comum haver nos anos 80. Sinal que a Warner não resolveu, pelo menos em um primeiro momento, investir muito no trio, pois seu primeiro álbum é mesmo destituído de luxos. De qualquer forma o que realmente vale a pena mesmo é a qualidade das músicas e essas, pode ter certeza, estavam garantidas.

A-ha – Hunting High and Low (1985): Take on Me / Train of Thought / Hunting High and Low / The Blue Sky / Living a Boy's Adventure Tale / The Sun Always Shines on T.V. / And You Tell Me / Love Is Reason / I Dream Myself Alive / Here I Stand and Face the Rain.

Pablo Aluísio.

Jefferson Airplane - Somebody to Love

1967 marcou época por causa do chamado "verão do amor", uma denominação criada por alguns jornalistas especializados em música que tentavam colocar tudo o que estava acontecendo no mesmo caldeirão cultural. Uma visão simplista, até tola, mas que acabou pegando e é usada até nos dias de hoje. No meio do auge da contra cultura, do movimento hippie e do som psicodélico o grupo Jefferson Airplane era uma grata surpresa.

Certamente faziam um som bem ao estilo da época, mas ao contrário de outras bandas mais loucas do cenário musical, procuravam trazer belas melodias para suas músicas e discos. Nada mais natural pois tinham surgido em San Francisco, uma das cidades mais liberais e modernas dos Estados Unidos. Para completar conseguiam se sobressair no meio com inovações dignas de nota, inclusive com a presença de uma vocalista, algo que era pouco comum em bandas de rock da época, pois prevaleciam grupos de rock exclusivamente masculinos. Afinal o que era Grace Slick a não ser uma ótima cantora e uma espécie de Janis Joplin menos desesperada e visceral?

Esse single "Somebody to Love" foi um grande sucesso de vendas, chegando a se destacar na cobiçada parada Billboard Hot 100. A letra refletia de certa maneira o que estava no ar naqueles tempos de muitos cabeludos, farto amor livre e uso indiscriminado de drogas! Hoje em dia o single original é uma raridade no mercado americano e vale alguns milhares de dólares. Restam poucos exemplares, mesmo nas mãos de grandes colecionadores, o que é surpreendente, já que vendeu tão bem.

Diria algum observador mais irônico que um dos problemas centrais da geração hippie era justamente esse, eles nunca ligavam para nada, nem mesmo para sua coleção de discos, por isso muitos deles acabaram perdidos ou jogados na lata de lixo. É de se perguntar como a história dá voltas, pois hoje em dia o que era descartado pelos hippies da época acabou virando artigo de luxo para colecionadores vintage.

Pablo Aluísio.

The Doors - Riders on the Storm

Jim Morrison era apenas um garotinho quando viu uma cena que nunca mais esqueceu. Ele estava viajando ao lado dos pais quando encontraram um caminhão virado de cabeça para baixo, cheio de nativos americanos, após um sério acidente. Vários índios estavam mortos, estirados no chão, agonizantes. Jim contaria anos depois que um dos espíritos o seguiu a partir daquele momento. Era a alma de um velho xamã que estava morto à beira da estrada. Foi justamente pensando nesse episódio de sua vida que levou Jim a compor "Riders on the Storm" que considero uma das melhores gravações da história do rock. Se você acha que Ray Manzarek era apenas um tecladista de churrascaria (como certa vez li numa resenha idiota e estúpida de uma revista inglesa) aconselho a ouvir atentamente essa faixa. Ray usa as notas musicais de seu instrumento para recriar pingos da tempestade caindo pelo chão... um efeito de arrepiar mesmo!

Some-se a isso o estilo cavernoso do vocal de Jim Morrison, naquela altura de sua vida já esgotado por todos os excessos possíveis e imaginaveis e você terá uma obra prima em mãos. "The Changeling" que está no lado B do single certamente não é tão maravilhosa como "Riders on the Storm" mas também mantém um padrão absurdo de qualidade musical. A guitarra de Robby Krieger procura imitar o som de vespas prontas para o ataque! Lembrando que as duas faixas fazem parte do último disco dos Doors com Jim Morrison, o blueseiro "L.A. Woman", um álbum realmente excepcional. Jim barbudo, encarnando como nunca seu alter-ego Mojo Risin, estava endiabrado nas sessões. Entre um excesso alcoólico e outro e foi gravando as canções de forma, diria até, abusiva! Considero Jim um dos maiores vocalistas da história do rock americano, um sujeito que se destacou por colocar sua própria alma em cada gravação que fez. Assim o single "Riders on the Storm / The Changeling" não é apenas uma questão de opção para quem gosta do bom e velho rock daquela geração, mas sim um item obrigatório em qualquer coleção que se preze.

Riders on the Storm (Jim Morrison) - Riders on the storm / Riders on the storm / Into this house we're born / Into this world we're thrown / Like a dog without a bone / An actor out alone / Riders on the storm / There's a killer on the road / His brain is squirming like a toad / Take a long holiday / Let your children play / If you give this man a ride / Sweet family will die / Killer on the road / Girl you gotta love your man / Girl you gotta love your man / Take him by the hand / Make him understand / The world on you depends / Or life will never end / Gotta love your man / Riders on the storm / Riders on the storm / Into this house we're born / Into this world we're thrown / Like a dog without a bone / An actor out alone / Riders on the storm / Riders on the storm / Riders on the storm / Riders on the storm / Riders on the storm.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Frank Sinatra - Duets

Não, Frank Sinatra não dividiu uma cabine de gravação com nenhum outro artista. Ele não ficou face a face com nenhum outro cantor ou cantora na gravação desse álbum. Isso não significa porém que não estamos na presença de um disco maravilhoso, realmente um dos mais belos que já ouvi em toda a minha vida. Usando da tecnologia a voz de Sinatra foi unida a de outros grandes nomes do mundo da música para que o ouvinte pudesse apreciar o que havia de melhor e mais elegante em termos de música quando esse CD foi lançado, por volta de 1993. Eu o comprei apenas alguns anos depois quando o vi em promoção em uma loja de discos (lembram delas? Sim, existiram em um passado não muito remoto).

A mescla da voz de puro jazz de Frank Sinatra com os astros do rock e da pop music do mundo atual, resultou em um maravilhoso baile sonoro. Entre os convidados só medalhões como Barbra Streisand, Julio Iglesias e Bono do U2. Natalie Cole, que havia herdado a bela voz de seu pai Nat King Cole também se destaca, porém minha faixa preferida, dentre todas é "The Lady Is a Tramp" que abre o álbum. Ali, logo na primeira faixa do disco, Sinatra já dá seu cartão de visitas e manda o recado, de que ainda era o bom e velho "The Voice", algo que nem o tempo havia conseguido apagar ou deixar opaco. Quem é rei jamais perde mesmo a majestade.

Frank Sinatra - Duets (1993)
The Lady Is a Tramp
What Now My Love
I've Got a Crush On You
Summer Wind
Come Rain or Come Shine
New York, New York
They Can't Take That Away From Me
You Make Me Feel So Young
Guess I'll Hang My Tears Out to Dry
In the Wee Small Hours of the Morning
I've Got the World on a String
Witchcraft
I've Got You Under My Skin

Pablo Aluísio.