Esse foi o único disco que tive da Blitz. Estou falando da era do vinil, dos anos 80, que foi quando comprei o LP. Na época eu era apenas um adolescente e havia assistido a um show do grupo na cidade onde morava. Mesmo assim devo dizer que nunca fui fã de carteirinha desse grupo. Claro, até gostava das músicas, que tocavam muito nas rádios, mas ser fã de verdade, do tipo de pesquisar sobre a história da banda, etc, isso definitivamente nunca fui. Já nessa época eu gostava de Elvis, dos Beatles, então não havia comparação possível com a Blitz que fazia, vamos ser sinceros, um som muito descartável, coisa até bobinha. Nunca se levaram muito à sério, sempre havia um lance de galhofa mesmo.
Ainda assim tiveram sua importância no rock Brasil, principalmente por terem gravado o primeiro grande sucesso desse renascimento do rock brasileiro com "Você não soube me amar" de 1982. Depois disso lançaram mais alguns discos, sempre fazendo sucesso. Esse terceiro disco da Blitz foi lançado pouco antes do grupo implodir pela primeira vez. Houve brigas entre os membros da banda, alguns foram embora e o grupo acabou. Não há grandes hits nesse disco. As únicas que tocaram um pouco mais nas rádios foram "Xeque-Mate" e "Táxi". Tudo pop reciclável dos anos 80. Hoje em dia, nem preciso dizer, o disco soa completamente datado.
Blitz - Blitz 3 (1984)
01. Eugênio
02. Xeque-Mate
03. Egotrip
04. Amídalas
05. Tarde Demais
06.Táxi
07. Sandinha
08. Você Vai , Você Vem
09. Louca Paixão
10. Dali De Salvador
11. Trato Simples
12. Cresci ,Mamãe Cresci
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Leo Jaime - Direto do Meu Coração pro Seu
O disco anterior do cantor foi muito elegante, até com requintes de jazz, mas não vendeu bem. Então Leo Jaime procurou fazer algo mais comercial com esse álbum. É um daqueles discos feitos para vender, o que era justamente o que a CBS queria na época. A música título do disco é um bom blues chamado "Direto do Meu Coração Pro Seu", porém não virou hit. O que fez sucesso mesmo foi a música "Conquistador Barato" que virou tema de novela da Globo. Sucesso garantido. Em minha percepção a gravadora também quis posicionar Leo Jaime dentro de um campo ali formado por cantores românticos. A própria capa do disco sugeria isso, quase caindo em um estilo brega romântico, que aliás sempre vendeu muito bem no Brasil.
Outros destaques vieram com "Gatinha Manhosa" que também tocou muito nas rádios e "Coração Vagabundo", bela versão de uma música composta por Caetano Veloso. E quem sempre gostou do Leo Jaime rockabilly havia duas gravações novas de velhos clássicos do rock americano. "Hot Dog (Hound Dog)" teve a preciosa participação de Cazuza e "Tutti Frutti" tentou reviver os bons tempos do surgimento do rock na América. Enfim, um bom disco, mesmo sendo um pouco irregular na qualidade de seu repertório.
Outros destaques vieram com "Gatinha Manhosa" que também tocou muito nas rádios e "Coração Vagabundo", bela versão de uma música composta por Caetano Veloso. E quem sempre gostou do Leo Jaime rockabilly havia duas gravações novas de velhos clássicos do rock americano. "Hot Dog (Hound Dog)" teve a preciosa participação de Cazuza e "Tutti Frutti" tentou reviver os bons tempos do surgimento do rock na América. Enfim, um bom disco, mesmo sendo um pouco irregular na qualidade de seu repertório.
Leo Jaime - Direto do Meu Coração pro Seu (1988)
1. Direto do Meu Coração Pro Seu
2. Adoro
3. Gatinha Manhosa
4. Sob o Domínio da Paixão
5. Coração Vagabundo
6. Na Estrada
7. Todas as Honras do Presidente
8. Hot Dog (Hound Dog)
9. Tutti Frutti
10. Conquistador Barato
11. Junto
Pablo Aluísio.
James Brown - I Got You (I Feel Good)
James Brown - I Got You (I Feel Good)
Em 1965, em pleno auge da invasão britânica nas paradas americanas, chegou nas lojas o single "I Got You (I Feel Good)" de James Brown. Foi um sucesso espetacular! Realmente esse foi um artista diferente. James Brown conseguiu unir vários elementos da música norte-americana e quando todos pensavam que nada de novo surgiria no horizonte ele inovou! Misturando elementos do R&B, folk e soul, ele acabou criando algo único!
O single, como era de se esperar, subiu como um foguete nas paradas, sendo até hoje a música mais conhecida da longa e produtiva carreira de Brown. E para incendiar ainda mais as paradas o cantor criou uma coreografia própria para apresentar na TV americana. A partir daí Brown, com seu jeito único de dançar e cantar se tornou um dos maiores ícones da cultura negra dos Estados Unidos, sendo um dos artistas mais influentes da história! Michael Jackson? Ele em diversas entrevistas afirmou que um dos seus maiores ídolos era justamente James Brown, que unia a força de sua música com apresentações de palco memoráveis.
O compacto chegou nas lojas em outubro de 1965 e ficou entre os mais vendidos por doze semanas, um marco, já que o single chegava nas lojas através de um pequeno selo chamado King. Houve problemas de distribuição por causa da grande demanda e procura nas lojas. Anos depois James Brown diria que mesmo nos momentos mais complicados de sua vida ele sempre podia contar com o dinheiro dos direitos autorais dessa música, que nunca saiu de cena, sendo usada em comerciais, trilhas sonoras de filmes e todos os tipos de produtos. Canção imortal é isso aí!
James Brown - I Got You (I Feel Good)
Lado A - I Got You (I Feel Good)
Lado B - I Can't Help It (I Just Do-Do-Do)
Pablo Aluísio.
Em 1965, em pleno auge da invasão britânica nas paradas americanas, chegou nas lojas o single "I Got You (I Feel Good)" de James Brown. Foi um sucesso espetacular! Realmente esse foi um artista diferente. James Brown conseguiu unir vários elementos da música norte-americana e quando todos pensavam que nada de novo surgiria no horizonte ele inovou! Misturando elementos do R&B, folk e soul, ele acabou criando algo único!
O single, como era de se esperar, subiu como um foguete nas paradas, sendo até hoje a música mais conhecida da longa e produtiva carreira de Brown. E para incendiar ainda mais as paradas o cantor criou uma coreografia própria para apresentar na TV americana. A partir daí Brown, com seu jeito único de dançar e cantar se tornou um dos maiores ícones da cultura negra dos Estados Unidos, sendo um dos artistas mais influentes da história! Michael Jackson? Ele em diversas entrevistas afirmou que um dos seus maiores ídolos era justamente James Brown, que unia a força de sua música com apresentações de palco memoráveis.
O compacto chegou nas lojas em outubro de 1965 e ficou entre os mais vendidos por doze semanas, um marco, já que o single chegava nas lojas através de um pequeno selo chamado King. Houve problemas de distribuição por causa da grande demanda e procura nas lojas. Anos depois James Brown diria que mesmo nos momentos mais complicados de sua vida ele sempre podia contar com o dinheiro dos direitos autorais dessa música, que nunca saiu de cena, sendo usada em comerciais, trilhas sonoras de filmes e todos os tipos de produtos. Canção imortal é isso aí!
James Brown - I Got You (I Feel Good)
Lado A - I Got You (I Feel Good)
Lado B - I Can't Help It (I Just Do-Do-Do)
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Snow Patrol - A Hundred Million Suns
Algumas coisas me irritam profundamente. O Snow Patrol estava prestes a se tornar a minha banda preferida até alguns meses atrás. Seus dois trabalhos anteriores, Final Straw e Eyes Open, eram brilhantes. Ótima instrumentalização, arranjos de extremo bom gosto, melodias para grudar na cabeça. Todo o ABC que uma banda iniciante deve trilhar seguido à risca. Embora não fossem seus primeiros trabalhos - os dois primeiros CDs são extremamente experimentais - o Snow Patrol tinha tudo para se firmar com brilhantismo no cenário do rock britânico. Por essa razão esperei até com certa ansiedade por A Hundred Million Suns. Se estivesse em um jogo de azar diria até que estava com coragem de jogar altas somas no sucesso da nova obra do grupo. Bem, ainda bem que não estamos em Las Vegas, pois perderia uma pequena fortuna se tivesse realmente apostado neles. A Hundred Million Suns é decepcionante. A razão que levou um dos mais promissores grupos a não vingar em seu novo CD tem nome: Coldplay.
Os escoceses do Snow Patrol parecem que esqueceram tudo de interessante que tinham apresentado em seus CDs anteriores para se transformarem numa cópia bastarda da banda mais bunda mole do planeta, o Coldplay. Imitar o Coldplay é realmente o fim da picada. Convenhamos: O Coldplay faz muito mal para o Rock atual. Eles são extremamente chatinhos, deprimidinhos, tristinhos. Nada mais longe do verdadeiro espírito roqueiro que um dia existiu. Infelizmente seu enorme sucesso tem contaminado outros grupos, como o Snow Patrol, que aqui afunda artisticamente em busca do sucesso fácil. Na primeira audição já se mata a charada de A Hundred Million Suns. Pianinho ao estilo bunda mole de ser do Chris Martin, levada fácil para ser digerida pelas fanzocas do Coldplay, refrãos pegajosos para tocar na BBC, entre outras bobagens. Que decepção. Só resta torcer para que um dia o Snow Patrol reencontre o caminho da boa música, coisa complicada de acontecer já que seu A Hundred Million Suns já se converte em sucesso imediato, tocando inclusive na MTV. Por enquanto o Snow Patrol apenas segue seu caminho pelo ralo onde grandes músicos são engolidos pelo sucesso fácil. Maldito Coldplay.
Snow Patrol - A Hundred Million Suns (2008)
1. If There’s a Rocket Tié Me to It
2. Crack The Shutters
3. Take Back The City
4. Lifeboats
5. The Golden Floor
6. Please Just Take These Photos From My Hands
7. Set Down Your Glass
8. The Planets Bend Between Us
9. Engines
10. Disaster Button
11. The Lightning Strike
Pablo Aluísio.
Os escoceses do Snow Patrol parecem que esqueceram tudo de interessante que tinham apresentado em seus CDs anteriores para se transformarem numa cópia bastarda da banda mais bunda mole do planeta, o Coldplay. Imitar o Coldplay é realmente o fim da picada. Convenhamos: O Coldplay faz muito mal para o Rock atual. Eles são extremamente chatinhos, deprimidinhos, tristinhos. Nada mais longe do verdadeiro espírito roqueiro que um dia existiu. Infelizmente seu enorme sucesso tem contaminado outros grupos, como o Snow Patrol, que aqui afunda artisticamente em busca do sucesso fácil. Na primeira audição já se mata a charada de A Hundred Million Suns. Pianinho ao estilo bunda mole de ser do Chris Martin, levada fácil para ser digerida pelas fanzocas do Coldplay, refrãos pegajosos para tocar na BBC, entre outras bobagens. Que decepção. Só resta torcer para que um dia o Snow Patrol reencontre o caminho da boa música, coisa complicada de acontecer já que seu A Hundred Million Suns já se converte em sucesso imediato, tocando inclusive na MTV. Por enquanto o Snow Patrol apenas segue seu caminho pelo ralo onde grandes músicos são engolidos pelo sucesso fácil. Maldito Coldplay.
Snow Patrol - A Hundred Million Suns (2008)
1. If There’s a Rocket Tié Me to It
2. Crack The Shutters
3. Take Back The City
4. Lifeboats
5. The Golden Floor
6. Please Just Take These Photos From My Hands
7. Set Down Your Glass
8. The Planets Bend Between Us
9. Engines
10. Disaster Button
11. The Lightning Strike
Pablo Aluísio.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Leo Jaime - Vida Difícil
O maior sucesso (e único) desse disco do roqueiro Leo Jaime foi a faixa "Nada Mudou", o que poderia ser visto como uma ironia, porque na realidade tudo havia mudado. O disco anterior "Sessão da Tarde" trazia um tipo de sonoridade rockabilly meio gaiata. Talvez por isso tenha feito tanto sucesso. Então Leo resolveu mudar tudo, o teor das letras, os arranjos, partindo para algo mais sofisticado. Com produção de Luiz Carlos Maluly, que trabalhara ao lado do RPM, para o selo CBS, o disco chegou nas lojas e surpreendeu muita gente. Também havia elementos de ironia, a começar pela capa. O disco se chamava "Vida Difícil" ao mesmo tempo em que mostrava um sujeito com os pés em cima da cadeira, em belos sapatos italianos de luxo.
Eu considero pessoalmente um excelente álbum. O comprei em vinil ainda na época. Uma seleção de boas músicas, todas agradáveis ao ouvido. Se não fizeram sucesso o problema, o azar, era do público mesmo. Perderam muita sofisticação sonora. Os arranjos contaram com a preciosa colaboração do saxofonista Léo Gandelman, que usa seu bonito instrumento em praticamente todas as faixas. Agora, o maior absurdo ocorreu mesmo por causa de um erro da gravadora. Não colocaram no vinil o sucesso "A Lua e Eu", que só saiu na versão em K7. Imagine a cara de decepção de quem comprou o disco nos anos 80.
Leo Jaime - Vida Difícil (1986)
Nada Mudou
Briga
Contos De Fadas
Prisioneiro Do Futuro
Amor
Sem Futuro
Mensagem De Amor
Vida Difícil
Um Telefone É Muito Pouco
Cobra Venenosa
Pablo Aluísio.
Eu considero pessoalmente um excelente álbum. O comprei em vinil ainda na época. Uma seleção de boas músicas, todas agradáveis ao ouvido. Se não fizeram sucesso o problema, o azar, era do público mesmo. Perderam muita sofisticação sonora. Os arranjos contaram com a preciosa colaboração do saxofonista Léo Gandelman, que usa seu bonito instrumento em praticamente todas as faixas. Agora, o maior absurdo ocorreu mesmo por causa de um erro da gravadora. Não colocaram no vinil o sucesso "A Lua e Eu", que só saiu na versão em K7. Imagine a cara de decepção de quem comprou o disco nos anos 80.
Leo Jaime - Vida Difícil (1986)
Nada Mudou
Briga
Contos De Fadas
Prisioneiro Do Futuro
Amor
Sem Futuro
Mensagem De Amor
Vida Difícil
Um Telefone É Muito Pouco
Cobra Venenosa
Pablo Aluísio.
Nirvana – In Utero
Inicialmente Kurt Cobain quis chamar esse disco de “Eu me Odeio e Quero Morrer!”. Isso mesmo, mais direto impossível. Depois de muitos debates e brigas com a gravadora finalmente ele concordou em desistir do título. Os advogados lhe convenceram que um nome como esse poderia lhe trazer muitos problemas legais, inclusive acusações de incentivo ao suicídio de seus fãs. Mesmo relutando o líder do Nirvana recuou e escolheu o nome de “In Utero” que havia retirado de um verso escrito para uma canção por sua esposa, Courtney Love. Mas afinal porque Kurt Cobain estava tão desiludido com sua própria vida? Na realidade não foi apenas um motivo que o levou a isso mas vários. A gravação do disco ocorreu em uma das fases mais conturbadas da vida do músico. Sua filha Frances acabara de nascer mas ele corria o risco de perder sua custódia por causa de seu abuso de drogas. A justiça americana estava querendo tirar a criança dos cuidados do casal uma vez que o vício em heroína de Cobain havia saído do controle e era de conhecimento público. A luta nos tribunais foi desgastante e penosa. Além de ter a vida exposta ao grande público Cobain começou também a entrar em uma rota depressiva que o levaria em pouco tempo ao suicídio, comprovando tragicamente os sentimentos de sua frase onde afirmava que ele se odiava e queria morrer.
As letras das canções de “In Utero” representam bem esse estado de espírito depressivo de Kurt Cobain. Os temas são sombrios, pessimistas, muitas vezes beirando o mal gosto (como na faixa “Rape Me” cuja tradução literal “Estupre-me” já era auto explicativa). Não era para menos. Pensando bem nada ia bem na vida do roqueiro. Ele sofria de sérias dores de estomago, perdia cada vez mais o senso de realidade pelo abuso de drogas e sentia-se perdido com a fama que havia conquistado. Além disso começou a agir como um perfeito paranóico, comprando armas de grande calibre, afirmando que estava sendo perseguido por “forças ocultas”. E havia problemas de relacionamento com as pessoas mais próximas de sua vida. Um desses era o complicado sentimento que Kurt tinha para com seu próprio pai. Eles tinham ficado anos sem se ver, mas o velho Cobain após o sucesso do Nirvana reapareceu para assistir a um show do filho famoso. Isso perturbou bastante Kurt. O encontro deixou Cobain muito mal. Ele tinha reservas contra sua família e não conseguia ficar à vontade na presença deles. Sem reação resolveu desabafar através de sua música. “In Utero” traz vários versos dedicados ao pai, mesmo que de forma bem indireta e obscura. E para piorar o que já era bem ruim seu estado era deplorável. Ele não conseguia mais reagir aos acontecimentos ao redor, estando sempre chapado ao limite. Em casa ficava o tempo todo drogado, caído pela chão. Ainda foi feita uma tentativa de intervenção sobre sua dependência química mas sem sucesso. O resto já sabemos. Kurt Cobain não conseguiu sobreviver a uma crise suicida e se matou na garagem de sua casa após escrever um bilhete de despedida para familiares e fãs tornando assim “In Utero” seu verdadeiro testamento musical. Uma pena. Foi um fim muito precoce para um artista que marcou época e revitalizou o cenário punk alternativo americano.
Nirvana - In Utero (1993)
Serve the Servants
Scentless Apprentice
Heart-Shaped Box
Rape Me
Frances Farmer Will Have Her Revenge on Seattle
Dumb
Very Ape
Milk It
Pennyroyal Tea
Radio Friendly Unit Shifter
tourette's
All Apologies
Pablo Aluísio.
As letras das canções de “In Utero” representam bem esse estado de espírito depressivo de Kurt Cobain. Os temas são sombrios, pessimistas, muitas vezes beirando o mal gosto (como na faixa “Rape Me” cuja tradução literal “Estupre-me” já era auto explicativa). Não era para menos. Pensando bem nada ia bem na vida do roqueiro. Ele sofria de sérias dores de estomago, perdia cada vez mais o senso de realidade pelo abuso de drogas e sentia-se perdido com a fama que havia conquistado. Além disso começou a agir como um perfeito paranóico, comprando armas de grande calibre, afirmando que estava sendo perseguido por “forças ocultas”. E havia problemas de relacionamento com as pessoas mais próximas de sua vida. Um desses era o complicado sentimento que Kurt tinha para com seu próprio pai. Eles tinham ficado anos sem se ver, mas o velho Cobain após o sucesso do Nirvana reapareceu para assistir a um show do filho famoso. Isso perturbou bastante Kurt. O encontro deixou Cobain muito mal. Ele tinha reservas contra sua família e não conseguia ficar à vontade na presença deles. Sem reação resolveu desabafar através de sua música. “In Utero” traz vários versos dedicados ao pai, mesmo que de forma bem indireta e obscura. E para piorar o que já era bem ruim seu estado era deplorável. Ele não conseguia mais reagir aos acontecimentos ao redor, estando sempre chapado ao limite. Em casa ficava o tempo todo drogado, caído pela chão. Ainda foi feita uma tentativa de intervenção sobre sua dependência química mas sem sucesso. O resto já sabemos. Kurt Cobain não conseguiu sobreviver a uma crise suicida e se matou na garagem de sua casa após escrever um bilhete de despedida para familiares e fãs tornando assim “In Utero” seu verdadeiro testamento musical. Uma pena. Foi um fim muito precoce para um artista que marcou época e revitalizou o cenário punk alternativo americano.
Nirvana - In Utero (1993)
Serve the Servants
Scentless Apprentice
Heart-Shaped Box
Rape Me
Frances Farmer Will Have Her Revenge on Seattle
Dumb
Very Ape
Milk It
Pennyroyal Tea
Radio Friendly Unit Shifter
tourette's
All Apologies
Pablo Aluísio.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Raul Seixas - Gita
Esse foi o disco de maior sucesso comercial da carreira de Raul Seixas e também aquele que lhe trouxe maiores problemas. Acontece que os militares, em plena ditadura, implicaram com a letra da música "Sociedade Alternativa". Para os incultos fardados aquilo era música de comunista. Estaria Raul Seixas propondo a formação de uma sociedade comunista no Brasil? Pois é, hoje soa absurdo esse tipo de questionamento, mas na época a barra pesou para Raulzito e seu principal parceiro, Paulo Coelho. Ambos foram chamados para dar explicações no temido DOPS, centro de torturas do porão da ditadura militar, aquela porcaria que assolou nosso país.
De qualquer forma, olhando-se apenas para o que importa (a música) temos aqui alguns dos maiores clássicos do cantor e compositor. Os destaques vão para "Medo da Chuva", que tem uma letra simplesmente maravilhosa, muito impactante; para a canção título "Gita", toda baseada na obra do bruxo inglês Aleister Crowley, auto intitulado "A Besta do Apocalipse" e finalmente para "O Trem das 7", mostrando todo o lado sertanejo e brejeto do roqueiro baiano. "Loteria da Babilônia", com seu jogo de palavras sempre me lembrou de Bob Dylan. Então é isso, "Gita" é o exemplo do grande talento desse tal de Raulzito.
Raul Seixas - Gita (1974)
1. Super-Heróis
2. Medo da Chuva
3. As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor
4. Água Viva
5. Moleque Maravilhoso
6. Sessão das 10
7. Sociedade Alternativa
8. O Trem das 7
9. S.O.S.
10. Prelúdio
11. Loteria da Babilônia
12. Gîta
Pablo Aluísio.
De qualquer forma, olhando-se apenas para o que importa (a música) temos aqui alguns dos maiores clássicos do cantor e compositor. Os destaques vão para "Medo da Chuva", que tem uma letra simplesmente maravilhosa, muito impactante; para a canção título "Gita", toda baseada na obra do bruxo inglês Aleister Crowley, auto intitulado "A Besta do Apocalipse" e finalmente para "O Trem das 7", mostrando todo o lado sertanejo e brejeto do roqueiro baiano. "Loteria da Babilônia", com seu jogo de palavras sempre me lembrou de Bob Dylan. Então é isso, "Gita" é o exemplo do grande talento desse tal de Raulzito.
Raul Seixas - Gita (1974)
1. Super-Heróis
2. Medo da Chuva
3. As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor
4. Água Viva
5. Moleque Maravilhoso
6. Sessão das 10
7. Sociedade Alternativa
8. O Trem das 7
9. S.O.S.
10. Prelúdio
11. Loteria da Babilônia
12. Gîta
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Raul Seixas - Krig-ha, Bandolo!
Não foi o primeiro disco de Raul, como muitos escrevem por aí. Na realidade ele já havia tentando antes em pelo menos três discos, um com os Panteras e outro com um quarteto maluco que ele próprio formou e que não deu certo. Esse é sim o primeiro disco solo de sua carreira e também o primeiro em que sua proposta como artista único ficou ainda mais visível. A capa é um horror estético, mas fazia parte do espírito da contracultura daquela época. É incrível notar como a gravadora Phillips deu total liberdade para as maiores maluquices do Raul. Não houve amarras. Talvez por isso esse LP tenha sido tão genial.
Olhando hoje em dia o disco mais parece uma seleção de grandes sucessos. Isso porque vendeu muito e tocou bastante nas rádios. A parceria com Paulo Coelho rendeu clássicos eternos do rock nacional. Os maiores hits do disco sem dúvida foram "Ouro de Tolo", uma paródia em cima da classe média boboca brasileira e "Mosca na Sopa", com toda a baianice inerente do Raul Seixas. Outra faixa marcante foi "Metamorfose Ambulante" que ele havia sido escrito na adolescência e "Al Capone" onde ele usava personagens históricos para ironizar a seriedade da história. Enfim, grande disco do grande Raul Seixas. Esse aqui é uma obra prima da música brasileira.
Raul Seixas - Krig-ha, Bandolo! (1973)
Mosca na Sopa
Metamorfose Ambulante
Dentadura Postiça
As Minas do Rei Salomão
A Hora do Trem Passar
Al Capone
How Could I Know
Rockixe
Cachorro Urubu
Ouro de Tolo
Pablo Aluísio.
Olhando hoje em dia o disco mais parece uma seleção de grandes sucessos. Isso porque vendeu muito e tocou bastante nas rádios. A parceria com Paulo Coelho rendeu clássicos eternos do rock nacional. Os maiores hits do disco sem dúvida foram "Ouro de Tolo", uma paródia em cima da classe média boboca brasileira e "Mosca na Sopa", com toda a baianice inerente do Raul Seixas. Outra faixa marcante foi "Metamorfose Ambulante" que ele havia sido escrito na adolescência e "Al Capone" onde ele usava personagens históricos para ironizar a seriedade da história. Enfim, grande disco do grande Raul Seixas. Esse aqui é uma obra prima da música brasileira.
Raul Seixas - Krig-ha, Bandolo! (1973)
Mosca na Sopa
Metamorfose Ambulante
Dentadura Postiça
As Minas do Rei Salomão
A Hora do Trem Passar
Al Capone
How Could I Know
Rockixe
Cachorro Urubu
Ouro de Tolo
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Altemar Dutra - Companheiro
Bom disco, com ótimas músicas românticas, nostálgicas e como não poderia de ser, bem emotivas. Grande parte do repertório é composto de versões em português de músicas latinas, algumas belíssimas. O Altemar Dutra tinha uma voz maravilhosa e seu estilo de cantar caiu muito bem nessa seleção musical. Os arranjos também são bem evocativos dos anos 70. E aqui vale também uma observação: esse disco é muito bem gravado. Havia sempre uma reclamação com a qualidade dos discos nacionais naquela época. Essa crítica não encontra eco aqui. A Odeon no Brasil caprichou nesse aspecto.
Entre as faixas são muitos os destaques, mas colocaria em evidência a primeira canção chamada "Que Será" que tem uma letra bonita, bem fincada na nostalgia. A música título do álbum intitulada "Companheiro" também tem grande qualidade, mas não colocaria entre as melhores. Tem até música romântica de carnaval, a boa "Bloco da Solidão". "E Voltarei" tem linda melodia, se tornando o principal sucesso do disco e "O Fim" é o ápice do apelo desesperado de um home vendo o amor morrendo. Só a parte falada que achei fraca, com mensagem bem mais ou menos, diria artificial. De qualquer forma o disco como um todo não é prejudicado por esses pequenos deslizes. Com ótima sonoridade esse é um dos melhores álbuns do grande cantor brasileiro Altemar Dutra.
Altemar Dutra - Companheiro (1971)
1. Que Será
2. Companheiro
3. O Fim
4. A Minha Prece de Amor
5. Bloco de Solidão
6. Na Solidão
7. E Voltarei
8. Meu Tolo Coração
9. Te Chamo para Despedir-me
10. Um Cigarro e um Café
11. Fiel da Balança
12. Tudo
Pablo Aluísio.
Entre as faixas são muitos os destaques, mas colocaria em evidência a primeira canção chamada "Que Será" que tem uma letra bonita, bem fincada na nostalgia. A música título do álbum intitulada "Companheiro" também tem grande qualidade, mas não colocaria entre as melhores. Tem até música romântica de carnaval, a boa "Bloco da Solidão". "E Voltarei" tem linda melodia, se tornando o principal sucesso do disco e "O Fim" é o ápice do apelo desesperado de um home vendo o amor morrendo. Só a parte falada que achei fraca, com mensagem bem mais ou menos, diria artificial. De qualquer forma o disco como um todo não é prejudicado por esses pequenos deslizes. Com ótima sonoridade esse é um dos melhores álbuns do grande cantor brasileiro Altemar Dutra.
Altemar Dutra - Companheiro (1971)
1. Que Será
2. Companheiro
3. O Fim
4. A Minha Prece de Amor
5. Bloco de Solidão
6. Na Solidão
7. E Voltarei
8. Meu Tolo Coração
9. Te Chamo para Despedir-me
10. Um Cigarro e um Café
11. Fiel da Balança
12. Tudo
Pablo Aluísio.
Nirvana - Bleach
Esse é o primeiro álbum da carreira do Nirvana, a banda que revelou para o mundo o talento de Kurt Cobain. O cantor e compositor já mostra em seu primeiro disco toda a essência de sua obra musical: arranjos crus, com letras pessimistas e suicidas, com pique de apresentação ao vivo. Kurt gostou do resultado final de seu primeiro disco mas ficou com muita raiva do selo Sub Pop que nada fez para divulgar o som do grupo fora do pequeno circuito de cidadezinhas ao redor de Seattle no frio, feio e distante Estado de Washington – o berço do chamado movimento Grunge, essa nova linguagem musical que faria a cabeça dos jovens roqueiros na década de 1990. Não há grandes hits na seleção musical. Apenas “About a Girl” segue mais conhecida. As letras foram praticamente todas compostas enquanto Kurt Cobain vivia uma existência simplesmente caótica. Após sair de casa o cantor passou a vagar pela cidade, indo de casa em casa, dormindo de favor na casa de conhecidos e amigos, dormindo pelas ruas ou até mesmo debaixo da ponte. Essa vida errática e pobreza extrema talvez justifiquem as palavras de um irritado DJ de Seattle que após insistentes pedidos para tocar o Nirvana definiu sem piedade Kurt Cobain como um “mendigo de guitarra”!
A verdade porém era outra. Kurt adotou como lema em sua vida a máxima que afirmava que “Punk é liberdade!”. Coisas materiais não faziam sua cabeça nessa fase de sua vida. Ele pouco se importava com roupas, carros e outros bens que faziam a cabeça dos jovens de sua idade. Na verdade ele estava mais preocupado em vencer na carreira musical, até porque esse parecia ser seu único talento na vida. Kurt havia abandonado a escola, vagava de antro em antro e levava uma existência sem muito propósito. Para piorar começou a abusar de drogas pesadas como heroína, que dizia usar para aliviar uma dor de estomago que o deixava louco e muito deprimido. Quando o Nirvana gravou Bleach, Kurt estava muito longe dos anos de glória que viriam com o disco seguinte, “Nevermind”, esse sim um grande sucesso de vendas. Vivendo pelas ruas ou então sendo despejado de um apartamento vagabundo atrás do outro, Kurt foi compondo as canções que fazem parte desse CD. Diante dessa situação não me admira em nada o tom pessimista ao extremo da maioria das letras. Era uma catarse pois Cobain despejava suas frustrações, decepções e medos em suas letras que eram extremamente autorais e viscerais. Agora o curioso é que Bleach pode ter sido gerado e concebido no meio desse caos mas analisando friamente é um álbum bem tocado, bem executado. O som da banda soa muito redondinho e bem gravado, o que contradiz de certa forma o próprio Kurt que achava que um verdadeiro disco punk deveria ser o mais pessimamente tocado e gravado. Bleach é o extremo oposto disso. Como não poderia deixar de ser o disco foi um fiasco de vendas em seu lançamento e de fato só venderia bem mesmo após o Nirvana estourar com seu segundo álbum. No conjunto é uma excelente oportunidade para conhecer e entender o Kurt Cobain antes da fama e do sucesso – um cara desesperado tentando se expressar da única forma que sabia. O resultado é simplesmente excelente, sem fazer favor nenhum ao grupo. Não me admira em nada que o Nirvana tenha sido considerado o melhor grupo de rock dentro daquele movimento que nascia. Nada mal para um mero “mendigo de guitarras”!
Nirvana – Bleach (1989)
Blew
Floyd the Barber
About a Girl
School
Love Buzz
Paper Cuts
Negative Creep
Scoff
Swap Meet
Mr. Moustache
Sifting
Pablo Aluísio.
A verdade porém era outra. Kurt adotou como lema em sua vida a máxima que afirmava que “Punk é liberdade!”. Coisas materiais não faziam sua cabeça nessa fase de sua vida. Ele pouco se importava com roupas, carros e outros bens que faziam a cabeça dos jovens de sua idade. Na verdade ele estava mais preocupado em vencer na carreira musical, até porque esse parecia ser seu único talento na vida. Kurt havia abandonado a escola, vagava de antro em antro e levava uma existência sem muito propósito. Para piorar começou a abusar de drogas pesadas como heroína, que dizia usar para aliviar uma dor de estomago que o deixava louco e muito deprimido. Quando o Nirvana gravou Bleach, Kurt estava muito longe dos anos de glória que viriam com o disco seguinte, “Nevermind”, esse sim um grande sucesso de vendas. Vivendo pelas ruas ou então sendo despejado de um apartamento vagabundo atrás do outro, Kurt foi compondo as canções que fazem parte desse CD. Diante dessa situação não me admira em nada o tom pessimista ao extremo da maioria das letras. Era uma catarse pois Cobain despejava suas frustrações, decepções e medos em suas letras que eram extremamente autorais e viscerais. Agora o curioso é que Bleach pode ter sido gerado e concebido no meio desse caos mas analisando friamente é um álbum bem tocado, bem executado. O som da banda soa muito redondinho e bem gravado, o que contradiz de certa forma o próprio Kurt que achava que um verdadeiro disco punk deveria ser o mais pessimamente tocado e gravado. Bleach é o extremo oposto disso. Como não poderia deixar de ser o disco foi um fiasco de vendas em seu lançamento e de fato só venderia bem mesmo após o Nirvana estourar com seu segundo álbum. No conjunto é uma excelente oportunidade para conhecer e entender o Kurt Cobain antes da fama e do sucesso – um cara desesperado tentando se expressar da única forma que sabia. O resultado é simplesmente excelente, sem fazer favor nenhum ao grupo. Não me admira em nada que o Nirvana tenha sido considerado o melhor grupo de rock dentro daquele movimento que nascia. Nada mal para um mero “mendigo de guitarras”!
Nirvana – Bleach (1989)
Blew
Floyd the Barber
About a Girl
School
Love Buzz
Paper Cuts
Negative Creep
Scoff
Swap Meet
Mr. Moustache
Sifting
Pablo Aluísio.
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