quarta-feira, 11 de junho de 2008

Coleção Superman

No final da edição 4 o Superman tinha que enfrentar um ataque coletivo de vários alienas ao mesmo tempo. Nessa nova edição todos se dirigem ao local do confronto. Ao chegarem lá descobrem uma grande tempestade de gelo e fogo e bem no meio do olho do furacão está o Superman. Aos poucos ele parece dominar a tempestade até o ponto em que ela é finalmente controlada completamente. O alívio é geral, mas há algo errado com o Superman. Ele está visivelmente paralisado, falando a língua dos aliens com quem lutou. Em uma primeira impressão poderíamos pensar que estaria "possuído" pelos seres que combatia há poucos minutos. Os acontecimentos que viriam parecem confirmar essa ideia. 

Da noite para o dia o Superman começa a agir de forma muito diferente do que sempre fez. Ele começa a adotar uma postura de justiceiro, sendo juiz, júri e carrasco ao mesmo tempo. Começa a aniquilar tudo e todos que saem da linha, não respeitando mais as leis e nem se importando com as determinações das autoridades. Uma mudança e tanto em sua personalidade, uma vez que o Superman sempre foi o mais ético e correto de todos os super-heróis. Agora ele age como um verdadeiro fascista, matando friamente todos os que o contrariam. Lois Lane está chocada com suas novas atitudes. Certamente o super-herói de Metropolis não está agindo de acordo com seus valores e ideais. O que poderia estar errado? Essa nova edição das aventuras do Superman estão sendo criticadas lá fora nos EUA, mas ao que parece há bons sinais de mudanças após cinco edições. Afinal das contas o Superman é, ao lado do Batman, a maior estrela da DC. 

Título Original: Superman 5
Nome da Estória: Ataque dos Super-poderes
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2012
Editora: DC Comics
Personagens: Superman, Lois Lane
Autores: George Peréz
Arte: George Peréz, Trevor Scott, Brett Smith, Brian Buccellato

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 10 de junho de 2008

Coleção Superman

Quarta edição do Superman nessa nova série da DC, Os Novos 52. A estória recomeça com Metropolis tentando entender os ataques sofridos nos últimos meses. Há toda uma tensão no ar e não sobram críticas para o Superman, apesar dele ter salvado a cidade em todas as ocasiões. Como os monstros parecem ter vindo do espaço, alguns acusam a presença do super herói de ter atraído todos eles até a Terra. A imprensa (que ironicamente Clark Kent também faz parte) não poupa o homem de aço de acusações. O pior é que o próprio Superman não parece entender o que de fato está acontecendo. Não tardará e ele se verá na situação de enfrentar todos os seus inimigos de uma só vez! Além da luta contra os inimigos o Superman ainda terá que zelar por sua imagem pública que começa a ser arranhada cada vez mais.

Nessa edição temos muitos mais diálogos do que ação. Nas três edições anteriores tivemos um roteiro que de certa forma se repetia, com algum desenvolvimento do personagem Clark Kent, aspectos de sua vida pessoal e no final o ataque de algum monstro vindo de algum lugar do universo desconhecido. Aqui tudo segue basicamente igual, embora o espaço para o desenvolvimento dos personagens seja bem maior. O mistério da origem dos monstros porém permanece e a ação é cortada ao meio, justamente quando Superman enfrenta os vilões, criando um gancho para a quinta edição. Boa direção de arte, mas sem maiores novidades. Está começando a dar a impressão de enrolação dos autores.

Título Original: Superman 4
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: Confusão Mental
Editora: DC Comics
Ano de Lançamento: 2013
Personagem: Superman
Autores: George Pérez, Jesus Merino

Pablo Aluísio. 

Superman Made in USA

De tempos em tempos surge essa verdadeira "acusação" contra o Superman! Afinal ele não seria apenas uma versão em quadrinhos da bandeirona americana? Seu próprio uniforme tem as cores da bandeira norte-americana, além disso vamos convir que ele encarna na perfeição todos os ideais mais conhecidos do chamado American Way of Life. Na verdade isso tudo não passa de bobagem esquerdista, um tanto de preconceito que existe em relação a tudo dentro da cultura pop americana. Os vermelhos (não estou me referindo à capa do Superman) sempre estão atrás de algo para acusar ainda mais os americanos de quererem dominar o mundo - inclusive no mundo das artes.

Na verdade o Superman é quadrado não por ser, digamos assim, "americano demais", mas justamente por ser um homem de seu tempo. Veja, o super-herói Superman encarna os valores morais, sociais, éticos e de comportamento do tempo, da década em que foi criado. Nada de ideologia capitalista ou comunista, mas sim o retrato de uma sociedade em que ele surgiu. Assim podemos notar bem nas primeiras edições do Superman o desenvolvimento de um homem sério, de chapéu e comportamento exemplar, que lutava pela justiça, honra e respeito entre todas as pessoas. Bom, se isso for ser careta então podemos dizer que Clark Kent é um careta, mas no mundo de relativismo social em que vivemos isso seria uma ideia muito simplista e por que não, boba!

O Superman é correto porque ele é em essência um homem bom, íntegro e equilibrado. O Batman muitas vezes passa por intensas crises existenciais e isso o deixa à mercê de colocar na berlinda até mesmo os mais importantes valores que dominam nossa sociedade. O Superman não! Embora ele seja em última instância um alienígena, ele jamais tem dúvidas do que fazer ou de como atuar. Batman é um outsider, um atormentado por seu passado de tragédias familiares - Superman é um caipirão do campo, correto até o último fio de cabelo de seu penteado cheio de brilhantina. 

Assim chegamos na conclusão de que acusações de que o Superman seja um reacionário prestes a gritar a plenos pulmões sobre a vitória do capitalismo sobre o socialismo não passa de delírios de esquerdistas mal resolvidos, essa é a verdade. Superman é antes de ser capitalista ou comunista um homem bom, honesto e disposto a lutar contra o crime e a perda dos grandes valores morais dentro de uma sociedade que tanto ama. Ele certamente não iria dar um abraço em Stálin, um genocida feroz, mas seu ato seria fruto apenas de decisão entre o bem e o mal e não sobre sistemas ou modos de produção. Superman é um herói e heróis estão acima desse tipo de discussão.

Pablo Aluísio.  

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Raul Seixas - Os Grandes Sucessos de Raul Seixas

Raul Seixas - Os Grandes Sucessos de Raul Seixas
Olhando para o passado, eu me lembro de ter tido esse disco em algum momento da minha vida. Entretanto, com o passar do tempo, a cópia simplesmente desapareceu da minha coleção. Isso me leva a crer que o disco na realidade era emprestado de alguém, e eu tive que devolver, mas não me lembro exatamente das circunstâncias. A memória do que realmente se passou se perdeu no tempo, infelizmente. De qualquer forma, me lembro perfeitamente que lá pelo começo dos anos 90 ouvi bastante esse LP. É um disco de coletânea, ou seja, de melhores sucessos. Um tipo de cartão de visitas a obra desse grande cantor e compositor brasileiro. 

Só que há também nesse repertório músicas menos óbvias, o que garante o interesse até mesmo para quem tem todos os discos de Raul Seixas. Algumas músicas que foram incluídas nesta seleção não estão em nenhum disco oficial do artista. Um exemplo? Let Me Sing, Let Me Sing. Então, obviamente, o interesse do colecionador da época do vinil se fazia presente. Enfim, curti muito esse LP e curti muito o rock magro de Raul Seixas. Ele foi certamente um dos grandes nomes do rock nacional em todos os tempos. Um baiano arretado que fazia música de muita qualidade.

Raul Seixas - Os Grandes Sucessos de Raul Seixas (1993)
Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás
Ouro De Tolo
Medo Da Chuva
Loteria Da Babilônia
Como Vovó Já Dizia (Óculos Escuros)
As Minas Do Rei Salomão
Let Me Sing, Let Me Sing
Gîtâ
Metamorfose Ambulante
Eu Também Vou Reclamar
Al Capone
Tente Outra Vez
Mosca Na Sopa
Dentadura Postiça

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de junho de 2008

Raul Seixas - Metamorfose Ambulante

Esse foi o primeiro disco de Raul Seixas que eu comprei em minha vida. É uma coletânea dos maiores sucessos do cantor e compositor em sua passagem pela gravadora Philips. Ele não chegou a gravar muitos discos nesse selo, mas gravou aqueles em que obteve mais sucesso. Por essa razão, não foi muito difícil para os produtores reunir grandes sucessos da carreira de Raulzito nesse LP. Foi realmente o auge da carreira dele, em um momento em que ele decidiu deixar de ser produtor de discos na CBS para se tornar um artista solo de grande sucesso. 

E também vamos ser bem sinceros, ele nunca mais foi tão criativo e tão original quanto nessas faixas que aqui estão. É claro que depois eu fui atrás de outros dos seus discos e procurei conhecer o lado b do artista. De qualquer forma, se essa não for a sua intenção, e se você quiser apenas ter um disco reunindo seus melhores sucessos, retratando uma fase de grande êxito comercial e popular, então esse álbum completará totalmente seus anseios e objetivos. Só não espere que esse LP vá completar de alguma forma a grandiosidade de talento desse artista brasileiro. Então é isso. Coloque para tocar. E se divirta com Raul Seixas em sua melhor fase.

Raul Seixas - Metamorfose Ambulante (1988)
Ouro De Tolo
Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás
Mosca Na Sopa
S.O.S.
Eu Também Vou Reclamar
Gitã
Tente Outra Vez
Metamorfose Ambulante
Al Capone
Rock Do Diabo
O Trem Das 7

Pablo Aluísio.

Explosão Dos Anos 60

Explosão Dos Anos 60
Esse disco faz parte da história da minha vida. Ele já estava tocando em minha casa quando eu estava na infância. É um retrato bem interessante da música jovem Brasileira. Ali na virada da década de 1950 para a década de 1960. Um tempo em que a jovem guarda ainda nem existia. O que se pode ver nesses registros musicais é como a música Brasileira daquela época, feita para os adolescentes e jovens; era muito inocente. Há muitas versões de músicas americanas por aqui. E tudo fruto daqueles tempos mais inocentes e pueris. 

Eu particularmente gosto muito dessas gravações, até porque se trata de um aspecto de pura nostalgia em meu caso particular. Esse selo CID lançava discos promocionais no mercado brasileiro. Custava muito menos do que os discos originais de selos americanos. Por essa razão, era bem vendidos e comercialmente bem sucedidos. Sendo vendidos em lojas, supermercados e locais alternativos que não costumavam vender discos de vinil. Enfim, um disco que marcou minha vida e que tem seu grande valor artístico. É um retrato do pop do rock nacional em seus primórdios, em suas origens.

Explosão Dos Anos 60 (1977)
Estúpido Cupido 
Neurastênico
Broto Legal 
O Ritmo Da Chuva 
Biquini de Bolinha Amarelinho Tão Pequenininho 
Jambalaya 
Rua Augusta
Estúpido Cupido 
Banho de Lua 
Quem É
Túnel Do Amor
Marcianita
Lacinhos Cor-de-Rosa

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de junho de 2008

...E O Vento Levou

Depois de quatro horas de filme, a sensação é de puro êxtase. Não há um mortal sequer que consiga ficar indiferente ao filme mais famoso e popular de Hollywood. Baseado no romance homônimo de Margareth Mitchel e vencedor do Prêmio Pulitzer de 1937,  "... E o Vento Levou" (Gone With The Wind - 1939) é daqueles filmes onde tudo funciona, tudo se encaixa perfeitamente e o time de atores, juntamente com os diretores, produtor e roteirista, forma uma espécie de mosaico que beira à perfeição. O longa é ambientado no início da Guerra da Secessão (1861-1865) e conta a vida de Gerald O'Hara um imigrante irlandês que fez fortuna e vive em sua mansão,Tara, na Georgia, sul dos EUA, junto com sua filha adolescente, Scarlett O'Hara (Vivien Leight).

A jovem Scarlett nutre uma paixão crônica e doentia por Ashley Wilkes. Porém o que ela não sabe é que Wilkes está de casamento marcado com a sua própria prima. Em meio a um verdadeiro redemoinho de paixões, mágoas e ressentimentos que coincidem com o início da guerra, surge o indefectível Rhett Buttler (Clark Gable), um espertalhão que diante do conflito, não toma partido para nenhum lado. Na verdade Rhett é um misto de mulherengo, cínico e mau-caráter que mantém sem muito esforço, correndo em suas veias, muito humor, além de doses generosas de testosterona.

O clássico tem cenas inesquecíveis como o grandioso incêndio que torra a cidade de Atlanta, facilitando a invasão dos Ianques do norte e levando os Confederados e escravocratas sulistas ao desespero. Destaque também para a trilha sonora de acordes celestiais assinada por Max Steiner. A música, derrete, como fogo de maçarico, os corações humanos mais duros. Mas a estrela do grande épico é a espevitada Scarlett O'Hara, papel que caiu no colo de  uma inglesinha, nascida na Índia, chamada Vivian Leigh. A excepcional atriz - que doze anos mais tarde brilharia junto com Marlon Brando no clássico "Uma Rua Chamada Pecado" (1951) - disputou de forma incansável a concorrida vaga para o papel de Scarlett O'Hara com gente não menos ilustre como: Katharine Hepburn, Bette Davis e Lana Turner. A disputa foi tão acirrada que Vivien só conseguiu a vaga quando as filmagens já haviam começado. Vivien foi uma escolha pessoal do todo poderoso produtor David Selznick e brilhou intensamente na pele de uma Scarlett O' Hara  histriônica e mimada.

Outro destaque fica por conta de Clark Gable, que aqui vive seu personagem mais famoso (Rhett Butler). Na verdade a primeira escolha para viver Rhett recaiu sobre Errol Flynn que era um desejo pessoal do produtor David O' Selznick. Mas diante da negativa da Warner em liberar Flynn e de um pedido pessoal de Carole Lombard - que era esposa de Gable e amiga pessoal de Selznick - Clark , finalmente foi o escolhido. Reza a lenda que Clark relutou muito em aceitar o famoso papel, já que estava com 38 anos e não queria encarnar nas telas um sujeito malandro e conquistador de uma adolescente. Outra maravilha fica por conta da fotografia em Technicolor da dupla Ernest Haller e Ray Rennahan que além de representar uma revolução para a época, hipnotizou as plateias de todo o mundo. O clássico teve treze indicações ao Oscar, mas levou "apenas" dez. Um filme realmente extraordinário.

... E O Vento Levou (Gone with the Wind, EUA, 1939) Direção: Victor Fleming / Roteiro: Sidney Howard baseado na novela de Margaret Mitchell / Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Thomas Mitchell, George Reeves / Sinopse: As paixões, lutas e glórias de uma família americana durante os terríveis anos da Guerra Civil.

Telmo Vilela Jr.

 

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Raízes da Ambição

Através das lentes do diretor Alan J. Pakula, o drama, Raízes da Ambição (Comes a Horseman - 1978) conta a história da fazendeira Ella Connors (Jane Fonda) que em 1945 e com o fim da Segunda Guerra Mundial, tenta a qualquer custo defender suas terras do assédio do fazendeiro e pecuarista, Jacob Ewing, um sujeito pilantra, inescrupuloso e que fará de tudo para comprar todas as terras de Connors como forma de acertar contas com o passado que um dia envolveu os dois fazendeiros. Sentindo-se muito sozinha e desprotegida diante de Ewing e seus capangas, Connors contrata Frank, um misto de cowboy e vaqueiro que chega à fazenda como seu ajudante. No entanto acabam se envolvendo amorosamente.

O excelente triunvirato dos "jotas" - Jane Fonda, Jason Robards e James Caan, funciona dentro de uma simbiose perfeita, tanto no poder da atração quanto na força e no ódio da repulsa. Fonda, no papel de uma linda e amargurada fazendeira; Robards no papel de um bandidão imoral e Caan como dublê de cowboy e amante. Juntos, em atuações extraordinárias,  pintam uma aquarela árida, dramática e cruel de um filme excelente.

Raízes da Ambição (Comes a Horseman, Estados Unidos, 1978) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro:  Dennis Lynton Clark / Elenco: James Caan, Jane Fonda, Jason Robards, George Grizzard, Richard Farnsworth / Estúdio: United Artists / Sinopse: Ella Connors é uma mulher solteira que é pressionada a vender sua fazenda de gado falida. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Richard Farnsworth).

Telmo Vilela.

Entre Deus e o Pecado

Baseado na obra homônima do escritor americano Sinclair Lewis - o primeiro americano a ganhar o Nobel de Literatura em 1930 - o clássico, "Entre Deus e o Pecado" (Elmer Gantry - 1960) é uma joia da sétima arte assinada pelo diretor Richard Brooks. Com um roteiro inflamável nas mãos onde religião, dinheiro e pilantragem se misturam no mesmo palco, e quase na mesma proporção, Brooks entrega à Burt Lancaster o protagonismo de um filme espetacular. Com uma atuação vigorosa e arrasadora que lhe rendeu o Oscar de melhor ator, Lancaster vive Elmer Gantry, um sujeito boa pinta, oportunista, imoral, charmoso e falastrão. Desempregado e sem muitas perspectivas, Grant vê sua vida mudar quando, por acaso, conhece num culto evangélico, a bela pregadora, Sharon Falconer (Jean Simmons). A evangélica que comanda uma pequena empresa religiosa, vive de viajar pelo meio-oeste americano levando a palavra de Deus. Neste momento o velhaco Gantry entra em cena com todo o seu charme e talento verborrágico na tentativa de aproximar-se da bela pregadora.

Depois de muitas investidas e tentativas, finalmente o malandro consegue aproximar-se de Falconer. A partir daí, começam a pregar a palavra de Deus por todos os cantos. Com uma ambição desmedida, oratória fulminante e um carisma arrasador. Gantry, não só derrete o coração de Falconer, como também deixa multidões embevecidas. A vida da pregadora muda para sempre. Ela agora é uma celebridade milionária e famosa em todo o país. Os planos de rapinagem do pilantra vão de vento em popa, até que um dia seu passado vem à tona e o coloca cara a cara com a prostituta Lulu Bains (Shirley Jones) seu ex-caso e que pode destruir sua reputação.

Forçado por um destino soberano que emerge entre desejos e interesses, o triunvirato: Grant, Lulu e Falconer, caminha célere para um final de consequências reveladoras e assustadoras. Grant, um furacão impiedoso que destrói tudo a sua volta; Lulu, a prostituta gélida e sedenta por vingança e Falconer, um anjo translúcido, de fé inabalável, olhos contemplativos e alma caridosa. Juntos, elevam à condição de clássico, um filme que tinha tudo para ser comum. O roteiro sensacional que chegou a ser proibido em várias cidades americanas, e até em alguns países, é recheado de surpresas. A fotografia é magnífica e o technicolor, acentuado por cores vibrantes, encaixa-se de forma perfeita com a paisagem e a alegria voluptuosa e histriônica de Grant. O filme abocanhou três Oscars: ator para Burt Lancaster, atriz coadjuvante para Shirley Jones e roteiro adaptado para Richard Brooks. Teve ainda indicações para o prêmio de melhor filme e melhor trilha sonora assinada por André Previn.

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Marca de um Erro

Tendo como garantia um excelente roteiro assinado por Zequial Marko, a música de Lalo Schifrin (Operação Dragão), e um time de atores de respeito como: Alain Delon, Ann-Margret, Van Heflin e Jack Palance - o diretor Ralph Nelson (Réquiem Para um Lutador) construiu um belo filme no estilo do inconfundível policial-noir e com forte influência de clássicos do gênero, como os premiados, Rififi - Os Segredos das Jóias e O Grande Golpe. O longa, A Marca de Um Erro (Once a Thief - 1965) conta a história de Eddie Pedak (Alain Delon) um imigrante italiano de Trieste e ex-presidiário que, vivendo na cidade de São Francisco tenta seguir o caminho da regeneração. Porém, o sonho de viver em paz junto com sua linda mulher, Kristine Pedak (Ann-Margret) e sua filhinha, parece impossível.

Tudo porque em seus calcanhares estão o Inspetor Mike Vido (Van Heflin), que jura que Eddie é o responsável pelo recente assalto a uma loja de conveniência que culminou com a morte da proprietária - além da presença sinistra do bandidão Walter Pedak (Jack Palance) irmão de Eddie e que deseja a todo custo o retorno de seu irmão ao mundo do crime para um último e lucrativo assalto. Porém, no caminho do sucesso deste último assalto, está o bandidão James Arthur Sargatanas (John Davis Chandler) braço direito de Walter e inimigo mortal de Eddie Pedak. Um bom filme, com um ótimo e surpreendente final. A bela dupla Delon-Margret, com diálogos precisos e com uma ótima química, consegue manter, suspenso no ar, elementos incendiários como mentira, ciúme e infidelidade, que, jogados num caldeirão em ebulição, pode deixar a história ainda mais instigante e explosiva. Nota 7

A Marca de um Erro (Once a Thief, França, Estados Unidos,1965) Direção: Ralph Nelson / Roteiro: Zekial Marko / Elenco: Alain Delon, Ann Margret e Jack Palance / Sinopse: Em São Francisco (EUA), o jovem imigrante ex-presidiário Eddie tenta mudar de vida e trabalhar para sustentar a esposa e filha pequena. Mas um policial e também seu irmão bandido não o deixam em paz, e acabam por forçá-lo a voltar ao crime. Mas, ao contrário dos outros, Eddie sabe quem são seus verdadeiros inimigos. Filme premiado no San Sebastián International Film Festival.

Telmo Vilela Jr.