Richard Burton - Barba Azul
Aqui estão várias curiosidades e informações interessantes sobre o filme Barba Azul (Bluebeard, 1972), estrelado por Richard Burton e dirigido por Edward Dmytryk — uma das produções mais curiosas da carreira do ator galês:
Produção:
Filmagem: O filme foi rodado em Budapeste, Hungria, e em locações na Áustria, utilizando verdadeiros castelos históricos europeus.
Sobre a História:
A trama é uma releitura moderna do conto francês “La Barbe Bleue” (Barba Azul), de Charles Perrault. No conto original, o Barba Azul é um nobre assassino que mata suas esposas e guarda os corpos em um quarto trancado — uma metáfora para segredos conjugais e o poder masculino. O filme transporta esse tema para a Europa do século XX, misturando romance, erotismo e crítica à aristocracia decadente.
Elenco e Personagens:
Richard Burton interpreta o Barão Kurt von Sepper, um piloto de guerra e nobre austríaco. O elenco feminino é composto por divas europeias da época, cada uma representando uma esposa anterior do Barão:
Raquel Welch — atriz americana em ascensão nos anos 70, interpretando uma freira rebelde.
Joey Heatherton — como a esposa americana, a mais jovem e curiosa.
Virna Lisi — a sofisticada esposa italiana.
Karin Schubert — atriz alemã, em um de seus primeiros papéis de destaque.
Nathalie Delon — esposa do ator Alain Delon, representando uma das vítimas misteriosas.
Curiosidades de Bastidores:
Richard Burton aceitou o papel principalmente por dinheiro. Após gastos excessivos e problemas fiscais, ele se envolveu em várias produções menores nessa época para recuperar financeiramente, inclusive Bluebeard. A produção foi conturbada. Edward Dmytryk, o diretor, teve divergências com Burton, que estava frequentemente alcoolizado durante as filmagens — algo recorrente nessa fase da carreira do ator. O filme fez parte de uma onda de produções eróticas “de luxo” dos anos 70, que tentavam combinar enredos históricos com nudez e sensualidade, aproveitando o sucesso de obras como Emmanuelle e Decameron.
Censura e versões diferentes:
Algumas cenas foram cortadas em países mais conservadores, especialmente na América do Norte, por causa de nudez e violência implícita.
Trilha sonora de Ennio Morricone.
O lendário compositor italiano foi responsável pela trilha sonora, misturando temas orquestrais com elementos melancólicos e misteriosos — um dos pontos altos do filme.
Críticas mistas:
A crítica considerou o filme extravagante, mas incoerente. Foi elogiado pela direção de arte e pela fotografia, mas criticado pelo roteiro e pela atuação irregular de Burton.
Status cult:
Com o tempo, Barba Azul se tornou uma obra cult, lembrada pela estética gótica, pela presença de astros famosos e por ser um retrato excêntrico do cinema europeu dos anos 1970.
Temas e Análise
Poder e dominação: a figura de Barba Azul é símbolo da autoridade masculina e da opressão sobre as mulheres.
Feminilidade e curiosidade: as esposas representam diferentes estereótipos femininos da época — todas punidas por desafiar o poder masculino.
Decadência aristocrática: o filme mostra uma Europa de aparências, onde luxo e corrupção se misturam.

Cinema Clássico
ResponderExcluirPablo Aluísio.