Título no Brasil: Ladrões de Bicicleta
Título Original: Ladri di biciclette
Ano de Produção: 1948
País: Itália
Estúdio: Produzioni De Sica
Direção: Vittorio De Sica
Roteiro: Cesare Zavattini,
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Gino Saltamerenda, Elena Altieri, Vittorio Antonucci
Sinopse:
Roteiro baseado no romance de Luigi Bartolini. O enredo se desenvolve no pós-guerra quando a Itália, completamente em ruínas, procura se levantar de alguma forma da destruição causada pelos bombardeios americanos e aliados. Para sobreviver Ricci (Lamberto Maggiorani) acaba arranjando um emprego após passar um longo período sem trabalho. Ele passa a ser colador de cartazes pelas ruas mas para isso precisa de uma bicicleta. Após juntar algum dinheiro com a ajuda da mulher Maria (Lianella Carell), ele finalmente consegue adquirir a bicicleta. No primeiro dia porém ela é roubada e para recuperá-la pai e filho partem em busca dos ladrões.
Comentários:
Um dos maiores clássicos do neo-realismo italiano, "Ladrões de Bicicleta" se tornou uma obra imortal por mostrar uma situação e um enredo aparentemente simples mas que no fundo possuíam uma grande mensagem, mostrando a luta de um pai de família em uma verdadeira busca pela sua dignidade perdida. O diretor não poupa o espectador e mostra sem relativismos a verdade nua e crua da sociedade italiana após um dos mais sangrentos conflitos da história. O curioso é que mesmo apostando no realismo sem véus, o cineasta consegue ao mesmo tempo dar um clima de magia e fascinação sem paralelos com o cinema europeu da época. O roteiro extremamente bem escrito procura desvendar as vísceras de uma sociedade em um dos momentos mais cruciais de sua história mas ao invés de mostrar a coletividade como um todo ele resolveu centrar sua atenção na vida de apenas um único homem comum. O resultado é não menos do que brilhante. Um clássico europeu que não pode faltar na coleção de nenhum amante da sétima arte.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
domingo, 5 de janeiro de 2025
Globo de Ouro: A Vitória de Fernanda Torres
Que maravilha! Ontem a talentosa Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro de Melhor atriz em uma noite histórica do cinema brasileiro. Não foi pouca coisa! O Globo de Ouro é uma das premiações mais importantes do cinema mundial. Vencer um prêmio como esse, com um filme falado em língua portuguesa, em uma história muito brasileira, embora com temas universais, realmente é algo que será lembrado nos próximos anos, pode ter certeza disso.
E não foi a importância apenas do prêmio dado a Fernanda Torres. Um prêmio mais do que merecido, mas também pela história que o filme conta e a sua importância para o momento em que vivemos hoje. A história de uma mãe tentando levar sua família em frente, após o marido ser morto pela ditadura militar brasieira, tem contornos simbólicos que não podem ser ignorados!
Existe, ainda hoje, pessoas que defendem uma ditadura violenta, sanguinária, criminosa e repleta de brutalidades como a que vemos na história desse filme. Esse grupo asqueroso, seja por ignorância histórica, seja por perversidade ou por psicopatia mesmo, acampou em volta de quartéis pedindo a volta da Ditadura. Gente que simplesmente não presta! Felizmente estão presos, embora os principais mentores ainda não estejam condenados. Espero que em breve todos sejam punidos com o rigor da lei que merecem.
Assim temos um filme importante, simbólico da luta contra regimes violentos e autoritários, com um elenco maravilhoso em cena, sendo premiado. O prêmio de Fernada Torres não se limita a ela, como grande profissional que sempre foi, mas também a todos os brasileiros que lutam por nossa democracia e liberdade. E essa é uma luta que ainda não terminou. Parabéns Fernada Torres, você nos representa e muito nesse momento de vitória!
Pablo Aluísio.
Oasis - (What's the Story) Morning Glory?
O Oasis vai voltar! Essa semana os irmãos anunciaram oficialmente a volta da banda depois de muitos anos separada. Bem, como dizia ironicamente a Rita Lee, quando essas velhas bandas voltam só há duas coisas a explicar: Ou estavam sem dinheiro ou então tinham muita cara de pau. No caso do Oasis penso que foram as duas alternativas. Os irmãos passaram anos ofendendo uns aos outros, não havia qualquer possibilidade de volta, segundo eles, mas aí já sabe... Estão mais velhos, as carreiras solos nunca decolaram direito, então o jeito foi mesmo se curvar às circunstâncias. Engoliram o orgulho e decidiram voltar, só não se sabe até quando, porque ninguém nega que há muito ódio entre eles.
Pois bem, voltando no tempo que o Oasis era de fato um dos melhore grupos de rock (ou de Britpop, como queira) de seu tempo, temos esse segundo álbum da banda. Para muitos foi o melhor e definitivo trabalho deles. Também foi o que mais alcançou sucesso nas paradas e isso definitivamente é algo inegável. O complexo de Beatles estava em cada faixa, mas eles já começavam a trilhar caminhos próprios. É um disco que gosto muito, embora tenha que reconhecer que de fato o excesso de sucesso o tenha deixado um tanto saturado com o passar dos anos. De qualquer forma, para muita gente, esse é o álbum definitivo do Oasis para se ter na coleção, de todo jeito.
Oasis - (What's the Story) Morning Glory? (1999)
Hello
Roll with It
Wonderwall
Don't Look Back in Anger
Hey Now!
The Swamp Song, Excerpt
Some Might Say
Cast No Shadow
She's Electric
Morning Glory
The Swamp Song, Excerpt 2
Champagne Supernova
Pablo Aluísio.
Stereophonics - Performance and Cocktails
Esse foi o segundo álbum da banda inglesa Stereophonics. Esse disco tem um sabor de nostalgia em meu caso particular porque quando ele foi lançado e estourou nas paradas de sucesso das ilhas britânicas, eu me encontrava em Londres por questões profissionais. Então era mesmo o som que estava no ar na época, tocando nas rádios, nos pubs, em todos os lugares. E o som do grupo estava mesmo alcançando uma maturidade incrível para músicos tão jovens, ainda tentando encontrar um caminho sonoro para se seguir. Eu atribuo esse profissionalismo de certo modo precoce aos produtores Steve Bush e Marshall Bird que sem dúvida fizeram um excelente trabalho. Basta ouvir a sonoridade do álbum para bem perceber isso.
Outro aspecto digno de nota vem da capa. A foto usada mostra um casal se beijando no lado de fora de uma das prisões de segurança máxima da Inglaterra. É uma foto jornalística que realmente chama a atenção não apenas pela espontaneidade do momento, mas também pelo simbolismo. A garota parece ter o olhar perdido, um tanto melancólico. Na época eu interpretei esse beijo como o último dado antes de seu namorado entrar na prisão. O beijo de despedida de um relacionamento que parece fadado ao fracasso em pouco tempo. Enfim, mais um detalhe dentro desse que é um dos meus discos preferidos do Britpop.
Stereophonics - Performance and Cocktails (1999)
Roll Up and Shine
The Bartender and the Thief
Hurry Up and Waitde
Pick a Part That's New
Just Looking
Half the Lies You Tell Ain't True
I Wouldn't Believe Your Radio
T-Shirt Sun Tan
Is Yesterday, Tomorrow, Today?
A Minute Longer
She Takes Her Clothes Off
Plastic California
I Stopped to Fill My Car Up
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de janeiro de 2025
O Robô Selvagem
Título Original: The Wild Robot
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks
Direção: Chris Sanders
Roteiro: Chris Sanders, Peter Brown
Elenco: Lupita Nyong'o, Pedro Pascal, Bill Nighy
Sinopse:
Roz, uma robô de alta tecnologia, acaba indo parar no meio de uma floresta. Seu programa a leva a tentar entrar em contato com sua companhia industrial, mas aos poucos, conhecendo os animais que ali vivem, ela vai desenvolvendo sentimentos muito humanos, inclusive em relação a um filhote perdido de uma ave.
Comentários:
Essa animação me lembrou muito de Wall-E. E aqui eu deixo a indicação dessa animação pioneira que eu considero até hoje uma das melhores já feitas nos últimos anos. Claramente esse Robô Selvagem não é tão maravilhoso como Wall-E, mas tampouco é um filme ruim, muito pelo contrário. Eu particularmente gostei muito! Em temos tão desastrosos, onde as pessoas parecem que perderam a sensibilidade e a empatia com o próximo, um roteiro como esse, que valoriza os bons sentimentos do ser humano, deve ser elogiado sempre que possível. O que se sobrepõe na história é justamente esse humanismo que certamente fará essa animação ser lembrada nos anos que virão. Uma animação com coração, algo bem raro de encontrar nos dias de hoje.
Pablo Aluísio.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Título Original: Spider-Man: Across the Spider-Verse
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Joaquim Dos Santos, Kemp Powers
Roteiro: Phil Lord, Christopher Miller
Elenco: Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Brian Tyree Henry
Sinopse:
O jovem Homem-Aranha latino Miles Morales tem um novo desafio quando sua amiga (e paixão platônica) Gwen Stacy retorna a Nova Iorque para lhe reencontrar. Há um novo e estranho vilão agindo, um tipo que passeia por mundos paralelos, causando caos e terror em todos eles! Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Animação.
Comentários:
Tecnicamente essa animação é perfeita. Para quem aprecia os diversos estilos, traços e formas de animações, não haverá nada melhor para ver. Só que isso não basta. Eu vi vários problemas por aqui. Primeiro de tudo, é uma animação de duração muito longa. Será que uma criança vai manter o foco por mais de duas horas e meia? Nos tempos de mundo digital que vivemos, duvido muito! Para piorar, depois de tanto tempo a história é simplesmente inconclusiva! Isso mesmo, você ficará um tempão assistindo a essa animação para no final a história não terminar, passando a bola para o filme seguinte! Eu pessoalmente me senti enganado! Terminem a história, afinal o Homem-Aranha não é Shakespeare! Basta vencer o vilão e estamos quites, prontos para a próxima. Agora, deixar tudo sem terminar, aí já vejo pura má-fé dos produtores.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Alexandre - O Nascimento de um Deus
Essa série esta disponível na Netflix. Sobre ela tenho algumas considerações. Não adianta fazer um filme ou uma série sobre um personagem tão grandioso como Alexandre da Macedônia se não tiver o devido orçamento. Fica feio fazer sem o dinheiro necessário para a produção. A história de Alexandre é a história de grandes batalhas, milhares de figurantes ou pelo menos o melhor que a computação gráfica tem a oferecer. E foi justamente esse o problema que vi aqui nessa minissérie documental.
Não tem orçamento. Essa é a verdade. As batalhas são muito pobres, mal feitas. Os atores que fazem as cenas - enquanto historiadores comentam - tampouco empolgam. Tudo parece feito meio ao acaso. Não tem aquele estilo épico que somos acostumados a ver. Claro que o roteiro é historicamente preciso, mas isso é o mínimo que se espera de um programa que tem historiadores na equipe. Na questão grandiosidade, infelizmente, esse Alexandre passou longe de ser grande!
Alexandre - O Nascimento de um Deus (Alexander: The Making of a God, Estados Unidos, 2024) Direção: Hugh Ballantyne / Roteiro: Christopher Bell / Elenco: Buck Braithwaite, Mido Hamada / Sinopse: Minissérie sobre o personagem histórico Alexandree, o Grande. Disponível na Netflix.
Pablo Aluísio.
Raël: O Último Profeta
Essa minissérie que está na grade da Netflix mostra esse sujeito bem esquisito. Um francês malucão que fundou uma seita. Ele afirma que foi visitado por uma raça de ETs. Eles então lhe ensinaram a doutrina de sua nova religião. Raël logo escreveu o seu livro com esses ensinamentos e adivinha o que aconteceu... Pois é, o tal Raël ganhou um monte de seguidores fanáticos que passaram a lhe seguir pelo mundo afora.
Ele mudou de países várias vezes porque o tal sujeito foi acusado de vários crimes por onde passou. Disseram que ele abusava das mulheres da seita e que ficava com os bens e dinheiro dos seguidores masculinos. Ora, e qual seria a surpresa de algo assim? Essa gente não conhece como funciona uma seita de verdade? E nessa linha mesmo, o líder fica com as bonitonas de seu rebanho e com o dinheiro dos homens que o seguem...
Como dizia o Bezerra da Silva, todo dia sai um Mané e um malandro de suas casas. Quando os dois se encontram sai negócio. E o negócio das seitas é muito lucrativo, como bem podemos ver por aqui. O Raël ganhou sexo grátis com várias mulheres bonitas de miolo mole e ainda pegou a grana toda dos maridões. Lembrou do Mané e do Malandro? Pois é meus caros... O mundo é dos espertos...
E não parou por aí. O tal Raël ganhou notoriedade mundial ao afirmar que havia criado um clone humano na sua seita. Claro, tudo mentira, mas ele faturou muito com a história. Mais gente passou a lhe seguir, mais gostosas para ele ter em sua cama, e mais bobões para dar o dinheiro para ele. Olha, depois de assistir a essa minissérie perdi a fé na inteligência da humanidade. Como tem gente burra nesse mundo...
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
SWAT - Segunda Temporada
A segunda temporada dessa série policial segue as diretrizes básicas da primeira temporada. Essa é uma daquelas séries produzidas com temporadas de muitos episódios que são exibidos na TV aberta nos Estados Unidos e depois vão compor as grades de programação de canais a cabo por anos. Embora haja uma linha narrativa básica os episódios podem ser assistidos de forma independente e sem seguir uma ordem cronológica. É feito justamente para isso, para encher a programação dos canais da TV a cabo sem que o espectador fique preso a uma história central.
Aqui na segunda temporada, temos que reconhecer, houve um capricho maior no desenvolvimento dos personagens. O Hondo, por exemplo, agora tem um sobrinho com quem se preocupar. A tenente assume sua bissexualidade, outros policiais estão passando por apertos financeiros e por aí vai. Tudo com o objetivo de não deixar os personagens rasos demais. Até que funcionou bem.
SWAT - Segunda Temporada (S.W.A.T. - Season Two, Estados Unidos, 2018) Direção: Billy Gierhart, entre outros / Roteiro: Robert Hamner, Rick Husky / Elenco: Shemar Moore, Stephanie Sigman, Alex Russell/ Sinopse: Segunda temporada da série televisiva da CBS SWAT. Um remake moderno da clássica série dos anos 70.
Pablo Aluísio.
Blue Bloods - Terceira Temporada
Eu até gosto muito de Blue Bloods. Caso contrário eu não teria assistido as três primeiras temporadas. E olha que são temporadas longas, com quase 22 episódios cada uma. Então é aquele tipo de série que você precisa ter fôlego para ver porque parece nunca ter fim. Dito isso tenho que admitir também que os roteiristas me parecem meio preguiçosos. Isso porque a série realmente tem vários problemas. O pior deles é seguir uma determinada fórmula que se repete ad nauseam.
A fórmula de todos os episódios é praticamente a mesma. Geralmente há dois crimes a se resolver. Um mais complexo é resolvido pela dupla de detetives da família. O mais simples geralmente envolve o caçula, que trabalha como policial de rua em Nova Iorque. E tem também aquelas chatas cenas de almoço ou jantar com os mesmos familiares de sempre. Familismo chato desses roteiros, mesmo que a série no final das contas seja sobre uma família de policiais de Nova York.
Agora de bom mesmo temos o Tom Selleck no elenco. Claro que agora ele está bem mais velho. Para um ator veterano, na sua idade, essa série realmente foi um presente. Ele não precisa fazer muito esforço e como a série se manteve por longos anos em cartaz ele conseguiu seguir na mesma linha, mantendo sua carreira de ator viva, algo que nem sempre acontece.
Então é isso. A terceira temporada segue no mesmo esquema das anteriores. Sem maiores novidades. essa é uma série padrão do canal CBS e é exibida na TV aberta nos Estados Unidos. Por essa razão ela é tão quadradinha e conservadora. Coisas muito ousadas você não encontrará, apenas o feijão com arroz de toda semana.
Pablo Aluísio.
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