terça-feira, 2 de novembro de 2004

Cinema Review - Edição IV

Inverno Sem Fim 
Esse filme, produzido na Hungria dos dias atuais, conta uma história real acontecida nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, quando a Hungria foi ocupada pelas tropas da União Soviética. Assim que o país ficou sob controle de Moscou, começaram a levar colaboracionistas do regime nazista para campos de concentração soviéticos na Sibéria, os terríveis Gulags. Ali os prisioneiros eram submetidos a um regime brutal, de trabalho praticamente escravo nas minas congeladas da região. Obviamente que não havia qualquer tipo de respeito aos direitos humanos dos prisioneiros. De certa maneira os russos repetiam os erros dos nazistas! No caso desse filme o roteiro foca no caso de uma jovem mulher húngara que foi submetida a esse regime brutal. Um bom filme, bem produzido e com um roteiro que só falha numa questão: ele procura esconder de forma deliberada que aqueles prisioneiros colaboraram com os alemães nazistas durante a guerra. Faz isso por um motivo bem óbvio, não trazer a antipatia do espectador para com os personagens, mas nesse processo se perde a devida honestidade intelectual que se deve ter ao contar histórias como essas. 

Estripador de Nova York 
Filme italiano rodado em Nova Iorque contando a história de um serial killer que começa a matar mulheres em uma orgia de sangue e terror. Achei ruinzão, mal feito, mas curiosamente ainda encontrei coisas boas por aqui. Todo filme, por mais tosco e ruim que seja, sempre tem alguma coisa que leva um espectador atento a ir até o seu final. No meu caso foi ver Nova York tal como era na época em que o filme foi produzido. Era o final dos anos 70, começo dos anos 80 e a grande cidade americana era dominada pelo lixo nas ruas, pela prostituição ao céu aberto e pelas centenas de lojas de pornografia espalhadas por toda a Times Square. Um cenário bem diferente da Nova Iorque do turismo internacional dos dias atuais. Pois é, a cidade passou por uma limpeza e toda aquela vida noturna underground e um tanto marginal foi varrida das principais ruas da metrópole norte-americana. Já o filme em si, bom, não há muito o que dizer. É ruim mesmo, apelativo e nada criativo. O cinema italiano da época poderia fazer algo melhor. 

Simbad e a Princesa
Quando eu era criança e adolescente esses filmes do Simbad passavam com regularidade na Sessão da Tarde. Eu assistia a todos eles e gostava! Eram outros tempos. Recentemente resolvi rever um deles, esse "Simbad e a Princesa". Pois é, não dá mais! Atualmente vejo como esses roteiros eram mal feitos, como o elenco era formado por atores e atrizes pra lá de canastrões e como as produções, de uma maneira em geral, deixavam muito a desejar. A única coisa que se manteve bem nostálgica e à prova do tempo, por ter muito charme, era o conjunto de criaturas feitas pelo mestre Ray Harryhausen! Nesse filme temos o gigante Cíclope, a caveira espadachim, entre outros. Tudo feito com a técnica do Stop-Motion, do quadro a quadro, onde esses bonecos eram filmados lentamente, para depois ganharem vida na sequência dos fotogramas! Muito legal! Para ele, e só para ele, deixo meus elogios. 

Pablo Aluísio. 

Cinema Review - Edição III

O Brilho de uma Paixão ★★★★
A história trágica de um poeta romântico inglês. E não deixa de ser impressionante como seu fim precoce e melancólico se parece com a de dezenas de outras poetas românticos. Eles pareciam destinados sempre a um mesmo destino, fosse na Inglaterra, nos Estados Unidos ou até mesmo no Brasil. Todos pareciam destinados a seguir uma certa fórmula em suas biografias. Morrer jovem, geralmente na flor da idade. E muitos foram vítimas da tuberculose! E o que impressiona é que essas foram suas vidas reais, não havia ninguém escrevendo esses roteiros dramáticos. Como gosto muito desses seguidores involuntários do "Mal do Século" apreciei bastante esse filme. Eu realmente fico comovido ao perceber que muitos desses jovens poetas jamais tiveram reconhecimento em vida. Geralmente conseguiam lançar um ou dois livros de poesias. E eles não faziam sucesso nenhum. Eram ignorados! Só muitas décadas depois de suas mortes é que finalmente estudiosos descobriam seu valor. E depois disso vinha a consagração na poesia, sendo lidos finalmente por grandes massas. Pena que não aconteceu com eles em vida, pois obviamente mereciam esse sucesso. Morreram como fracassados, coitados! Enfim, temos aqui um belo filme. Não tem final feliz, como era de esperar, mas traz importantes lições de vida e paixão sem limites pela poesia romântica. Os leitores desse estilo vão se deliciar com absoluta certeza! 

O Informante ★★
Recentemente o Presidente Trump disse que Mel Gibson e Stallone seriam os embaixadores de uma nova Hollywood. Eles iriam transformar o cinema americano, o trazendo novamente para seus anos de glória! Fazer o cinema americano grande novamente! Eu tive que dar risadas quando ouvi isso. A carreira deles praticamente acabou! Essa é a verdade! O Mel Gibson atualmente só faz filmes ruins, produções B sem qualquer relevância. Ele já foi um dos grandes astros do cinema, mas isso parece perdido em um passado hoje distante. Se duvida do que escrevi nessas linhas, assista a esse filme aqui. Péssimo, péssimo, uma produção de quinta categoria, beirando o amadorismo completo. Tudo é mal feito, desde o roteiro, que parece ter sido escrito por um garoto, seja as atuações, todas muito ruins. E o Sr. Gibson não escapa das críticas! Seu personagem é um velho policial com tantos clichês que eu fiquei com vergonha alheia. Francamente, que papelão!... 

A Câmara de Horrores do Abominável  Dr. Phibes ★★
Não tem jeito, eu sempre vou achar Vincent Price um ator muito bacana da velha Hollywood. Ele fez muitos bons filmes ao longo de uma carreira nada pretensiosa, que valorizava acima de tudo a cultura pop, principalmente no gênero do terror. Curiosamente nenhum de seus filmes conseguiu superar o sucesso desses filmes do estranho Dr. Phibes. Um sujeito desfigurado e obcecado por sua jovem esposa que havia morrido em circunstâncias misteriosas. Nesse segundo filme da franquia ele vai até o Egito em busca de uma "fórmula sagrada" para trazer sua esposa de volta à vida. Afinal, a antiga religião do Egito antigo era especializada nessa questão de "vida após a morte"! Tudo é feito com o requinte de direção de arte que bem conhecemos, mas o roteiro é muito mal escrito. Aos pulos, vai tentando contar sua história confusa, sem muito sucesso. Eu assisti a esses filmes pela primeira vez na antiga Sessão de Gala dos anos 80, que passava na Globo nas madrugadas de Sábado para Domingo. Já naquele tempo achava os filmes bem fracos. E agora, nessa revisão, as coisas só pioraram. Apesar do sucesso nos cinemas da época, posso afirmar que esses filmes do Dr. Phibes se encontram entre as piores coisas que Price fez em sua carreira. Jamais colocaria esses filmes entre as melhores coisas de sua vasta filmografia, muito pelo contrário. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2004

Cinema Review - Edição II

Incubus
★★
Um filme bem estranho, esquisito, fora dos padrões. Fica claro desde o começo que ele procura seguir os passos de clássicos como "O Sétimo Selo", mas sem muito sucesso. A declamação dos diálogos em meu ponto de vista ficou excessivamente teatral. Assim também as falas ficam superficiais quando transportadas para a linguagem do cinema. Por falar nisso, o grande atrativo segue sendo a presença do ator William Shatner. Ele iria se notabilizar por interpretar o Capitão Kirk na série original e depois em uma série de bons filmes para o cinema. Muito jovem, ainda tentando se encontrar, ele interpreta esse militar que acaba sendo atacado por um grupo de demônios do tipo Incubus. Seres das trevas que se disfarçam de belas mulheres para capturar a alma de suas vítimas. Bom, já deu para perceber que o espectador vai ter que comprar essa ideia para apreciar o filme. No meu caso particular vi tudo como uma boa peça teatral encenada ao ar livre. Nada muito além disso. 

Burke e Hare (Traficante de Cadáveres) ★★★
Eu sempre me interessei pessoalmente por essa história. Para quem não sabe, foi uma história real acontecida na Escócia. Naquele tempo havia um grande entusiasmo pela ciência da Medicina. A Escócia era um centro de grande universidades, mas faltava a matéria-prima para os estudos, que era justamente os corpos de seres humanos. Na busca desenfreada por eles, professores e estudantes de medicina começaram a comprar corpos humanos de traficantes que iam em cemitérios em busca dos objetos macabros de estudo. E quando nem isso mais supriu a demanda, eles começaram a matar pessoas! Um bom material para filmes de terror. O problema aqui é que o diretor quis fazer muita piadinha com o tema, virando o filme um produto mal sucedido de comédia de humor negro. Chega a ser muito irritante as diversas cenas que poderiam render bons momentos, mas que são desviadas para momentos de humor sem a menor graça. O elenco também se esforça, mas para ser engraçado, o que gera um sentimento de frustração em que está assistindo ao filme. Isso quando não se torna mesmo objeto da vergonha alheia. Nada é pior do que ver atores e atrizes tentando ser engraçados, mas nunca conseguindo! Nesse processo tudo vai por água abaixo. Não gostei do que vi. Gostaria mesmo era de ver essa história tratada com a devida seriedade e rigor histórico. Seria muito mais interessante!

Os Monstros ★★
Eu me lembro muito da série original, ainda em preto e branco, sendo exibida pela Band. Era uma versão mais pobre e mais apelativa da família Adams. Funcionava na época, devo dizer, mas esse é aquele tipo de produto que tem prazo de validade. Fazer um remake nos dias atuais era mesmo uma má ideia. O diretor pesou a mão e fez um troço muito sem graça. Não me entenda mal, o filme é até muito bem produzido. Só que o excesso de cores (em especial o verde) deixa tudo meio enjoativo. Talvez se esse remake fosse em preto e branco (para lembrar a série de TV) as coisas funcionassem melhor. No fundo tudo não passa de uma sitcom, onde por acaso, os personagens são monstros, todos inspirados nos clássicos de terror da Universal. Estão lá o velho vampiro, o monstro de Frankenstein e até o Lobisomem. Mas é como eu disse, é uma sitcom daqueles anos, dos anos 50. Hoje em dia tudo soa muito datado e sem muita graça. Assim o filme não deu certo mesmo. Algumas coisas devem ser deixadas no passado porque simplesmente não funcionam mais no mundo de hoje. O tempo, até mesmo em relação a produtos culturais, costuma ser mesmo implacável. 

Pablo Aluísio. 

Cinema Review - Edição I

Viagem ao Fundo do Mar
★★★
Assisti muito a série na minha infância. Nos anos 70 era exibido pela Rede Globo, depois por outros canais abertos menores. Eu achava um barato! Só que esse é o filme que deu origem a tudo. Não tem o mesmo elenco da série e nem muito menos aquele clima tão exagerado e divertido. Achei esse filme bem mais sóbrio, embora ainda haja espaço para polvos gigantes atacando o submarino! (esse tipo de coisa era marca registrada da série). O curioso é que o filme, apesar da trama um tanto absurda, ainda funciona! Obviamente que esse filme foi feito para o público juvenil da época. Claro que também envelheceu um tanto, mas como diversão nostálgica ainda me fez bem ao ver. Só que devo admitir, apesar de tudo, ainda prefiro o elenco da série. Aqueles atores eram bem melhores do que esses que vemos nesse filme. 

O Jogo da Rainha ★★★★
Ótimo filme histórico! O Rei Henrique VIII era conhecido por mandar matar suas esposas após descobrir que elas não lhe dariam o tão aguardado herdeiro masculino da coroa! Era obcecado por isso. Geralmente inventava mentiras sobre elas, afirmando que havia sido traído. Depois disso mandava cortar suas cabeças. Esse filme conta a história da última esposa de Henrique VIII. Ela era uma mulher inteligente e sagaz que a despeito de tudo conseguiu sobreviver, mantendo a cabeça sobre seus ombros. O interessante de sua história é que ela sobreviveu ao monarca e depois voltou a se casar após sua morte. Isso mesmo, ela era infiel ao Rei. Também pudera, Henrique VIII estava idoso, impotente e incapaz de satisfazer uma jovem e bela mulher como ela. Também era uma figura detestável em seus últimos dias. Estava absurdamente obeso, com uma ferida podre na perna que nunca parecia se curar - alguns historiadores afirmam que ele estava com Diabetes tipo 2. Enfim, um filme que vai agradar muito a quem aprecia história, como esse que escreve essas linhas. Se for o seu caso, não deixa de assistir. 

Joy ★★★
História muito boa, edificante mesmo! Mostra como a ciência pode ajudar na vida das pessoas. Uma história real que aconteceu nos anos 60, na Inglaterra. Um pesquisador se uniu a um cientista, um professor já idoso e a uma enfermeira idealista, com personalidade forte, para avançar nas pesquisas que tinham como objetivo engravidar mulheres com problemas de esterilidade. A pesquisa científica tem seus percalços, pois no fundo é um procedimento longo e penoso de tentativa e erro. No caso da história do filmes os avanços iam acontecendo enquanto os cientistas sofriam todos os tipos de pressões vindas de setores reacionários da sociedade, entre eles da própria igreja anglicana que não queria de jeito nenhum que aquilo fosse em frente. No final descobrimos que tudo daria certo, o esforço daquelas mentes não seria em vão. Eles conseguiram! Hoje em dia esse tipo de procedimento é amplamente usado pelo mundo afora. Milhões de mulheres se tornaram mães por causa desses personagens. Um avanço e uma vitória da ciência inglesa! Parabéns a todos que fizeram essa história acontecer. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 2 de outubro de 2004

Séries Review - Edição IV

Dia Zero
★★★
Embora tenha gostado dessa minissérie, esse é um daquele casos em que ficamos com a impressão de que poderia ser muito, muito melhor. Do jeito que ficou, temos apenas um passatempo OK e nada mais. O bom e velho Robert De Niro continua muito bem, apesar da idade. Firme e com convicção, defende seu personagem, um ex-presidente dos Estados Unidos, agora convocado para presidir uma comissão de investigação sobre um ataque hacker massivo promovido nos Estados Unidos, algo que criou um verdadeiro "apagão" cibernético em todo o país. 

O roteiro levanta a bola de temas espinhosos no mundo atual. Entre eles a polaridade política da Extrema-Direita, aliada a uma rede de fake news e desinformação como nunca se viu antes na história da humanidade. Um reflexo perverso dos nossos tempos. Só que ao invés de aprofundar nesses temas, o roteiro acaba abraçando uma solução bem rotineira, com uma reviravolta que não me empolgou em nada, pelo contrário, me rendeu alguns bocejos de tédio. É isso, "Dia Zero" não cumpriu tudo aquilo que prometeu. Ficou no meio do caminho, seja por preguiça ou falta de talento do time de roteiristas. Uma boa história, com potencial, mas que ficou pelo meio do caminho. Uma pena, devo dizer. 

O Dia do Chacal ★★★
Antes de qualquer coisa é bom ir avisando que essa série tem pouco ou quase nada a ver com o famoso livro original que aliás rendeu igualmente um bom filme para o cinema na época. A minha impressão é que apenas usaram o nome comercial já consagrado para vender no mercado algo completamente novo. Isso porque, vamos ser sinceros, tirando o fato do protagonista ser um assassino profissional, nada existe em termos de semelhança ao enredo contado no livro "O Dia do Chacal". É mesmo apenas um chamariz comercial para vender esse novo produto e nada mais. 

Dito isso, é bom também esclarecer que essa série não é ruim. Longe disso! Eu gostei, apesar dos momentos dignos de um filme de ação daqueles bem genéricos. Aliás o que estraga em grande parte a série vem dessas sequências de ação completamente mentirosas, algumas delas inclusive sem explicação adequada sobre o que teria acontecido no final. Vou dar um exemplo do que estou escrevendo. Há uma cena em que o Chacal aluga um barco e dá um tiro certeiro no meio do mar. Ele mata seu alvo e foge, sendo perseguido por lanchas policiais. Isso acontece no final de um episódio, para deixar no suspense. 

Então no episódio seguinte ele já está são e salvo. Nada lhe aconteceu de grave. Tudo bem, mas como isso aconteceu o roteiro nem se dá ao trabalho de explicar ao espectador. OK, eu consigo até relevar isso também, mas fica estranho, é uma falha grave de um roteiro que se viu encurralado e deu um jeitinho de escapar dessa situação sem explicar nada. Enfim, gostei, mas com ressalvas, como deixei bem explicado nesse texto. Vale a recomendação, mas vá com um pé atrás antes de começar a assistir. 

Ponto de Virada: Guerra do Vietnâ ★★★
A Guerra do Vietnã foi o maior erro histórico de política internacional dos Estados Unidos. Um verdadeiro desastre de grandes proporções. Uma lástima completa! Esse bom documentário, dividido em episódios, conta essa história, mostrando não apenas o lado dos americanos, mas do povo do Vietnã também. É um precioso registro histórico sobre tudo o que aconteceu. 

E a série começa mostrando os erros cometidos pelos presidentes americanos na avaliação desastrada de mandar tropas para o Vietnã. Algo que custaria milhares de vidas de jovens norte-americanos que sequer sabiam direito o que estavam fazendo naquele país distante. E para falar a verdade, nem os presidentes sabiam, como bem podemos ver aqui. Foi um verdadeiro erro de avaliação militar e política por parte de todos os envolvidos. E o mais assustador de tudo é saber que a lição não foi aprendida. Os Estados Unidos seguem cometendo os mesmos erros! Triste e desastroso para o mundo. 

Pablo Aluísio. 

Séries Review - Edição III

Plantão Policial
★★★
Eu gosto de séries policiais, de patrulheiros de Los Angeles e tudo mais. Por isso não iria deixar passar em branco essa série de episódios curtos (30 minutos cada um). Gostei do que vi. Os episódios são bem produzidos e os roteiros mais caprichados. No centro da ação temos uma policial - uma patrulheira de rua - que precisa completar o treinamento de um novato. As ruas da cidade são selva, então será algo complicado de fazer. E para piorar ela não parece ser uma policial comum, geralmente cedendo aos seus próprios instintos, indo atrás de um criminoso violento sem mesmo ter autorização de seus superiores para isso! Uma mulher que tem seus problemas emocionais e usa a profissão para colocar tudo para fora. Inclusive sua irmã vive pelas ruas, viciada em drogas pesadas e ela vai tentar resolver tudo na base da brutalidade policial. Enfim, vale a pena conferir. E se você curte séries policiais americanas não vá deixar passar sem ver. 

Sucession - Terceira Temporada ★★★
Fica na média das temporadas anteriores, o que significa que ainda continua muito boa essa série sobre uma família de ricaços que geralmente estão sempre passando a perna uns nos outros, mas que no fundo parecem se gostar de forma genuína. Essa temporada mostra vários membros da família tentando escapar de uma investigação do Departamento de Justiça que descobriu uma série de crimes cometidas no setor de cruzeiros da família. Há desde prostituição a bordo dos navios, assédio sexual e até mesmo assassinato. Alguém vai ter que pagar por esses crimes. O velho Logan decide jogar seu filho Kendall aos leões. Se alguém tiver que ser preso, ques eja ele! Só que as coisas não vão ser tão simples e Kendall tenta virar o jogo, assumindo o comando da companhia de comunicação, usando acionistas para isso. O tempo fecha dentro da família, claro! Enfim, continua uma série muito boa. Algumas vezes desanda para diálogos ou situações de pura vulgaridade, mas o combo geral é muito bom! Recomendo, sem dúvida. 

Desaparecidas: Caça Ao Assassino de Long Island ★★★
História real de um serial killer que cometeu diversos crimes na região de Long Island, uma cidade próxima a Nova Iorque. O sujeito ficou impune por anos e anos, matando jovens garotas que trabalhavam como profissionais do sexo. Após matar suas vítimas ele passou a jogar seus restos mortais numa estrada de pouco acesso na região. E tudo foi descoberto porque a polícia da região começou a procurar por uma garota desaparecida. Então, meio por acaso, acharam uma ossada. Depois outra e mais uma! Quando os policiais se deram conta descobriram que havia várias ossadas, muitas mesmo, naquela beira de estrada! Essa minissérie da Netflix recria todo o passado desse crime, mostrando principalmente como um assassino em série agiu por tantos anos sem ser pego! E a série levanta a questão do problema das vítimas. Por serem garotas de programa nunca realmente contaram com a boa vontade dos policiais para desvendar os crimes. Um absurdo que chocará o espectador! 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de outubro de 2004

Séries Review - Edição II

Os Segredos dos Hells Angels
Esse é certamente o motoclube mais famoso do mundo. É simbolo desse estilo alternativo de viver. Foi fundado por um grupo de veteranos da guerra do Vietnã que queriam liberdade, amor às motos e vida na estrada, fugindo assim da disciplina e da dureza da vida militar. O problema é que rapidamente esses valores iniciais de sua fundação foram distorcidos e deixados para trás. Não demorou nada para virar uma organização criminosa da pesada. E quem afirma isso não é o FBI, mas sim os próprios membros antigos do clube que nessa série documental resolveram falar, contar o que viveram por longos anos! Eu achei tudo muito interessante. Eu tinha, confesso, uma visão romântica desses grupos! Achava que eles eram apenas amantes da liberdade! Tudo ilusão, eles se envolveram em muitas atividades criminosas ao longo dos anos, que vão desde tráfico de drogas a assassinatos! Uma pena que uma ideia inicial tão idealista tenha se perdido tão facilmente. O mundo do crime realmente atrai os tolos e muitas vezes também os idealistas sem chão. O resultado está aí, para nos contar o que de fato aconteceu! Trágico destino! 

Vale dos Reis
Eu gosto demais dessa série sobre arqueologia envolvendo o Egito Antigo. Embora muita gente tenha uma ideia errada da vida de um historiador e arqueólogo, essa série documental do canal National Geographic nos mostra como suas vidas são duras. Trabalhar no deserto, em altas temperaturas, se enfiando em buracos profundos da antiguidade, que muitas vezes não passavam de tumbas velhas, roubadas há milênios, não é uma vida profissional para todos. Muito pelo contrário. Tem que ter vocação para aguentar um cotidiano desses! Infelizmente também acabamos notando que resta pouco a descobrir nos dias de hoje. Parece que tudo já foi escavado, roubado, saqueado, em todos esses milênios. Só coisas pequenas são encontradas, muitas vezes pequenos artefatos enterrados nas areias do deserto. E não deixa de ser comovente ver como todos esses profissionais do passado ficam incrivelmente felizes quando os descobrem. É muito amor pela história e pela arqueologia! 

Playboy: Fama e Morte
Eu sou de um tempo em que Playboy era uma marca, um símbolo de glamour. A revista era uma das mais vendidas do mundo (e do Brasil). O tempo passou, seu fundador morreu e agora muitas mulheres que viveram aqueles tempos decidiram contar suas histórias de exploração e degradação sexual. Nunca havia imaginado que o mundo de Playboy era tão barra pesada! Nessa temporada vemos mais histórias de coelhinhas que tiveram vidas trágicas. Nessa nova safra de episódios vemos crimes terríveis, como por exemplo, a polícia encontrando uma coelhinha morta numa caçamba de lixo, com seu corpo incinerado e belas e jovens rainhas da beleza caindo na prostituição no estilo beira de estrada para sobreviveram. Pois é meus caros. Um dia a juventude, a beleza, o glamour, tudo se vai... evapora no ar! Só resta as lembranças de um passado em que elas eram lindas e cobiçadas por todos os homens pelo mundo afora! E essa série procura trazer crônicas policiais de crimes que foram cometidas contra elas. Mas não é apenas isso. Muitas dessas coelhinhas também se tornaram criminosas, cometendo crimes das mais diversas naturezas! Uma vida, no final das contas, bem barra pesada! 

Pablo Aluísio.

Séries Review - Edição I

Demolidor - Primeira Temporada
★★★
Não se engane sobre isso, a série é realmente boa. Veja, a Marvel, junto do selo Star Wars - Disney, tem decepcionado muito no quesito séries. É cada bomba que vou te contar. Entretanto no meio de vasto material ruim sempre alguma coisa vai se salvar. No caso da Marvel essa série do Demolidor se salva realmente. Eu até concordo com algumas críticas que dizem que os episódios, por serem longos demais, se tornam cansativos. De fato isso acontece algumas vezes. Só que vamos bem entender esse aspecto. Penso que os roteiros são tão caprichados, principalmente no desenvolvimento dos personagens, que muitas vezes as histórias se tornam bem esticadas de fato. Ainda assim gostei do que vi. Eu demorei um tempo para ver toda a primeira temporada, mas cheguei em seu final. Achei muito bom. A única coisa que fez falta, para ser bem sincero, foi o uniforme tradicional do Demolidor. Algumas séries parecem ter vergonha disso. Coloquem logo o personagem no traje vermelho que as coisas melhoram. Pelo menos assim espero em relação à segunda temporada. 

Godfather of Harlem - Terceira Temporada ★★★
Essa série começou muito bem! Isso é inegável, mas acontece que foi perdendo muita qualidade com o passar dos episódios e das temporadas. Quando chegou nessa terceira temporada as coisas pioraram ainda mais. Acredito que se perdeu o foco da série. Quando o principal vilão foi preso, a série ficou sem um dos seus atrativos. Vincent D'Onofrio é um daqueles atores que fazem falta. Quando ele saiu de cena a série perdeu como um todo. Forest Whitaker ainda está lá, ele sempre foi um grande ator, mas acontece que obviamente dois grandes atores são bem melhores do que apenas um! Outra crítica que eu teria a fazer vem da sub trama envolvendo Malcolm X. Essa deveria ter sido mais bem explorada pois é muito interessante. No quadro geral a série contou bem sua história, com respeito que merece. Foi aquilo ali mesmo que aconteceu na vida real desse líder negro. Um pouco mais dele faria bem para a série. Então é isso. Uma boa série que foi perdendo gás com o passar do tempo. Acontece, não tem jeito, mesmo nas melhores series. É a vida. 

X-Men 97 ★★
Teve cinquentão chorando com essa animação. Tudo porque resgatou uma temporada de desenhos animados dos X-Men que passou lá pelos anos 90. Eu não tive esse tipo de explosão nostálgica emocional porque sinceramente falando já naquela época tinha deixado de assistir desenhos animados pela TV. Mas tudo bem, cada um com seu gosto pessoal. Na verdade eu decidi acompanhar essa série animada atual por causa da repercussão. Vi e não achei nada demais. Aliás achei até mesmo a animação meio pobre, mal colocada em termos de narrativa. A história já começa pelo meio, se atropelando, com o mestre Xavier vivendo em um planeta distante, se tornando uma espécie de lord consorte de uma rainha cósmica. Achei bem over, para ser sincero. Era melhor que fizessem algo mais coeso. E que deixassem também a animação dos anos 90 lá no passado. Se vão fazer alguma animação do grupo X-Men, então que façam algo novo de uma vez! O passado, muitas vezes, deve ser deixado em seu devido lugar. Assim eu penso. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2004

Poemas Brancos - Parte XII

 
A Amizade Acabou!

Você que anda hoje solitário, abandonado...
Está apenas colhendo o que plantou
Eu o tinha em alta conta, mas descobri quem você é
És um mau cárater, inclusive ladrão
Não quero pessoas como você por perto!

Não quero o seu mal, tampouco o seu bem
Só convivo com sua pessoa porque é o jeito
Mas realmente você não vale nada
Jamais esquecerei os dentes cerrados de ódio
Não se engane, depois daquele dia, nossa amizade acabou! 

Gente ruim que não presta, lamento
Mas é exatamente isso o que você é!
Vai sofrer pela vida, para ver se aprende empatia ao próximo!

Ladrão e mentiroso, escroto ao máximo!
Que você nunca tenha poder na vida
Pois vai barbarizar com o próximo
Essência de gente ruimm que não presta! 
Eu quero mais é distância, nossa amizade acabou para sempre! 

Pablo Aluísio. 

Poemas Brancos - Parte XI

 
O Torso de Sífilis

Jessica Foxx, Jessica James, Locadoras, anos 90
Paixão pela Val Acompanhantes
Pé de chinelo, Pé de doméstica, pose de artista
Não tinha nada de sofisticadas, nada
A sífilos corroendo o torso de quem não presta...

Jessica Foxx, Jessica James, Locadoras, anos 90
Rex Vídeo, Sound and Vision, Sortvideo
Anglo, últimos anos, vestibular
Atrocidades, sol na cabeça
Nada para ir, para por onde ir...

Jessica Foxx, Jessica James, Locadoras, anos 90
Val, Monte de fracassadas que não deram certo
Nem nas maiores atrocidades, sai com qualquer um...

Jessica Foxx, Jessica James, Locadoras, anos 90
Val, Monte de fracassadas que não deram certo
Nem nas maiores escrotices de putaria, trepa com quem aparecer...

Pablo Aluísio.