Título no Brasil: O Caso Richard Jewell
Título Original: Richard Jewell
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Billy Ray, Marie Brenner
Elenco: Paul Walter Hauser, Sam Rockwell, Kathy Bates, Brandon Stanley, Ryan Boz, Charles Green, Olivia Wilde
Sinopse:
Richard Jewell (Paul Walter Hauser) é um bom homem. Ele trabalha como segurança em um show, quando uma bomba caseira é encontrada. O artefato explode e pessoas morrem. O FBI então abre uma investigação para descobrir a identidade do terrorista, mas erra ao colocar o próprio Jewell como um dos acusados. A partir daí ele passa a ser alvo da imprensa que o massacra diariamtente, destruindo sua reputação. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates).
Comentários:
Clint Eastwood surpreende mais uma vez e surge com mais um excelente filme. Aqui, se o espectador interpretar bem o roteiro, há dois aspectos bem importantes a se colocar em evidência. A primeira surge quando uma pessoa inocente é acusada de um crime que não cometeu. Richard Jewell é uma boa pessoa, chegando a ser mesmo até meio bobão. Tem um excelente coração, ser bonzinho demais no mundo de hoje, pode ser bem perigoso. Ele tem seus valores, entre eles a valorização da autoridade policial, e de repente se vê entrando numa armadilha armada por um agente do FBI. O tipo de pessoa que ele mais admirava em sua vida agora luta por sua ruína pessoal. É o Estado massacrando o cidadão, até mesmo sem provas. A existência de direitos individuais se justifica justamente por esse tipo de situação. A outra grande relevância dessa história é mostrar como a imprensa também pode se tornar um problema, principalmente quando toma partido e começa a levar a opinião pública para um lado que no fundo naõ tem raízes sólidas. Por causa da imprensa - aqui corporificada numa personagem, a jornalista sem ética - o pobre e bem intencionado Richard Jewell se vê massacrado dia a dia pelos jornais e pelos noticiários de TV. São duas lições importantes a se aprender nesse filme. A primeira é que o poder de punição do Estado pode facilmente se tornar um instrumento de injustiça sem limites e que a imprensa, quando surge sem ética, é uma das coisas mais perigosas do mundo moderno. Assim Clint Eastwood acerta mais uma vez, expondo as veias abertas de uma América que ainda precisa melhorar muito para ser uma sociedade realmente admirável.
Pablo Aluísio.