Título no Brasil: A Lagoa Azul
Título Original: The Blue Lagoon
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: Douglas Day Stewart baseado no livro de Henry De Vere Stacpoole
Elenco: Brooke Shields, Christopher Atkins, Leo McKern
Sinopse:
Casal de náufragos vive em ilha perdida no pacífico sul. Juntos vão crescendo e vivendo as primeiras experiências amorosas e sentimentais. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Fotografia (Néstor Almendros). Indicado ao Globo de Ouro na categoria de revelação masculina (Christopher Atkins). "Vencedor" do Framboesa de Ouro na categoria Pior Atriz (Brooke Shields).
Comentários:
Se você perguntasse a um jovem do começo da década de 80 quem ele levaria para uma ilha deserta era quase certo que ele responderia: Brooke Shields. O filme "A Lagoa Azul" estaria em cartaz e a bela adolescente fazia parte do imaginário romântico e sexual de todo garoto daqueles anos. De certa forma "A Lagoa Azul" era o sonho de todo rapaz apaixonado. Ficar sozinho com uma linda jovem em uma ilha paradisíaca no meio do Oceano. O roteiro foi escrito a partir do famoso livro do romancista inglês Henry De Vere Stacpoole. A estória em si já é uma miscelânea dos ideais românticos que se espalharam pela literatura no começo do século XX. Lá está a jovem donzela, o garoto, quase homem, que a venera e o cenário extremamente bucólico ao redor. Além do romantismo, "A Lagoa Azul" ainda pincela momentos que de uma forma ou outra revisitam o livro do gênesis da Bíblia. Pois ambos são puros de coração mas vão aos poucos se descobrindo, perdendo a inocência original.
O filme foi realizado nas lindas locações das ilhas Fiji. Houve um certo desconforto com as muitas cenas sensuais e de nudez pois a atriz Brooke Shileds era menor de idade. Com extrema sensibilidade o diretor Randal Kleiser resolveu então com habilidade na edição suavizar esses momentos, deixando tudo com um olhar de muito bom gosto, conseguindo ser sensual sem se tornar vulgar ou apelativo. Com isso a produção conseguiu uma classificação etária que não prejudicasse sua bilheteria. E por falar em bilheterias "A Lagoa Azul" se tornou um filme extremamente lucrativo para o estúdio. Com custo reduzido de meros quatro milhões de dólares conseguiu render quase 80 milhões ao redor do mundo, um resultado realmente excepcional para a Columbia que dessa forma encheu seus cofres, superando uma velha crise financeira que teimava em persistir por anos. O sucesso transformou Brooke Shields em estrela, conseguindo um bom espaço que só não foi maior por causa de erros na administração de sua carreira. Pior aconteceu com seu parceiro de cena, Christopher Atkins, que não conseguiu alcançar maiores vôos. De qualquer modo mesmo tendo consciência que o filme envelheceu e que de certa forma saturou por ter sido muito satirizado ao longo dos anos, não há como negar que ainda continua charmoso e muito romântico, quase atemporal. Se você é uma pessoa que ainda acredita no amor não deixe de assistir "A Lagoa Azul".
Pablo Aluísio.