terça-feira, 2 de abril de 2002

Contos do Batman


Batman: Ecos da Noite

A chuva caía grossa sobre os becos de Gotham, dissolvendo as luzes de neon em rios de reflexos no asfalto. O Batman observava do alto de um prédio antigo em Park Row — o mesmo lugar onde tudo começou. Aquela esquina era um lembrete eterno, uma cicatriz aberta na cidade e nele mesmo.

Ele estava em silêncio, apenas o som do vento e do pingar da chuva no capuz. Então ouviu um grito — agudo, pequeno, carregado de desespero.
Uma garotinha.

Batman virou o olhar e viu uma van escura na rua abaixo. Dois homens encapuzados lutavam com uma criança de talvez oito anos, arrastando-a à força. A menina chutava, chorava, chamava pela mãe.
Por um segundo, o tempo se partiu.

O homem que vestia o manto negro não viu apenas uma vítima — ele viu a si mesmo. Viu um menino no beco, ajoelhado entre os corpos dos pais, o colar de pérolas de Martha caindo no chão, o olhar vazio do pequeno Bruce Wayne. A mesma idade. O mesmo medo.

Sem hesitar, ele saltou.

O impacto da queda fez ecoar o trovão. Um dos sequestradores nem teve tempo de reagir — o punho do Batman o lançou contra a parede, inconsciente. O outro tentou sacar uma arma, mas o Cavaleiro das Trevas já estava sobre ele. Em segundos, o homem estava no chão, gemendo, o ombro deslocado.

A menina recuou, tremendo. Os olhos dela, arregalados, refletiam o vulto escuro diante dela.
— Está tudo bem agora — disse Batman, a voz baixa, mas firme. — Ninguém vai te machucar.

Ela hesitou, chorando.
— E-eu quero minha mãe...

Ele se abaixou, o manto cobrindo-os da chuva.
— Eu sei. — Por um instante, o peso da lembrança esmagou sua voz. — Eu também só queria isso, uma vez.

Ela olhou para ele, confusa, mas sentiu que podia confiar. Batman tirou de seu cinto um pequeno rastreador e o ativou.
— Sua mãe está vindo. Você está segura agora.

A polícia chegou minutos depois, mas Batman já havia desaparecido.
No alto de um telhado, ele observava a menina correndo para os braços da mãe. E, pela primeira vez em muito tempo, sentiu algo parecido com alívio — ou talvez fosse apenas o eco distante do menino que ele havia sido.

A chuva continuava a cair, lavando o sangue, os gritos e a dor — mas não as lembranças.
Elas nunca se lavavam por completo.

Batman olhou para o céu, onde o raio iluminava as nuvens sobre Gotham, e murmurou para si:
— Ninguém mais vai passar por isso. Não enquanto eu estiver aqui.

E desapareceu na noite.

segunda-feira, 1 de abril de 2002

CHIPS


CHIPS
Já que estou lembrando do meu passado, aqui vai uma menção honrosa e nostálgica sobre o seriado CHIPS. Essa foi uma série de enorme sucesso no Brasil, sendo exibida também pela Rede Globo. Já era quase o finalzinho dos anos 1970, mas lá estava a aventura desses dois patrulheiros rodoviários da Califórnia! Eu curtia muito e ainda hoje me lembro nitidamente da abertura e da música tema! Era muito bom! Como era bom ser criança, ver CHIPS na TV, enquanto curtia o friozinho da cidade de Ribeirão Preto. Foi um tempo feliz na minha vida!

Pablo Aluísio. 

Flipper


Flipper
Eu era um garoto quando as aventuras do golfinho Flipper eram exibidas na televisão aberta brasileira. Naquela época só existia os canais abertos, como Globo, Bandeirantes, Record, etc. E naqueles tempos também as TVs coloridas começavam a despontar no Brasil. Então, para uma criança dos anos 1970, não havia nada mais legal do que ficar vendo aquele oceano azul na tela da nova TV Toshiba comprada. Era um deleite e um prazer! Bons tempos do golfinho Flipper! Sinto saudades!

Pablo Aluísio.