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sábado, 2 de julho de 2011

David Gilmour, o Som Absoluto

Hoje David Gilmour é considerado com toda razão um dos maiores guitarristas do mundo. Curiosamente ele só entrou na lendária banda Pink Floyd porque seu fundador e criador, o genial Syd Barrett, entrou em um processo sem volta rumo à loucura e insanidade. "Cheguei a participar de poucas sessões com Barrett. Ele não estava bem. Era questão de tempo sua saída" - recorda Gilmour. Depois que Syd foi afastado de uma vez por todas o grupo passou a contar com dois elos fortes, ele, Gilmour, e o talentoso mas genioso Roger Waters. "No começo fiz o que pude para melhorar o som da banda. Waters tinha planos de transformar o grupo em uma banda especializada em trilhas sonoras para cinema mas isso aos poucos foi sendo deixado de lado embora o Pink Floyd tenha feito bons trabalhos nessa direção".

A busca por uma nova direção, baseada em música instrumental, fez com que Gilmour aprofundasse os estudos para ser um guitarrista acima da média, pronto para executar qualquer solo que fosse pedido, afinal era questão de sobrevivência para ele. Sua marca preferida em termos de instrumento sempre foi a leve e prática Fender Stratocaster. Sobre essa escolha Gilmour explicou: "Quando você passa muitas horas dentro de um estúdio, tentando criar algo ao lado de seus colegas é necessário ter uma guitarra leve, compacta e que execute todas as sonoridades que você necessite. A guitarra tem que se tornar uma extensão do seu corpo, sem atrapalhar. Leveza por isso é fundamental. A Fender cumpre todas essas funções. Gravei os grandes álbuns do Pink Floyd com ela. Adoro o design, a leveza e a simplicidade. Não gosto de guitarras grandes, pesadas e pouco práticas. Podem ser bonitas mas para mim não funcionam, não me ajudam a criar, afinal não uso guitarras para tirar fotos mas sim para tocar!".

Para Gilmour o ponto de mudança ocorreu durante as gravações do mitológico disco "The Dark Side of the Moon". "Foi um grande processo de gravação. Queríamos criar algo marcante. As sessões eram feitas na base da improvisação onde cada um dava um palpite para melhorar as canções. Os solos surgiram na minha mente nessa longa jam session! Eu raramente escrevo meus solos numa partitura. Eles saem na base do sentimento durante as sessões de gravação. Assim que eu gosto de trabalhar e produzir". O resultado foi maravilhoso e desde o começo foi elogiado pela crítica que logo o qualificou como obra prima. O guitarrista recebeu um título muito honroso da imprensa britânica que começou a lhe chamar de "David Gilmour, o Som Absoluto". Todos estavam impressionados com as experiências do Pink Floyd, com aquela brilhante fusão entre música instrumental, clássica e rock. Esse tipo de sonoridade logo ganhou a alcunha de "Rock Progressivo" - um rock evoluído, em progresso, que ia além do feijão com arroz das bandas dos anos 60 como Beatles e Rolling Stones.

Para espanto de muitos porém esse não é considerado o álbum favorito de David Gilmour, o Som Absoluto. Para ele o melhor trabalho do grupo só viria muitos anos depois com "A Momentary Lapse of Reason". Para ele o grande diferencial foi a experiência conquistada após tantos anos. "A experiência como músico só vem com anos e anos de muita prática e estudo. A prática diária ajuda você a descobrir sons que passam despercebidos em seus ouvidos. Só nas sessões de A Momentary Lapse of Reason que eu me senti completamente seguro de tudo o que fazia em estúdio. Tenho muito orgulho desse álbum". Quem poderia discordar? Afinal David Gilmour levou o rock, antes considerado um ritmo pobre, com poucos acordes e muitos clichês, a um novo patamar musical. Uma revolução no estilo que ecoa até os nossos dias.
 
Roger Waters - Pink Floyd
Vejo pessoas reclamando das posições políticas e ideológicas do baixista Roger Waters, Ex-Pink Floyd, e percebo que essas mesmas pessoas apresentam total desconhecimento de sua vida. Roger tem uma posição política mais progressista porque é um roqueiro dos anos 60 e também porque seu pai morreu durante a II Guerra Mundial. Ele lutava contra o nazismo. Qualquer coisa que cheire ou que venha a se parecer com algum tipo de regime totalitário já deixará o músico de cabelos em pé.

O termo "progressista" aqui não tem nada a ver com ser de esquerda, ou pior, ser comunista. Dentro da polaridade em que vivemos muitos são taxados de comunistas sem nunca o terem sido. Waters passa longe disso. Ele é um capitalista que sabe jogar muito bem o jogo do mercado. Tanto que coloca seu show na estrada e o vende. Quer algo mais empreendedor do que isso? Não há.

Assim em seus shows no Brasil Roger Waters chegou a ser chamado de esquerdista, comuna e outras besteiras. Algo parecido acontece com o Papa Francisco, dito por radicais como um comunista no Vaticano. Gente, vamos pensar melhor. Tanto Roger Waters como o Papa Francisco são acima de tudo humanistas. Eles vão combater qualquer ideologia política que venha surgir que pareça minimamente radical. Eles viveram na pele e em seus passados a brutalidade de regimes de exceção. Esperar algo diferente de pessoas como eles é simplesmente fechar os olhos para a realidade (e a história).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

David Gilmour - Live At Pompeii

Há algum tempo David Gilmour deixou claro que o Pink Floyd acabou. A banda nunca mais vai se reunir novamente. Isso não significa que o guitarrista não utilizará esse grande legado em seus lançamentos na carreira solo. Um exemplo vem nesse box "David Gilmour - Live At Pompeii". Pois é, Gilmour voltou à Pompeia, a cidade romana que foi arrasada pelo vulcão Vesúvio no ano 79. O Pink Floyd já havia estado nesse anfiteatro na década de 1970. Foi um evento marcante na história da banda. Eles fizeram um show histórico na ocasião, sem público, muito respeitoso com o lugar milenar. Acabou virando um documentário que foi lançado nos cinemas.

Agora David Gilmour resolveu voltar por lá, cantando velhas e novas canções, mas apoiado por uma grande produção de palco, luzes, tudo classe A. O guitarrista também fez questão que a apresentação ocorresse durante à noite e não de dia como no show original. Obviamente só assim o público iria aproveitar toda a produção do concerto. O box traz dois DVDs. Além do show em si, na íntegra, temos ainda um documentário sobre a última turnê de Gilmour, entrevistas com uma historiadora especializada na história da cidade romana e muitas informações. O box traz igualmente os dois CDs gravados no mesmo evento, além de um livreto com tudo sobre a produção do show, cartões postais e posters da apresentação. Um produto de excelente qualidade, muito recomendado para quem gosta do Pink Floyd e, é claro, de David Gilmour, que sempre considerei o maior guitarrista da história do rock, em todos os tempos.

David Gilmour - Live At Pompeii (2017)

DVD 1
1. 5 A.M.
2. Rattle That Lock
3. Faces Of Stone
4. What Do You Want From Me
5. The Blue
6. The Great Gig In The Sky
7. A Boat Lies Waiting
8. Wish You Were Here
9. Money
10. In Any Tongue
11. High Hopes

DVD 2
1. One Of These Days
2. Shine On You Crazy Diamond (Parts 1-5)
3. Fat Old Sun
4. Coming Back To Life
5. On An Island
6. Today
7. Sorrow
8. Run Like Hell
9. Time/Breathe (In The Air)(Reprise)
10. Comfortably Numb
11. Pompeii Then And Now

Pablo Aluísio.