quinta-feira, 10 de abril de 2025

Deathstalker - O Guerreiro Invencível

Título no Brasil: Deathstalker - O Guerreiro Invencível
Título Original: Deathstalker
Ano de Lançamento: 1983
País: Estados Unidos, Argentina
Estúdio: Palo Alto
Direção: James Sbardellati
Roteiro: Howard R. Cohen
Elenco: Rick Hill, Barbi Benton, Richard Brooker

Sinopse:
O guerreiro Deathstalker é enviado por uma bruxa em uma busca para encontrar um cálice, um amuleto e uma espada, dois dos quais estão nas mãos do feiticeiro malvado Munkar.

Comentários:
Nem preciso dizer que atualmente esse filme ficou mais do que datado. Algumas vezes as pessoas assistem a um filme na infância, acham muito legal, mas com os anos, depois que voltam a ver aquele mesmo filme, descobrem que ele não passa de uma bomba! É o caso aqui. O filme é todo mal feito, rodado na Argentina, com um protagonista interpretado por um péssimo ator. Em meu caso sempre achei essa produção uma cópia mal feita e cara de pau de Conan. Mas é a tal coisa, como teve gente que assistiu quando era moleque ainda vai defender. Freud explica! De resto, posso dizer, pouca coisa se salva além da lembrança afetiva. O filme é ruim demais mesmo. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

O Intermediário do Diabo

O Intermediário do Diabo 
O ator George C. Scott teve uma ótima carreira no cinema. Os cinéfilos mais superficiais lembram dele por causa de Patton, mas essa é uma visão bem rasa. Ele fez muitos filmes bons, alguns clássicos absolutos da história do cinema. Só que o tempo passou, o ator ficou com mais idade, então chegou o momento de aceitar o que estava sendo oferecido. Não digo isso como reprovação, nada disso, apenas como constatação. Assim, já idoso, o bom e velho Scott enveredou pela linha dos filmes de terror. Digo que gosto de praticamente todos os filmes que ele fez nesse gênero, com destaque para o muito bom "O Exorcista III", um terror psicológico muito acima da média. 

"O Intermediário do Diabo" (também conhecido como "A Troca") foi outro filme de terror da carreira de Scott. Deixa eu falar algo com sinceridade: esse é um filme muito bom de casas assombradas! Filme com estilo, com elegância, nada das porcarias que vemos hoje em dia. Na história Scott interpreta um compositor de música clássica. Quando sua esposa e filha morrem em um acidente na estrada, ele decide mudar de cidade, tentar uma nova vida em Seattle. Vai trabalhar na grande cidade da costa oeste, onde pretende progredir como compositor. É também uma tentativa meio desesperada de superar a depressão pela morte de sua família. 

Para isso aluga uma velha casa que estava sob os cuidados do patrimônio histórico da cidade. Uma casa muito bonita, grande, mas meio mal tratada pelo tempo que ficou abandonada. No passado havia pertencido a uma médico com uma história familiar trágica! Uma vez lá, ele começa a perceber estranhos fenômenos, incluindo a manifestação espiritual de um garotinho que morreu na casa no começo do século XX. Falar mais, tecendo maiores comentários, seria estragar as surpresas do roteiro. O que tenho a dizer é que o filme é realmente muito bom. Eu gostei das atuações, da ambientação sombria (essencial para esse tipo de filme) e até mesmo do desfecho da história. Um bom filme de terror com George C. Scott. Realmente não teria do que reclamar. 

O Intermediário do Diabo (The Changeling, Estados Unidos, 1980) Direção: Peter Medak / Roteiro: Russell Hunter, William Gray, Diana Maddox / Elenco: George C. Scott, Trish Van Devere, Melvyn Douglas / Sinopse: Após a morte da esposa e filha, veterano compositor de música clássica aluga uma velha mansão para compor novas músicas e acaba descobrindo que há várias manifestações sobrenaturais naquele lugar. 

Pablo Aluísio. 

Grito de Horror III

Título no Brasil: Grito de Horror III
Título Original: Howling III
Ano de Lançamento: 1987
País: Austrália
Estúdio: Bacanora Entertainment
Direção: Philippe Mora
Roteiro: Gary Brandner, Philippe Mora
Elenco: Barry Otto, Max Fairchild, Imogen Annesley

Sinopse:
Uma jovem tenta uma carreira como atriz em filmes B de terror. O que ninguém desconfia é que ela é na verdade uma ancestral de uma tribo de seres mutantes, metade homens, metade lobos! E ela está prestes a dar a luz pois ficou grávida de um ser humano normal, seu colega no elenco desse filme trash!

Comentários:
Esse deve ser o pior filme de lobisomem já feito na história! Que filme péssimo! Nada funciona, tudo é ruim demais! O elenco é formado por atores e atrizes sem o menor talento. A maquiagem dos monstros é de fazer rir qualquer um! O roteiro é uma desgraça, envolvendo lobisomens que são mutações de marsupiais (que porcaria de ideia tosca foi essa minha gente?). Esse diretor só podia estar de sacanagem quando rodou essa bomba H cinematográfica! O filme é tão ruim, mas tão ruim, que eu não consegui chegar ao seu final! E olha que sou um daqueles cinéfilos guerreiros, que vão até o fim quase sempre! Só quando a ruindade é insuportável é que fico no meio do caminho. Foi justamente o caso dessa produção Z! Enfim, um horror, no mal sentido, claro! Fuja para as montanhas sem pensar duas vezes! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Homens que são Feras

Título no Brasil: Homens que são Feras 
Título Original: Rage at Dawn
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Tim Whelan
Roteiro: Horace McCoy, Frank Gruber
Elenco: Randolph Scott, Forrest Tucker, Mala Powers, J. Carrol Naish, Edgar Buchanan, Howard Petrie

Sinopse:
Uma quadrilha formada por irmãos, os Reno, espalha terror pelo velho oeste, assaltando bancos, trens e praticando todos os tipos de crimes. Associados a um xerife corrupto e a um prefeito de índole criminosa, nada parece deter os bandidos. Até que uma agência de detetives de Chicago decide organizar um plano para finalmente colocar esses criminosos atrás das grades. 

Comentários:
Nessa altura de minha vida de cinéfilo posso dizer sem receios que qualquer faroeste com Randolph Scott vale a pena! Esse filme dos anos 50 não é dos mais conhecidos da carreira do ator, mas vale muito a pena assistir. Esses irmãos Reno, que aparecem na história como vilões, realmente existiram. E também houve uma agência de detetives que foi atrás deles. Agora, fora isso, realmente não espere por nada muito fiel aos acontecimentos históricos. Não é bem assim que esses roteiros eram escritos naquela época. Sabemos que havia muita romantização nesse tipo de filme de western. Um exemplo acontece quando o agente disfarçado interpretado por Scott passa a cortejar a irmã mais jovem dos irmãos criminosos. Ele a seduz, obviamente com o objetivo de entrar naquela família, para assim pegar os criminosos em flagrante delito. Agora, complicado para o Randolph Scott foi mesmo fazer as cenas em que ele, disfarçado de bandido, rouba um banco. Como ele mesmo gostava de dizer, não queria interpretar vilões. Nem que fossem disfarçados como nesse filme. Não combinava bem com sua personalidade cinematográfica! 

Pablo Aluísio.

Gatilhos da Violência

Título no Brasil: Gatilhos da Violência
Título Original: A Time for Dying
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Corinth Films
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher
Elenco: Richard Lapp, Anne Randall, Audie Murphy

Sinopse:
Cass Bunning (Richard Lapp) é um cowboy bom de mira e rápido no gatilho que chega na pequena cidade de Silver City. Assim que coloca os pés por lá, resolve salvar uma jovem chamada Nellie Winters (Anne Randall) de se tornar a nova prostituta do bordel local. Depois se casa com ela em uma cerimônia presidida pelo famoso juiz Roy Bean (Victor Jory). Agora, com as novas responsabilidades de um homem casado resolve se tornar caçador de recompensas, o que lhe fará encontrar com bandidos famosos e perigosos como Jesse James (Audie Murphy).

Comentários:
Último filme da carreira de Audie Murphy (aqui atuando ainda como produtor) e também último western assinado pelo cineasta Budd Boetticher. Só esses fatos já levariam o filme a ser considerado essencial pelos fãs de faroestes. O problema é que apesar de ser o adeus de dois grandes nomes do gênero, "Gatilhos da Violência" não consegue impressionar, muito pelo contrário, pois logo se torna uma decepção completa. O roteiro é completamente sem foco, disperso e mal escrito. Há uma tentativa de inserir humor em certos momentos, mas o tiro sai pela culatra pois todas as cenas cômicas são constrangedores de tão sem graça. Audie Murphy surge tão rapidamente como desaparece. Ele só tem uma cena no filme inteiro quando encontra o tal caçador de recompensas no meio do deserto. Fala duas linhas de diálogo e some, dando adeus ao cinema para sempre. Melhor se sai o ator Victor Jory que interpreta o juiz Roy Bean (aquele mesmo do filme com Paul Newman). Atuando muito bem, salva o filme de ser uma bomba completa. Já Richard Lapp que interpreta o cowboy protagonista é um desastre completo. Canastrão, não consegue convencer. Provavelmente só foi escolhido por ter uma semelhança incrível com Audie Murphy quando ele era bem mais jovem. No geral, infelizmente, é isso, não há outra conclusão, o filme é bem ruim mesmo. Uma despedida melancólica de Murphy e Boetticher do velho oeste.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Ruptura das Linhas Inimigas

Título no Brasil: Ruptura das Linhas Inimigas
Título Original: Das Eiserne Kreuz, 2. Teil
Ano de Lançamento: 1979
País: Alemanha, Estados Unidos
Estúdio: Constantin Films
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Peter Berneis, Tony Williamson
Elenco: Richard Burton, Robert Mitchum, Rod Steiger, Helmut Griem, Michael Parks, Helmut Griem

Sinopse
Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, um esquadrão de tanques do exército americano se prepara para invadir uma pequena cidade do interior da França. A operação, realizada poucos dias depois do Dia D, precisa destruir um foco de ocupação do exército alemão que ainda se encontra naquela região. E os militares alemães estão dispostos a resistir de qualquer maneira, usando como escudo humano inclusive os próprios moradores franceses que ali se encontram. 

Comentários:
Um filme já bem temporão, quando as luzes já estavam sendo apagadas para essas produções clássicas da Segunda Guerra. O elenco só traz medalhão do passado, veteranos que um dia foram astros em Hollywood como Richard Burton, Rod Steiger e Robert Mitchum. Apesar disso o filme não consegue ser muito bom. Fiquei com a clara impressão que o estúdio aqui se meteu no corte final do filme. A edição original tinha mais de 2 horas e meia de duração. Tempo suficiente para desenvolver melhor os personagens e a história. Só que o estúdio achou longo demais e promoveu essa edição porca que vemos aqui, com um filme durando mais ou menos 80 minutos! Claro que ficou tudo truncado, mal desenvolvido. Lamento pelos nomes envolvidos no elenco, pois sempre fui fã de todos eles. Só que esse filme tardio de guerra mostrou a importância de uma edição bem realizada. Se mal feita, pode estragar todo um filme que tinha muito potencial para ser excelente. Infelizmente isso aconteceu por aqui. Lamento muito! 

Pablo Aluísio.

A Raposa do Mar

Após enfrentar uma batalha sangrenta o Capitão Murrell (Robert Mitchum) é enviado para um novo posto. Ela passa a ser o comandante de um destróier americano no Atlântico Sul durante o auge da II Guerra Mundial. Inicialmente a tripulação recebe seu novo comandante com certa desconfiança. Ele pouco interage com os marinheiros sob seu comando, preferindo passar seus dias trancado em sua cabine privada. Na verdade ele ainda tenta se recuperar dos vários ferimentos sofridos em seu último confronto. As coisas mudam quando subitamente o radar do navio localiza um ponto em alto mar que ao que tudo indica talvez seja um submarino alemão. Chamado à sala de controle o comandante então tem sua confirmação – é realmente o que se pensava ser. Em poucos minutos ele coloca o navio de combate no encalço do submarino do Terceiro Reich, o que dará origem a uma verdadeira caçada em alto-mar com consequências terríveis para todos os envolvidos.

Muitos filmes foram realizados sobre os combates travados durante a II Guerra Mundial mas poucos foram tão bem realizados como esse. “A Raposa do Mar” tem ótimos diálogos, um roteiro muito inteligente e um aspecto mais do que bem-vindo: ao contrário de outros filmes de guerra que retratavam os alemães como monstros, esse aqui se propõe a mostrar todos os conflitos e ansiedades vivenciadas pelos marinheiros do Reich dentro do submarino durante a batalha. Isso humaniza bastante esses militares, somando ainda mais ao filme, o transformando em uma pequena obra prima do gênero. 

O roteiro foi adaptado de um livro escrito por um almirante da marinha americana, D.A. Rayner, o que explica seu argumento tecnicamente muito fiel à realidade dos fatos. O capitão do submarino, Von Stolberg (interpretado com grande inspiração pelo ator alemão Curd Jürgens), é um homem que já lutou em várias guerras e sabe que os alemães dessa vez lutam em vão. A estrutura dramática do filme se apóia justamente em cima desse duelo entre o comandante americano Murrell e o capitão Von Stolberg, que lutam bravamente entre si para vencer essa marcante batalha naval. “A Raposa do Mar” é sem dúvida um grande filme de guerra, um dos melhores já feitos sobre a luta nos oceanos.

    
A Raposa do Mar (The Enemy Below, Estados Unidos, 1957) Direção: Dick Powell / Roteiro: Wendell Mayes, baseado no livro escrito pelo almirante D.A. Rayner / Elenco: Robert Mitchum, Curd Jürgens, David Hedison / Sinopse: Um comandante americano e um capitão de submarino alemão duelam no Atlântico sul durante a II Guerra Mundial. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Curd Jürgens).

Pablo Aluísio. 

domingo, 6 de abril de 2025

A Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso
O que foi a Guerra do Peloponeso? Na antiguidade a região da Grécia era dividida em diversas cidades. Essas comunidades seguiam um sistema básico que os historiadores hoje denominam de Cidade-Estado. Embora falassem a mesma língua e tivessem basicamente a mesma cultura, os gregos não estavam unidos em um país, mas sim em cidades que eram independentes entre si. Cada cidade-Estado contava com seu próprio sistema e regime políticos e não eram subordinadas a nenhuma outra cidade da Grécia antiga. 

No meio de dezenas de cidades duas se destacavam: Atenas e Esparta. Eram inimigas e seguiam regimes políticos antagônicos. Enquanto Atenas era uma democracia, com alteração de poderes, Esparta era uma tirania militarista, fortemente armada, baseada totalmente em disciplina de guerra, em disciplina militar rígida. Esse clima de guerra entre as duas cidades fizeram com que elas se unissem com outras cidades com quem tinham afinidades políticas. Atenas criou a Liga de Delos e Esparta passou a chefiar a Liga do Peloponeso (nome da região onde a maioria dessas cidades foram erguidas). 

Não demorou muito para a crise se instalar. Atenas entrou em um conflito político com Coríntio (ou Corinto), que era protegida de Esparta e fazia parte de sua liga de proteção militar. Quando Atenas posicionou tropas em direção a Coríntio, Esparta foi acionada. Dentro da liga existia uma cláusula que determinava que Esparta iria defender qualquer uma de suas cidades aliadas, caso fossem atacadas por Atenas ou qualquer uma de suas parceiras de Delos. E foi justamente isso que aconteceu!

Essa guerra entre Esparta e Atenas foi extremamente longa e sangrenta. No total, entre idas e vindas, tratados de paz e voltas ao campo de batalha, se passaram 27 anos de guerra! Milhares morreram e praticamente todas as cidades da Grécia antiga se envolveram nessa luta feroz. Muitas das belas cidades gregas foram queimadas, com populações dizimadas! Isso enfraqueceu o mundo grego, abrindo as portas para a invasão de povos estrangeiros, inicialmente os persas e bem mais tarde, os Romanos, que iriam transformar a Grécia em uma de suas províncias. 

Foi a guerra que destruiu o mundo grego antigo. Terrível para todos os envolvidos. De qualquer forma quem levantou em seu final a bandeira da vitória, após quase três décadas de banho de sangue, foi a militar Esparta! Só que foi uma vitória em vão. A própria Esparta ficou sem recursos, abalada fortemente pelo conflito. Milhares de centenas de homens de seu exército foram mortos, a economia ficou em frangalhos. Como era uma Cidade-Estado com economia baseada no modo de produção escravista, logo estouraram inúmeras rebeliões de escravos pelos domínios de Esparta. Sem exército suficiente para conter essas rebeliões, o caos se espalhou. Milhares de civis, mulheres, crianças e idosos espartanos foram mortos de forma violenta. 

Com esse desastre social instalado a Pérsia decidiu invadir a Grécia, causando ainda mais destruição e mortes. Esparta, que havia vencido com o orgulho a Guerra do Peloponeso, viu as muralhas de sua cidade serem destruídas pelos invasores do império Persa. Praticamente nada ficou de pé e a Grécia e suas lindas cidades foram destruídas de uma vez. Um cronista escreveu que não havia sobrado pedra sobre pedra na Grécia! Foi um triste final para uma das mais maravilhosas civilizações do mundo antigo. 

Pablo Aluísio. 

Império Romano: A Morte nas Florestas da Germânia

Império Romano: A Morte nas Florestas da Germânia
Ao longo de sua história o Império Romano enfrentou diversas guerras. Uma das mais destrutivas e mortíferas do Império aconteceu nas geladas florestas da Germânia. Nessa região de floresta fechada, com baixas temperaturas, realmente congelantes, as legiões romanas enfrentaram um inimigo poderoso: as Tribos Germânicas do Norte da Europa. 

Na visão daqueles romanos, os germânicos não passavam de povos bárbaros. Eram vistos como sujos, fedorentos, barbudos e mal cheirosos. Povos não civilizados! Para um romano que vivia em uma civilização mais avançada, aqueles bárbaros não mereciam a menor consideração. Os romanos obviamente se sentiam muito superiores a eles. Só que o Império Romano não podia negar que eram grandes guerreiros. Os germânicos dariam origem, séculos depois, aos povos da Prússia, depois Alemanha e Áustria. Era guerreiros fortes, altos, prontos para o combate. Algo que iria custar muitas vidas para os legionários de Roma. 

O Imperador romano que mais se empenhou em destruir e vencer os Germânicos foi Marco Aurélio. Ele foi para o front de guerra e viveu praticamente 13 anos de sua vida naquelas florestas úmidas e frias, lutando e combatendo ao lado de seus soldados, nas condições mais adversas que poderia se imaginar. Não foi algo fácil e nem terminou bem. O próprio Imperador Marco morreria nessas florestas. Até hoje não se sabe ao certo do que morreu, mas provavelmente foi uma doença adquirida naquelas regiões inóspitas. A floresta tinha seus próprios males e até mesmo o Imperador sucumbiu a eles.

A morte de Marco Aurélio foi um desastre para as Legiões. Após sua morte, o seu sucessor, seu filho Comôdo, simplesmente bateu em retirada. Mais de uma década lutando naquele ambiente hostil não serviu para nada! Com a retirada das tropas romanas as fronteiras ficaram indefesas. Diversos povos bárbaros invadiram o Império Romano, destruindo as vilas e cidades romanas por onde passavam. Foi um desastre de grandes proporções. E o mais importante de tudo: mostrou a outros povos que Roma poderia ser vencida no campo de batalha! Tudo isso iria dar origem a Queda do Império Romano do Ocidente, mudando a história da humanidade para sempre. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 5 de abril de 2025

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 2

A Date With Elvis - Parte 2
Esse álbum, como já frisei, foi lançado enquanto Elvis estava servindo o exército na Alemanha Ocidental. Era a época da guerra fria, da cortina de ferro. Os socialistas da Alemanha Oriental consideravam a presença de Elvis naquela região como uma provocação, uma propaganda política do lado capitalista decadente. Coisas da época. Pois bem, uma das músicas desse disco havia sido lançada originalmente no primeiro single de Elvis na Sun Records. Era a baladinha country "Blue Moon of Kentucky". Gravada em julho de 1954, havia sido composta por Bill Monroe.

Eu fico imaginando os fãs da época, roqueiros e tudo mais, colocando o novo disco de Elvis para tocar e se deparando com um country ingênuo desses. Afinal poucos tinham tido acesso aos compactos originais da Sun. Para a imensa maioria dos fãs aquela faixa, mesmo antiga como era, soava como novidade. E de repente o Rei do Rock surgia cantando uma balada country de montanha. Deve ter sido algo bem estranho para aqueles jovens roqueiros, cheios de brilhantina no cabelo, posando de Teddy boys. Não era o tipo de som que essa juventude estava acostumada a ouvir. Não era mesmo.

E mais estranho ainda deve ter sido ouvir a canção "Milkcow Blues Boogie". Essa aqui ainda era mais provinciana e radical do que "Blue Moon of Kentucky". Também havia sido gravada por Elvis na Sun Records para um público muito específico do sul. Era um tipo de som para fazendeiros, pessoas que viviam no meio rural. Uma sonoridade de nicho. Imaginem novamente esse tipo de country de raiz surgindo aos ouvidos de quem morava nos grandes centros urbanos, como Nova Iorque ou Los Angeles. Mais esquisita ainda deve ter soada para o público internacional. No Brasil, por exemplo. Pouca gente por aqui tinha familiaridade com o Boogie rural do sul dos Estados Unidos. A gravação também era abafada, causando mais estranheza ainda aos ouvidos de quem não era daquelas bandas. Era a música da vaca leiteira, enfim.

Mais familair para a moçada de lambreta era "(You're So Square) Baby I Don't Care". Essa havia sido tirada da trilha sonora do filme "Jailhouse Rock". Já era o Elvis roqueiro que todo mundo conhecia. O astro jovem de Hollywood, o ícone do rock em seus primórdios. Mais uma pequena obra-prima composta pela dupla Jerry Leiber e Mike Stoller. Dessa faixa sempre é lembrado o fato de que Elvis tocou baixo nela. Bill Black se enrolou no solo da canção, se aborreceu e saiu do estúdio. Ele era assim, temperamental e cabeça quente. Elvis então viu ali uma oportunidade de mostrar seus dotes de instrumentista. Ele estudou baixo por anos e anos. E se saiu muito bem. Como raramente Elvis tocava em suas gravações, a música trazendo o "Elvis baixista" ficou marcada para sempre. Uma curiosidade para os fãs do cantor.

Pablo Aluísio.