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sábado, 7 de junho de 2025

Elvis Presley - Until It's time For You To Go / We can Make The Morning

Esse foi o primeiro single de 1972. Trazia duas músicas do álbum "Elvis Now". Esse disco fez bastante sucesso no Brasil por causa da faixa "Sylvia" que inclusive ganhou um compacto especialmente produzido para o Brasil. Foi caso único no mundo. O single americano original por sua vez vinha com essas duas canções. Gosto das duas. O lado A trazia a doce melancolia de "Until It's time For You To Go". uma música romântica adulta, explorando o relacionamento de um casal que vê seu sonho de amor eterno se desfazer no ar. Elvis vinha procurando bastante material sobre relacionamento destruídos, quase como um espelho de sua própria vida pessoal. O casamento com Priscilla, não podemos nos esquecer, acabou nesse mesmo ano, 1972. Não é por outra razão que ele se identificava tanto com esse tipo de letra.

O lado B do compacto apresentava "We can Make The Morning". Essa era uma original de Elvis, sendo lançado pela primeira vez no mercado. Não fez sucesso, mas como eu gosto de dizer, tinha qualidades para ser lembrada nos anos que viriam. Essa faixa tem um arranjo vocal poderoso, além da presença marcantes de baixo e guitarra. É um country com pitadas de rock. Em alguns aspectos poderia dizer que lembrava até mesmo algumas gravações do Eagles. Pena que não caiu nas graças do grande público na época, sendo praticamente esquecida após algumas semanas de seu lançamento original.

Elvis Presley - Until It's time For You To Go
(Single, Estados Unidos, 1972)
Lado A: Until It's time For You To Go
Lado B: We can Make The Morning 
Estúdio: RCA Victor
Produção: Felton Jarvis
Data de Lançamento: Janeiro de 1972. 

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de maio de 2025

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 4

Em setembro de 1954 Elvis participou de uma das sessões mais produtivas em seus anos na Sun Records. Em apenas um dia ele gravou seis músicas! Ora, isso era mais da metade de um disco de vinil da época, algo que Sam Phillips poderia pensar em fazer, caso sua gravadora não fosse tão modesta. As sessões começaram com "I'll Never Let You Go", cujos primeiros takes nunca foram lançados e se perderam para sempre. Outra que se perdeu e nunca foi lançada foi "Satisfied". Essa gravação foi realmente uma perda e tanto pois Elvis nunca mais gravaria a música em sua carreira. As baladas "I Don't Care if the Sun Don't Shine" e "Just Because" também foram gravadas. Como se pode perceber Elvis estava com bastante energia e vontade de mostrar seu talento nessa ocasião.

Para finalizar essa sessão de gravação mais do que produtiva Elvis encerrou os trabalhos com chave de ouro ao gravar o clássico "Good Rockin' Tonight" de Roy Brown. Para o dono da Sun Records, o produtor Sam Phillips, esse foi certamente um dos pontos altos de Elvis na gravadora de Memphis. Havia apenas três músicos dentro do estúdio naquele dia. Elvis cantando e fazendo acompanhamento em seu violão. Scotty Moore na guitarra e Bill black em seu enorme contrabaixo. Não houve baterista. Não havia mais ninguém. É de se impressionar ao ouvir a faixa nos dias de hoje e perceber que apenas três músicos conseguiram um efeito tão bom. Naquele mesmo mês de setembro a gravadora se apressou para lançar o single Sun 210, o segundo de Elvis pelo pequeno selo de Memphis. Não havia tempo a perder.

Outra música dos tempos da Sun Records que a RCA Victor aproveitou para eolocar nesse álbum "A Date With Elvis" foi "I Forgot to Remember to Forget". Escrita pela dupla Stan Kesler e Charlie Feathers. É uma baladinha country que tem um título curioso, que em português significaria algo como "Eu esqueci de lembrar de me esquecer". Um trocadilho até divertido de palavras. Os Beatles, que eram grandes fãs de Elvis nesse período da Sun Records, gravariam a música em seu programa na BBC de Londres. O registro sobreviveu ao tempo e foi lançado anos depois no excelente box "The Beatles - Live at the BBC".

Finalizando essa análise do álbum "The Date With Elvis" aqui vão algumas informações adicionais. O disco foi lançado no mercado americano em agosto de 1959 com o código fonográfico LPM 2011. Foi o oitavo LP de Elvis a chegar ao mercado pela RCA Victor. Não foi um grande sucesso de vendas, chegando apenas ao trigésimo segundo lugar entre os mais vendidos. Curiosamente o disco foi lançado um mês antes na Inglaterra, onde vendeu muito bem, chegando ao quarto lugar das paradas inglesas. Elvis era adorado pelos fãs das ilhas britânicas. No Brasil o disco só chegaria ao mercado quase um ano depois, numa edição bem simples, sem todo o capricho gráfico da edição americana.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de maio de 2025

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 3

A música "Young And Beautiful" foi escrita pela dupla de compositores Aaron Schroeder e Abner Silver. Gravada por Elvis em 30 de abril de 1957, fez parte da trilha sonora do filme "Jailhouse Rock". Sempre foi uma bela balada subestimada, nunca usada adequadamente fora do contexto do filme. Curiosamente durante a década de 1970, em ensaios, Elvis esboçou uma tentativa de levar a música para os palcos, porém só ficou na intenção mesmo. Há uma boa versão dessa época, lá por volta de 1972, onde Elvis ensaia a canção com seu grupo em estúdio. Ficou bonita, apesar de ser uma versão bem despretensiosa.

E a RCA Victor encaixou outras faixas de filmes de Elvis nessa coletânea. Uma delas foi "We're Gonna Move". Oficialmente ela veio creditada como sendo composta por Vera Matson e Elvis Presley. Na verdade hoje sabemos que todo o material do filme "Love Me Tender" foi composto pelo maestro da Fox Ken Darby. Ele apenas não quis assinar essas criações, por motivos diversos, colocando as músicas como sendo feitas por sua esposa Vera e por Elvis, para agradar ao Coronel Parker que estava de olho nos direitos autorais das músicas gravadas por Elvis. Nada pessoal, uma questão puramente de negócios.

Eu adoro a dupla Jerry Leiber e Mike Stoller. Em minha opinião as melhores músicas gravadas por Elvis nessa fase roqueira dos anos 1950 foram compostas por eles. Só que, apesar dessa admiração, devo dizer que "I Want To Be Free" se torna bem enjoativa depois de algumas audições. Gravada em abril de 1957, dentro do pacote de "Jailhouse Rock", essa música é certamente uma das mais fracas dessa celebrada trilha sonora. O que poderia ser pior do que isso? Basicamente temos alguns grandes clássicos nesse filme, mas essa aqui pode ser chamada de "musiquinha" sem medo de soar como uma injustiça. Enjoativa e banal, nem parece uma música com a assinatura dos geniais Leiber e Stoller.

Um fato curioso sobre esse álbum é que em sua edição original norte-americana, havia uma bonita direção de arte. Dentro de uma capa que abria - tal como se fosse um álbum duplo - havia muitas fotos de Elvis no exército, além de um enorme calendário do ano de 1960, que seria aquele em que Elvis retornaria aos Estados Unidos após cumprir serviço militar. Na década de 1980, para ser mais específico, em 1982, saiu a última edição desse disco em vinil no Brasil. Fazia parte da série "Pure Gold". Pena que toda a bonita direção de arte da edição original foi deixada de lado. Em uma edição pobre trazia capa e contracapa iguais, sem nenhum luxo. Uma versão bem decepcionante para os colecionadores da época.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de abril de 2025

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 2

A Date With Elvis - Parte 2
Esse álbum, como já frisei, foi lançado enquanto Elvis estava servindo o exército na Alemanha Ocidental. Era a época da guerra fria, da cortina de ferro. Os socialistas da Alemanha Oriental consideravam a presença de Elvis naquela região como uma provocação, uma propaganda política do lado capitalista decadente. Coisas da época. Pois bem, uma das músicas desse disco havia sido lançada originalmente no primeiro single de Elvis na Sun Records. Era a baladinha country "Blue Moon of Kentucky". Gravada em julho de 1954, havia sido composta por Bill Monroe.

Eu fico imaginando os fãs da época, roqueiros e tudo mais, colocando o novo disco de Elvis para tocar e se deparando com um country ingênuo desses. Afinal poucos tinham tido acesso aos compactos originais da Sun. Para a imensa maioria dos fãs aquela faixa, mesmo antiga como era, soava como novidade. E de repente o Rei do Rock surgia cantando uma balada country de montanha. Deve ter sido algo bem estranho para aqueles jovens roqueiros, cheios de brilhantina no cabelo, posando de Teddy boys. Não era o tipo de som que essa juventude estava acostumada a ouvir. Não era mesmo.

E mais estranho ainda deve ter sido ouvir a canção "Milkcow Blues Boogie". Essa aqui ainda era mais provinciana e radical do que "Blue Moon of Kentucky". Também havia sido gravada por Elvis na Sun Records para um público muito específico do sul. Era um tipo de som para fazendeiros, pessoas que viviam no meio rural. Uma sonoridade de nicho. Imaginem novamente esse tipo de country de raiz surgindo aos ouvidos de quem morava nos grandes centros urbanos, como Nova Iorque ou Los Angeles. Mais esquisita ainda deve ter soada para o público internacional. No Brasil, por exemplo. Pouca gente por aqui tinha familiaridade com o Boogie rural do sul dos Estados Unidos. A gravação também era abafada, causando mais estranheza ainda aos ouvidos de quem não era daquelas bandas. Era a música da vaca leiteira, enfim.

Mais familair para a moçada de lambreta era "(You're So Square) Baby I Don't Care". Essa havia sido tirada da trilha sonora do filme "Jailhouse Rock". Já era o Elvis roqueiro que todo mundo conhecia. O astro jovem de Hollywood, o ícone do rock em seus primórdios. Mais uma pequena obra-prima composta pela dupla Jerry Leiber e Mike Stoller. Dessa faixa sempre é lembrado o fato de que Elvis tocou baixo nela. Bill Black se enrolou no solo da canção, se aborreceu e saiu do estúdio. Ele era assim, temperamental e cabeça quente. Elvis então viu ali uma oportunidade de mostrar seus dotes de instrumentista. Ele estudou baixo por anos e anos. E se saiu muito bem. Como raramente Elvis tocava em suas gravações, a música trazendo o "Elvis baixista" ficou marcada para sempre. Uma curiosidade para os fãs do cantor.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de março de 2025

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 1

A Date With Elvis - Parte 1
Esse álbum "A Date With Elvis" seguia basicamente a mesma fórmula do "For LP Fans Only". São duas faces da mesma moeda, ou melhor dizendo, discos que se espelham um no outro. O mesmo tipo de conteúdo, a mesma "filosofia" na escolha das canções. Basicamente aqui os executivos da RCA Victor pincelaram músicas avulsas gravadas por Elvis, desde os tempos em que o cantor gravava na Sun Records, para a composição de uma coletânea de, vamos colocar nesses termos, músicas "Lado B". Boas músicas, algumas excelentes faixas, mas que até aquele momento não tinham chamado maior atenção dos fãs (estou em referindo ao final dos anos 1950).

Uma das belas canções que foram usadas nesse álbum foi a bonita balada "Is It So Strange". Aqui eu costumo dizer que temos um arranjo bem simbólico daquela primeira fase do rock americano. Percebam bem o estilo de tocar guitarra de Scotty Moore. Esse tipo de arranjo era algo muito característico nas músicas românticas dessa época. Como diria George Harrison anos depois a guitarra"chorava" em cada nota produzida pelo músico. Algo muito bonito, bem nostálgico daqueles tempos mais românticos e mais sentimentais. Gravada em 19 de janeiro de 1957, composta por Faron Young, essa linda música nunca ganhou o espaço merecido dentro da discografia de Elvis Presley.

Arthur Neal Gunter foi um músico negro americano que desde os primeiros passos na carreira no estado da Georgia onde nasceu, tentou fazer sucesso com sua música. Porém nunca alcançou os picos da glória. Ele circulou por uma série de pequenas gravadoras do sul dos Estados Unidos até ir parar em Nashville. Só que Gunter não era um artista country, mas sim de blues e gospel. Ele inclusive vinha de um grupo vocal chamado Gunter Brothers Quartet, onde ao lado de seus irmãos e primos tentava chamar alguma atenção das gravadoras da época.

Em novembro de 1954 ele assinou com o selo fonográfico Excello para a gravação de um pequeno compacto (single). No lado A desse disquinho gravou a sua música "Baby Let's Play House". O sucesso foi mediano, mas satisfatório, chegando até mesmo a se destacar dentro da parada Billboard. E não demorou muito a chamar a atenção de um jovem chamado Elvis Presley que decidiu gravar sua versão da música. Claro, Elvis erotizou bastante a letra e o jeito de interpretar a canção, ao ponto inclusive de ser taxado de perversão pelos reacionários de plantão. Não importa, na voz de Elvis essa música realmente se tornou imortal. Curiosamente alguns meses antes de morrer em 1976 Arthur Gunter disse em uma entrevista para uma revista americana de música que "nunca teve a oportunidade de conhecer Elvis pessoalmente, nem de apertar sua mão". Infelizmente eles nunca se conheceram pessoalmente. Teria sido um encontro muito interessante, sem dúvida.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de março de 2025

Elvis: Ao Longo dos Anos

Título no Brasil: Elvis: Ao Longo dos Anos
Título Original: Elvis: The Years
Ano de Lançamento: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Looke
Direção: David. D. Martin
Roteiro: David. D. Martin
Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Red West (em arquivos de imagens). 

Sinopse:
Documentário que faz um panorama amplo e geral da carreira de Elvis ultrapassando as décadas de 1950, 1960 e 1970. Material compilado de materiais de divulgação de seus filmes e pequenos trechos de jornais televisivos e cinejornais dos cinemas. 

Comentários:
Os realizadores desse documentário não tinham dinheiro suficiente para comprar os direitos autorais de certas músicas de Elvis. Então o que fizeram? Um documentário sem músicas do maior cantor de seu tempo! Além disso encheram o filme de pedaços de cenas tiradas de cinejornais que eram exibidos nos cinemas, trailers dos filmes de Elvis, pequenos trechos, flashes na verdade, das apresentações de Elvis na TV nos anos 50 e algumas fotos avulsas. Pedaços e trechos de pequenas entrevistas que Elvis deu para emissoras de TV e rádio na época também foram reaproveitadas. Esteticamente o documentário ficou uma droga, mas ainda assim é algo interessante para fãs de Elvis do tipo mais raiz. Isso porque tem momentos que você não verá em nenhum outro lugar. Por exemplo, a pequenina entrevista, muito casual, que Elvis deu no Havaí quando viajou até lá para filmar "Girls, Girls, Girls". Ele comenta inclusive sobre a trilha sonora do filme! Algumas perguntas respondidas para jornalistas durante a divulgação de "Aloha From Hawaii" e por aí vai. Não é um produto bem feito ou bem realizado, mas até que tem alguns materiais que me chamaram a atenção. Não me arrependi de ter assistido. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Nossa Coleção de Cinema e Rock Clássico


Coleção Cinema e Rock Clássico
Estamos ampliando nossa esfera de comunicação com o público que gosta de cinema e rock clássico. Já lançamentos três títulos sobre cinema clássico. Abaixo segue nossa lista de livros. Adquira seu exemplar e forme sua própria coleção. 

Elvis Presley
Esse é o primeiro volume de uma longa série que iremos publicar sobre Elvis Presley. Nesse Volume 1 dissecamos os anos de Elvis na Sun Records, sua primeira gravadora. Segue análise e detalhes sobre seus dois primeiros discos. Depois entregamos ao leitor tudo sobre seus dois primeiros filmes no cinema, Love Me Tender e Loving You. Completa o quadro uma longa série de textos comentando seus singles e uma coleção de textos sobre aspectos pessoais e profissionais que aconteciam com Elvis nessa fase inicial de sua carreira. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Marlon Brando
Nesse livro dedicado a esse grande ator da história de Hollywood, temos toda a sua filmografia comentada, com ficha técnica e detalhes cinematográficos. Além disso o livro traz uma série de textos, artigos e crônicas sobre a vida de Marlon Brando, inclusive com muitas curiosidades sobre seus filmes e sua vida pessoal.

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Marilyn Monroe
A diva do cinema americano em sua era de ouro ganhou espaço especial em nossa coleção. Em seu livro temos todos os seus filmes, desde os primeiros e desconhecidos, até seus grandes sucessos de bilheteria, cada um comentado em seus menores detalhes. Em uma longa série intitulada Hollywood Boulevard trazemos uma série de crônicas sobre a carreira e a vida pessoal de Marilyn, mostrando seus amores e casamentos. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Pablo Aluísio. 

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Elvis Presley - Kissin' Cousins / It Hurts Me

Kissin' Cousins / It Hurts Me
Esse foi o único single lançado da trilha sonora do filme "Com Caipira Não se Brinca". O lado A do single não trazia nenhuma grande novidade pois era a mesma versão que o fã de Elvis poderiam ouvir no LP original da trilha sonora. A novidade mesmo para os fãs da época que eram antenados na discografia de Elvis, vinha com a música do Lado B chamada "It Hurts Me". Era uma bela balada, inédita, com Elvis realmente empenhado em cantar bem. Ela foi levada a Elvis em Nashville pela editora Hill and Range. Elvis ouviu a demo e gostou, resolvendo gravar. Sua versão ficou ótima realmente. Embora não tenha sido um grande hit os elogios vieram de todas as partes. Era uma boa música numa caprichada gravação por parte de Elvis e seus músicos! 

Um fato curioso é que essa música foi creditada a Joy Byers. Quem gosta mesmo de Elvis e prestou atenção em sua discografia conhece esse nome muito bem. Só que na verdade a pessoa Joy Byers não escreveu nada. Era praticamente um pseudônimo usado pelo compositor Bob Johnston. Ele usava o nome da esposa por questões contratuais e até mesmo para fugir do imposto de renda! E as coisas iam além. Geralmente Bob Johnston não fazia essas músicas sozinho. No caso dessa música ele a compôs com Charlie Daniels que inclusive teve a ideia original.

Então imaginem a confusão jurídica que isso deu depois. O nome constante nos discos não havia feito a música. Essa foi composto por uma dupla de compositores sendo que um deles sequer foi creditado! Então depois de anos a confusão inclusive jurídica foi armada. Até porque se Elvis gravava uma música ela geralmente rendia muito dinheiro para todos os envolvidos! 

De uma maneira ou outra essa "It Hurts Me" era um sopro de ar fresco numa época em que Elvis estava muito preso com companhias cinematográficas de Hollywood. Quatro anos depois a RCA Victor a colocou no álbum "Elvis Gold Records Vol. 4", embora, como eu já tenha dito, essa balada romântica não tenha de fato sido um grande hit. E para muitos fãs brasileiros, só com esse álbum é que eles finalmente conheceram a música. O compacto original passou em brancas nuvens aqui em nosso país. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Livros: Coleção de Cinema Clássico


Coleção Cinema Clássico
Estamos ampliando nossa esfera de comunicação com o público que gosta de cinema e rock clássico. Já lançamentos três títulos sobre cinema clássico. Abaixo segue nossa lista de livros. Adquira seu exemplar e forme sua própria coleção. 

Marlon Brando
Nesse livro dedicado a esse grande ator da história de Hollywood, temos toda a sua filmografia comentada, com ficha técnica e detalhes cinematográficos. Além disso o livro traz uma série de textos, artigos e crônicas sobre a vida de Marlon Brando, inclusive com muitas curiosidades sobre seus filmes e sua vida pessoal.

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Marilyn Monroe
A diva do cinema americano em sua era de ouro ganhou espaço especial em nossa coleção. Em seu livro temos todos os seus filmes, desde os primeiros e desconhecidos, até seus grandes sucessos de bilheteria, cada um comentado em seus menores detalhes. Em uma longa série intitulada Hollywood Boulevard trazemos uma série de crônicas sobre a carreira e a vida pessoal de Marilyn, mostrando seus amores e casamentos. 

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Elvis Presley
Esse é o primeiro volume de uma longa série que iremos publicar sobre Elvis Presley. Nesse Volume 1 dissecamos os anos de Elvis na Sun Records, sua primeira gravadora. Segue análise e detalhes sobre seus dois primeiros discos. Depois entregamos ao leitor tudo sobre seus dois primeiros filmes no cinema, Love Me Tender e Loving You. Completa o quadro uma longa série de textos comentando seus singles e uma coleção de textos sobre aspectos pessoais e profissionais que aconteciam com Elvis nessa fase inicial de sua carreira. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Pablo Aluísio. 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Elvis Presley - Volume 1

Elvis Presley - Volume 1
Estamos lançando nessa semana o primeiro livro sobre Elvis Presley. Esse volume 1 traz muitas informações sobre os primeiros discos e filmes da carreira de Elvis. Será uma coleção de livros sobre Elvis daqui em diante. Nosso plano é de lançar um novo volume a cada seis meses, para no final termos uma coleção completa de textos sobre o cantor. Um material realmente muito bom. Abaixo segue a sinopse do livro e os endereços para adquirir seu exemplar. 

Elvis Presley
Nesse primeiro volume escrito por Pablo Aluísio, o leitor é apresentado aos primeiros discos e filmes da carreira de Elvis Presley. Um resgate com muitas informações, fruto de uma pesquisa que durou anos por parte de seu autor. Essa é a história do jovem artista que revolucionou o mundo da música desde os seus primeiros anos de fama, sucesso e impacto cultural. 

Links para comprar

Elvis Presley na Uiclap

Elvis Presley no Clube dos Autores:

Elvis Presley na Amazon

Pablo Aluísio. 

sábado, 28 de dezembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 5

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 5
Bem, finalizando a análise desse álbum de Elvis Presley lançado no ano de 1964, vamos tecer os comentários sobre as canções restantes da trilha sonora. "Kissin' Cousins (Number 2)" é o segundo tema musical do filme. Bem melhor do que a número 1, essa faixa é uma das melhores do álbum. Tudo funciona por aqui! A música tem bom ritmo, um popzinho muito agradável de se ouvir e Elvis parece muito bem nos vocais. Curioso que os Jordanaires estão na música, mas bem lá no fundo, quase não os ouvimos! Uma música que apesar dos pesares mostrava que Elvis ainda estava em ótima forma!

"Echoes of Love" não foi gravada originalmente para essa trilha sonora. Na verdade foi gravada em outro momento, no ano anterior, quando a RCA Victor tinha planos de editar um LP com gravações convencionais de Elvis. Algo na linha de "Something For Everybody". Só que no meio do caminho os executivos da gravadora desistiram da edição desse disco. Ao invés disso passaram a utilizar essas músicas como meras "Bonus Songs" das trilhas de Elvis nos anos 60. Claro que foi uma péssima ideia! De uma maneira ou outra, esse disco nunca editado (mas gravado) por Elvis acabou ganhando com o passar dos anos o título de "The Lost Album" (o disco perdido de Elvis!). 

Outra faixa do "The Lost Album" que foi usada nesse disco foi "(It's a) Long Lonely Highway". Essa música guarda uma curiosidade interessante. Ele foi uma das poucas e raras gravações de Elvis Presley que fizeram parte de duas trilhas sonoras diferentes da filmografia de Elvis. Primeiro foi lançada como "Bonus Songs" de Kissin Cousins e um ano depois voltou para fazer parte da trilha sonora de "Tickle-Me", ganhando inclusive destaque naquele filme. Na primeira cena, com os créditos subindo, ouvimos essa canção, com Elvis de chapéu de cowboy ao lado de um ônibus da Greyhound Lines. Mais norte-americano do que isso, impossível! 

O álbum "Kissin' Cousins" foi lançado em abril de 1964 e fez sucesso comercial chegando a ganhar um disco de ouro! Em minha opinião é uma boa trilha sonora de um filme fraco realmente. Os Estados Unidos naquele momento estavam no auge da febre da Beatlemania, mas os álbuns de Elvis, mesmo com as amarras de serem trilhas sonoras de cinema, ainda conseguiam resistir com suas limitações artísticas ao avassalador sucesso dos Beatles. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 14 de dezembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 4

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 4
No disco de vinil original de 1964 a canção "Anyone (Could Fall in Love with You)"  abria o Lado B. Eu até gosto dessa balada romântica, mas verdade seja dita, ela não entraria numa lista de melhores músicas lentas da carreira de Elvis dos anos 60. Para muitos ela tem uma melodia meio enjoativa. Dá para ouvir algumas vezes, apreciando o trabalho de Elvis e os Jordanaires (bem presentes na faixa), mas nada muito além disso. Elvis tinha capacidade de fazer algo bem melhor do que isso, vamos ser bem sinceros. 

Eu sempre achei mais do que curioso um filme protagonizado por personagens caipiras contar com uma trilha sonora sem country music de verdade! Eu digo de verdade, porque "Barefoot Ballad" é uma pop music que tira sarro do lado caipira da América. Aqui temos Hollywood tirando uma onda com a caipirada do sul! Pois é, meus caros, acredito que entenderam bem isso. Nunca gostaram dessa música lá nas montanhas do Kentucky, pode ter certeza disso!

Agora, dito isso, devo confessar que sempre achei "Barefoot Ballad" muito divertida! Eu tenho problemas de avaliar esse álbum com muita objetividade porque eu tenho um vínculo emocional com esse disco. Eu estava na infância e já ouvia essa trilha sonora, então, para uma criança, uma música como essa era pura diversão! Não tem como negar isso, em nenhum aspecto. Sinceridade vale ouro!

Já "Once Is Enough" é uma tentativa de ser fazer algo mais sério. A gravação em estúdio ficou boa, não tem como negar. O solo de sax ficou muito bom! O problema é que é justamente na cena em que essa música é apresentada no filme que um casal de bailarinos leva um tombo! E o diretor Gene Nelson deixou esse erro entrar no corte final. Assim uma boa música acabou sendo manchada por um amadorismo absurdo que não poderia ocorrer em um filme feito pela MGM, um dos grandes estúdios de musicais da história de Hollywood! Que lástima!

Pablo Aluísio. 

sábado, 7 de dezembro de 2024

O Retorno do Rei

Título no Brasil: O Retorno do Rei
Título Original: Return of the King
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Jason Hehir
Roteiro: Jason Hehir
Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Baz Luhrmann, Bruce Springsteen, Ernst Jørgensen

Sinopse:
O documentário "O Retorno do Rei - Ascensão e Queda de Elvis Presley" traz uma retrospectiva dos primeiros anos da carreira de Elvis, sua ida para Hollywood e a tentativa de colocar sua carreira de volta ao topo em 1968 com um programa especial de retorno no canal de TV NBC. 

Comentários:
Com o lançamento do filme "Elvis" houve toda uma renovação de interesse na carreira desse famoso cantor. E surgiu também uma demanda por programas e documentários sobre sua vida. A Netflix não iria ficar de fora dessa onda de interesse. Então como fã de longa data de Elvis, posso até afirmar que gostei do documentário, mas tenho algumas ressalvas a fazer. No começo pensei que seria um documentário bem focado no "Comeback Special". Eu me enganei. Esse roteiro não foi feito para os antigos fãs, que estejam em busca de detalhes inéditos e desconhecidos, mas sim para os mais jovens que estejam interessados em Elvis. Então mais de dois terços da duração é focado em contar a vida de Elvis antes do programa de televisão. É um longo resgate, que consome quase todo o documentário. Só quando chega mais ou menos uns 25 minutos para o final eles finalmente falam sobre o especial. Em meu caso achei mal estruturado, mas entendo também que eles querem apresentar Elvis para quem não conhece sua história muito bem. Então, no final de tudo, acabei gostando. Meio cansativo por voltar para contar tudo de novo, mais ainda assim não deixando de ser interessante. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3
Em 1964 enquanto Elvis estava gravando músicas para trilhas sonoras como essa, a Beatlemania tomava conta dos Estados Unidos. O único artista grande o suficiente para enfrentar essa invasão britânica era o próprio Elvis Presley. Só que preso em contratos draconianos com os estúdios e as companhias cinematográficas, ele na verdade nada poderia fazer. Não tinha mesmo material de qualidade para enfrentar o furacão Beatles que devastava toda a América (e o mundo!). 

Então para o fã de Elvis daquela época só sobrava ir nas lojas de discos para comprar um exemplar dessa trilha sonora para ouvir em casa. Um fato digno de nota é que não há grandes hits nesse álbum. Nenhuma das músicas tocou nas rádios com consistência e nem se destacou nas paradas. Embora o disco tenha até vendido bem, realmente não trazia material relevante para Elvis naquele momento crucial de sua carreira. E quando isso acontece, já sabemos bem, o próprio artista deixa de ser relevante! 

O Lado A da trilha sonora fechava com duas canções pop. Duas músicas que eu até simpatizo de certa maneira, mas que ficavam muito distantes daquele Elvis roqueiro que revolucionou o mundo da música nos anos 50. "Catchin' On Fast" até tinha bom ritmo e poderia até mesmo ser trabalhada pela RCA nas rádios, mas a gravadora parecia muito preguiçosa nesse aspecto. Como praticamente tudo que Elvis lançava trazia lucro, eles nem mais se esforçavam em divulgar melhor o material. 

Eu gosto de "Tender Feeling". Essa balada era uma amostra que Elvis estava muito bem nos vocais, ainda mais em músicas românticas. É uma bela canção que se tivesse sido lançada alguns anos antes iria se destacar nas paradas musicais. Apesar de todos os problemas Elvis nunca perdeu seu talento para esse tipo de canção, essa era a verdade. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 9 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 2

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 2
Quando esse filme foi anunciado pela MGM muitas pessoas em Hollywood acharam que viria coisa boa. Afinal o filme seria dirigido por Gene Nelson, que tinha grande prestígio dentro do mundo dos musicais. Ele era um cineasta prestigiado por causa de seus filmes do passado. O problema é que era um homem da velha escola que não gostava de Elvis! Ele, na verdade, odiava rock! E Elvis, como seu maior nome, não ganhava nenhuma simpatia por parte do diretor. O filme havia sido imposto pela MGM e Nelson teve que aceitar com medo de ser processado por quebra de contrato com o estúdio. 

Assim Gene Nelson passou a trabalhar como aqueles técnicos de futebol que odeiam o craque de seu próprio time! Fez o filme, cumpriu contrato, mas sem nenhum capricho, sem nenhum cuidado artístico com o que estava fazendo. Estava sempre mau humorado, mostrando toda a sua má vontade de estar ali no set de filmagens. Filmava tudo em única tomada. Não estava nem aí! Numa das cenas um dos casais de bailarinhos caiu por cima do outro, levando um tombo! Em qualquer produção B essa cena seria refeita, mas não por Nelson. Ele colocou a cena assim mesmo no filme. Agindo de forma nada profissional. 

A sorte para os ouvintes da trilha sonora é que isso tudo aconteceu depois que o disco havia sido gravado. Então Elvis estava dando o melhor de si nas músicas do álbum, sem ser contaminado por Gene Nelson. "There's Gold in the Mountains" era até bem relaxante. Outra faixa composta pelo trio Bernie Baum, Bill Giant e Florence Kaye. Eles inclusive fizeram praticamente quase todas as canções do disco. 

"One Boy, Two Little Girls" era uma boa baladinha romântica. Por essa época, não me perguntem a razão, as trilhas sonoras de Elvis tinham essa mania de colocar numerais em seus títulos. Já tinha acontecido antes com a trilha de "Girls, Girls, Girls". Enfim, uma faixa que mostrava que Elvis ainda estava bem afinado para esse tipo de música com sentimentos românticos juvenis. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 2 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 1

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 1
Esse filme Kissin' Cousins tem muita coisa em comum com Harum Scarum. São boas trilhas sonoras de Elvis para filmes muito ruins. O filme Kissin' Cousins até que não era tão ruim como Harum Scarum. Por outro lado sua trilha sonora era ligeiramente inferior. E ambos foram produzidos pelas mesmas companhias, a MGM no cinema e a RCA Victor no disco. Quando Kissin' Cousins chegou aos cinemas em 1964 o público até estava animado por causa do sucesso de "Viva Las Vegas" que foi indiscutivelmente um dos melhores musicais de Elvis nos anos 60. Só que tudo se transformaria em um balde de água fria. 

Se "Viva las Vegas" tinha boa produção e uma linda Ann-Margret, "Kissin' Cousins" não tinha nada disso. Era uma produção B onde Elvis interpretava dois personagens, um com os cabelos pretos do cantor e outro usando uma peruca loira! Dois papéis em um filme que não deixou saudades. Uma paródia em cima de pessoas caipiras em um tom tão caricato que nos dias de hoje iria soar até mesmo como um desrespeito, algo ofensivo. No Brasil o filme recebeu um nome "digno" dessa coisa toda. Em nosso país o filme recebeu o nome de "Com Caipira Não se Brinca". Pois é, enquanto Elvis afundava nesse tipo de filme os Beatles surfavam a onda da Beatlemania nos Estados Unidos! 

Mas vamos para as músicas da trilha sonora, que eu considero um bom disco. Inclusive até que vendeu muito bem, chegando ao oitavo lugar entre os mais vendidos da Billboard. Nem merecia tanto sucesso comercial assim. Pois bem, o disco abre com a faixa "Kissin' Cousins (Number 2)". Como havia dois personagens interpretados por Elvis, os produtores acharam por bem também colocar duas músicas temas na trilha sonora! Essa faixa Number 2 não é melhor do que a Number 1. Ainda assim é uma boa música. Não faz feio. 

Certa vez eu dei boas risadas quando um colunista brasileiro escreveu que a música "Smokey Mountain Boy" era sobre um garoto que gostava de fumar nas montanhas! Não, caro boboca, tradução completamente errada. As montanhas do Kentucky (onde a história do filme se passa) são conhecidas como Smokey Mountains por causa das fortes neblinas que as encobrem no inverno. Nada a ver com gente fumante no alto da montanha! Chegou a ser engraçado essa tradução bizarra. Essa música é justamente sobre essas pessoas que moram no alto da montanha. É uma faixa até legal, em ritmo de marcha, toda assoviada no arranjo. Dizem que os assovios são de membros do Jordanaires. Ficou interessante. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 26 de outubro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 5

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 5
Bom, finalizando essa série de textos sobre esse disco do Elvis, vamos tecer mais alguns comentários sobre as músicas que faltam. Eu gosto de "Make the World Go Away", mas temos que considerar que esse é quase um hino emocional. O Elvis gostava desse tipo de música, bem evocativa, diria quase exagerada. Ele também jamais escondeu que adorava esses grandes arranjos vocais, afinal seu sonho, desde a juventude, sempre foi a de fazer parte de um quarteto vocal gospel, pois ele adorava esse tipo de sonoridade. Era algo que sempre o levava a lembrar dos primeiros anos, quando colecionava discos desse estilo musical. Então certamente aqui se sentiu plenamente gratificado com esse tipo de gravação. 

"I Washed My Hands in Muddy Water" era uma canção tipicamente sulista, falando de coisas do sul. Certamente não era o tipo de música que Elvis gravava para fazer sucesso em grandes centros urbanos como Nova Iorque ou Chicago. Nada disso. Essa era uma música de interior, das pequenas comunidades que viviam no Sul dos Estados Unidos. Uma boa faixa do álbum, com jeito de jam session, o que no fundo era mesmo. Essa era mais uma jam que ficou tão boa que entrou no disco oficial, embora parte dela tenha sido cortada. 

O LP Elvis Country vendeu muito bem em seu lançamento original. Foi o disco mais bem sucedido de Elvis naquele ano. Era realmente um produto comercial voltado para o sucesso pois Elvis sempre teve forte ligação com a country music que nunca deixou de ser o gênero musical mais popular do Sul. E a capa, com Elvis garotinho, no mais puro estilo sulista, também tem um charme todo especial. Não é de se admirar que o disco tenha vendido tantas cópias. 

No Brasil ocorreu um absurdo. O LP não foi lançado em nosso país na época. Só ganhou uma edição em nosso país muito tempo depois, nos anos 90, quando finalmente o disco ganhou sua versão nacional, já no final da era do vinil. Era um disco simples, sem luxos, mas que serviu para marcar espaço nas lojas de discos pelo Brasil afora. E naquela ocasião tive a oportunidade de adquirir uma cópia, que tenho até os dias atuais. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 19 de outubro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 4

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 4
Sempre considerei "Faded Love" muito bem gravada. O curioso é que ela apresentava também uma vibe de Jam Session. Não podemos nos esquecer que essas sessões em Nashville foram extremamente produtivas. Elvis gravou uma grande quantidade de canções. Não foi à toa que essas sessões ganharam anos depois o apelido de "Maratona de Nashville". De fato Elvis protagonizou aqui sua mais produtiva sessão de gravação de sua carreira. Esse lote de faixas seria usada em vários álbuns nos anos que viriam, tamanho era o número de músicas que Elvis gravou nessa ocasião. 

E por essa mesma razão algumas faixas tinham mesmo esse jeitão de Jam Session, o que no fundo era mesmo o que acontecia. Elvis chegava no estúdio em Nashville, recebia uma lista de músicas do produtor Felton Jarvis e começava os ensaios. Alguns desses davam tão certo que acabavam virando a versão oficial. Muitas vezes Elvis testava alguma música, via que não estava dando certo e deixava de lado, partindo para outra. 

Elvis sempre queria ter um certo ambiente dentro do estúdio. Não admitia pressão por parte dos produtores e queria uma certa descontração entre ele e os membros da banda. Caso entendesse que as coisas não estavam fluindo ele simplesmente se levantava e ia embora. Não tinha acontecido nada demais, apenas não queria gravar mais. Luxo que apenas um nome de sua altura era capaz de ter sem esperar por algum tipo de punição da gravadora. 

Tampouco esse disco foi pensado como um álbum temático, conceitual ou qualquer coisa parecida. A country music foi surgindo naturalmente durante as sessões. A ideia de juntar todas as faixas desse gênero para lançar em um disco chamado "Elvis Country" partiu exclusivamente da RCA Victor. Elvis não tinha participação nesse tipo de decisão. Ele apenas gravava as músicas e o departamento de marketing da gravadora e o produtor escolhiam a seleção de repertório de cada LP, dando nome ao álbum, criando a capa e toda a direção de arte. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 7 de setembro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 3

 Elvis Presley - Elvis Country - Parte 3
"The Fool" geralmente é confundida com "Fool". São duas músicas diferentes. A segunda saiu no álbum "Elvis" de 1973. Inclusive esse disco ao longo dos anos acabaria ficando conhecido de forma popular como "Fool Album" porque essa era a primeira música do disco e como o nome "Elvis" soava genérico demais, os próprios fãs deram essa denominação informal a esse LP. Das duas músicas do tolo, eu prefiro mesmo a desse disco "Elvis Country". É uma boa canção que contou inclusive com uma excelente performance por parte do cantor. Procure por outros takes alternativos dessa mesma gravação. Alguns deles são melhores do que essa versão oficial que ouvimos aqui. 

"I Really Don't Want to Know" foi uma das últimas gravações de estúdio de Elvis desse excelente compositor, o Don Robertson. Nos anos 60 esse compositor foi responsável por algumas das melhores baladas românticas dos discos de Elvis. Ele era ótimo nesse tipo de composição. Muitas trilhas sonoras fracas inclusive foram salvas em parte por causa de Robertson. Como não poderia deixar de ser, essa faixa era bem na linha country music. Algo que fugia do padrão de Robertson que sempre preferiu compor músicas românticas do homem urbano, de seu tempo. 

"There Goes My Everything" foi outra canção que ganhou versões diferentes dentro da discografia de Elvis. Essa do álbum "Elvis Country" é bem mais conhecida que sua irmã menos popular "He is My Everything". O ritmo era o mesmo, a mesma melodia. A diferença vinha no conteúdo da letra. A segunda trazia uma letra religiosa, gospel, sendo colocada no álbum "He Touched Me", o último dos três discos de música gospel da discografia oficial de Elvis. Comparando as duas, são bem parecidas, mas eu ainda pefiro "There Goes My Everything". Nem sempre estou no espírito certo para ouvir músicas religiosas.

"It's Your Baby, You Rock It" bem poderia estar em algum disco do Eagles. É uma faixa bem na linha desse grupo de country rock que foi um dos mais populares nos Estados Unidos durante a década de 1970. Essa faixa foi outra que levou Elvis a gravar diversos takes para chegar naquele que mais gostava. É um dos melhores momentos desse álbum, com guitarra de James Burton bem marcante e presente. Entra fácil na lista das cinco melhores músicas desse álbum de Elvis Presley 

Pablo Aluísio. 

sábado, 10 de agosto de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 2

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 2
Não foi por mero acaso que esse álbum de Elvis se chamou "Elvis Country (I'm 10,000 Years Old)". O cantor tinha esse lado muito espiritualista e ele se considerava uma antiga alma que tinha vivido em várias vidas passadas. Pois é, Elvis acreditava plenamente na possibilidade de reencarnação após a morte, muito embora não fosse um leitor que gostasse das teorias do espiritismo. Estava mais para um lado do budismo e religiões orientais mesmo. Então ele realmente se identificou com essa coisa de ter 10 mil anos de idade! É sempre bom lembrar que Elvis adorava ler livros sobre religião, teologia, seitas esotéricas, esse tipo de leitura. 

Só que no caso desse disco cometeram um erro. Colocaram a faixa "I Was Born About Ten Thousand Years Ago" ligando as músicas do disco, aos pedaços. Ela não aparecia completa, para irritação dos fãs. Tantas foram as reclamações que chegaram no escritório de Tom Parker que ele ligou diretamente para a sede da RCA Victor em Nova Iorque pedindo explicações. De lá ouviu que Elvis havia achado uma boa ideia a sugestão do produtor Felton Jarvis. O velho Coronel porém não admitia ser contrariado. Assim a RCA teve que colocar a música completa no disco "Elvis Now" no ano seguinte. Foi a forma que o Coronel teve de pedir desculpas a quem reclamou dessa edição sui generis e completamente fora do comum do álbum. 

Outra faixa que despertou curiosidade foi "Whole Lotta Shakin' Goin' On". Essa música nem era um country para falar a verdade. Era um rock que havia feito muito sucesso na voz de Jerry Lee Lewis na década de 1950. Elvis havia tido sua cota de problemas com Lewis, mas relevou tudo isso e gravou a música. Quando a produção ficou pronta ela foi levada até Elvis para aprovação. Ele não gostou dos arranjos que Felton Jarvis havia feito. Imediatamente telefonou para o produtor e lhe disse: "Jarvis, tire esse arranjo de metais da canção. Tire as cornetas. Não se trata disso, essa é uma música de rock". O produtor engoliu então seu orgulho e ego e fez o que Elvis lhe ordenou. Ainda assim considero que o arranjo não ficou muito bom. Passou longe de ter a pegada da versão de Lewis. 

Muito melhor ficou a versão de Elvis para uma música de Willie Nelson. Se tratava da faixa "Funny How Time Slips Away". A versão de Elvis é bem mais suave e menos country do que a original. O próprio Nelson gostou do que ouviu e elogiou a releitura de Mr. Presley. Depois confessou que jamais poderia seguir a linha de Elvis porque afinal ele era um artista assumidamente country, que só sabia cantar naquele estilo. De qualquer maneira as palavras elogiosas de Nelson agradaram bastante a Elvis que ficou orgulhoso de sua interpretação na gravação. 

Pablo Aluísio.