terça-feira, 19 de novembro de 2024
A Árvore da Vida
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
O Imperador do Norte
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Os Homens Violentos da Klan
terça-feira, 1 de novembro de 2022
Morte sem Glória
segunda-feira, 5 de setembro de 2022
Taverna Maldita
Título Original: Pete Kelly's Blues
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jack Webb
Roteiro: Richard L. Breen
Elenco: Jack Webb, Peggy Lee, Janet Leigh, Edmond O'Brien, Lee Marvin, Ella Fitzgerald
Sinopse:
Durante a lei seca, o músico Pete Kelly (Jack Webb) lidera uma banda de jazz. Seus problemas começam quando um gângster chamado Fran McCarg (O'Brien) exige dele e dos demais membros de seu grupo musical um valor de 25 por cento do que ganham. Ou pagam ou terão que arcar com a violência dos criminosos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Peggy Lee).
Comentários:
Muito bom esse clássico filme que mistura dois gêneros cinematográficas, o musical e o estilo das produções contando a história de gângsters. O personagem principal vive de sua música. Não é fácil. O dinheiro é pouco e as horas tocando são muitas. Até que aparece um criminoso que passa a chantagear todo o grupo. O jovem baterista se recusa a pagar e é morto. Os demais tentam sobreviver. Um dos destaques desse clássico vem da atuação da cantora Peggy Lee. Ela interpreta uma vocalista decadente e envelhecida que passa a ser usada pelos criminosos. Sua atuação é excelente, o que lhe valeu uma indicação ao Oscar. Sua melhor cena é aquela em que já aparece mergulhada na insanidade, com uma boneca de pano nos braços. Comovente. E por falar em cantoras, há dois números musicais com a diva Ella Fitzgerald, um dos grandes nomes da história do jazz dos Estados Unidos. Enfim, uma excelente mistura de música de boa qualidade com filmes policiais, envolvendo gângsters. Fica mais do que recomendado para os apreciadores de filmes clássicos de Hollywood.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 7 de maio de 2021
Agonia e Glória
O resultado não agradou a todos. Há os que considerem o filme lento demais, introspectivo em demasia. Não concordo em nada com essa visão. Em meu ponto de vista esse é seguramente um dos melhores filmes já feitos sobre a II Guerra Mundial. Muito bem produzido, com roteiro realmente bem escrito, caprichado, procurando desenvolver cada personagem. O elenco também foi muito bem escolhido, colocando lado a lado veteranos como Lee Marvin atuando ao lado de jovens atores como Mark Hamill. Esse aliás teve a grande chance de sua carreira em mostrar que era mesmo um bom ator. Estigmatizado pelo personagem Luke Skywalker de "Guerra nas Estrelas" esse foi um caso raro de grande filme em sua filmografia que não fizesse parte das aventuras especiais criadas por George Lucas.
Agonia e Glória (The Big Red One, Estados Unidos, 1980) Direção: Samuel Fuller / Roteiro: Samuel Fuller / Elenco: Lee Marvin, Mark Hamill, Robert Carradine, Bobby Di Cicco, Kelly Ward / Sinospe: Um pequeno grupo de infantaria comandado por um sargento durão, da velha escola, tenta sobreviver pelos campos de batalha da II Grande Guerra Mundial. Filme indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Sete Homens Sem Destino
O filme foi dirigido novamente pelo diretor e parceiro de Randolph Scott, Budd Boetticher. Já tive oportunidade de exaltar as qualidades desse cineasta que na minha opinião foi totalmente subestimado na época. Boetticher tinha um feeling incrível para contar as histórias em uma edição enxuta, onde não havia espaço para desperdício. Todas as cenas possuem um propósito bem definido, sem perda de tempo ou enrolação. O que resulta daí são faroestes onde o espectador não tira os olhos da tela, sempre interessado no que vai acontecer. O mais interessante é que seus filmes não são longos (70 minutos em média) e em nenhum momento ficamos com a impressão de que algo faltou em cena. Enfim, "Sete Homens Sem Destino" é uma boa pedida para os fãs de Randolph Scott e os admiradores dos filmes "rápidos no gatilho" de Budd Boetticher. Vale a sessão certamente.
Sete Homens Sem Destino (Seven Men from Now, EUA, 1956) / Direção de Budd Boetticher / Roteiro de Burt Kennedy / Elenco: Randolph Scott, Lee Marvin, Gail Russell, Walter Reed e John Larch / Sinopse: Ben Strike (Randolph Scott) é um ex xerife que parte em busca da captura de sete ladrões de bancos que durante um assalto acabaram matando sua esposa. Durante sua jornada pelo deserto do Alabama acaba encontrando um jovem casal que tenta chegar ao oeste selvagem. O que Strike não sabe é que de uma forma ou outra todos os acontecimentos estão interligados entre si.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de junho de 2018
Os Comancheros
Duas sequências inclusive se sobressaem. A luta entre comancheros, índios e Texas Rangers em um rancho e a longa cena final onde os mesmos grupos novamente se enfrentam em boas e bem coreografadas batalhas campais. Essas duas sequências foram inteiramente dirigidas por John Wayne mostrando seu talento como bom cineasta. Já as cenas mais dramáticas, de atuação, ficaram sob o comando de Michael Curtiz. Infelizmente esse foi o último filme do consagrado diretor que viria a morrer poucos meses após o filme ser finalmente concluído. Aos 72 anos e com 173 filmes no currículo Curtiz já havia dado seu recado. Seu último trabalho revela um produto de extrema qualidade, muito bem roteirizado e com inspiradas atuações de todo o elenco. Um canto de cisne à altura desse genial artista que se despediu do cinema em um dos gêneros mais populares e iconográficos da história da sétima arte. Por isso “Os Comancheros” é simplesmente obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.
Os Comancheros (The Comancheros, Estados Unidos, 1961) Direção: Michael Curtiz, John Wayne (não creditado) / Roteiro: James Edward Grant, Clair Huffaker baseado na novela de Paul Wellman / Elenco: John Wayne, Stuart Whitman, Ina Balin, Nehemiah Persoff, Lee Marvin, Patrick Wayne / Sinopse: Paul Regret (Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin).
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de maio de 2018
O Pistoleiro
Título Original: The Stranger Wore a Gun
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Kenneth Gamet, John W. Cunningham
Elenco: Randolph Scott, Lee Marvin, Ernst Borgnine, Claire Trevor
Sinopse:
"O Pistoleiro" conta a história de Jeff Travis (Randolph Scott), um renegado da Guerra Civil que para escapar da forca do exército ianque foge para uma pequena cidade do oeste com um nome falso. Lá se envolve com um grupo de assaltantes de diligências. Ao mesmo tempo em que planeja o roubo de cargas de ouro se enamora pela filha do dono da empresa de transportes, a bela Josie (Claire Trevor). Seu maior segredo porém está prestes a ser revelado por um passado que não lhe deixa em paz.
Comentários:
Mais uma produção bancada pelo próprio Randolph Scott. Curioso é que em pleno auge do chamado Star System (onde os atores eram quase escravos dos estúdios) Scott tenha trilhado um caminho próprio, produzindo seus próprios filmes e depois os negociando com os estúdios para distribuição (o que também aconteceu aqui com "O Pistoleiro" que acabou sendo lançado pela Columbia Pictures). E como empresário do ramo cinematográfico o ator também teve um visão e tanto. Muitos anos antes da popularização da técnica 3D ele viu potencial nessa nova tecnologia e resolveu investir nela. De fato "The Stranger Wore a Gun" foi um dos primeiros filmes em terceira dimensão lançados no grande circuito comercial. Claro que na época tudo ainda era muito rudimentar, porém Scott foi um verdadeiro visionário sobre essa questão. Assistindo ao faroeste hoje em dia você perceberá que há várias cenas feitas justamente para realçar a nova técnica nas salas de cinema. Numa delas Scott lança sua arma em direção à câmera - tudo para impressionar o público. No trailer o ator aparecia sério e complementado tentando explicar o que era o 3D para a plateia.
Além dessa inovação o roteiro também trazia novidades. O personagem de Scott é curioso. Nem é um mocinho de filmes típico de westerns e nem é um vilão assumido, pois tem consciência e sente quando injustiças são cometidas. O interessante é que o ponto de partida dessa produção é a mesma de um filme de Audie Murphy chamado "Kansas Raiders" que assisti recentemente. Tanto o personagem de Scott como o de Murphy fazem parte do bando de Quintrail, um personagem histórico real que assaltava bancos e cidades inteiras durante a Guerra Civil Americana. E assim como o filme de Audie Murphy esse aqui também tem um bom elenco de apoio de respeito com os veteranos atores Ernest Borgnine e Lee Marvin. Em suma, outro bom faroeste de Scott que diverte acima de tudo, além de ter tido sua importância histórica por trazer o 3D para as salas de cinema pela primeira vez na história.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
Os Profissionais
Título Original: The Professionals
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Frank O'Rourke, Richard Brooks
Elenco: Burt Lancaster, Lee Marvin, Jack Palance, Claudia Cardinale, Robert Ryan
Sinopse:
O milionário JW Grant (Ralph Bellamy) resolve contratar o veterano S. Fardan (Lee Marvin) para encontrar sua esposa, Maria (Claudia Cardinale) que foi sequestrada pelo bandido e revolucionário mexicano Jesus Raza (Jack Palance). Fardan assim forma seu grupo, chamando para integrá-lo o especialista em explosivos Johnny Dolworth (Burt Lancaster). Definitivamente não será um trabalho dos mais fáceis, uma vez que Raza conta com um numeroso grupo de bandoleiros ao seu lado, mais de 150 bandidos fortemente armados. Entrar em seu território no México para resgatar a esposa de Grant e sair de lá vivo exigirá muita coragem e bravura por parte de Fardan e seu grupo de bravos homens.
Comentários:
Um dos grandes clássicos do Western americano, "Os Profissionais" foi um grande sucesso de público e crítica. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção, Roteiro e Fotografia e ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Revelação Feminina (Marie Gomez), o filme continua sendo um exemplo perfeito de ação, aventura e roteiro bem escrito. A trama em um primeiro momento pode parecer até simples. O grupo liderado por Lee Marvin é contratado para encontrar a mulher de um figurão americano, um sujeito muito rico que afirma que ela fora sequestrada pelo líder revolucionário e criminoso Raza. A questão é que há algo de errado com toda a história contada por ele, como bem deduz Dolworth (Lancaster). Mesmo assim eles topam o desafio, até porque o milionário lhes oferece dez mil dólares por cabeça caso eles consigam trazer de volta a jovem sã e salva aos Estados Unidos. A partir daí os quatro membros do grupo de Marvin vão até o México enfrentar centenas de bandidos armados até os dentes!
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Dívida de Sangue
Título no Brasil: Dívida de Sangue
Título Original: Cat Ballou
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Elliot Silverstein
Roteiro: Walter Newman, Frank Pierson
Elenco: Jane Fonda, Lee Marvin, Michael Callan, Nat 'King' Cole
Sinopse:
A jovem e educada Catherine Ballou (Jane Fonda) retorna para sua cidade natal, Wolf City, após longos anos estudando fora. Seu pai, um pequeno fazendeiro da região, anda ameaçado por bandidos e pistoleiros. Após sua morte ela decide reunir um grupo para se vingar de seu assassinato. Contrata o famoso pistoleiro Kid Shelleen (Lee Marvin), mas logo descobre que ele não faz jus ao seu nome e nem à sua fama, pois passa os seus dias completamente embriagado, mal se sustentando na sela de seu cavalo. Desesperada, Catherine resolve então assumir a identidade de Cat Ballou, a musa e rainha dos Foras-da-Lei. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Lee Marvin). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Música e Melhor Canção Original ("The Ballad of Cat Ballou" de autoria de Jerry Livingston e Mack David).
Comentários:
Passa longe de ser um western convencional. Se trata na realidade de uma comédia musical muito divertida que procura brincar com todo o bom humor com os clichês dos filmes de faroeste. O enredo pode ser descrito até mesmo como cartunesco ou uma peça de teatro bufa. Há inclusive elementos bem teatrais em seu desenvolvimento, como os dois cantores (ou seriam menestréis?) que vão contando a divertida história da pistoleira e fora da lei Cat Ballou. É claro que o espectador não deve levar nada, mas absolutamente nada mesmo, à sério, pois tudo se desenvolve nesse divertido tom de farsa meio maluca. Em termos de elenco temos dois destaques absolutos. O primeiro, como não poderia deixar de ser, vem da preciosa presença da maravilhosa e linda Jane Fonda. Ainda bem jovem, ela demonstra ter um timing incrível para o humor. Sua personagem começa como uma jovem inocente, recém saída de uma escola para moças de fino trato. De volta à fazenda do pai, um sujeito tosco e rude, ela precisa mudar sua forma de ser, principalmente depois que entende que ele anda ameaçado por pessoas inescrupulosas que desejam tomar suas terras. Depois da morte de seu querido pai, não há outra maneira a não ser cair no mundo do crime, assaltando um trem com um belo carregamento de ouro para o pagamento de trabalhadores da estrada de ferro. Jane, na flor da idade, era belíssima. Seu pai, o grande Henry Fonda, provavelmente teve orgulho dessa sua atuação.
O outro grande ponto de destaque desse elenco vem com o fantástico Lee Marvin. O ator, que se notabilizou pelos personagens maus e vilões em filmes de western, deixou a vaidade pessoal de lado a abraçou a comédia escrachada com um brilhantismo digno de aplausos. Ele interpreta dois pistoleiros. Um é o vilão, um sujeito mal encarado e sempre disposto a matar, desde que lhe paguem bem. Todo vestido com um figurino negro, lembra os antigos personagens de Marvin nos filmes de Randolph Scott. O outro é uma lenda das publicações baratas, Shelleen Kid. Se nos pequenos panfletos (que eram bem populares na época) ele surgia como um herói sem máculas, na vida real não passava de um alcoólatra, caindo pelos cantos, implorando por mais uma dose de whisky barato. Lee Marvin transformou seu papel em um pateta e está muito divertido em sua caracterização, a ponto inclusive de ter sido premiado com o Oscar por sua atuação, em um reconhecimento mais do que merecido. Por fim e não menos importante é bom ressaltar a presença da lenda da música americana Nat 'King' Cole, intercalando o divertido enredo com seu talento maravilhoso, cantando as músicas do filme. Em suma, uma comédia divertida, bem humorada, para se assistir com extrema leveza. Se você gosta de faroestes e não se importa que transformem alguns clichês do gênero em uma piada engraçada, certamente vai gostar do resultado. O importante é relaxar e se divertir o máximo possível.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 20 de junho de 2017
Um Homem Dificil de Matar
Os dois personagens centrais do filme são homens velhos, cowboys veteranos, que a cada dia sofrem mais na busca por um novo trabalho. Contando com velhas amizades eles ainda conseguem um trabalho em uma fazenda que agora pertence a banqueiros de Nova Iorque. Essa gente não estava muito interessada no estilo de vida dos cowboys, pois só visavam lucro. Por isso de tempos em tempos mais vaqueiros eram demitidos. Jogados no desemprego, muitos deles simplesmente viraram bandidos. Assim o roteiro explora justamente a luta entre cowboys ainda na ativa contra bandidos e ladrões, que só se tornaram criminosos por falta de outro caminho a seguir. Embora em muitas cenas haja momentos de bom humor, uma melancolia (realçada por uma trilha sonora triste) passeia por todo o filme. É algo que chega até mesmo a incomodar. De qualquer maneira esse é seguramente um dos melhores faroeste sociais da época. Um retrato não muito feliz do fim de uma era, a era do cowboy americano.
Um Homem Dificil de Matar (Monte Walsh, Estados Unidos,1970) Direção: William A. Fraker / Roteiro: Lukas Heller, David Zelag Goodman / Elenco: Lee Marvin, Jeanne Moreau, Jack Palance / Sinopse: Monte Walsh (Lee Marvin) é um cowboy veterano que precisa partir para a vingança pela morte de seu amigo de longa data, Chet Rollins (Jack Palance). Walsh conhece bem o assassino, um homem que até bem pouco tempo atrás trabalhou ao seu lado em uma fazenda. Demitido e desempregado, ele se tornou ladrão de bancos, cavalos e pequenos estabelecimentos comerciais. Agora chegou a hora de Walsh acertar as contas com ele. Filme indicado ao Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (Lee Marvin).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
A Nau dos Insensatos
Título no Brasil: A Nau dos Insensatos
Título Original: Ship of Fools
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: Abby Mann, baseado na obra de Katherine Anne Porter
Elenco: Vivien Leigh, Simone Signoret, Lee Marvin, José Ferrer, Oskar Werner, George Segal, Michael Dunn
Sinopse:
Durante uma viagem de navio entre o México e a Alemanha um grupo de tripulantes e passageiros vivem seus próprios dramas pessoais, de relacionamento e até mesmo políticos. Entre os viajantes há desde uma condessa arruinada, passando por uma esnobe viúva americana, até chegando em um frustrado jogador profissional de beisebol, relembrando todos os motivos que provocaram o seu fracasso esportivo nos campos. Ligando todos eles há todos aqueles velhos sentimentos em comum, como solidão, tristeza, amargura e melancolia. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Simone Signoret), Melhor Ator (Oskar Werner), Melhor Ator Coadjuvante (Michael Dunn), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Figurino. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Ernest Laszlo) e Melhor Direção de Arte (Robert Clatworthy e Joseph Kish).
Comentários:
Esse foi o último filme da carreira de Vivien Leigh. Ela morreria apenas dois anos depois de interpretar a esnobe viúva Mary Treadwell. Foi uma bela despedida do cinema. O roteiro, uma adaptação do romance escrito por Katherine Anne Porter, procurava retratar nas pessoas que viajavam em um cruzeiro transatlântico, a própria sociedade como um todo, com todos os seus problemas, contradições, dramas e tristezas. Assim a força dramática desse enredo vinha justamente de seus personagens. A estória se passa antes da II Guerra Mundial. A Alemanha já está nas mãos dos nazistas, mas eles ainda não começaram suas perseguições aos judeus e nem suas invasões aos países vizinhos. Há muitos alemães viajando no navio e como é óbvio a delicada situação política de seu país acaba virando a tônica de vários diálogos. Entre os passageiros há inclusive um senhor judeu, Julius Lowenthal (Heinz Rühmann), que sofre todos os tipos de segregação social. Mesmo assim ele não acredita que haverá uma perseguição real na cidades alemãs. Em um momento ele solta uma pensamento que seria tristemente irônico. Ao falar sobre o nazismo ele pergunta: "Há mais de um milhão de judeus na Alemanha! O que Hitler fará com eles? Matará a todos?!". Mal sabia o tamanho da loucura do III Reich que estava por vir. Além dele outros personagens se destacam. Vivien Leigh interpreta uma solitária viúva americana muito esnobe e arrogante, mas igualmente amargurada.
Após a morte de seu marido, um diplomata, ela passa a realizar essas viagens para despistar a solidão pessoal em que vive. Amarga e desiludida, ela sofre ao perceber que a juventude e a beleza se foram para sempre. Lee Marvin, por outro lado, é um ex-jogador de beisebol rude e bêbado que parece sempre disposto a criar alguma confusão. É curioso perceber como Marvin se saiu bem nesse papel bem dramático, algo que era bem raro em sua filmografia. Ele, que havia se especializado em interpretar vilões em filmes de western, surpreende e não fica abaixo do restante do elenco. Um dos personagens mais bem construídos e humanos é a de Simone Signoret. Ela dá vida para a Condessa, uma mulher em desgraça que acaba se apaixonando pelo médico do navio após pedir a ele alguma medicação para que conseguisse finalmente dormir. O Dr. Wilhelm Schumann (Oskar Werner), fruto de sua afeição, é um homem frustrado, desiludido com seu casamento sem amor, se resumindo a muitas obrigações que para ele já não possuem muito sentido. Sofrendo de problemas do coração, percebendo que está no fim de sua vida, ele tenta se agarrar a esse relacionamento improvável. Curiosamente um anão, Karl Glocken (Michael Dunn), acaba sendo o narrador da estória, chegando ao ponto até mesmo de dialogar com a própria plateia durante o filme. Um toque muito interessante dado pelo cineasta Stanley Kramer, que mostra muito talento para desenvolver todos os personagens do roteiro sem que em nenhum momento deixe tudo ficar chato ou arrastado (e olha que o filme tem quase duas horas e meia de duração). Então é isso, "A Nau dos Insensatos" é no fundo uma grande metáfora sobre a própria humanidade, com todos os seus problemas. Um filme acima de tudo muito humano, que vale a pena conhecer.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de junho de 2013
Mistério no Parque Gorky
O elenco é muito bom, inclusive com William Hurt, ainda bastante jovem e pasmem posando de galã e herói de ação. Outro destaque é a presença do veterano Lee Marvin fazendo um personagem bem mais sofisticado do que ele costumava interpretar (geralmente Marvin representava caras durões em filmes de muita ação, algo que não se repete nesse filme). Por fim temos belas locações que tentam reproduzir a chamada União Soviética (o filme não foi filmado lá, mas sim na fria e distante Finlândia, já que ainda se vivia os dias da guerra fria, onde filmagens eram terminantemente proibidas pelo governo comunista). Mesmo não sendo a verdadeira URSS o filme consegue convencer. É isso, gosta de mistérios e tramas misteriosas? Então certamente você gostará de "O Mistério do Parque Gorky".
Mistério no Parque Gorky (Gorky Park, Estados Unidos,1983) Direção: Michael Apted / Roteiro: Dennis Potter, baseado na novela de Martin Cruz Smith / Elenco: William Hurt, Lee Marvin, Brian Dennehy / Sinopse: Mortes no parque Gorky em Moscou acabam desencadeando uma série de conspirações envolvendo pessoas acima de qualquer suspeita na União Soviética durante a chamada Guerra Fria.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
O Homem Que Matou o Facínora
No filme acompanhamos a chegada do senador Ransom Stoddard (James Stewart) na pequenina cidade onde começou sua carreira política muitos anos antes. Ele vem para o enterro de um velho conhecido, Tom Doniphon (John Wayne). Mas quem seria Tom Doniphon na realidade? Através de flashback somos apresentados aos acontecimentos do passado onde Tom e Ranson tomaram parte em eventos que ficariam na história da região – e que em consequência levaria Ranson a ter uma extremamente bem sucedida carreira política nos anos que viriam. O enredo, como se pode perceber, tem uma inteligente linha narrativa.
John Ford, ao lado da equipe de roteiristas, trabalhou maravilhosamente bem o roteiro, com vários leituras sublimares que apenas um ótimo texto poderia explorar bem. Um dessas mensagens nas entrelinhas é o papel desempenhado pelo próprio personagem de John Wayne. Embora tenha sido creditado como o ator principal do filme (fruto de seu status de grande astro na época) o fato é que seu personagem é meramente coadjuvante na trama, mesmo que não seja um papel secundário qualquer.
Na realidade esse filme é uma parábola da capacidade de se doar pela felicidade de quem se ama. Tom é um rústico cowboy do interior, mas sua paixão pela jovem Hallie (Vera Miles) é tão profunda e sincera que ele deixa de lado até mesmo seus interesses pessoais para proteger Ranson (Stewart) pois é óbvio que Hallie o tem em grande consideração. Embora durão no exterior, Tom (Wayne) é na verdade uma pessoa extremamente altruísta, solidária e leal a ponto de ficar em segundo plano, abrindo mão de seus próprios sonhos pela felicidade da mulher que ama. Falar mais sobre a trama seria tirar parte de seu impacto.
Outro ponto excelente da produção é seu elenco excepcional. Como se não bastasse termos dois mitos em cena, James Stewart e John Wayne, o filme também apresenta um elenco de apoio de respeito, igualmente formado por grandes atores de sua época, a começar pelos que interpretam os bandidos do filme. Liberty Valance, o facínora do título nacional, é interpretado com brilhantismo por Lee Marvin, um ícone dos filmes de western. Ao seu lado, formando o bando de criminosos, está o famoso Lee Van Cleef que estrelaria uma longa série de faroestes nos anos seguintes, com destaque para as produções que rodou na Itália. Em suma, "O Homem Que Matou o Facínora" é um desses faroestes que podemos qualificar, sem medo de exageros, como monumental. É um western que privilegia o lado mais humano de seus personagens. É um exemplo de que mesmo dentro do gênero faroeste seria possível emplacar grandes dramas humanos. Um grande momento nas carreiras de John Wayne, James Stewart e John Ford. Impecável em todos os sentidos. Obra-prima da sétima arte.
O Homem Que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance, Estados Unidos, 1962) Direção: John Ford / Roteiro: James Warner Bellah, Willis Goldbeck baseados na história de Dorothy M. Johnson / Elenco: John Wayne, James Stewart, Vera Miles, Lee Marvin, Lee Van Cleef, Edmond O'Brien, Andy Devine / Sinopse: Ransom Stoddard (James Stewart) é um jovem e idealista advogado recém formado que vai até uma distante cidadezinha do oeste para iniciar sua carreira jurídica. Durante a viagem é assaltado e espancado pelo fora-da-lei Liberty Valance (Lee Marvin). Jurando colocá-lo na cadeia, usando de meios legais, Ransom inicia uma luta pessoal pela implantação da lei e ordem naquela região selvagem. Para isso conta com o apoio da jovem Hallie (Vera Miles) e do durão Tom Doniphon (John Wayne). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino (Edith Head).
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de abril de 2012
Comando Delta
O enredo é bem fiel ao estilo dos filmes de ação da década de 80 embora para muitos falte justamente ação a “Comando Delta”! A primeira parte do filme, feito mais na base do conflito psicológico entre seqüestradores e passageiros pareceu bastante burocrático para muitos fãs da linha mais hardcore. Já para outros a situação é exatamente oposta a essa, uma vez que o primeiro ato do filme funcionava justamente como preparação do surgimento do grupo especial em ação. É criada toda uma situação para que os heróis depois surgissem e livrassem finalmente os passageiros das garras dos criminosos internacionais. O roteiro foi escrito originalmente para ser estrelado por Charles Bronson que até mostrou algum interesse na realização do filme mas mudou de idéia posteriormente preferindo ir para outro projeto, uma produção policial chamada O Vingador (Murphy´s Law no original). Sem Bronson no elenco a Cannon nem pensou duas vezes e escalou Lee Marvin no papel. No final tudo deu certo para o ator e o estúdio. O filme fez sucesso, tanto que daria origem a continuações, todas bem inferiores a esse primeiro filme da franquia. Os demais primariam muito mais pela ação, desenfreada acima de tudo, esquecendo qualquer sutileza maior em seus enredos. Enfim é isso, Comando Delta é uma produção que serve bem como exemplo básico de como era o cinema de ação da década de 80. Já para os fãs de Chuck Norris é simplesmente imperdível.
Comando Delta (The Delta Force, Estados Unidos, 1986) Direção: Menahem Golan / Roteiro: Menahem Golan, James Bruner / Elenco: Chuck Norris, Lee Marvin, Martin Balsam, Joey Bishop, George Kennedy / Sinopse: Avião civil americano é seqüestrado por terroristas do Oriente Médio. Para liberta-los o Presidente dos Estados Unidos convoca um grupo de operações especiais, o Comando Delta do título.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
O Aventureiro do Pacífico
Assim como "Feitiço Havaiano", "O Aventureiro do Pacífico" é basicamente isso mesmo, um filme de verão, muito leve, divertido, o que se pode chamar de uma aventura para toda a família. John Wayne continuava com seu carisma intacto, fazendo o dono de uma taberna para marinheiros. Já Lee Marvin faz um dos poucos personagens cômicos de sua carreira. O roteiro ainda toca timidamente na questão racial envolvendo nativos e americanos mas tudo numa sutileza planejadamente inofensiva, para não chocar ninguém. No final das contas a produção vale por sua fotografia (não poderia ser diferente uma vez que o Havaí é maravilhoso) e pelas cenas divertidas e descompromissadas. Da carreira do John Ford esse é seguramente seu filme mais inofensivo em todos os aspectos.
O Aventureiro do Pacífico (Donovan's Reef, Estados Unidos, 1963) Direção: John Ford / Roteiro: Frank S. Nugent, James Edward Grant / Elenco: John Wayne, Lee Marvin, Elizabeth Allen, Jack Warden / Sinopse: Michael Patrick 'Guns' Donovan (John Wayne) vive tranquliamente no Havaí quando é surpreendido pela chegada na ilha de Ameilia Dedham (Elizabeth Allen) que vem trazer várias surpresas para seu sossegado e tranquilo cotidiano.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
sábado, 28 de outubro de 2006
Perfil: Lee Marvin
Sua primeira chance no cinema veio com “Agora Estamos na Marinha”, um filme de guerra realizado um ano depois onde Marvin aproveitava de seus anos de experiência como militar para dar maior veracidade em seu pequeno papel. Após cinco anos atuando como coadjuvante Marvin teve seu primeiro papel de destaque em “O Laço do Carrasco” (1952) ao lado de Randolph Scott. Seu jeito durão, de poucos amigos, caiu muito bem ao interpretar personagens bandoleiros, assassinos, ladrões e facínoras de toda ordem.
Depois do sucesso vieram várias produções, entre elas outro western também ao lado de Randolph Scott, “O Pistoleiro” (1953). Com Marlon Brando se destacou no mesmo ano no famoso “O Selvagem” onde interpretava um motoqueiro rival ao personagem do famoso ator.
A partir daí a carreira ficou consolidada e não mais faltaram papéis em filmes interessantes. Ao lado de Rock Hudson rodou “Seminole”, participou do clássico “A Nave da Revolta”, voltou a trabalhar com o amigo Randolph Scott em “Sete Homens Sem Destino” (1956) e em “Pilastras do Céu” encarnou um personagem atípico em um western com roteiro religioso. Em 1961 trabalhou ao lado de John Wayne no último filme do grande diretor Michael Curtiz, “Os Comancheros”.
Um ano depois voltou a trabalhar com Wayne naquele que é considerado um dos maiores clássicos do western de todos os tempos: “O Homem que Matou o Facínora”. Depois de muitos anos vivendo na sombra de grandes astros Lee Marvin teve finalmente seu talento reconhecido em “Dívida de Sangue” quando finalmente ganhou o Oscar. Depois disso o ator ainda participaria de uma série de sucessos de bilheteria como “Os Doze Condenados”, “Inferno no Pacífico” e filmes que se tornaram cult como o famoso drama de guerra “Agonia e Glória”.
Sua última aparição no cinema se deu ao lado de Chuck Norris no filme “Comando Delta” de 1986. No total participou de 111 filmes em 40 anos de carreira. No final de sua vida o nova-iorquino Marvin trocou o agito das grandes cidades pela tranqüilidade do campo, indo morar em Tucson no Arizona, onde veio a falecer em agosto de 1987. Tinha 63 anos de idade.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de junho de 2006
O Laço do Carrasco
"O Laço do Carrasco" ainda é um de seus filmes mais lembrados por fãs de western hoje em dia. O enredo é bem interessante mas o diretor e roteirista Roy Huggins não o desenvolve muito bem, pois muito potencial dessa estória foi desperdiçada na minha opinião. O principal erro é que ao invés de mostrar o desenlace dessa questão optou-se por priorizar mais o chamado Bang Bang (tiroteios e emboscadas). Scott segue com sua caracterização típica. Não há uma preocupação melhor em desenvolver os personagens do ponto de vista psicológico como acontecia nas parcerias entre Scott e o diretor Budd Boetticher. Aqui temos nitidamente um western de matinê - que aliás foi o ponto forte de Scott, onde ele realmente fez fortuna com filmes rápidos, ágeis e eficientes. Enfim, "O Laço do Carrasco" é um bom western dos anos 50 muito embora poderia sim ser bem melhor do que realmente é. Não é assim um dos melhores trabalhos de Randolph Scott mas merece ser visto (ou revisto) sempre que possível.
O Laço do Carrasco (Hangman's Knot, EUA, 1952) / Diretor: Roy Huggins / Roteirio: Roy Huggins / Elenco: Randolph Scott, Donna Reed, Lee Marvin / Sinopse: O Major confederado Matt Stewart (Randolph Scott) acaba liderando uma tropa que decide roubar um carregamento de ouro do exército da União durante a guerra civil americana. O problema é que após ter em mãos toda essa fortuna acabam descobrindo que a guerra finalmente havia chegado ao fim! A partir daí o que fazer? Entregar o ouro ao exército da União o que os levaria inexoravelmente à morte por enforcamento ou ficar com todo o carregamento para eles? O choque de ambições seria inevitável.
Pablo Aluísio.