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segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Uma Ponte Longe Demais

Uma Ponte Longe Demais
Um dos clássicos filmes de guerra dos anos 1970. É um daqueles filmes que não se fazem mais nos dias de hoje, com grande elenco, produção requintada e fatos históricos relevantes. A história se passa durante a segunda guerra mundial quando as forças aliadas colocam em prática uma perigosa operação que tinha como objetivo enviar militares atrás das linhas inimigas, logo após a invasão da Normandia no chamado Dia D. A intenção era realmente cercar as forças do Eixo, dos nazistas, para que eles não tivessem para onde ir. Claro que tudo terminaria em uma grande batalha sangrenta. 

Como eu já escrevi, o filme tem mesmo um grande elenco, contando com grandes atores. O problema é que a história é bem fragmentada, pois são vários personagens em situações diversas, todos colaborando entre si no enredo do filme para que a operação fosse bem sucedida. Assim atores como Sean Connery, Anthony Hopkins e Robert Redford apenas tangenciam em seus arcos narrativos, nunca ganhando o espaço necessário. Talvez tivesse sido melhor fazer uma minissérie ou diversos filmes sobre cada personagem. Com grande duração (quase 3 horas de filme) esse clássico moderno também rendeu algumas piadinhas na época, se dizendo que o filme era longo demais! Enfim, ignore. Assista por suas qualidades cinematográficas e aprecie, nada mais do que isso. 

Uma Ponte Longe Demais (A Bridge Too Far, Reino Unido, Estados Unidos, 1977) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: Cornelius Ryan, William Goldman / Elenco: Sean Connery, Laurence Olivier, Robert Redford, Anthony Hopkins, Michael Caine, Ryan O'Neal / Sinopse: O filme mostra uma reconstiuição histórica de uma importante operação das forças militares aliadas durante a segunda guerra mundial. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Guerra de Gigantes

Título no Brasil: Guerra de Gigantes 
Título Original: When Lions Roared
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Gideon Pictures
Direção: Joseph Sargent
Roteiro: David W. Rintels
Elenco: Michael Caine, Bob Hoskins, John Lithgow

Sinopse:
Filme também conhecido como II Guerra Mundial: Quando os Leões Rugiram. Como o mundo estava à beira do abismo, os três homens mais poderosos da história mundial se encontraram e decidiram seu destino.

Comentários:
Um problema recorrente que aconteceu nos anos 90. Séries americanas eram reeditadas e condensadas para serem lançadas como um filme no Brasil. Assim, quando você ia assistir o DVD ou VHS, tudo que encontrava era um produto altamente editado, muitas vezes truncado, sem fluência. Aconteceu muitas vezes e aconteceu com essa série aqui que foi lançada no Brasil, na época, como Guerra de Gigantes. É a reunião de três Líderes durante a fase final da Segunda Guerra Mundial. Estão em cena Franklin D. Roosevelt, o presidente dos Estados Unidos; Winston Churchill, o primeiro-ministro da Inglaterra e Joseph Stalin, o ditador soviético. O filme não tem lá essa grande produção e com a edição altamente truncada da versão Brasileira tudo ficou mais complicado. Talvez por isso eu não tenha gostado, mesmo adorando a história. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de abril de 2023

A Batalha da Grã-Bretanha

Título no Brasil: A Batalha da Grã-Bretanha
Título Original: Battle of Britain
Ano de Lançamento: 1969
País: Reino Unido
Estúdio: United Artists
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: James Kennaway, Wilfred Greatorex
Elenco: Michael Caine, Laurence Olivier, Christopher Plummer, Trevor Howard, Harry Andrews, Curd Jürgens, Susannah York

Sinopse:
Reconstituição histórica da guerra aérea nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial pelo controle dos céus da Grã-Bretanha, quando a Luftwaffe e a Royal Air Force decidiram se uma invasão das ilhas britânicas seria possível do ponto de vista estratégico. Filme indicado no BAFTA Awards.

Comentários:
Esse excelente filme mostra um dos momentos mais decisivos durante a II Guerra Mundial. Hitler havia ordenado que a força aérea da Alemanha começasse uma intensa linha de ataques nas principais cidades da Inglaterra. Caso a operação se tornasse bem sucedida, Hitler tinha planos para invadir as ilhas britânicas. Essa batalha da Inglaterra foi um momento chave na guerra, pois a resistência dos ingleses contra esses ataques foi essencial para curvar os planos do ditador nazista. O filme tem um elenco realmente espetacular, contando apenas com os melhores atores ingleses daquela geração. Também merecem elogios o roteiro que procura ser o mais fiel possível aos fatos históricos. Os produtores encaravam esse filme não apenas como mais uma produção sobre a segunda guerra mundial, mas também como  uma homenagem aos bravos homens que lutaram e morreram nessa batalha nos ares ingleses, onde muito se decidiu sobre os rumos da guerra dali em diante. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Medieval

Este é um filme ruim. Isso me surpreendeu muito. Veja, aqui todos os elementos importantes para se fazer um bom filme estavam presentes, pelo menos em tese. Havia um elenco muito bom, acima da média. Uma história muito interessante para se contar e, além de tudo, o filme se passava na idade média. Filmes medievais costumam ser muito interessantes. Só que o resultado de tantos elementos certos deram origem a um filme errado. O problema maior vem de um roteiro truncado, que não explica direito as questões históricas que o filme desenvolve. O espectador fica com a impressão de que, na maioria das vezes, as situações não são plenamente justificadas porque o roteiro não as explica de forma adequada. Sabe-se, muito por cima, que há uma cisão entre dois papas, uma situado na França e outro em Roma. E que, para as coisas se equilibrarem, deve-se raptar uma nobre. 

Uma relação delicada. Tudo isso é muito mal passado para quem assiste ao filme. A impressão que eu tive ao assistir essa produção é que se trata de uma versão editada de uma versão maior, que deve ter sido a escolhida pelo diretor. Realmente, essa versão deve ter ficado muito longa e comercialmente não pouco agradável ao estúdio. Então, tudo foi pessimamente editado. Uma daquelas situações em que usam um machado pesado para editar o filme. O resultado é um filme sem graça, sem explicação adequada, sem rumo e sem contexto histórico devidamente exposto a quem assiste. E para piorar o que já era ruim, as cenas de ação não empolgam. Com tudo isso, não existe outro veredito para Medieval. É um filme ruim e ponto final.

Medieval (Medieval, República Tcheca, 2022) Direção: Petr Jákl / Roteiro: Petr Jákl, Marek Dobes / Elenco: Ben Foster, Sophie Lowe, Michael Caine / Sinopse: O filme se passa na idade média, quando Nobres e soldados se unem para evitar que haja um golpe de estado contra um rei que está fraco e vulnerável. E sua deposição também vai influir no cisma papai. Com dois papas sentados em um suposto trono de Pedro.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Best Sellers

Nesse filme o ator Michael Caine interpreta um escritor. Seu período de sucesso e de auge de criatividade, há muito se passou. Faz 50 anos que ele não escreve um livro de sucesso. Está no ostracismo completo. E tudo piorou depois que sua esposa faleceu. Agora ele vive em uma casa antiga. E está sendo ameaçado de despejo. Precisa rapidamente de dinheiro. A sorte bate à porta quando uma jovem editora vem em seu encontro. Ela quer contratar o velho escritor para o lançamento de um livro. Que ela acredita vai ser a salvação de sua empresa. Ou consegue esse livro, esse sucesso, ou então sua editora vai ser engolida por uma empresa maior! É uma jogada de risco. E nada está garantido. Enfim, depois de muita luta, ela consegue assinar com o escritor. Ele tem um antigo manuscrito que pode se transformar em um novo livro. Só que ela exige uma coisa para assinar o contrato. Ele tem que sair em turnê para divulgação do livro, algo que ele simplesmente abomina. 

Este é um filme que tinha potencial. Nada muito espetacular, mas que poderia surpreender. Não conseguiu chegar lá. Segue certas fórmulas de roteiros que já conhecemos. Essa figura do escritor em ostracismo é bem recorrente em filmes que falem sobre esse tema. Na realidade, é um modelo, um protótipo que sempre é utilizado por roteiristas. Acredito que seja baseado na vida de J. D. Salinger, autor de "O apanhador no campo de centeio". De maneira geral, é um filme convencional. Eu confesso que não gostei muito do personagem Harris Shaw. Michael Caine é um grande ator. Um dinossauro da era de ouro do cinema que ainda está vivo e trabalhando. Só que seu personagem não tem empatia e nem simpatia. Tudo bem ser um sujeito rabugento e ranzinza. Há uma certa graça em explorar isso. Só que no caso aqui, o personagem é simplesmente muito antipático para que eu tenha me importado com ele. Ficou um certo mal-estar. E como o roteiro é quadradinho e sem maiores voos em termos de originalidade, tudo ficou no meramente mediano.

Best Sellers (Reino Unido, 2021) Direção: Lina Roessler / Roteiro: Anthony Grieco / Elenco: Michael Caine, Aubrey Plaza, Scott Speedman / Sinopse: Um veterano escritor e uma jovem editora unem forças no lançamento de um novo livro. Ele precisa de dinheiro para pagar suas contas na velhice. E ela precisa salvar sua pequena empresa de ser engolida por uma grande empresa do ramo editorial.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Zulu

“Zulu” é um desses filmes que ajudam o espectador a entender o processo de colonização promovido pelos ingleses ao redor do mundo, durante a era vitoriana. No filme acompanhamos o aspecto militar desse sistema. O enredo se passa durante o conflito entre o Reino Zulu (denominação um tanto difusa e vaga, usada pelos ingleses para designar uma série de tribos localizadas na África do Sul) e as tropas britânicas estacionadas naquela região. Não se sabe bem a razão, mas o fato foi que a partir de um determinado momento os Zulus decidiram combater a presença do branco europeu em suas terras. E isso aconteceu depois de anos de paz entre eles.

Até aquele momento havia uma certa harmonia na região. A disputa territorial ficou conhecida como Guerra Anglo-Zulu. A tragédia humana foi terrível, pois a guerra ocasionou milhares de mortes para ambos os lados. Obviamente as tropas do império britânica eram muito mais bem armadas e organizadas que as forças das tribos nativas. Foi claramente um choque de civilizações. Do ponto de vista dos europeus todos aqueles povos armados de lanças e escudos rudimentares eram incivilizados e primitivos. Em caso de guerra deveriam ser eliminados sumariamente. 

O filme apresenta um ótimo elenco, com o melhor que o cinema inglês tinha a oferecer naquele período. O protagonista é interpretado por Michael Caine. No filme ele atua como um oficial britânico que é designado para servir na distante colônia africana, poucos dias antes do conflito se deflagrar. Sua postura, com uniforme intocável e limpo, acaba contrastando na tela violentamente com o primitivismo dos guerreiros Zulus. Esses eram guerreiros bravos e destemidos, mas não tinham uma tecnologia bélica à altura para enfrentar os disciplinados ingleses. Sequer conheciam as armas de fogo, lutando apenas com seus primitivos instrumentos de guerra. Estavam em maior número, mas os ingleses tinham também muitos pontos a seu favor nessa guerra sangrenta.

“Zulu” foi muit bem recebido pela crítica, principalmente por sua narrativa objetiva e imparcial. Aliás a narração em off foi executada pelo grande ator Richard Burton, que anos depois iria ele próprio estrelar um filme sobre o mesmo tema, mas mostrando os fatos que ocorreram antes da chacina tribal. Tudo o que aconteceu nesse massacre em 1879 deixou duas grandes lições para o Império Britânico. O primeiro foi que não importava o grau de civilização dos nativos locais de suas colônias, pois o inimigo jamais poderia ser subestimado. A segunda foi a de que o Império deveria adotar uma postura mais diplomática com as tribos locais para evitar justamente tudo o que ocorreu nesse evento histórico. Em conclusão, temos aqui um excelente filme para quem estiver interessado em conhecer melhor a colonização promovida pelo Império Britânico na época do longo reinado da Rainha Vitória.

Zulu (Zulu, Inglaterra, 1964) Direção: Cy Endfield / Roteiro: John Prebble, Cy Endfield / Elenco: Michael Caine, Richard Burton (narração), Stanley Baker, Jack Hawkins, Ulla Jacobsson, James Booth / Sinopse: Jovem oficial é enviado para uma região remota da África do Sul onde tribos do chamado Reino Zulu começam a se rebelar contra a presença britânica na região. Uma grande guerra está prestes a começar e ele, sem querer, acaba vivenciando esse trágico momento histórico. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção de Arte (Ernest Archer).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

A Mão

Título no Brasil: A Mão
Título Original: The Hand
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Oliver Stone
Roteiro: Oliver Stone
Elenco: Michael Caine, Andrea Marcovicci, Annie McEnroe, Rosemary Murphy, Bruce McGill, Viveca Landfors

Sinopse:
Desenhista e cartunista talentoso sofre um grave acidente de carro e em decorrência dos ferimentos precisa amputar sua mão. Longe do corpo, a sua mão começa a cometer diversos crimes contra pessoas que o perseguiram no passado.

Comentários:
Oliver Stone ainda era um jovem diretor em busca de seu lugar ao sol em Hollywood quando dirigiu esse estranho suspense chamado "A Mão". A história à primeira vista pode soar completamente absurda (diria até risível), mas Stone já demonstrava sinais precoces de seu talento como cineasta, o mesmo que iria se consagrar alguns anos depois. O filme exibe um visual sujo, escuro, quase sufocante. Michael Caine, um ator que praticamente nunca fez terror em sua carreira, se sai surpreendentemente bem. Ele interpreta muito bem esse personagem que por fora para ser um sujeito legal e boa praça, mas que por dentro é um poço sem fundo de ódio contra as outras pessoas. Então deixo a dica, em especial para quem aprecia o talento de Oliver Stone, aqui no começo de sua carreira como diretor de cinema.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O Sol de Cada Manhã

Título no Brasil: O Sol de Cada Manhã - O Homem do Tempo
Título Original: The Weather Man
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Steve Conrad
Elenco: Nicolas Cage, Michael Caine, Hope Davis, Nicholas Hoult, Gemmenne de la Peña, Judith McConnell

Sinopse:
 David Spritz (Nicolas Cage) é um apresentador do tempo no telejornal local de Chicago. Um dia ele descobre que embora sua vida profissional esteja indo bem, sua vida pessoal afunda cada vez mais, a cada dia que passa.

Comentários:
O que aconteceu com Nicolas Cage? Bom ator, começou a carreira fazendo bons filmes. Mesmo seus filmes menos conhecidos, como esse "O Sol de Cada Manhã - O Homem do Tempo" eram bons filmes, com roteiros estruturados, bons elencos, produções classe A, boas histórias. Entretanto, com o passar dos anos, a carreira dele foi entrando pelo cano. Hoje em dia ele atua em filmes horrorosos em série, um pior do que o outro. Filmes B da pior espécie. Esse filme que aqui comento foi definitivamente um dos últimos bons filmes do Cage, isso bem na beira, antes de mergulhar na mediocridade. O diretor Gore Verbinski sempre foi muito elogiado pela crítica. Seus filmes, de maneira em geral, sempre foram bem recebidos pelos especialistas em cinema. Claro que hoje em dia ele não trabalha mais com Nicolas Cage, vivendo seu pesadelo na filmografia. Parece ser uma luta inglória.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Laura, a Voz de uma Estrela

Título no Brasil: Laura, a Voz de uma Estrela
Título Original: Little Voice
Ano de Produção: 1998
País: Inglaterra
Estúdio: Twickenham Film Studios
Direção: Mark Herman
Roteiro: Mark Herman, Jim Cartwright
Elenco: Michael Caine, Ewan McGregor, Brenda Blethyn, Philip Jackson, Annette Badland, Jim Broadbent

Sinopse:
Uma jovem muito tímida e introspectiva passa seus dias trancada em casa, ouvindo os velhos discos de vinil de seu pai. E assim acaba criando um estilo vocal próprio e muito talentoso. E não demora muito para que um empresário do ramo musical encontre grande potencial em sua voz. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Brenda Blethyn).

Comentários:
Bem, se tem uma coisa em que os ingleses são muito bons é essa tendência de sempre descobrir novos talentos musicais, muitas vezes das maneiras mais inesperadas. Esse "Little Voice" (Pequena voz, do título original) foi um filme bem badalado pela crítica nos anos 90. A história explora bem esse aspecto. Michael Caine interpreta o típico empresário que se interessa pelo talento alheio. Ele tem essa sorte de sempre estar no lugar certo, no tempo exato. É um faro invejável. E ele vê potencial na voz de uma jovem muito introvertida, muito fragilizada, tanto no aspecto físico como também no emocional. Ela nunca teve uma aula formal de canto na vida e aprendeu todo o seu estilo apenas ouvindo velhos discos de vinil. Pensando bem, não poderia haver aprendizado melhor do que passar horas e horas apenas ouvindo os grandes mestres do passado. O filme é humano e bem escrito. A trilha sonora é boa, mas não excelente. Em minha opinião para um filme com essa temática deveriam ter caprichado mais. De qualquer maneira esse não é um problema, até porque "Laura", hoje em dia, é considerado um dos melhores filmes produzidos no Reino Unidos durante os anos 90. Não deixe de conhecer.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de outubro de 2021

Lições para Toda Vida

Título no Brasil: Lições para Toda Vida
Título Original: Secondhand Lions
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Tim McCanlies
Roteiro: Tim McCanlies
Elenco: Haley Joel Osment, Michael Caine, Robert Duvall, Kyra Sedgwick, Josh Lucas, Christian Kane

Sinopse:
O filme conta a história de um garoto, que tem uma mãe muito disfuncional, que vai passar o verão ao lado de seus tios no Texas. Eles são excêntricos, mas ao mesmo tempo donos daquele tipo de sabedoria que apenas os anos vividos proporcionam.

Comentários:
Esse filme "Lições para Toda Vida" tem um roteiro baseado na nostalgia, nas lembranças de um homem adulto que relembra os tempos em que garoto foi passar um verão ao lado de tios bem fora do padrão. Aqui o elenco juntou um astro mirim (na época o garoto Haley Joel Osmen) com dois veteranos, Michael Caine e Robert Duvall. A fórmula, já tantas vezes usada pelo cinema no passado, ainda rende bons frutos. É um bom filme, com ótima fotografia, roteiro bem escrito e com aquela clara intenção de passar uma boa mensagem para as novas gerações. Acima de tudo é o que eu poderia qualificar como um filme com boas intenções. Acredito que o público mais velho vai gostar ainda mais, pois vai acabar se identificando, de uma maneira ou outra, com os personagens de Caine e Duvall, que aliás estão muito bem em cena, mostrando que atores, assim como os vinhos, ficam bem melhores com o passar dos anos.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de outubro de 2021

Rei dos Ladrões

Título no Brasil: Rei dos Ladrões
Título Original: King of Thieves
Ano de Produção: 2018
País: Inglaterra
Estúdio: StudioCanal
Direção: James Marsh
Roteiro: Joe Penhall
Elenco: Michael Caine, Francesca Annis, Olivia Le Andersen, Jim Broadbent, Tom Courtenay, Ray Winstone

Sinopse:
Um grupo de velhos ladrões, veteranos no mundo do crime, decide roubar um depósito de valores em Londres. Ali pessoas ricas depositam jóias, ações e objetos de valor, a maioria em ouro. O roubo acaba dando muito certo. O valor roubado fica em 300 milhões de libras. Os problemas começam na hora de dividir toda essa fortuna.

Comentários:
"Rei dos Ladrões" é um filme muito bom. Imagine esse grupo de velhinhos na terceira idade se organizando para dar um último golpe. Eles conhecem um sujeito que tem uma chave mestra. Que é possível entrar na sala do cofre. Então eles topam fazer esse último grande roubo. O grupo é formado por idosos, o mais jovem ali já passou dos 70 anos. Vale mais a ousadia do roubo do que o perigo da prisão. Afinal se eles forem para a prisão qual vai ser a diferença? Porém ladrões são ladrões. Quando o roubo é realizado com sucesso começam os problemas. Uns querendo passar a perna nos outros. E para Brian (Caine), o suposto líder daquele bando, as coisas vão ter que ser resolvidas ao velho estilo. Afinal até mesmo no mundo dos ladrões de bancos há conceitos éticos que precisam ser respeitados. E ele está disposto a colocar aquele bando de velhos na disciplina do mundo do crime... mas será que os policiais vão deixar isso acontecer? Assista para descobrir.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de abril de 2021

Vestida para Matar

O mestre do suspense Alfred Hitchcock deixou vários súditos no  mundo do cinema. Um dos mais leais ao seu legado foi sem dúvida o diretor Brian De Palma. Alguns críticos de cinema nos anos 80 foram um pouco além, um pouco longe demais e afirmaram que De Palma seria o novo Hitchcock. Certamente um exagero. Porém é forçoso reconhecer que ele bem que tentou seguir esse caminho, muitas vezes resultando em bons filmes, como esse "Vestida Para Matar" onde há dezenas de referências aos filmes mais conhecidos de Hitchcock, como por exemplo, "Psicose" (na cena do chuveiro) e até mesmo "Um Corpo que Cai" (nas sequências passadas no museu). Enfim, o próprio De Palma deu muitos argumentos favoráveis a esse tipo de comparação.

"Vestida para Matar" faz parte de uma trilogia em que De Palma fez o seu melhor cinema. Completam esse ciclo os filmes "Dublê de Corpo" e "Os Intocáveis". São os filmes definitivos do diretor. Se ele não tivesse feito mais nada em toda a sua carreira, tendo apenas esses três filmes em sua filmografia, certamente ele já teria seu lugar reservado na história do cinema americano. Com doses exatas de um estilo que faria Alfred Hitchcock apreciar, esse foi um momento muito talentoso de sua carreira. Claro que revisto hoje em dia, já soa um pouco datado, algo que não aconteceu com a obra de Alfred Hitchcock. De qualquer forma sua tentativa de elevar o nível do cinema em sua época já merece todos os nossos aplausos.

Vestida para Matar (Dressed to Kill, Estados Unidos, 1980) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Brian De Palma / Elenco: Angie Dickinson, Michael Caine, Nancy Allen, Keith Gordon / Sinopse: Uma misteriosa mulher. de belos cabelos loiros, mata um dos pacientes de um psiquiatra renomado e depois vai atrás da garota de programa de luxo que testemunhou o assassinato. Quem vai sair vivo desse armadilha mortal? Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Atriz Revelação (Nancy Allen).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Tenet

O estúdio fez de tudo para que esse filme fosse adiado. Afinal, o mundo estava vivendo uma pandemia, os cinemas, em sua maioria, estavam fechados. O público tinha receios de ficar em uma sala fechada por mais de duas horas com medo de ser contaminado. Só que o diretor Christopher Nolan bateu o pé, insistindo para que o filme fosse lançado na data que havia sido programada. Pois bem, sua vontade prevaleceu. E o que aconteceu? Sim, "Tenet" se tornou um fracasso comercial. Esse filme virou um paradigma, um exemplo ruim do que poderia acontecer caso os estúdios colocassem seus principais filmes, suas grandes produções em cartaz nos cinemas em 2020. Era quase certo que todos ele iriam naufragar. O vírus, queiram ou não, colocou a indústria do cinema americano de joelhos. Enquanto a população não for vacinada, não existirá bilheterias milionárias (ou bilionárias). Com isso todos os blockbusters foram adiados. Christopher Nolan quebrou a cara com sua arrogância.

E após assistir a esse filme posso até arriscar dizer que mesmo sem a pandemia esse "Tenet" não iria ser um enorme sucesso de bilheteria. O filme é fraco! Essa é a verdade! O roteiro, escrito pelo próprio Christopher Nolan, parece deslumbrado com a existência de universos invertidos, onde as coisas caminham para trás, ao invés de irem para frente. Qual é a novidade nisso? Já no cinema mudo a exibição de cenas invertidas era usada em comédias pastelão. Será que Nolan não sabia disso? Será que ele pensou que as pessoas iriam ficar espantadas com seus personagens andando para trás? Que bobagem...

A trama gira em torno de uma arma, criada no futuro, que consegue manipular o tempo. Dois agente são encarregados de evitar que essa arma caía em mãos erradas. O principal vilão é um contrabandista de armas, interpretado pelo bom ator Kenneth Branagh. E com esse fiapinho de história o filme se arrasta por quase duas horas e meia de duração. Confesso que quase larguei o filme pela metade. Aquela coisa toda de universo invertido é uma verdadeira chatice. Esse é seguramente o filme mais pretensioso e banal da carreira do Nolan. Merecia o fracasso comercial, com ou sem pandemia.

Tenet (Tenet, Estados Unidos, 2020) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan / Elenco: John David Washington, Robert Pattinson, Kenneth Branagh, Michael Caine, Elizabeth Debicki / Sinopse: Uma arma que manipula o espaço e o tempo é criada no futuro. Sua inventora decide enviá-la para o passado (o nosso presente) e dois agentes precisam colocar as mãos nela, antes que vá parar na mão de criminosos internacionais. Filme indicado ao People's Choice Awards.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O Americano Tranqüilo

Título no Brasil: O Americano Tranqüilo
Título Original: The Quiet American
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Michael Caine, Brendan Fraser, Rade Serbedzija, Holmes Osborne,Thi Hai Yen Do, Ferdinand Hoang

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra literária escrita por Graham Greene, o filme "O Americano Tranquilo" conta a história de amor envolvendo um velho jornalista inglês e um jovem médico que disputam entre si o afeto de uma bela mulher vietnamita. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator (Michael Caine).

Comentários:
Quem primeiro se interessou em levar uma adaptação ao cinema desse livro foi Marlon Brando. Ele chegou inclusive a comprar os direitos do livro. Ele se identificava pessoalmente com o enredo, colocando um americano perdidamente apaixonado por uma oriental. Como se sabe todas as esposas de Brando eram estrangeiras, orientais. Pois bem, depois de alguns anos ele vendeu esses direitos e a Miramax os comprou. Essa companhia cinematográfica acertou em duas escolhas para esse filme, mas errou em uma. Acertou na bela produção, no investimento sem cortes, o que resultou em um filme muito bonito de se ver, com ótima fotografia. Acertou também em escolher Michael Caine para interpretar o personagem britânico. Sua atuação foi tão boa que ele foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro naquele ano. Porém os executivos erraram em escalar Brendan Fraser para o papel do jovem médico americano que vai até um Vietnã prestes a explodir em um grande conflito armado. Fraser é fraco demais para convencer. Foi uma jogada comercial para atrair mais público, mas que acabou prejudicando demais o filme. Escolhas certas, escolhas erradas. No meio de tudo pelo menos o filme saiu com dignidade, até porque a direção precisa de Phillip Noyce não deixou o filme cair no desastre que muitos esperavam.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de novembro de 2019

Sangue & Vinho

Título no Brasil: Sangue & Vinho
Título Original: Blood and Wine
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Bob Rafelson
Roteiro: Nick Villiers, Bob Rafelson
Elenco: Jack Nicholson, Michael Caine, Stephen Dorff, Judy Davis, Harold Perrineau, Mike Starr

Sinopse:
Alex (Jack Nicholson) tem um casamento horrível. Sua vida profissional também acabou. Ele vende vinhos, alguns de péssima qualidade. Nesse momento crucial de sua vida ele decide radicalizar. Se une a um amigo e a sua amante cubana para roubar um colar de diamantes que custa uma verdadeira fortuna.

Comentários:
Eu sempre gostei muito do Jack Nicholson. Ele é seguramente um dos meus atores preferidos de todos os tempos. Porém é fato que conforme sua carreira ia chegando ao fim ele meio que deixou de se importar com os filmes que fazia. Simplesmente ligou o controle remoto. Não se importou mais. Jack se aposentou há quase 10 anos. Antes disso ele faz alguns filmes bem mais ou menos. Esse "Blood and Wine" foi um deles. Não causou nenhuma repercussão dentro da mídia e de certa maneira passou em brancas nuvens. Não chegou sequer a ser lançado nos cinemas brasileiros, indo direto para o mercado de vídeo. Perguntado por um jornalista porque havia trabalhado nesse filme, o bom e irônico Jack simplesmente respondeu: "Eu queria dar um trabalho para meu velho amigo Bob Rafelson". Pois é, Jack entrou no projeto apenas para que o diretor finalmente conseguisse financiamento para esse roteiro que estava há anos engavetado. Eu considero um filme sem brilho, apagado. Custou pouco e rendeu muito menos nas bilheterias. Jack Nicholson deu de ombros, acendeu o cigarro e se foi. Ele sabe que já fez praticamente tudo o que um grande ator como ele poderia ter feito. Por que se importar ainda? Tudo bem, é um ponto de vista. O problema é alguém no público também se importar em ver o filme. Por que alguém iria assistir ao filme? Aí é o grande X da questão.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Fuga Para a Vitória

Título no Brasil: Fuga Para a Vitória
Título Original: Victory
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Film Entertainment
Direção: John Huston
Roteiro: Yabo Yablonsky, Djordje Milicevic
Elenco: Michael Caine, Sylvester Stallone, Max von Sydow, Pelé, Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, Paul Van Himst,

Sinopse:
Na Segunda Guerra Mundial, um grupo de oficiais nazistas cria um evento de propaganda no qual um time nazista de estrelas jogará contra um time composto por prisioneiros de guerra aliados. Os prisioneiros concordam, planejando usar o jogo como um meio de escapar do campo.

Comentários:
"Fuga Para a Vitória" de 1981 foi um caso curioso dentro da filmografia de Sylvester Stallone. Ele abriu mão de ser o ator principal do filme para ter a oportunidade de trabalhar ao lado do grande mestre do cinema John Huston. Embora já fosse um astro de grandes bilheterias em Hollywood, Stallone não queria perder a oportunidade de ver um dos diretores de cinema mais aclamados da história trabalhando em um set de filmagem. Como mero coadjuvante, ele não teve um papel de destaque dentro do filme, isso coube a Michael Caine, mas o fato de ter ficado em segundo plano não foi visto pelo ator como algo ruim. Além disso duas outras razões o convenceram a fazer o filme: o fato de não ter a responsabilidade do sucesso da produção em seus ombros e a chance de atuar com o Rei do futebol, Pelé! No final de tudo, como ele próprio diria anos depois em entrevistas, valeu bastante a experiência. Lançado em julho de 1981 nos cinemas, "Fuga Para a Vitória" não se tornou um grande sucesso de bilheteria, mas conseguiu gerar lucro para o estúdio. Com orçamento de pouco mais de 10 milhões de dólares consegui render nos cinemas meros 27 milhões. Um bom número, mas nada comparado com os grandes sucessos que Stallone vinha colecionando em sua carreira cinematográfica.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2019

O Último Adeus

Título no Brasil: O Último Adeus
Título Original: Last Orders
Ano de Produção: 2001
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Sony Classics
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: Graham Swift, Fred Schepisi
Elenco: Michael Caine, Bob Hoskins, Helen Mirren, Tom Courtenay, Kelly Reilly, Ray Winstone

Sinopse:
Um grupo de pessoas se reúne para homenagear um velho amigo falecido, para jogar suas cinzas no mar. Assim acabam relembrando do passado, das lutas, das conquistas, decepções e amores de um tempo que não existe mais.

Comentários:
Michael Caine é um ator de que gosto muito. Ele tem uma longa filmografia em várias décadas de carreira e entre esses filmes estão algumas obras primas. Claro, em determinado momento, principalmente nos anos 80, ele foi ridicularizado pela crítica por parecer aceitar qualquer papel, em qualquer filme de segunda categoria. Isso porém é passado. Hoje em dia ele recuperou seu prestígio e respeito. Esse filme aqui, uma produção inglesa muito boa, é uma espécie de homenagem ao veterano. É um roteiro de nostalgia, que olha para o passado. O elenco tem além da sempre interessante presença de Caine, a atuação maravilhosa de Helen Mirren, uma dama da arte da atuação. Outro nome que compensa qualquer sessão de cinema. Então é isso. O filme tem aquele toque de sofisticação e classe que apenas o cinema europeu consegue reproduzir na tela com brilhantismo. Se não chega a ser uma obra-prima cinematográfica inequescível, pelo menos teve o mérito de reunir esse elenco muito acima da média.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Sherlock & Eu

Não é bem aquele tipo de filme que eu indicaria para os admiradores do personagem Sherlock Holmes. Isso porque o roteiro subverte completamente a figura do detetive. Ao invés de ser uma mente brilhante, capaz de resolver qualquer caso criminal, aqui temos apenas uma ficção criada pelo Dr. Watson (Ben Kingsley). Isso mesmo, ele cria de sua imaginação a figura de Holmes e contrata um ator canastrão chamado Reginald Kincaid para interpretá-lo. Na realidade ele não é inteligente, muito pelo contrário, é burro como um porta. Apenas representa o tipo para o público em geral. Essa subversão de Sherlock Holmes se tornaria bem indigesta se não fosse para a tela na pele de Michael Caine.

Verdade seja dita, o filme não se sustentaria se não tivesse um ator tão carismático como ele em cena. Até porque Ben Kingsley como o Dr. Watson não tem apelo (nem dentro do enredo do filme e nem aqui fora, olhando-se tudo sob um ponto de vista puramente cinematográfico). Assim sobram algumas cenas divertidas (o roteiro se propõe a ser engraçado) ao mesmo tempo em que tenta trazer o inimigo mais tradicional de Holmes, o Prof. James Moriarty (Paul Freeman), como o vilão clássico para sustentar a frágil trama. Confesso que a caracterização de um Sherlock Holmes estúpido me incomodou várias vezes. Para quem cresceu lendo os livros e vendo os filmes do mitológico personagem detetive fica mesmo difícil de engolir essa nova abordagem, mesmo que tudo seja feito em nome do humor.

Sherlock & Eu (Without a Clue, Inglaterra, 1988) Direção: Thom Eberhardt / Roteiro: Gary Murphy, Larry Strawther / Elenco: Michael Caine, Ben Kingsley, Paul Freeman, Jeffrey Jones / Sinopse: O sumiço de formas usadas para a fabricação de papel moeda do banco central da Inglaterra leva o famoso detetive Sherlock Holmes (Michael Caine) e seu fiel companheiro Dr. Watson (Ben Kingsley) a entrarem no caso. Por trás de tudo parece haver a figura sinistra do Prof. James Moriarty (Paul Freeman). Só que nem tudo é o que aparenta ser.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Truque de Mestre: O 2º Ato

Esse é o segundo filme dessa franquia. O primeiro deu muito certo nas bilheterias, então o estúdio resolveu repetir a dose. Pena que também repetiu todos os problemas do filme original. É a tal coisa, esse tipo de filme é bem o exemplo daquele caso de produção que poderia ser muito boa, mas que acaba abrindo concessões demais ao lado mais comercial, criando assim um produto muito juvenil, complicado de se levar à sério. Tecnicamente tudo é bem produzido, afinal o estúdio investiu bastante dinheiro, porém o roteiro derrapa várias vezes. Em termos de enredo tudo segue as pontas soltas deixadas no primeiro filme. Os tais cavaleiros se reúnem novamente e todos agora correm atrás de um chip que supostamente teria a capacidade de entrar em qualquer sistema de computação do mundo. Um poder cobiçado por todos.

A novidade vem no vilão, com a entrada em cena do eterno Harry Potter, o ator Daniel Radcliffe. Chamado de "nanico" durante uma das cenas, realmente não consegue desempenhar muito bem seu papel. É um tipo muito associado a personagens heroicos como o próprio Harry Potter. Tentar apertar um botão para virar um vilão malvado simplesmente não funciona muito. Nem o fato de usar uma barbicha o torna mais ameaçador. Está marcado mesmo por Potter e vai ser complicado superar isso. Do resto do elenco não se vê muitas novidades. Como quase sempre acontece com grandes astros, aqui os roteiristas decidiram também dar um jeito de amenizar o personagem de Morgan Freeman. Agora ele está ao lado dos mocinhos. Meio chato isso. No final das contas a sensação que tive ao terminar de assistir foi a mesma do filme de 2013. Poderia ser muito bom, mas não foi. O tema envolvendo mágicos sempre é legal, cativante, porém não numa pegada tão bobinha como a que vemos aqui.

Truque de Mestre: O 2º Ato (Now You See Me 2, Estados Unidos, França, 2016) Direção: Jon M. Chu / Roteiro: Ed Solomon / Elenco: Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Daniel Radcliffe, Morgan Freeman, Michael Caine, Dave Franco, Lizzy Caplan / Sinopse: Os cavaleiros mágicos se reúnem mais uma vez, agora para desmascarar um magnata do mundo da informática. Também precisam lidar com um novo vilão que surge para destrui-los de uma vez por todas. No centro da disputa um chip que dará acesso a todos os computadores ao redor do mundo. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Funeral em Berlim

Título no Brasil: Funeral em Berlim
Título Original: Funeral in Berlin
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: Evan Jones
Elenco: Michael Caine, Oskar Homolka, Paul Hubschmid
  
Sinopse:
Durante a guerra fria o agente inglês Harry Palmer (Michael Caine) é enviado para Berlim com a missão de ajudar na deserção de um importante coronel da KGB que decidiu pedir asilo político para a Inglaterra. Palmer deverá assim criar todo um plano para que o importante oficial russo possa atravessar a fronteira sem maiores problemas. A missão envolve espionagem e contra-espionagem e desde o começo se mostra extremamente perigosa para todos os envolvidos. Palmar porém não consegue, em nenhum momento, se convencer das sinceras razões do ex-chefe de espionagem soviético no lado oriental de Berlim. Para ele há algo mais envolvido em tudo isso e seu instinto sugere que tudo talvez não passe de uma grande armadilha montada pela famigerada KGB.

Comentários:
Os filmes de espionagem tiveram seu auge durante os anos 1960. O mundo vivia o ponto alto da guerra fria, das tensões entre o ocidente capitalista e o oriente comunista dominado por Moscou com mãos de ferro. E nenhum lugar do mundo retratava melhor essa tensão do que a Alemanha, em especial Berlim, dividida por um muro que separava os dois lados, com as ruas cheias de espiões de todos os países envolvidos nesse verdadeiro quebra-cabeças da diplomacia internacional. O roteiro baseado no romance escrito por Len Deighton se passa justamente no meio desse cenário. Isso porém não significa que você assistirá a um filme de James Bond ou algo parecido. O tom é bem mais realista. O espião interpretado por Michael Caine não tem nada de Bond, nenhum glamour e nenhum estilo. Com cara de nerd, de homem comum (como aliás é o mundo da espionagem verdadeira), ele chega em Berlim procurando não chamar a atenção de ninguém. Com nome e passaporte falsos, ele precisa contar até mesmo com a ajuda de um ladrão profissional e um sujeito misterioso, especialista em passar pessoas entre as fronteiras. Para levar o Coronel russo para o lado ocidental eles planejam literalmente colocar o velho em um caixão, montando-se um falso funeral para atravessar os postos de fronteira, sempre muito rigorosos e bem protegidos por tropas soviéticas. Para enrolar ainda mais o quadro geral ainda há a intervenção não prevista do serviço secreto de Israel que está em busca de criminosos de guerra nazistas. Enfim, um bom filme de espionagem rodado no tempo em que esse estilo cinematográfico estava mesmo em seu auge de sucesso de crítica e público. Uma boa dica para quem aprecia esse tipo de enredo.

Pablo Aluísio.