Eu sempre gostei do mundo musical e mais ainda dos bastidores da música; Sempre me interessei sobre a biografia dos cantores e bandas de que admiro e como todos podem ver em meus textos sobre música, sempre tive grande prazer em tratar sobre o tema. Por isso fui com grandes expectativas assistir Coração Louco, o filme que deu o Oscar de Melhor ator para o carismático Jeff Bridges. Embora o filme seja dirigido por Scott Cooper a verdade é que em tudo se aparenta como um projeto bem pessoal tocado por Bridges e seu amigo de longa data Robert Duvall (ambos são produtores creditados). Esse fato, de ser um filme tocado com paixão e carinho pelos dois amigos, é um ponto extremamente positivo.
Jeff Bridges nos entrega uma atuação perfeita. Fazendo o decadente astro de outrora da música country ele está simplesmente impecável. Suas cenas de bebedeiras e consequentes ressacas (algumas homéricas) valem o filme. Seu prêmio da Academia foi mais do que merecido. Também era altamente previsível que ele levantasse a estatueta já que o Oscar adora personagens assim, que encontram a redenção de alguma forma (no caso do filme a mola propulsora da mudança vem através do amor que ele encontra em uma jornalista). Maggie Gyllenhaal, sua partner romântica, está muito bem, fazendo um belíssimo trabalho de apoio para Bridges esbanjar seu talento em cena. O filme nesse quesito de atuação é muito bom, acima da média, inclusive posso afirmar que todo o elenco se destaca de uma ou outra forma, menos Colin Farrell que achei bem inadequado no papel de um cantor country da nova geração (ele é irlandês, tem jeito de irlandês, canta mal e não se sai nem um pouco bem interpretando um redneck da country music).
Confesso que esperava mais do roteiro pois estava convencido que ele iria mostrar mais detalhes da vida artística do personagem de Bridges. Mas isso não aconteceu. Ao invés disso ele procurou se concentrar muito mais no romance com sua nova namorada e em sua tumultuada vida pessoal. Dessa forma os bastidores e o universo do mundo country foram de certa forma colocados de lado, principalmente na terça parte final do filme. Não faz mal. Em tempos de poucos filmes realmente inspirados foi um bom programa assistir a um filme como esse, que tem alma e coração, mesmo que seja louco.
Coração Louco (Crazy Heart, EUA, 2009) Direção: Scott Cooper / Roteiro de Scott Cooper baseado na novela de Thomas Cobb / Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell / Sinopse: Cantor country decadente (Jeff Bridges) tena redimir sua vida pelo amor de uma mulher (Maggie Gyllenhaal).
Pablo Aluísio.
domingo, 3 de agosto de 2025
Uma Vida Sem Limites

O filme narra com muita música a ascensão, o apogeu e a queda do cantor. Spacey adota uma postura de respeito com o retratado. Embora seja bem mais velho que Bobby Darin (que morreu muito jovem, com apenas 37 anos) Spacey consegue compensar essa diferença com muita garra e talento em cena. Eu sinceramente acho que ele deveria ter sido bem mais reconhecido por seu trabalho nesse filme, infelizmente "Uma Vida Sem Limites" meio que passou em brancas nuvens no Brasil, muito por causa da falta de divulgação e promoção. Ficou em grande parte desconhecido para o grande público. Uma grande injustiça com o ator e com todos que gostam de biografias de grandes ídolos do passado. De qualquer forma fica a dica. Se ainda não assistiu não deixe de conferir o trabalho desse ótimo showman dos nossos dias.
Uma Vida Sem Limites (Beyond The Sea, Estados Unidos, 2004) Direção: Kevin Spacey / Roteiro de Kevin Spacey e Lewis Colick / Elenco: Kevin Spacey, Kate Bosworth, John Goodman / Sinopse: Cinebiografia do cantor americano Bobby Darin desde seu surgimento passando pelo seu sucesso fugaz até sua decadência e morte.
Pablo Aluísio.
sábado, 2 de agosto de 2025
Bridget Jones: Louca pelo Garoto
Esse é o quarto e provavelmente último filme com a personagem Bridget Jones, que era tão popular no mundo dos livros lá por volta dos anos 90. Pois é, o tempo passou, Jones já não é tão badalada como um dia foi, mas a atriz Renée Zellweger decidiu que iria trazer ela de volta ao cinema, a tal ponto que tirou dinheiro do próprio bolso para a produção. Ela assim assina o filme também como produtora executiva. Dessa maneira teve maior controle sobre tudo, inclusive tendo direito de demitir diretores, membros do elenco e da equipe técnica, etc. Até aí tudo bem, é um direito que lhe assiste. Pagando os direitos autorais, ela teve carta branca sobre todos os aspectos do filme. Tudo bem.
O que me levou ao questionamento se tudo isso seria necessário mesmo. Quando esse filme acabou, eu fiquei com aquela sensação de que pouca coisa valia a pena por aqui. A história é tão banal, fraca, sem graça. Nada de muito interessante acontece. Também destrói de certo modo a própria personagem porque a Bridget Jones era charmosa e carismática justamente por ser fora dos padrões, nada convencional. Era símbolo de uma mulher que vivia de acordo com suas próprias vontades, não a dos outros. E aqui a reencontramos como a mãe de dois filhos, vivendo uma vida pra lá de chatinha, tendo que ligar com todas aquelas chatices de uma vida assim. Jones virou tudo aquilo que sempre criticou! Gente, que coisa chata...
Colocaram ela tendo um caso com um garotão, mas o tal relacionamento nunca chega a funcionar. Nada convincente, com zero química entre a Bridget Jones e esse jovem. Ruim mesmo. A atriz Renée Zellweger até passou por uma nova cirurgia plástica para ajeitar seu rosto, para que ela voltasse a se parecer com aquela Jones gracinha do primeiro filme, mas sinceramente falando, nem era preciso tanto esforço assim. Esse filme simplesmente não vale a pena. Nem deveria existir, para ser bem sincero.
Bridget Jones: Louca pelo Garoto (Bridget Jones: Mad About the Boy, Estados Unidos, 2025) Direção: Michael Morris / Roteiro: Helen Fielding, Dan Mazer, Abi Morgan / Elenco: Renée Zellweger, Hugh Grant, Colin Firth, Chiwetel Ejiofor, Leo Woodall / Sinopse: Agora viúva, Bridget Jones (Zellweger) precisa se virar para criar seus dois filhos pequenos. E no meio de tantas obrigações cotidianas familiares, ela encontra um jeito de se apaixonar de novo, por um jovem garotão que conhece no parque.
Pablo Aluísio.
Julie & Julia

A primeira personagem é a Julia Child, brilhantemente interpretada pela Mery Streep, uma americana esposa de diplomata que se atreve a entrar no restrito mundo da alta gastronomia francesa. Além de aprender ela ainda tenta levar todos aqueles pratos sofisticadas para os EUA, escrevendo um livro de receitas que deveria ser lido e usado por donas de casa simples de seu país. Seu objetivo era levar os segredos dos grandes pratos franceses para o cotidiano suburbano norte-americano. No começo até achei a caracterização da Meryl Streep um pouquinho caricatural mas depois olhando no Youtube a verdadeira Julia Child (ela também tinha um popular programa de TV) pude perceber como estava fiel o trabalho desenvolvido pela Meryl (que sinceramente é um atriz que dispensa maiores comentários).
A outra Julia, a blogueira Julie Powell cuja sua história se passa em 2002 no filme, também é outro ponto forte. Não sou particularmente fã da Amy Adams mas aqui ela está muito bem, nada exagerada, bem na medida certa, sem ofuscar a Meryl mas também sem perigo de estragar o filme com uma interpretação fraca. O resto do elenco de apoio também é todo bom, de Stanley Tucci (que já gosto há muito tempo) até Jane Lynch (a treinadora de Glee, aqui sob pesada maquiagem).
Ponto positivo também para a diretora Nora Ephron que vinha de um tremendo fracasso, "A Feiticeira", mas que felizmente aqui demonstra sinais de estar voltando ao caminho certo. Tomara que reencontre mesmo pois ela costuma fazer bons filmes, como esse. Foi bastante acertada a decisão de entregar a direção para uma mulher já que esse tipo de produção exige um tipo de sensibilidade que dificilmente seria encontrado em um cineasta do sexo masculino. Em conclusão "Julie & Julia" é uma boa pedida para quem deseja encontrar um entretenimento leve mas bem realizado que traz como bônus mais uma bela interpretação da grande Meryl Streep.
Julie & Julia (Idem, EUA, 2009) Direção de Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron baseado no livro de Julie Powell / Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Stanley Tucci, Chris Messina / Sinopse: Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meryl Streep). Também indicado ao prêmio de Melhor Filme - Comédia ou Musical.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
O Último Amor de Mr. Morgan
O cinema americano tem perdido a mão para filmes humanos como esse, o que é uma grande lástima. Em um mundo onde apenas filmes de super-heróis de quadrinhos parecem fazer sucesso é sempre muito bom assistir a uma história terna como essa. No enredo temos esse senhor chamado Mr. Morgan (Caine). Já idoso e agora tentando superar a morte de sua esposa querida, companheira de tantos anos, ele vai perdendo o gosto pela vida. É a solidão da velhice que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo, não importando seu grau social. Então ele vai procurando algum sentido na vida, para continuar se interessando por sua própria existência em um mundo cada vez mais sem graça e cinza.
Um dia, por mero acaso, puxa conversa com uma simpática jovem e descobre que ela é professora de dança. Já que ele não tem nada para fazer em seu dia a dia, ele resolve ir lá na classe de sua nova amiga. Quem sabe dançar um pouquinho não vá trazer algum tipo de graça e suavidade em seu cotidiano que pode ser muito duro e enervante. E a amizade deles vai seguindo em frente. Claro que Mr. Morgan (em excelente interpretação de Michael Caine em um de seus últimos papéis no cinema) começa a pensar nela com intenções românticas, mas a despeito disso não dá um passo à frente. Tem receios de estragar sua amizade com aquela pessoa que passa a ser muito importante em sua vida. É isso, um filme humano, sensível, bem conduzido, com ótimo elenco. Tudo que você procura em um bom drama encontrará por aqui. Eu adorei! Espero que nunca deixem de produzir filmes como esse! Os cinéfilos em busca de maior conteúdo e relevância temática agradecem!
O Último Amor de Mr. Morgan (Mr. Morgan's Last Love, Estados Unidos, França, Bélgica, 2013) Direção: Sandra Nettelbeck / Roteiro: Sandra Nettelbeck, Françoise Dorner / Elenco: Michael Caine, Michelle Goddet, Jane Alexander / Sinopse: Idoso, viúvo e solitário, Mr. Morgan (Caine) não encontra mais um sentido em sua vida. Sua tristeza porém logo chega ao fim quando ele conhece uma simpática e carismática jovem, professora de dança. Ela acaba trazendo o brilho que andava em falta na sua vida.
Pablo Aluísio.
A Difícil Arte de Amar

Além do bom roteiro e argumento "Heartburn" tem como maior atrativo ver em cena dois dos grandes intérpretes do cinema americano: Meryl Streep e Jack Nicholson. Embora ambos estejam em grande forma deve-se reconhecer que o filme é de Meryl. Sem sinais de vaidade ela se entregou de corpo e alma a uma personagem sem nenhum glamour. Já Jack está ali como mera escada para Streep. Isso não é demérito e nem significa que ele esteja ruim em cena, pelo contrário, é uma consequência do próprio roteiro que foi concebido assim mesmo. Por fim, para os nostálgicos, o filme traz a famosa trilha sonora escrita e cantada por Carly Simon. A música tema foi um tremendo hit dos anos 80 e certamente todos vão se lembrar dela na primeira audição. Enfim, bom filme, com ótimas atuações mostrando a "vida como ela é".
A Difícil Arte de Amar (Heartburn, Estados Unidos, 1986) Diretor: Mike Nichols / Roteiro: Nora Ephron / Elenco: Meryl Streep, Jack Nicholson, Jeff Daniels, Maureen Stapleton, Milos Forman, Kevin Spacey / Sinopse: Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são dois jornalistas que se conhecem em um casamento e, pouco tempo depois, se casam. Quando ela está na sua segunda gravidez, descobre que o marido tem um caso. O roteiro é uma visão autobiográfica da separação do casamento da roteirista Nora Ephron com Carl Bernstein (autor de Todos os Homens do Presidente) e foi baseado no best-seller da escritora.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 30 de julho de 2025
Inimigos Públicos
Michael Mann volta a acertar a mão na cinebiografia do lendário criminoso John Dillinger. Talvez seu grande mérito tenha sido contar a história real do Gangster sem muitas liberdades criativas, o que certamente estragou um pouco a outra biografia que tinha dirigido antes, "Ali" com Will Smith. O roteiro do filme é simples e conta parte da vida do famoso bandido, desde o momento em que consegue fugir de um presidio de segurança máxima após cumprir dez longos anos de pena até a noite em que encontrou seu trágico fim nas mãos dos agentes do FBI. Entre esses dois pontos cruciais do filme o espectador é apresentado a vários dos arrojados assaltos feitos por Dillinger e sua gangue durante a grande depressão que arrasava a economia dos EUA naqueles anos. O filme não é tão movimentado como alguns possam pensar, só existem duas grandes cenas de ação durante as mais de duas horas de duração. Não esperem por isso uma chuva de balas em cada cena, pois o diretor foi bem sucedido em tomar outra direção ao mostrar, mesmo que de forma rápida e sem muita profundidade, aspectos da vida pessoal do personagem, dando destaque para o romance de Dillinger com Billie, o grande amor de sua vida.
No elenco dois nomes se destacam: Johnny Deep como John Dillinger está, como sempre, ótimo, mas aqui um pouco mais contido do que o normal. Não há a menor sombra de exageros como seus outros personagens mais famosos como em Piratas do Caribe ou A Fantástica Fábrica de Chocolate. Ele faz um Dillinger bem mais soturno e realista, um bandido que vive o presente pois sabe que na vida que leva não terá um futuro. Já Christian Bale no papel do principal agente na caçada de Dillinger, Melvin Purvis, não consegue empolgar em nenhum momento. Para falar a verdade o ator repete o problema de Exterminador do Futuro 4, quando sua falta de carisma atrapalha o desenvolvimento de seus personagens. Mesmo fazendo o papel do homem da lei sua atuação não empolga e é apática.De qualquer maneira esse é o tipo de filme obrigatório nesse ano para quem gosta de cinema. Provavelmente ganhará algumas indicações ao Oscar na próxima premiação, pois sem dúvida é um filme feito para brilhar na noite de entrega dos prêmios da Academia. A produção é de luxo e sua estréia nos EUA já demonstra que será um grande sucesso de bilheteria.
Inimigos Públicos (Public Enemy, EUA, 2009) / Direção: Michael Mann / Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, Giovanni Ribisi, Channing Tatum, Stephen Dorff, David Wenham, Stephen Graham. / Sinopse: Durante a grande depressão nos anos 30, o FBI forma uma equipe especial para caçar o bando de assaltantes liderados por John Dillinger. Eleito o inimigo número 1 dos EUA todos os esforços são concentrados para colocar o criminoso atrás das grades.
Pablo Aluísio.
No elenco dois nomes se destacam: Johnny Deep como John Dillinger está, como sempre, ótimo, mas aqui um pouco mais contido do que o normal. Não há a menor sombra de exageros como seus outros personagens mais famosos como em Piratas do Caribe ou A Fantástica Fábrica de Chocolate. Ele faz um Dillinger bem mais soturno e realista, um bandido que vive o presente pois sabe que na vida que leva não terá um futuro. Já Christian Bale no papel do principal agente na caçada de Dillinger, Melvin Purvis, não consegue empolgar em nenhum momento. Para falar a verdade o ator repete o problema de Exterminador do Futuro 4, quando sua falta de carisma atrapalha o desenvolvimento de seus personagens. Mesmo fazendo o papel do homem da lei sua atuação não empolga e é apática.De qualquer maneira esse é o tipo de filme obrigatório nesse ano para quem gosta de cinema. Provavelmente ganhará algumas indicações ao Oscar na próxima premiação, pois sem dúvida é um filme feito para brilhar na noite de entrega dos prêmios da Academia. A produção é de luxo e sua estréia nos EUA já demonstra que será um grande sucesso de bilheteria.
Inimigos Públicos (Public Enemy, EUA, 2009) / Direção: Michael Mann / Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, Giovanni Ribisi, Channing Tatum, Stephen Dorff, David Wenham, Stephen Graham. / Sinopse: Durante a grande depressão nos anos 30, o FBI forma uma equipe especial para caçar o bando de assaltantes liderados por John Dillinger. Eleito o inimigo número 1 dos EUA todos os esforços são concentrados para colocar o criminoso atrás das grades.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 29 de julho de 2025
O Chicote Fatal
Título no Brasil: O Chicote Fatal
Título Original: Black Midnight
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Lindsley Parsons Productions
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Clint Johnston, Erna Lazarus
Elenco: Roddy McDowall, Damian O'Flynn, Lyn Thomas, Kirby Grant, Gordon Jones, Fay Baker
Sinopse:
O filme conta a história de uma família de rancheiros do velho oeste. Eles criam cavalos de raça e quando um dos animais é roubado surge uma dúvida sobre quem teria cometido o crime? No oeste a punição por roubo de cavalos era a morte por enforcamento.
Comentários:
Pouca gente sabe, mas o fato é que esse foi o primeiro faroeste dirigido por Budd Boetticher. O cineasta seria um dos mais importantes e produtivos durante a era de ouro do western norte-americano. Não se sabe bem a razão, mas ele decidiu assinar o filme como Oscar Boetticher! O que teria levado ele a adotar um outro nome? De qualquer forma foi sua estreia no gênero cinematográfico do qual seria mais lembrado pelos anos. O filme é na média, nada excepcional. Um ponto que chama a atenção é que é estrelado pelo ator Roddy McDowall. que muitos anos depois iria interpretar no cinema um de seus personagens mais famosos, o caçador de vampiros fajuto Peter Vincent do grande sucesso de bilheteria "A Hora do Espanto". Foi um veterano do cinema, com mais de 250 filmes ao longo da carreira!!! Um recorde! Infelizmente ele faleceu em 1998. De qualquer forma o filme vale como registro do comecinho de sua carreira, quando ainda era apenas um jovem sonhando com o sucesso em Hollywood.
Pablo Aluísio.
Título Original: Black Midnight
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Lindsley Parsons Productions
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Clint Johnston, Erna Lazarus
Elenco: Roddy McDowall, Damian O'Flynn, Lyn Thomas, Kirby Grant, Gordon Jones, Fay Baker
Sinopse:
O filme conta a história de uma família de rancheiros do velho oeste. Eles criam cavalos de raça e quando um dos animais é roubado surge uma dúvida sobre quem teria cometido o crime? No oeste a punição por roubo de cavalos era a morte por enforcamento.
Comentários:
Pouca gente sabe, mas o fato é que esse foi o primeiro faroeste dirigido por Budd Boetticher. O cineasta seria um dos mais importantes e produtivos durante a era de ouro do western norte-americano. Não se sabe bem a razão, mas ele decidiu assinar o filme como Oscar Boetticher! O que teria levado ele a adotar um outro nome? De qualquer forma foi sua estreia no gênero cinematográfico do qual seria mais lembrado pelos anos. O filme é na média, nada excepcional. Um ponto que chama a atenção é que é estrelado pelo ator Roddy McDowall. que muitos anos depois iria interpretar no cinema um de seus personagens mais famosos, o caçador de vampiros fajuto Peter Vincent do grande sucesso de bilheteria "A Hora do Espanto". Foi um veterano do cinema, com mais de 250 filmes ao longo da carreira!!! Um recorde! Infelizmente ele faleceu em 1998. De qualquer forma o filme vale como registro do comecinho de sua carreira, quando ainda era apenas um jovem sonhando com o sucesso em Hollywood.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
Os Inocentes
Eis um belo clássico do suspense e do terror. O filme tem uma história bem interessante. Miss Giddens (Deborah Kerr) é contratada por um rico homem de negócios para cuidar de seus sobrinhos órfãos. Eles vivem em uma isolada e distante mansão no interior inglês. Em estilo vitoriano a estranha casa parece ter personalidade própria, envolvida em uma penumbra perene de mistério e sordidez. No começo o novo emprego se mostra promissor, mas logo Giddens começa a perceber o estranho comportamento das crianças, o que a deixa completamente desconcertada. Será que há alguma ligação entre aquelas pessoas e a forças do sobrenatural tão presentes na casa?
Gostei de praticamente tudo em "Os Inocentes". O roteiro é muito bem escrito, se aproveitando muito bem do clima soturno, do argumento inteligente e das excelentes atuações. Embora muitos críticos não gostem do filme "Os Que Chegam Com a Noite" eu penso que ter assistido ele antes me ajudou muito na compreensão do texto desse "Os Inocentes". Isso porque a estória do filme de Marlon Brando nos mostra tudo o que aconteceu naquela casa antes dos acontecimentos que vemos aqui em "Os Inocentes". Assim já sabemos de antemão como era o relacionamento entre as crianças e Peter Quint (que era interpretado por Brando). Aliás vou além, recomendo que os filmes sejam assistidos em sequência, pois certamente um complementa o outro, deixando tudo mais fluído e bem compreendido para o espectador. São obras cinematográficas que se completam.
"Os Inocentes" é um terror psicológico que se fundamenta muito no chamado poder de sugestão. Ao invés de mostrar monstros de borracha sem cabeça (como era comum em alguns filmes da época), o filme apenas sugere certas situações, certos momentos, tudo com elegância e sofisticação. Talvez por isso não tenha envelhecido, mesmo tendo sido produzido no começo dos anos 1960. O roteiro também é aberto a várias interpretações. Por exemplo, há uma certa controvérsia até hoje entre os cinéfilos sobre o que teria realmente acontecido com o garoto Miles (interpretado muito bem pelo ator mirim Martin Stephens). Possessão demoníaca? Ou apenas pura maldade e perversidade pessoal do garoto? Cada espectador acaba criando sua própria conclusão, o que demonstra bem como o roteiro é muito bem escrito e imaginativo.
Também não é para menos uma vez que estamos falando de um filme que foi adaptado da obra de um dos maiores escritores da história, Henry James. Por essa razão espere por um excelente suspense de terror mas não por um filme banal, de soluções fáceis e sustos gratuitos. O inteligente argumento no fundo explora o lado mais sombrio da alma humana, dissecando a própria natureza do ser humano, que já nasce corrompida e tendente à maldade pura, como muito bem demonstrado nos garotos de “Os Inocentes”. São crianças, mas nem um pouco inocentes como o próprio título do filme sugere em fina ironia. Enfim, "Os Inocentes" é uma bela obra cinematográfica que mostra que muitas vezes o implícito é bem mais assustador do que o explicito em filmes de suspense e terror. Além disso disseca como poucos a verdadeira natureza humana. Você vai se surpreender com o resultado final.
Os Inocentes (The Innocents, Inglaterra, 1961) Direção: Jack Clayton / Roteiro: John Mortimer baseado no livro de Henry James / Elenco: Deborah Kerr, Peter Wyngarde, Megs Jenkins / Sinopse: Miss Giddens (Deborah Kerr) é contratada por um rico homem de negócios para cuidar de seus sobrinhos órfãos. Eles vivem em uma isolada e distante mansão no interior inglês. Não demora a perceber que algo muito sinistro está ocorrendo no local. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme britânico.
Pablo Aluísio.
Gostei de praticamente tudo em "Os Inocentes". O roteiro é muito bem escrito, se aproveitando muito bem do clima soturno, do argumento inteligente e das excelentes atuações. Embora muitos críticos não gostem do filme "Os Que Chegam Com a Noite" eu penso que ter assistido ele antes me ajudou muito na compreensão do texto desse "Os Inocentes". Isso porque a estória do filme de Marlon Brando nos mostra tudo o que aconteceu naquela casa antes dos acontecimentos que vemos aqui em "Os Inocentes". Assim já sabemos de antemão como era o relacionamento entre as crianças e Peter Quint (que era interpretado por Brando). Aliás vou além, recomendo que os filmes sejam assistidos em sequência, pois certamente um complementa o outro, deixando tudo mais fluído e bem compreendido para o espectador. São obras cinematográficas que se completam.
"Os Inocentes" é um terror psicológico que se fundamenta muito no chamado poder de sugestão. Ao invés de mostrar monstros de borracha sem cabeça (como era comum em alguns filmes da época), o filme apenas sugere certas situações, certos momentos, tudo com elegância e sofisticação. Talvez por isso não tenha envelhecido, mesmo tendo sido produzido no começo dos anos 1960. O roteiro também é aberto a várias interpretações. Por exemplo, há uma certa controvérsia até hoje entre os cinéfilos sobre o que teria realmente acontecido com o garoto Miles (interpretado muito bem pelo ator mirim Martin Stephens). Possessão demoníaca? Ou apenas pura maldade e perversidade pessoal do garoto? Cada espectador acaba criando sua própria conclusão, o que demonstra bem como o roteiro é muito bem escrito e imaginativo.
Também não é para menos uma vez que estamos falando de um filme que foi adaptado da obra de um dos maiores escritores da história, Henry James. Por essa razão espere por um excelente suspense de terror mas não por um filme banal, de soluções fáceis e sustos gratuitos. O inteligente argumento no fundo explora o lado mais sombrio da alma humana, dissecando a própria natureza do ser humano, que já nasce corrompida e tendente à maldade pura, como muito bem demonstrado nos garotos de “Os Inocentes”. São crianças, mas nem um pouco inocentes como o próprio título do filme sugere em fina ironia. Enfim, "Os Inocentes" é uma bela obra cinematográfica que mostra que muitas vezes o implícito é bem mais assustador do que o explicito em filmes de suspense e terror. Além disso disseca como poucos a verdadeira natureza humana. Você vai se surpreender com o resultado final.
Os Inocentes (The Innocents, Inglaterra, 1961) Direção: Jack Clayton / Roteiro: John Mortimer baseado no livro de Henry James / Elenco: Deborah Kerr, Peter Wyngarde, Megs Jenkins / Sinopse: Miss Giddens (Deborah Kerr) é contratada por um rico homem de negócios para cuidar de seus sobrinhos órfãos. Eles vivem em uma isolada e distante mansão no interior inglês. Não demora a perceber que algo muito sinistro está ocorrendo no local. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme britânico.
Pablo Aluísio.
domingo, 27 de julho de 2025
Imperador Romano Maximiano
O Imperador Alexandre Severo estava morto! Foi assassinado por legionários romanos. O poder estava vago. Antes que uma nova guerra civil surgisse no horizonte de Roma as legiões juraram lealdade ao General Maximiano que se tornou o novo imperador romano no ano de 235. A história desse imperador era diferente. Ele não vinha de famílias nobres de Roma. Sequer era romano de nascimento. Ele havia nascido na província da Trácia e era de uma família de camponeses.
De fato, historiadores reconhecem Maximiano como o primeiro imperador plebeu de Roma. Ele, quando jovem, se destacava pela altura e força. Em busca de trabalho o jovem acabou entrando nas legiões romanas. E foi um longo caminho até se tornar general. Serviu sob vários imperadores e ganhou notoriedade como excelente militar justamente no império de Alexandre Severo. Era considerado um militar honrado e leal por seus superiores.
Como subiu ao poder máximo através de um golpe militar, o novo imperador logo precisou abafar novos golpes que surgiam também de outros generais. Uma certa anarquia política em busca do poder reinava nas legiões que estavam estacionadas no Oriente. O novo Imperador conseguiu vencer as tentativas de tomadas de poder comandadas pelo generais Magno e Quartino. Depois de muitas batalhas e enfrentamento de legiões romanas rivais, finalmente se consolidou no poder.
O fato é que o Império Romano vivia grande crise econômica, fruto das guerras sem fim contra os povos bárbaros. O tesouro público estava vazio depois de décadas de conflitos contra as tribos germânicas. O próprio Maximiano teve que enfrentar uma longa, sangrenta e custosa campanha militar contra os Dácios, povo guerreiro que não admitia se submeter a Roma. Não havia como vencer todos os povos bárbaros, eles eram muitos, chegou a confessar o Imperador aos seus generais. Logo que um povo era conquistado, surgia outro para desafiar Roma!
Com isso o Império Romano precisou aumentar muito os tributos, principalmente em relação aos mais ricos de Roma. Rapidamente perdeu o apoio da classe dos Patrícios (os nobres romanos) que dominavam o Senado. Assim senadores começaram a obstruir e impedir o envio de dinheiro e provisões para as legiões comandadas por Maximiano. Ele se viu enfrentando dessa maneira um forte inimigo externo (os bárbaros) e vários inimigos internos (o Senado e a classe rica romana).
O Senado conseguiu corromper militares que serviam na legião do Imperador. Ele não sabia, mas estava cercado de traidores mercenários por todos os lados. Um plano de assassinato liderado por um dos seus generais foi colocado em prática. Maximiano acabou sendo morto na pura traição, junto a seu filho, numa tenda imperial armada no campo de batalha. Legionários o cercaram e o mataram sem possibilidade de defesa. Depois cortaram sua cabeça, que foi exposta para as tropas. Era a vingança final do Senado Romano contra o imperador que durante seus anos ousou desafiar a classe rica e tradicional da velha Roma.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)