quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Beekeeper - Rede de Vingança

Título no Brasil: Beekeeper - Rede de Vingança
Título Original: The Beekeeper
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: David Ayer
Roteiro: Kurt Wimmer
Elenco: Jason Statham, Jeremy Irons, Josh Hutcherson

Sinopse:
Adam Clay (Jason Statham) parece ser um tipo bem pacato, que está curtindo seus anos de aposentadoria. Ele tem uma modesta criação de abelhas para cuidar. Quando sua vizinha é roubada por um grupo de hackers que leva todo o seu dinheiro, Clay finalmente sai de seu disfarce. Ele é um bem treinado agente do governo, pronto a executar missões de eliminação. E agora a coisa toda é pessoal para ele que vai atrás dos criminosos em busca de vingança. 

Comentários:
Quem vai atrás de um filme com Jason Statham sabe exatamente o que procura. Um bom filme de ação, com cenas de lutas, carros voando, metralhadoras cuspindo fogo e por aí vai. Então o ator não quer decepcionar seu público. Ele está mais do que certo sobre isso. Dessa forma esse filme "Beekeeper - Rede de Vingança" não vai decepcionar seus admiradores. É um produto honesto que entrega exatamente o que seu público espera dele. E pelo visto os produtores esperam que esse filme se torne o primeiro de muitos. Querem uma nova franquia e estão obviamente no caminho certo. Em tempos de streaming o filme fez sucesso nos cinemas, faturando algo em torno de 150 milhões de dólares. Para um filme como esse, é um resultado muito bom. Agora, fiquei admirado mesmo em saber que a produtora do filme é a velha conhecida Miramax. Depois da prisão de seu fundador, essa companhia cinematográfica procura por um recomeço. Nada de filmes cult como no passado. Agora é investir em filmes com bom retorno de bilheteria. Afinal a Miramax luta atualmente por sua própria sobrevivência financeira. E os filmes de ação sempre serão um porto seguro nesse aspecto. Boa sorte para todos os envolvidos!

Pablo Aluísio.

Alerta de Risco

Título no Brasil: Alerta de Risco 
Título Original: Trigger Warning
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Thunder Road Pictures
Direção: Mouly Surya
Roteiro: John Brancato, Josh Olson
Elenco: Jessica Alba, Mark Webber, Anthony Michael Hall

Sinopse:
Parker (Jessica Alba) faz parte das forças especiais do exército dos Estados Unidos. Quando informada da morte de seu pai, ela decide retornar para sua cidade natal, para os serviços de funeral, e acaba descobrindo que ele foi morto por uma quadrilha liderado por um cara chamado Elvis. Ele é o filho de um rico senador conservador. Para Parker isso não interessa, ela quer vingança!

Comentários:
Apesar de começar até bem, esse filme não me empolgou em nenhum momento. Depois que a história vai se desenvolvendo vamos tomando consciência que a produção é mesmo um daqueles filmes genéricos de ação. E há problemas de lógica nesse roteiro. Embora a protagonista seja retratada como uma militar altamente bem treinada, fica muito complicado acreditar que uma garota magrinha como a Jessica Alba conseguisse colocar no chão todos aqueles grandalhões que lutam pelo lado dos malvadões do filme. São uns brutamontes que apanham no mano a mano com a Alba. Praticamente impossível de engolir essas cenas de lutas. Como eu já frisei o filme, no final, se revela apenas uma fita genérica. Não foge nada daquela fórmula de roteiros baseadas em vinganças pessoais. Um filme igual a milhares de outros que contam basicamente a mesma história de sempre. Por essa razão acabei achando cansativo e chato. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Dahmer - Mente Assassina

Título no Brasil: Dahmer - Mente Assassina
Título Original: Dahmer
Ano de Lançamento: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Blockbuster Films
Direção: David Jacobson
Roteiro: David Jacobson, David Birke
Elenco: Jeremy Renner, Bruce Davison, Artel Great

Sinopse:
Depois que seus pais vão embora, viver em outra cidade, o jovem Jeff Dahmer passa a morar sozinho. E ele tem muitos problemas mentais. Sua sede por matar outras pessoas, em especial jovens negros homossexuais, logo se transforma em uma maratona de matança sem fim. História baseada em fatos reais sobre um dos assassinos em série mais infames da história dos Estados Unidos. 

Comentários:
Eu assisti a praticamente todos os filmes sobre esse assassino em série. A história dele foi tão sórdida e absurda que parece nunca sair de cartaz. Esse filme aqui havia me escapado, mas recentemente assisti. Olha só, é um filme de mediano para fraco. Ele tem uma escolha certa de roteiro, que é justamente mostrar os anos em que o assassino estava em atividade criminosa. Não é como os demais filmes que procuram mostrar outras fases de sua vida, como a adolescência ou a infância. Não que aqueles filmes fossem ruins, muito pelo contrário, mas aqui o serial killer é mostrado em sua fase mais insana. Outro aspecto a considerar é que o filme intercala assassinatos em momentos diferentes de sua vida. É mostrado seu primeiro crime, contra um jovem que conheceu casualmente. Depois um jovem negro que até conseguiu escapar, sendo encontrado por policiais no meio da rua. Por fim um caso, digamos, genérico, para simbolizar todas as demais vítimas. Não espere por nada violento ou sangrento. Não é um filme slasher. Apenas uma crônica cinematográfica sobre uma mente muito, muito doentia. 

Pablo Aluísio.

Reze Depois de Ler

Título no Brasil: Reze Depois de Ler 
Título Original: The Ghost Writer
Ano de Lançamento: 2022
País: Reino Unido
Estúdio: Starfish Films
Direção: Paul Wilkins
Roteiro: Paul Wilkins
Elenco: Luke Mably, Andrea Deck, Robert Portal

Sinopse:
Um escritor em crise de criatividade decide ir passar algumas semanas na velha casa de seu pai, um escritor famoso e consagrado pela crítica e pelo público. A ideia logo se revela um grande erro, não apenas pela sombra do pai que sempre o perseguiu, mas também por eventos terríveis do passado que voltam para lhe atormentar a mente. 

Comentários:
Filme muito fraco! Eu assisti essa produção em um canal de streaming chamado Looke. Eles possuem um bom acervo de filmes clássicos, o que não me fez ter arrependimentos de ter assinado sua plataforma, mas em relação a filmes novos, não posso chegar em outra conclusão: a maioria é de filmes bem fracos mesmo! Esse é um exemplo. Um filme sem personalidade, com roteiro mal escrito, indo apenas pela casualidade dos acontecimentos, nunca convencendo plenamente. Quem pensa que fazer filmes de suspense ou terror é algo fácil, pode desistir. E a coisa fica ainda pior quando tentam entrar no complicado ramo dos filmes de terror psicológico. Nesse ramo você afundará completamente se não tiver talento para filmar as histórias. Esse diretor deveria ter aprendido essa lição básica antes de entrar nessa canoa furada! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Forca para os Assassinos

Título no Brasil: Forca para os Assassinos
Título Original: Vendo cara la pelle
Ano de Lançamento: 1968
País: Itália
Estúdio: Cinemar
Direção: Ettore Maria Fizzarotti
Roteiro: Giovanni Simonelli
Elenco: Mike Marshall, Michèle Girardon, Valerio Bartoleschi

Sinopse:
Também conhecido no Brasil como "Vendo Caro Minha Pele" o faroeste "Forca Para os Assassinos" conta a história de Shane (Marshall). No passado, quando era apenas uma criança, ele viu seus pais serem assassinados por causa da posse de uma mina de ouro. Agora, já adulto, ele retorna para sua cidade natal em busca de vingança. 

Comentários:
Mais um western spaghetti típico dos anos 60. A história não traz maiores novidades, embarcando naquela velha fórmula da vingança de parentes mortos. E o roteiro nem esconde que copiou mesmo na cara de pau vários elementos de filmes americanos famosos de western. Entre eles, o mais óbvio, é "Os Brutos Também Amam", tanto que o protagonista também se chama Shane, há um garotinho, sua mãe indefesa vivendo em um rancho e vilões bem asquerosos, gananciosos e assassinos sem nenhuma culpa. Agora, para não ficar apenas nos aspectos negativos do filme deixo aqui um pequeno elogio. A produção é até muito digna, com bons cenários, cavalos bonitos, etc. O cinema italiano já era uma indústria naquela época e nesse ponto eles não vacilavam. Por fim, ao contrário de muitos atores italianos que se passavam por norte-americanos, Mike Marshall era realmente nascido na Califórnia. Com o sucesso do spaghetti muitos profissionais americanos cruzaram o oceano em direção à Europa em busca de trabalho e novas oportunidades na carreira. 

Pablo Aluísio.

El Condor

Título no Brasil: El Condor
Título Original: El Condor
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: John Guillermin
Roteiro: Larry Cohen, Steven W. Carabatsos
Elenco: Lee Van Cleef, Jim Brown, Patrick O'Neal, Marianna Hill, Iron Eyes Cody, Elisha Cook Jr.

Sinopse:
Um fugitivo da prisão e um ladrão vigarista se unem para roubar uma forte mexicano localizado no deserto. O lugar é fortemente protegido e contém entre seus muros uma fortuna em ouro. Para ajudá-los a dupla consegue quase cem guerreiros da tribo Apache para invadir a guarnição militar.

Comentários:
Um filme curioso de western. Apesar de ser uma produção americana os produtores decidiram que o filme seria feito na Espanha, nos mesmos desertos onde eram filmados os faroestes italianos. Assim temos um western Made in USA com requintes e características do conhecido Western Spaghetti. O resultado ficou muito bom, um filme divertido, que não esquece também de desenvolver o lado do humor. Aliás é mais do que interessante ver o ator Lee Van Cleef atuando aqui. Ele que sempre interpretou tipos durões, sérios, com poucas palavras e ótima mira, aqui muda o tom, adotando um jeito mais sarcástico, mais picareta. O seu trabalho de atuação por essa razão ficou bem diferente. Já o ator Jim Brown foi uma escolha mais política, para dar melhores papéis de destaque dentro do cinema para atores negros. Um efeito da luta dos direitos civis nos Estados Unidos. Seu trabalho de dobradinha ao lado de Cleef funcionou muito bem. O diretor John Guillermin ficaria mais conhecido alguns anos depois quando iria dirigir o remake dos anos 70 para o clássico "King Kong". No mais é um faroeste bem movimentado, com várias cenas de ação. Mais violento até do que o habitual vai cair como uma luva para quem gosta do estilo de faroeste europeu, aqui contando com o bom gosto das produções americanas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

M, o Vampiro de Dusseldorf

Título no Brasil: M, o Vampiro de Dusseldorf 
Título Original: M - Eine Stadt sucht einen Mörder
Ano de Lançamento: 1931
País: Alemanha
Estúdio: Nero-Film AG
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Fritz Lang
Elenco: Peter Lorre, Ellen Widmann, Inge Landgut

Sinopse:
Um assassino em série começa a matar crianças na Alemanha. Isso apavora toda a sociedade. Os policiais passam a ser pressionados por todos, mas sem apresentar avanços concretos. Então o próprio submundo do crime decide pegar esse monstro, usando para isso de moradores de rua. E seus planos, para surpresas de muitos, acabam dando resultados. 

Comentários:
Desde que me tornei cinéfilo, lá nos anos 80, sempre ouvi falar muito desse clássico que está prestes a completar 100 anos! Só que nunca havia assistido durante todos esses anos. Só recentemente o vi pela primeira vez. De fato fiquei impressionado pelo filme. Tudo o que diziam dele em termos de inovação e ousadia pôde ser confirmado. Um roteiro muito bem escrito, excelentes tomadas de cena e tudo mais que notabilizou esse grande diretor Fritz Lang. As atrocidades cometidas pelo assassino nunca são mostradas, apenas sugeridas, de forma muito talentosa aliás. Durante muitos anos se afirmou que o filme era na realidade uma metáfora sobre a subida dos nazistas ao poder na Alemanha, algo que estava acontecendo justamente quando o filme foi produzido. Isso custou muito a Fritz Lang. Ele precisou fugir da Alemanha para não ser morto pelos nazis e foi para os Estados Unidos. Fez uma boa carreira em Hollywood, mas nada que pudesse ser comparado a esse filme. Sem dúvida essa foi a obra-prima de toda a sua vida! 

Pablo Aluísio.

Uma Ponte Longe Demais

Uma Ponte Longe Demais
Um dos clássicos filmes de guerra dos anos 1970. É um daqueles filmes que não se fazem mais nos dias de hoje, com grande elenco, produção requintada e fatos históricos relevantes. A história se passa durante a segunda guerra mundial quando as forças aliadas colocam em prática uma perigosa operação que tinha como objetivo enviar militares atrás das linhas inimigas, logo após a invasão da Normandia no chamado Dia D. A intenção era realmente cercar as forças do Eixo, dos nazistas, para que eles não tivessem para onde ir. Claro que tudo terminaria em uma grande batalha sangrenta. 

Como eu já escrevi, o filme tem mesmo um grande elenco, contando com grandes atores. O problema é que a história é bem fragmentada, pois são vários personagens em situações diversas, todos colaborando entre si no enredo do filme para que a operação fosse bem sucedida. Assim atores como Sean Connery, Anthony Hopkins e Robert Redford apenas tangenciam em seus arcos narrativos, nunca ganhando o espaço necessário. Talvez tivesse sido melhor fazer uma minissérie ou diversos filmes sobre cada personagem. Com grande duração (quase 3 horas de filme) esse clássico moderno também rendeu algumas piadinhas na época, se dizendo que o filme era longo demais! Enfim, ignore. Assista por suas qualidades cinematográficas e aprecie, nada mais do que isso. 

Uma Ponte Longe Demais (A Bridge Too Far, Reino Unido, Estados Unidos, 1977) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: Cornelius Ryan, William Goldman / Elenco: Sean Connery, Laurence Olivier, Robert Redford, Anthony Hopkins, Michael Caine, Ryan O'Neal / Sinopse: O filme mostra uma reconstiuição histórica de uma importante operação das forças militares aliadas durante a segunda guerra mundial. 

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de dezembro de 2024

John Lennon - Wedding Album

John Lennon - Wedding Album
Esse disco foi lançado para celebrar o casamento de John Lennon com Yoko Ono. Foi uma grande notícia nos jornais de todo o mundo. Naquela época Lennon ainda fazia parte dos Beatles, mas no fundo não queria mais gravar com seus companheiros de banda. Como ele mesmo declarou, não via mais sentido em ficar ao lado dos amigos da escola. Quando um homem se casa ele quer mesmo é ficar ao lado de sua esposa. Bom, um pensamento que iria destruir os Beatles em poucos meses pois durante uma reunião realizada pouco tempo depois na sede da Apple John iria informar a todos que estava fora da banda. De qualquer maneira ele quis mesmo com esse disco celebrar sua união com a japonesa Yoko Ono, por quem era perdidamente apaixonado. 

Também foi o último disco de sua trilogia de sons experimentais. Não espere encontrar musicalidade nesse disco porque ele não tem músicas. Apenas sons aleatórios, barulho, gritaria, arrotos e até peidos! Acredite, tem até disso nesse mural sonoro indigesto. John achava que esse seria o futuro do som, sendo a música substituída por esse tipo de "sonoridade". Sinceramente, não dá para ouvir. É muito chato e insuportável. Acredito que Lennon queria acima de tudo tirar uma onda com os que o criticavam. E as loucuras não paravam por aí. John queria que os 100 primeiros compradores do disco levassem uma fatia do bolo de seu casamento! A gravadora conseguiu, a duras penas, convencer John que isso seria impossível. As lojas de discos não iriam receber bolo nenhum e esse tipo de comida iria se estragar. Enfim, mais uma maluquice do Lennon, aqui em sua fase de loucura total!

John Lennon - Wedding Album (1969)
John & Yoko
Amsterdam

Pablo Aluísio. 

George Harrison - Living in the Material World

George Harrison - Living in the Material World
Depois do fim dos Beatles, George lançou um ótimo álbum triplo chamado "All Things Must Pass". Sucesso de público e crítica, esse disco foi mesmo uma explosão de criatividade para ele, com muitas músicas que tinham sido compostas na época dos Beatles, mas que não tinham encontrado espaço na discografia do famoso grupo. Então quando os Beatles acabaram, George deu início em sua carreira solo. Esse foi o seu segundo disco. Curiosamente ele levaria três anos sem lançar algo de novo no mercado. Parecia exausto depois dos Beatles e do lançamento de seu primeiro álbum solo nessa nova fase. 

Esse "Living in the Material World" trazia muitas letras de natureza espiritualista. O próprio nome do disco, "Vivendo no Mundo Material" dava pistas sobre isso. George nunca perdeu seu fascínio pelas religiões orientais e sua filosofia. Por essa razão quando se viu livre do controle de Paul e John, ele passou a desenvolver melhor seu trabalho como letrista, trazendo aspirações e pensamentos bem pessoais. E talvez esse excesso de religiosidade também tenha atrapalhado as vendas desse segundo disco. As pessoas em geral não tinham mais muito interesse nesse tipo de material. Muitos achavam coisa de hippie velho! No final das contas esse repertório não fez sucesso. Até mesmo a música mais trabalhada pela gravadora,  "Give Me Love (Give Me Peace on Earth)", teve pouca repercussão nas rádios. Assim George acabou experimentando o primeiro disco mal sucedido em vendas de sua carreira. 

George Harrison - Living in the Material World (1973)
Give Me Love (Give Me Peace on Earth)
Sue Me, Sue You Blues
The Light That Has Lighted the World
Don't Let Me Wait Too Long
Who Can See It
Living in the Material World
The Lord Loves the One (That Loves the Lord)
Be Here Now
Try Some, Buy Some"
The Day the World Gets 'Round
That Is All

Pablo Aluísio. 

sábado, 14 de dezembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 4

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 4
No disco de vinil original de 1964 a canção "Anyone (Could Fall in Love with You)"  abria o Lado B. Eu até gosto dessa balada romântica, mas verdade seja dita, ela não entraria numa lista de melhores músicas lentas da carreira de Elvis dos anos 60. Para muitos ela tem uma melodia meio enjoativa. Dá para ouvir algumas vezes, apreciando o trabalho de Elvis e os Jordanaires (bem presentes na faixa), mas nada muito além disso. Elvis tinha capacidade de fazer algo bem melhor do que isso, vamos ser bem sinceros. 

Eu sempre achei mais do que curioso um filme protagonizado por personagens caipiras contar com uma trilha sonora sem country music de verdade! Eu digo de verdade, porque "Barefoot Ballad" é uma pop music que tira sarro do lado caipira da América. Aqui temos Hollywood tirando uma onda com a caipirada do sul! Pois é, meus caros, acredito que entenderam bem isso. Nunca gostaram dessa música lá nas montanhas do Kentucky, pode ter certeza disso!

Agora, dito isso, devo confessar que sempre achei "Barefoot Ballad" muito divertida! Eu tenho problemas de avaliar esse álbum com muita objetividade porque eu tenho um vínculo emocional com esse disco. Eu estava na infância e já ouvia essa trilha sonora, então, para uma criança, uma música como essa era pura diversão! Não tem como negar isso, em nenhum aspecto. Sinceridade vale ouro!

Já "Once Is Enough" é uma tentativa de ser fazer algo mais sério. A gravação em estúdio ficou boa, não tem como negar. O solo de sax ficou muito bom! O problema é que é justamente na cena em que essa música é apresentada no filme que um casal de bailarinos leva um tombo! E o diretor Gene Nelson deixou esse erro entrar no corte final. Assim uma boa música acabou sendo manchada por um amadorismo absurdo que não poderia ocorrer em um filme feito pela MGM, um dos grandes estúdios de musicais da história de Hollywood! Que lástima!

Pablo Aluísio. 

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 4

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 4
É curioso e interessante, mas eu sempre ouvi a canção "Baby's in Black" como uma espécie de ensaio para o que viria depois, com "Eleanor Rigby". Diria que as duas músicas são almas gêmeas, com o mesmo tipo de feeling! Sim, porque fato inegável é que essa faixa do Beatles For Sale foge mesmo da antiga fórmula das primeiras músicas dos Beatles. Pense bem. A protagonista é uma "garota de preto" cuja letra soa muito mais sombria do que poderia se imaginar. Paul McCartney, já nessa época, nessa fase primeira dos Beatles, já deixava claro que estava pronto para alcançar horizontes bem mais amplos. 

Paul costuma dizer que muitas de suas melhores músicas trazem personagens de mera ficção que ele utilizou ao longo dos anos. Nesse caso a tal garota vestida de preto seria mais uma delas, ou melhor dizendo, a primeira personagem de literatura que Paul inseria nos álbuns dos Beatles. Enfim, mostrava mesmo como Paul era diferenciado na criação de suas próprias canções. 

"Every Little Thing" não é tão inovadora como a faixa anterior, mas isso não significa que ela não seja outra bela surpresa. Eu iria além e penso que essa canção tem um sabor claramente oriental. Ela me lembra músicas criadas em um mundo antigo, em uma grande cidade de fusão cultural entre a tradição ocidental e oriental, como Constantinopla!

Veja sua marcação de ritmo, inclusive com pontuação de refrão que realmente foge do que se costumava ouvir na música pop dos anos 60. Ela tem um estilo diria até mesmo épico, por mais estranho que isso possa parecer. O vocal está com John Lennon, aqui com voz duplicada em estúdio. Enfim, uma faixa que até hoje impressiona por sua singularidade fora dos padrões. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

A Canção do Pôr do Sol

Título no Brasil: A Canção do Pôr do Sol  
Título Original: Sunset Song
Ano de Lançamento: 2015
País: Reino Unido
Estúdio: Hurricane Films
Direção: Terence Davies
Roteiro: Lewis Grassic Gibbon, Terence Davies
Elenco: Ken Blackburn; Mark Bonnar, Stuart Bowman

Sinopse:
O filme conta a história de uma jovem escocesa no começo do século XX. O pai, ignorante e turrão, nunca conseguiu compreender os anseios de sua filha, uma jovem inteligente, que tinha intenção de estudar para ter sua própria profissão. Quando esse morre e lhe deixa uma pequena herança, ela segue em frente em sua vida. Conhece um rapaz e se casa com ele, mas isso não será o fim de seus problemas emocionais. 

Comentários:
Como eu gosto de afirmar, o cinema europeu tem seu próprio ritmo para contar uma história no cinema. Algumas pessoas não conseguem ter paciência para assistir a um filme como esse, excessivamente lento, diria até terno, para contar a história de sua protagonista. Não é apenas a história de uma mulher, mas sim um resumo do que foi a vida de milhares de mulheres daqueles tempos. Elas seguiam basicamente em uma mesma história de vida, com pai abusivo, mãe explorada, subjugada, depois um casamento para não ficar mal vista dentro da comunidade. Mais problemas surgindo por causa disso como um marido com acessos de fúria e raiva, além da desgraça da guerra, que inclusive levou muitos maridos delas à morte. No final das contas gostei do filme. Uma bela, mas igualmente triste história, que aconteceu a muitas mulheres daquela Europa arrasada pela Primeira Guerra Mundial. Um retrato de um tempo perdido, que já se foi, mas que deixou lições importantes de vida. 

Pablo Aluísio.

Nas Profundezas do Abismo

Título no Brasil: Nas Profundezas do Abismo
Título Original: Me encontrarás en lo profundo del abismo
Ano de Lançamento: 2022
País: Argentina
Estúdio: Brainstorming Films
Direção: Matías Xavier Rispau
Roteiro: Boris C.Q, Matías Xavier Rispau
Elenco: Martín Rispau, Germán Baudino, Chucho Fernández

Sinopse:
Em um mundo devastado, em eterna escuridão, um homem solitário tenta arranjar uma bateria para seu carro. Ele entra em uma velha instalação industrial e acaba entrando em contato, por rádio amador, com um homem que também está nas proximidades. Juntos eles vão tentar sobreviver, ou não, dependendo das circunstâncias. 

Comentários:
O cinema argentino nem sempre tem o dinheiro necessário para esse tipo de produção, meio no estilo pós-apocalipse. Mas eles contornam esse tipo de coisa com imaginação e talento. É o caso que vemos aqui. O roteiro sempre sugere, mas nunca assume muita coisa. É sugerido várias vezes que o mundo está sendo devastado porque alguém invocou anjos e eles vieram, destruindo tudo por onde passavam. Só não espere encontrar seres alados tocando o terror. Como eu disse, muita sugestão, mas nada de mostrar os tais seres sobrenaturais. Por isso o filme pode soar meio decepcionante e cansativo para alguns. No meu caso acompanhei tudo até com certo interesse, apesar de não haver nada de muito original nessa história. Queria ver onde tudo iria acabar. O final não é grande coisa, mas está OK para as modestas capacidades orçamentárias de um filme como esse. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Possum

Título no Brasil: Possum 
Título Original: Possum 
Ano de Lançamento: 2018
País: Reino Unido
Estúdio: Fyzz Films
Direção: Matthew Holness
Roteiro: Matthew Holness
Elenco: Sean Harris, Alun Armstrong, Andy Blithe

Sinopse:
Um estranho homem vaga por um bosque. Ele está tentando se livrar de uma mala. Dentro dela há uma bizarra marionete, um crânio humano cercado de patas de aracnídeo. O boneco parece ter vida própria, assumindo o controle de seu criador. E um passado sombrio parece estar por trás de tudo o que acontece nas sombras. 

Comentários:
Filme de terror inglês bem estranho. Esse é aquele tipo de filme para poucos realmente. E por trás da história simples há significados psicológicos bem complexos. Por exemplo, qual é o sentido de tudo o que se vê na tela? Vou dar aqui minha interpretação bem pessoal. Aquele homem que anda com a mala é na verdade um pobre sujeito que quando criança foi raptado por um pedófilo. Esse é aquele senhor mais velho que contracena com ele, se dizendo seu amigo ou tio! Nada disso, é um criminoso. A marionete em forma de aranha é assim seu trauma personificado em um boneco aterrorizante, algo que ele tenta, mas que nunca consegue realmente se livrar. E como sempre acontece o abusado sexualmente cresce e logo se torna um abusador. Por essa razão em determinado momento do filme uma cirança sai de sua mala! Então, o tema é pesado. Um terror psicológico com pés (ou patas) fincadas no horror da vida real de um homem! Nem todo mundo vai aguentar, mas eu sinceramente deixo a recomendação desse filme pra lá de esquisito! 

Pablo Aluísio.

A Sétima Profecia

Título no Brasil: A Sétima Profecia
Título Original: The Seventh Sign
Ano de Lançamento: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Carl Schultz
Roteiro: Ellen Green, Clifford Green
Elenco: Demi Moore, Michael Biehn, Jürgen Prochnow

Sinopse:
Nesse filme a atriz Demi Moore interpreta a esposa de um advogado que está subindo na carreira, se envolvendo em casos judiciais controversos. E tudo desaba quando ela descobre que sua gravidez estaria envolvida numa estranha profecia e que seu filho seria uma peça importante no futuro da humanidade! 

Comentários:
O filme até que começa bem. Parece bem promissor, tem uma bonita direção de fotografia e a Demi Moore, jovem e bonita em cena, se esforçando para atuar bem. O problema é de roteiro. Eita roteiro confuso esse que se perde completamente nas tais profecias. Em determinado momento tudo fica confuso. O menino que está para nascer é um novo Messias ou o Anticristo? O roteiro não explica nada, apenas que o menino será o primeiro a nascer sem alma. O que isso significa exatamente? Aquele padre e aquele homem misterioso, que inclusive chega a ser sugerido como a reencarnação do próprio Cristo, são vilões ou mocinhos? Nem tente assistir ao filme em busca de respostas. O roteiro é tão mal escrito que nem mesmo a esses questionamentos básicos vai responder. Enfim, uma bagunça completa! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Vício Frenético

Título no Brasil: Vício Frenético
Título Original: Bad Lieutenant
Ano de Lançamento: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Bad Lt. Productions
Direção: Abel Ferrara
Roteiro: Zoë Lund, Abel Ferrara
Elenco: Harvey Keitel, Brian McElroy, Frank Acciarito

Sinopse:
Nesse filme o ator Harvey Keitel interpreta um policial de Nova Iorque. Não é um tira comum. Ao invés de defender a lei, ele passa o dia todo promovendo atos ilegais. É um viciado em drogas, que encurrala traficantes não para levar esses criminosos para a prisão, mas sim para levar as drogas que eles possuem. E a cada dia a coisa só piora. 

Comentários:
Houve um remake desse filme mais recentemente com o Nicolas Cage. Prefira esse original. Nunca vi um policial tão lixo no cinema como esse sujeito! O tenente interpretado por Harvey Keitel é o exemplo mais perfeito de tira escroto já visto nas telas! E olha que policiais assim não faltam em outros filmes. Só que esse aqui bateu mesmo todos os recordes. Quando não está cheirando pó, está bebendo ou tomando pico de heroína na veia com prostitutas. Quando não está aparecendo loucão nas cenas de crimes (como no estupro da freira) ele está chantageando jovenzinhas que foram pegas sem carteira de habilitação. Aliás essa cena pode ser considerada a mais constrangedora da carreira do Harvey Keitel. Um ator tem que ter coragem para fazer uma cena dessas! O filme decai um pouco do meio para o final, principalmente por aquele lance todo das apostas esportivas, mas seu final é mais do que adequado. Um sujeito desses, vivendo na criminalidade, realmente não merecia um final feliz, muito longe disso! 

Pablo Aluísio.

Punhos de Aço: Um Lutador de Rua

Título no Brasil: Punhos de Aço: Um Lutador de Rua
Título Original: Any Which Way You Can
Ano de Lançamento: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Buddy Van Horn
Roteiro: Stanford Sherman, Jeremy Joe Kronsberg
Elenco: Clint Eastwood; Sondra Locke, Geoffrey Lewis

Sinopse:
Nesse filme Clint Eastwood interpreta um cara durão, bom de briga, que ganha uma boa grana em lutas de rua, completamente ilegais. Então ele cai nas mãos de uma quadrilha de criminosos que raptam sua namorada. Caso não lute, eles vão matar ela. Então o jogo muda e vira uma questão de vida ou morte. 

Comentários:
Eu tinha uma lembrança afetiva desse filme porque ele passava muito na Sessão da Tarde durante os anos 80. E na época, ainda bem jovem, me divertia muito assistindo. Então resolvi rever agora. Pois bem, alguns filmes envelhecem mal mesmo. É o caso aqui. O filme tem um tipo de humor que envelheceu. Quase beirando os Trapalhões, principalmente naquela gangue de motoqueiros nazistas que no fundo são verdadeiros palhaços. O Clint também abriu muito espaço para sua esposa na época. A Sondra Locke canta uma música country atrás da outra. OK, Clint, entendi o que você estava querendo fazer, mas chega uma hora que cansa. Ele queria levantar a carreira de cantora dela e para isso usava o cinema. Melhor ver o Fats Domino numa rápida cena onde ele canta uma canção no palco do bar. Tem também o macaco Clyde que gosta de defecar nos carros patrulhas da polícia. Rende bons momentos. E a cena final, uma longa briga de socos, hoje em dia já não convence. Então é isso. Achei bem bobinho pra falar a verdade. Alguns filmes merecem ficar no passado mesmo. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Cem Mil Dólares para Ringo

Título no Brasil: Cem Mil Dólares para Ringo
Título Original: 100.000 dollari per Ringo
Ano de Produção: 1965
País: Itália, Espanha
Estúdio: Balcázar Producciones Cinematográficas
Direção: Alberto De Martino
Roteiro: Alfonso Balcázar
Elenco: Richard Harrison, Fernando Sancho, Luis Induni

Sinopse:
Lee 'Ringo' Barton (Richard Harrison) é um pistoleiro e cowboy errante que chega numa distante cidadezinha perdida do velho oeste. Lá acaba sendo confundido com um antigo morador chamado Ward Cluster que todos pensavam ter morrido durante uma batalha sangrenta na Guerra Civil Americana. Ringo obviamente não é Cluster, mas a confusão de identidades acaba desencadeando uma série de eventos perigosos na cidade.

Comentários:
Mais um Spaghetti Western com o famigerado pistoleiro Ringo (que só não foi mais popular do que Django e Trinity dentro desse estilo de filme). Para quem aprecia cinema italiano em geral a primeira coisa que chama a atenção aqui é a presença do diretor e roteirista romano Alberto De Martino. Sim, o mesmo diretor que dirigiu outros Spaguettis famosos como "Django Atira Primeiro" e "A Carga da Sétima Cavalaria". Curiosamente o cineasta começou sua carreira de filmes populares não em faroestes, mas sim em épicos ao estilo sandálias e areias. Foi assim que assinou películas como "O Gladiador Invencível", "O Triunfo de Hécules" e "Os Gladiadores Espartanos". Pode-se criticar seu cinema popularesco mas não sua versatilidade, pois até mesmo pelo terror italiano resolveu se aventurar - assinando o estranho, mas cult "O Anticristo" em 1974. Já "100.000 dollari per Ringo" é um faroeste tipicamente produzido para o cinema italiano dos anos 60. Cenas absurdas, violência estilizada (diria até cartunesca) e balas voando para todos os lados. Quem interpreta Ringo aqui é Richard Harrison, que ao contrário de muitos astros de Spaguettis, não era um italiano usando um pseudônimo americano, mas sim um norte-americano de verdade, nascido em Utah. Sua presença gringa mantém o interesse, embora o filme em si seja apenas mediano no final das contas. 

Pablo Aluísio.

O Filho de Django

Título no Brasil: O Filho de Django
Título Original: Il figlio di Django
Ano de Produção: 1967
País: Itália
Estúdio: Denwer Film
Direção: Osvaldo Civirani
Roteiro: Alessandro Ferraù, Tito Carpi
Elenco: Gabriele Tinti, Guy Madison, Ingrid Schoeller

Sinopse:
O famoso pistoleiro Django é morto covardemente pelas costas. Seu único filho, Jeff Tracy (Gabriele Tinti), decide fazer de sua vida uma cruzada em busca dos assassinos de seu pai. Isso o leva até uma cidadezinha dominada por dois poderosos fazendeiros. Tracy acaba descobrindo que um deles muito provavelmente esteja envolvido na morte de Django. O cenário se revela o ideal para que ele sacie sua sede de justiça e vingança.

Comentários:
O sucesso de Django com Franco Nero deu origem a dezenas de cópias, feitas exclusivamente para faturar alguns trocados nos cinemas populares ao redor do mundo. A maioria dessas produções eram de péssima qualidade. "O Filho de Django" é mais uma tentativa de lucrar em cima do nome do famoso pistoleiro do western spaghetti. O curioso é que para soar um pouco diferente os produtores decidiram que não mais apostariam no nome de Django, mas sim em seu filho! A produção como era de se esperar é de baixo orçamento. A edição é bem ruim, dando saltos na narrativa, sem ter nem ao menos a preocupação de situar melhor o espectador no contexto da estória que está contando. O roteiro é bem derivativo de centenas de outros filmes - a velha narrativa do filho buscando vingança pela morte do pai. De bom mesmo apenas a trilha sonora - com direito a um bom número musical em um saloon - e a presença de Guy Madison no papel do Padre Fleming, um curioso sacerdote rápido no gatilho. Já Gabriele Tinti que dá vida ao filho de Django é bem inexpressivo, contribuindo ainda mais para a má qualidade do filme como um todo. Melhor rever o único e original Django de 1966.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Os Três Mosqueteiros

Título no Brasil: Os Três Mosqueteiros
Título Original: The Three Musketeers
Ano de Lançamento: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Sidney
Roteiro: Robert Ardrey
Elenco: Lana Turner, Gene Kelly, Vincent Price, Angela Lansbury, Van Heflin, June Allyson

Sinopse:
Um jovem chamado D'Artagnan decide ir para Paris para realizar seu sonho de ser um mosqueteiro do Rei Luís XIII. Ao chegar porém acaba se envolvendo numa grande intriga política com o maléfico Cardeal Richelieu e a nobre perversa Lady de Winter. Adaptação para o cinema da obra de Alexandre Dumas. 

Comentários:
Eu sei que é um clássico do gênero "Capa e Espada". E nem preciso falar da relevância do livro original. Isso todo mundo sabe. Porém o fato é que não consegui gostar dessa versão cinematográfica dos anos 40. E isso é curioso porque sempre gostei dos nomes que formam seu elenco principal. O problema, ao meu ver, vem do roteiro. Ele surge muito truncado, tentando colocar muitas coisas em um curto espaço de tempo. As situações assim vão se atropelando no decorrer da história. E o interessante é que o filme como produção não ficou tão datado. É um filme bem produzido e tudo mais. Só esse humor realmente ficou muito antiquado. O Gene Kelly era um dançarino e um acrobata, então tirou de letra as acrobacias de seu personagem. Só não convence na idade pois já tinha passado da idade certa para interpretar o quase adolescente D'Artagnan. Melhor se sai a dupla de malvados Vincent Price e Lana Turner. Eles mantiveram o nível de atuação em um patamar aceitável. Pelo menos isso. 

Pablo Aluísio.

O Monstro dos Mil Olhos

O Monstro dos Mil Olhos 
Esse filme nada mais é do que uma sequência do sucesso "A Mosca da Cabeça Branca". Aliás o título original do filme não deixa nenhuma dúvida sobre isso. Os produtores na época queriam obviamente faturar mais uma vez em cima dessa história, mas havia problemas a superar. Por exemplo, o personagem do Vincent Price morria no final. Como escalar Vincent Price novamente se seu personagem tinha morrido? Bom, os roteiristas sempre dão jeito, mesmo que seja na pura cara de pau. Assim nesse segundo filme Price retorna como... o irmão gêmeo de seu personagem no primeiro filme! Pois é, os caras deram um jeito mesmo. E para não se perder o fio da meada as pesquisas recomeçam, agora com o filho do cientista do primeiro filme! Não vá perder a linha narrativa... tudo cascata! 

Esse segundo filme é muito inferior ao primeiro que é considerado um clássico do terror e também da ficção. Esse segundo não tem suspense e nem clima. E isso é uma morte anunciada porque ver o homem mosca andando por aí com aquela cabeça mal feita, é prato cheio para o humor involuntário. No primeiro filme a maquiagem não era melhor, mas o diretor teve o bom senso de não expor demais isso. Era tudo encoberto, aumentando a tensão. Aqui tudo vira quase um deboche, embora nunca tenha sido a intenção de seus realizadores. Enfim, puro caça-níquel. 

O Monstro dos Mil Olhos (Return of the Fly, Estados Unidos, 1959) Direção: Edward Bernds / Roteiro: Edward Bernds, George Langelaan / Elenco: Vincent Price, Brett Halsey, David Frankham / Sinopse: O filho do cientista do primeiro filme retorna as experiências envolvendo uma máquina de desintegração e reintegração da matéria, mas acaba sendo alvo de seu próprio assistente, que deseja colocar as mãos naquela invenção inovadora. 

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de dezembro de 2024

Bill Haley And His Comets - Haley's Juke Box

Bill Haley And His Comets - Haley's Juke Box
No finalzinho da década de 1950 Bill Haley brigou com os executivos da gravadora Decca. Ele reclamava de que ganhava muito pouco no contrato que tinha com a gravadora. E ganhava pouco mesmo. Para se ter uma ideia ele levava apenas 1 por cento do preço das vendas de capas de seus discos, logo aqueles que seriam os maiores sucessos de sua carreira. Não dava mais para continuar no selo. Após muitas brigas, inclusive pela imprensa, o bom e velho Haley foi embora da Decda batendo a porta. Ele foi para Los Angeles e assinou com a Warner Records, a gravadora do famoso estúdio de cinema. O novo contrato prometia muito sucesso e o próprio Bill Haley tinha esperanças nesse sentido.

Esse foi o seu primeiro disco nessa nova gravadora. Infelizmente as coisas não foram tão bem quanto ele esperava. A Warner se envolveu demais na escolha das músicas e na produção dos arranjos. Bill Haley se viu amordaçado, sem controle artístico do álbum. Ele logo percebeu que também não ria dar muito certo na Warner. Para piorar estava começando uma batalha judicial pelo controle de suas músicas contra a Decca que iria durar anos e anos. O Bill Haley estava esgotado emocionalmente e o resultado não saiu bom. O disco não fez sucesso e acabou sendo uma decepção nas lojas de discos, não vendendo muitas cópias. Pois é, os anos de sucesso e glória pareciam coisa do passado. 

Bill Haley And His Comets - Haley's Juke Box (1960)
Singing The Blues
Candy Kisses
No Letter Today
This Is The Thanks I Get
Bouquet Of Roses
There's A New Moon Over My Shoulder
Cold, Cold Heart
The Wild Side Of Life
Any Time
Afraid
I Don't Hurt Anymore
Detour

Pablo Aluísio. 

Johnny Cash - The Fabulous Johnny Cash

Johnny Cash - The Fabulous Johnny Cash
Esse foi o segundo disco da carreira do Johnny Cash. Assim como Elvis Presley, ele havia começado na Sun Records de Sam Phillips. E assim como Elvis também largou o pequeno estúdio de Memphis para ir gravar em uma das grandes gravadoras da época, no caso aqui a Columbia, que tinha Sinatra em seu elenco. Muitos qualificam esse álbum como sendo de folk e rockabilly. Discordo completamente. Esse é um disco de country music, sem tirar e nem colocar nada em seu lugar. É um tipo de country que fugia um pouco do que era feito em Nashville, por causa das próprias peculiaridades do Cash, mas ainda assim Country em sua mais pura essência. 

As letras das músicas giravam em torno de um tema básico, onde o personagem principal poderia ser identificado como um homem pobre, trabalhador e honesto, do meio rural, vivendo no sul dos Estados Unidos, com dificuldades inerentes à sua condição social para dar uma certa segurança para sua família. O Cash retratava mesmo o homem simples do campo e seu ambiente familiar, lutando para viver dignamente. Um aspecto curioso é que Cash trouxe para esse disco o grupo vocal The Jordanaires, o mesmo que fazia o apoio vocal para os discos de Elvis. Não combinava muito com o estilo seco de Cash, mas funcionaram perfeitamente bem nas músicas em que atuaram. Estão presentes em apenas 5 faixas. Enfim, um retrato em crônicas musicais de Johnny Cash sobre o seu povo, seu tempo e suas amarguras. Muito bom de se ouvir. 

Johnny Cash - The Fabulous Johnny Cash (1958)

Lado A:
1. Run Softly, Blue River
2. Frankie’s Man, Johnny
3. That’s All Over
4. The Troubadour
5. One More Ride
6. That’s Enough

Lado B:
1. I Still Miss Someone
2. Don’t Take Your Guns to Town
3. I’d Rather Die Young
4. Pickin’ Time
5. Shepherd of My Heart
6. Supper-Time

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de dezembro de 2024

O Retorno do Rei

Título no Brasil: O Retorno do Rei
Título Original: Return of the King
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Jason Hehir
Roteiro: Jason Hehir
Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Baz Luhrmann, Bruce Springsteen, Ernst Jørgensen

Sinopse:
O documentário "O Retorno do Rei - Ascensão e Queda de Elvis Presley" traz uma retrospectiva dos primeiros anos da carreira de Elvis, sua ida para Hollywood e a tentativa de colocar sua carreira de volta ao topo em 1968 com um programa especial de retorno no canal de TV NBC. 

Comentários:
Com o lançamento do filme "Elvis" houve toda uma renovação de interesse na carreira desse famoso cantor. E surgiu também uma demanda por programas e documentários sobre sua vida. A Netflix não iria ficar de fora dessa onda de interesse. Então como fã de longa data de Elvis, posso até afirmar que gostei do documentário, mas tenho algumas ressalvas a fazer. No começo pensei que seria um documentário bem focado no "Comeback Special". Eu me enganei. Esse roteiro não foi feito para os antigos fãs, que estejam em busca de detalhes inéditos e desconhecidos, mas sim para os mais jovens que estejam interessados em Elvis. Então mais de dois terços da duração é focado em contar a vida de Elvis antes do programa de televisão. É um longo resgate, que consome quase todo o documentário. Só quando chega mais ou menos uns 25 minutos para o final eles finalmente falam sobre o especial. Em meu caso achei mal estruturado, mas entendo também que eles querem apresentar Elvis para quem não conhece sua história muito bem. Então, no final de tudo, acabei gostando. Meio cansativo por voltar para contar tudo de novo, mais ainda assim não deixando de ser interessante. 

Pablo Aluísio.

Carl Perkins - Dance Album

Carl Perkins - Dance Album
Esse foi o primeiro álbum de Carl Perkins. Isso, por si só, já seria suficiente para colocá-lo em destaque em qualquer seleção de discos da história do rock. Entretanto há mais. É um LP lançado e produzido pela Sun Records. Uma raridade, já que a Sun não tinha estrutura e nem dinheiro suficientes para produzir e lançar um álbum completo como esse. A pequena gravadora de Sam Phillips lançava mesmo singles, compactos simples, que eram mais baratos e fáceis de vender no mercado. E para infelicidade de Phillips esse disco não conseguiu pagar seus custos porque Carl Perkins sofreu um acidente e ficou impedido de promover o álbum devidamente. Com isso o prejuízo veio certo para a pequena companhia de Sam. 

Por outro lado basta dar uma olhada na lista das músicas para bem entender a importância desse trabalho musical. Elvis Presley iria gravar "Blue Suede Shoes" transformando a canção em um dos maiores sucessos de sua carreira. Já os Beatles, nos anos 60, iriam gravar nada mais, nada menos, do que 3 músicas desse álbum em sua discografia oficial. Trata-se das canções Everybody's Trying To Be My Baby, Honey Don't (gravadas e lançadas no álbum "Beatles For Sale" de 1964) e Matchbox (lançada em um EP especial do grupo contendo apenas clássicos do rock). Sure To Fall também ganharia uma versão dos Beatles em seu programa na BBC de Londres, na primeira metade daquela década. Então é isso, mesmo não fazendo o sucesso que merecia, esse LP acabou consagrado com os anos, pois suas faixas foram imortalizadas por outros grandes nomes da história do rock. 

Carl Perkins - Dance Album (1956)
Blue Suede Shoes
Movie Magg
Sure To Fall
Gone, Gone, Gone
Honey Don't
Only You 3:16
Tennessee
Wrong Yo Yo
Everybody's Trying To Be My Baby
Matchbox
Your True Love
Boppin' The Blues

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Lamborghini

Título no Brasil: Lamborghini
Título Original: Lamborghini
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos, Italia
Estúdio: Grindstone Entertainment Group
Direção: Bobby Moresco
Roteiro: Bobby Moresco, Tonino Lamborghini
Elenco: Frank Grillo, Gabriel Byrne, Mira Sorvino

Sinopse:
O filme "Lamborghini: O Homem Por Trás da Lenda" conta a história real do industrial Ferruccio Lamborghini. Após um começo modesto, tocando uma fábrica que produzia tratores para o campo, ele decide entrar no competitivo ramo de mercado dos carros de luxo da Itália. E não demora muito a bater de frente com a poderosa Ferrari. 

Comentários:
Não faz muito tempo assisti a um filme com a biografia de Enzo Ferrari, o todo poderoso fundador de uma das marcas mais conhecidas do mundo do automobilismo. Pois bem, agora assisto a mais uma cinebiografia de outro industrial que inclusive cruzou caminho com o próprio Ferrari. Ferruccio Lamborghini era mesmo um sujeito diferenciado, que tinha muitos sonhos de grandeza e que começou um verdadeiro império com seu modo de pensar. Ao lado de um amigo ele fundou uma pequena fábrica de tratores, uma empresa fundo de quintal mesmo. Aos poucos foi aprimorando seus produtos, até que conseguiu finalmente se tornar o líder de seu nicho de mercado. Só que ele queria mais e o fato de hoje termos o nome Lamborghini imediatamente associado a carros de luxo já diz tudo. Ele realmente soube inovar seu negócio, mudando as diretrizes de sua fábrica, conseguindo competir mano a mano com a Ferrari, uma marca que dispensa maiores apresentações. Então é isso. Um filme muito bom, que mostra que os limites dos sonhos de um verdadeiro empreendedor só cabem a ele mesmo e a ninguém mais. 

Pablo Aluísio.

Gangues de Nova York

Título no Brasil: Gangues de Nova York
Título Original: Gangs of New York
Ano de Lançamento: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Jay Cocks, Steven Zaillian
Elenco: Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz, Daniel Day-Lewis

Sinopse:
Grupos violentos e selvagens lutam por dominação e vingança numa Nova Iorque dominada pelo crime e pela brutalidade nas ruas enlameadas de uma cidade caótica no século XIX. História baseada em fatos reais. 

Comentários:
Esse é um dos filmes mais violentos da carreira do diretor Martin Scorsese. Não quero dizer com isso que seja ruim, mas que é uma película diferenciada em sua trajetória, isso não tem como negar. Eu particularmente fiquei com um pé atrás. Fui assistir no cinema e achei que a violência realmente tomou o primeiro plano. A história e o desenvolvimento dos personagens ficou em segundo plano e isso nunca foi do feitio do diretor. Parece que ele ficou meio "encantado" com essa história rude, suja e violenta nos primórdios de Nova Iorque. O espectador que for atrás de um bom drama vai se decepcionar. Scorsese pareceu mais interessado em mostrar as lutas e as brigas nas ruas cheias de lama de uma Nova Iorque antiga! Com isso perdeu uma excelente oportunidade de aproveitar um elenco realmente muito bom! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Papai

Título no Brasil: Papai
Título Original: Daddio
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Creative Artists Agency 
Direção: Christy Hall
Roteiro: Christy Hall
Elenco: Dakota Johnson, Sean Penn

Sinopse:
Jovem garota chega no aeroporto após uma longa e cansativa viagem e pega um táxi para ir para casa em Nova Iorque. Durante o trajeto ela vai conversando com o taxista e em seu celular vai trocando mensagens com seu amante, um homem mais velho e casado. Conforme a conversa avança, o taxista vai lhe dizendo algumas lições que aprendeu em sua vida. 

Comentários:
Esse filme é bem incomum. A história se passa toda dentro de um táxi. Temos apenas dois atores, conversando. A garota é interpretada pelo atriz Dakota Johnson e o motorista de táxi por Sean Penn. Ela é relativamente jovem (ali na casa dos 30 anos) e está envolvida seriamente com um homem bem mais velho e casado que ela chama carinhosamente de "papai". Conforme a conversa flui ela confessa isso para o velho motorista que logo percebe que a passageira não tem a experiência de vida para entender que definitivamente está fazendo más escolhas em sua vida. Apesar de ter apenas esses dois o filme inteiro, dentro do táxi, não achei o filme cansativo em nenhum momento. Pelo contrário, me mantive realmente interessado na história dela. Tanto Dakota como Penn estão muito bem. Um trabalho digno de aplausos por parte deles. O filme inclusive foi produzido pela própria Dakota. Um momento de criatividade no cinema americano, hoje tão preso a fórmulas chatas e desgastadas à exaustão. Qualquer coisa diferente dessa situação é certamente muito bem-vinda pelos espectadores em busca de algo mais original, diferenciado. 

Pablo Aluísio.

Pacto dos Lobos

Título no Brasil: Pacto dos Lobos
Título Original: Le pacte des loups
Ano de Lançamento: 2001
País: França
Estúdio: Canal+
Direção: Christophe Gans
Roteiro: Christophe Gans
Elenco: Samuel Le Bihan, Vincent Cassel, Mark Dacascos, Monica Bellucci, Jérémie Renier, Émilie Dequenne

Sinopse: 
No reinado de Luís XV, na França, uma série de ataques brutais acontecem no meio rural. Camponeses são mortos de forma extremamente violenta por uma fera, que ninguém consegue caçar ou matar. O monarca francês então envia uma expedição para colocar fim em tudo o que está acontecendo. 

Comentários:
Em um primeiro momento pode até não parecer, mas parte da história contada nesse filme foi baseada em fatos históricos reais. Realmente aconteceram as mortes, realmente havia uma fera selvagem matando seres humanos e tudo mais. Só que era um lobo, que tinha um tamanho muito acima da média e era extremamente feroz. Se o filme tivesse optado apenas em contar essa história ele seria muito bom! O fato histórico já é curioso o bastante para segurar o espectador interessado na própria história. Só que os roteiristas foram além, embarcando numa aventura de fantasia que transforma o filme todo numa grande bobagem. Eu fiquei interessado enquanto o filme seguiu os passos da história real. Quando eles pularam para o barco da fantasia a coisa toda ficou muito ruim! O tal monstro é muito mal feito. Uma computação gráfica que não engana ninguém. Eu lamentei quando isso aconteceu. O filme vinha tão bem, tão interessante. Pena que a tentativa de pular para o sobrenatural tenha estragado tudo. Quando isso aconteceu, sinceramente, perdi todo o interesse pelo filme. Enfim, muito potencial desperdiçado por causa de escolhas erradas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

O Massacre da Serra Elétrica 3

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica 3
Título Original: Leatherface: Texas Chainsaw Massacre III
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jeff Burr
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper
Elenco: Kate Hodge, Ken Foree, Viggo Mortensen

Sinopse:
Um casal de jovens namorados se perde numa estrada perdida e empoeirada do Texas. Depois de pedir informações em um posto de gasolina, onde encontram pessoas nada amigáveis, eles vão para a estrada de novo e acabam indo parar numa velha fazenda, caindo aos pedaços, onde vive uma família de assassinos canibais. 

Comentários:
O primeiro filme dos anos 70 já era considerado um clássico do terror slasher. O segundo, rodado nos anos 80, partia para o deboche. Esse terceiro dos anos 90 tentava recolocar a franquia nos eixos novamente, apostando novamente no terror. Foi o úlitmo da trilogia original. Não deu muito certo. O filme tem um roteiro muito fraco e no quesito "sangue e tripas" deixa a desejar. Na verdade o filme é até bonitinho demais para uma franquia tão sangrenta como essa. Ao invés do slasher optou-se por algo mais soft, justamente para que o filme fosse mais bem sucedido do ponto de vista comercial. O elenco é todo formado por jovens, mas quem se destaca é Viggo Mortensen, muitos anos antes da trilogia O Senhor dos Anéis. Ele interpreta um típico cowboy do Texas, que no começo parace ser a única pessoa confiável naquele lugar onde Judas perdeu as botas. O que o casalzinho viajante nem desconfia é que ele é também um dos sobrinhos da família do Leatherface. A partir daí é um Deus nos acuda. Enfim, filme fraco. Melhor rever a podreira do filme original. 

Pablo Aluísio.

O Enigma de Outro Mundo

Título no Brasil: O Enigma de Outro Mundo
Título Original: The Thing
Ano de Lançamento: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Carpenter
Roteiro: Bill Lancaster, John W. Campbell Jr
Elenco: Kurt Russell, Wilford Brimley, Keith David

Sinopse:
Uma expedição de pesquisadores e aventureiros parte para o gelado continente da Antártica. Chegando lá, eles acabam explorando cavernas e lugares isolados e terminam despertando algo que a própria ciência humana desconhecia, colocando suas vidas em grande perigo. 

Comentários:
Em minha opinião John Carpenter ainda não teve o reconhecimento que merecia. Dentro desse estilo de cinema, ele foi seguramente um dos cineastas mais originais e talentosos da história do cinema americano. Um verdadeiro gênio, seguidor mais sofisticado de Roger Corman. E esse filme aqui sempre será lembrado como um dos melhores de sua filmografia. Não é apenas bom, mas igualmente influente. Penso que foi um dos filmes mais influentes dos anos 80 e isso pode ser sentido até os dias atuais. O uso do suspense, do jogo de sombras e luzes e da própria história em si, não deixa dúvidas que é um dos melhores filmes daquela década, que sempre será reconhecda por ser um tempo mais do fértil para a sétima arte. Assim deixo a recomendação para quem ainda não viu essa obra-prima Sci-fi assinada pelo grande John Carpenter. É um daqueles filmes para se ter na coleção para sempre rever de tempos em tempos. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 17

Provavelmente o último filme de John Wayne ao velho estllo tenha sido "O Anjo e o Malvado" (Angel and the Badman, 1947). Esse western seguia a fórmula das antigas fitas que Wayne havia feito bem no começo de sua carreira. Ele próprio escolheu o roteiro, bancou o filme através de sua recém criada companhia cinematográfica e atuou na distribuição ao lado da Republic Studios, que não teria vida longa, fechando as portas em poucos anos. Na realidade o próprio Wayne dirigiu esse filme, mas por receio de ser criticado, acabou colocando o roteirista do filme como creditado na direção. Isso mostrava que ele ainda tinha uma certa insegurança de ser visto como um cineasta em Hollywood. 

Depois disso John Wayne entraria definitivamente na grande fase de sua carreira. Ele deixaria os pequenos filmes de bang-bang de lado para atuar em filmes de western que mais se pareciam com grandes épicos sobre a fundação dos Estados Unidos. Grande produções, com elencos milionários, filmes dirigidos por grandes mestres da sétima arte. Foi a era de ouro de sua carreira. 

"Sangue de Heróis" (Fort Apache, 1948) foi seu primeiro grande filme nessa nova era. Dirigido por John Ford, o elenco contava ainda com outro grande astro de Hollywood naqueles anos, o excelente Henry Fonda. O diretor Ford queria contar a história da cavalaria norte-americana na conquista do Oeste selvagem. Sua ideia inicial era construir uma série de filmes sobre esse tema e esse seria o mais bem acabado nesse seu ambicioso projeto. 

Um grande filme, de fato. Marcou época e se tornou um dos maiores sucessos cinematográficos do ano. John Wayne e Henry Fonda se deram muito bem no set de filmagens. Tanto que se pensava na época que eles iriam trabalhar juntos em outros filmes com mais frequência. Algo que infelizmente não iria acontecer. Fort Apache fez tanto sucesso que Wayne não largou mais John Ford. Ele havia encontrado o diretor que tanto procurava, desde o começo de sua carreira, nos distantes anos 1920. Seria a consolidação de uma grande parceria entre eles. E o cinema só teria a ganhar com eles trabalhando juntos! 

Pablo Aluísio. 

Duelo em Diablo Canyon

Título no Brasil: Duelo em Diablo Canyon
Título Original: Duel at Diablo
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Ralph Nelson
Roteiro: Marvin H. Albert, Michael M. Grilikhes
Elenco: James Garner, Sidney Poitier, Bibi Andersson

Sinopse:
Jess Remsberg (James Garner) é um cowboy que após salvar uma mulher branca das garras dos apaches acaba entrando como batedor numa caravana liderada por um tenente do exército americano. O objetivo é atravessar uma região dominada por apaches guerreiros rebeldes, que querem se vingar da presença do homem branco na região. A travessia logo se tornará um jogo de vida e morte entre nativos e soldados da cavalaria.

Comentários:
Um western americano muito subestimado, assim eu vejo esse "Duel at Diablo" que apesar de sua boa recepção na época de seu lançamento foi perdendo prestígio ao longo dos anos até ser quase que completamente esquecido. O filme é de um tempo de transição para o faroeste americano, onde ainda havia uma simbiose entre o velho western - dos filmes de cavalaria de John Ford - e elementos novos, como uma trilha sonora de rock, com guitarras e instrumentos modernos. Some-se a isso personagens que eram raros nos antigos filmes, como um negro bem sucedido, com boas roupas e desafiando seus "superiores" brancos - em excelente atuação de Sidney Poitier que dá vida a um ex-sargento, agora comerciante de cavalos para o exército, que não aceita mais se rebaixar para seu antigo tenente dos tempos de cavalaria. O roteiro é muito bom e investe em uma situação limite com os soldados e demais membros da caravana emboscados no Diablo Canyon, sem lugar a concessões que suavizem a ferocidade dos nativos americanos daquele período. Por fim há a boa presença do ator James Garner (falecido recentemente em julho desse ano) que empresta muito carisma ao seu personagem em cena. Diante de tudo isso "Duelo em Diablo Canyon" é um western sessentista que merece ser redescoberto pelos fãs do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Minha Esperança é Você

Título no Brasil: Minha Esperança é Você
Título Original: A Child Is Waiting
Ano de Lançamento: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Cassavetes
Roteiro: Abby Mann
Elenco: Burt Lancaster, Judy Garland, Gena Rowlands, Paul Stewart, Gloria McGehee, Lawrence Tierney

Sinopse:
Jean Hansen (Judy Garland) é um pianista que vai trabalhar em uma instituição de tratamento de crianças com necessidades especiais. O lugar é administrado pelo Dr. Matthew Clark (Burt Lancaster), um profissional sério e honesto. E aos poucos Jean vai compreendendo os desafios de se lidar com todas aquelas crianças. 

Comentários:
Esse filme é muito humano e me tocou demais! Com poucas cenas já estava impactado por sua mensagem. O filme foi todo rodado em uma instituição real. As crianças que você vê em cena eram internos daquela instituição. E tudo o que é mostrado é de cortar o coração. Eu fiquei especialmente chocado com uma realidade que nunca havia visto em filme nenhum. Muitos pais abandonavam seus próprios filhos nesses lugares! Eles iam deixar as crianças lá afirmando que viriam depois para as visitar, mas desapareciam para sempre. Não queriam ter o fardo de criar filhos com deficiências intelectuais e outros tipos de doenças mentais. Uma realidade muito, muito triste! Esse filme conta uma história tão forte que deu para perceber como a Judy Garland ficou tocada por tudo o que viu. Emoção sincera, nada de atuação. Ela ficou visivelmente abalada do ponto de vista psicológico. E o Burt Lancaster merece todos os meus aplausos. Para um ator que começou no cinema interpretando piratas acrobatas em filmes de sete mares, escolher um filme como esse, olha tinha que ter muito caráter e coragem. Enfim, um filme maravilhoso. Nota 10 com louvor! 

Pablo Aluísio.

Sei Onde Fica o Paraíso

Título no Brasil: Sei Onde Fica o Paraíso 
Título Original: I Know Where I'm Going!
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: General Film Distributors (GFD)
Direção: Michael Powell, Emeric Pressburger
Roteiro: Michael Powell, Emeric Pressburger
Elenco: Wendy Hiller, Roger Livesey, George Carney, Duncan MacKechnie, Ian Sadler, Roger Livesey

Sinopse:
Uma jovem inglesa viaja para uma região distante com o objetivo de se casar com seu noivo mais velho e rico. Quando o tempo os mantém separados em ilhas diferentes, ela começa a ter segundos pensamentos sobre sua situação.

Comentários:
Filme de época, bom drama do passado. Aqui é o que se costuma chamar de roteiro sobre costumes, sobre um tempo que nos dias de hoje já não existe mais. No centro da questão o velho dilema envolvendo mulheres jovens e belas que precisam se casar com homens mais velhos e ricos para manter seu status. Era mais comum em tempos mais antigos. Hoje em dia as mulheres de uma maneira em geral procuram abrir seus próprios caminhos, embora obviamente o velho "golpe do baú" ainda esteja em moda em certas camadas da população mais pobre. No elenco não há nenhum grande astro de Hollywood da época e o filme procura se sustentar basicamente na história que conta, o que no final das contas se revela ser uma boa escolha da direção. Cheio de cenas mais fortes do ponto de vista dramático, o filme se salva mesmo pela beleza dos diálogos e pela dramaticidade do elenco. E a história mostra acima de tudo como era complicada a vida de uma mulher procurando por seu lugar dentro da sociedade. Humilhação e submissão eram coisas comuns naquela época.

Pablo Aluísio.