quarta-feira, 30 de abril de 2025

O Macaco

O Macaco 
Algumas histórias só poderiam sair da mente doentia de Stephen King. Sim, doentia e de certo modo dono de uma criatividade sem fim, se bem que devo ser sincero nessas linhas, dessa vez o King não foi tão criativo como poderíamos esperar. Até porque essa coisa de brinquedos amaldiçoados já foi bem explorada pelo cinema de terror. Nos anos 80 já era uma coisa batida! Então realmente não tem tanta novidade nesse conto, mas vamos lá... A história gira em torno de um brinquedo, um macaco que toca tambor. E todas as vezes que ele desce suas baquetas uma desgraça acontece. As mais bizarras mortes acontecem. Superficialmente eles são designadas por acidentes mesmo, mas não se engane sobre isso, são maquiavélicas mortes promovidas pelo Macaco. 

Então surge esses dois irmãos que cruzam caminho com o brinquedo do Macaco. Eles são gêmeos, mas com personalidades bem opostos. Enquanto um é mais sensível, o outro é um babaca irritante. E não demora muito para que eles entendam que o Macaco causa mortes por onde passa. Depois de várias delas, inclusive de sua mãe, eles decidem jogar o velho brinquedo em um poço. O tempo passa, os garotos se tornam adultos, viram pais e as mortes recomeçam. E fica a dúvida pois o Macaco foi jogado dentro do poço. Provavelmente alguém tirou o brinquedo de lá, abrindo de novo as portas do inferno. O que teria acontecido?

Eu até me diverti com o filme, mas bem sabendo e com a consciência de que esse novo filme é na verdade um prato requentado. Nada de muito novo. Como é uma obra do Stephen King despertou interesse, mas nada de muito especial você encontrará por aqui. É um de seus contos menos conhecidos. De bom mesmo temos um humor negro que muitas vezes funciona bem. Acontece nas mortes, já que a maioria delas são bem bizarras, algumas feitas pra rir mesmo, por mais estranho que isso possa parecer. Pois é, como eu já escrevi, a mente do King tem dessas coisas. É bem doentia! 

O Macaco (The Monkey, Estados Unidos, 2025) Direção: Osgood Perkins / Roteiro: Osgood Perkins, baseado em conto de horror escrito por Stephen King / Elenco: Theo James, Tatiana Maslany, Christian Convery / Sinopse: Na aparência parece ser apenas um antigo brinquedo. Um boneco de macaco que toca tambor. Só que sempre que o macaco toca, uma desgraça acontece. E ele está de volta, após 25 anos desaparecido. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 29 de abril de 2025

Indomável

Título no Brasil: Indomável
Título Original: The Spoilers
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Rex Beach, Lawrence Hazard
Elenco: Marlene Dietrich, Randolph Scott, John Wayne, Margaret Lindsay, Harry Carey 

Sinopse:
Durante a corrida do ouro no século XIX, dois mineiros e exploradores, Roy Glennister (John Wayne) e Al Dextry (Harry Carey), tentam descobrir uma mina com o valioso metal nas montanhas geladas da região, financiados pela cantora de saloons Cherry Malotte (Marlene Dietrich). Antes porém terão que enfrentar o ganancioso Alexander McNamara (Randolph Scott) que também está de olho em toda aquela riqueza mineral do subsolo. Roteiro baseado na novela escrita por Rex Beach.

Comentários:
O elenco desse western é simplesmente maravilhoso. Imagine ter em um mesmo cast três grandes nomes da história do cinema, a saber: John Wayne, Randolph Scott e Marlene Dietrich. Para fãs de faroeste ter dois grandes mitos do gênero na mesma produção já é algo que o torna completamente obrigatório. É uma pena que Wayne e Scott não tenham trabalhado mais vezes juntos. Além de grandes ícones do estilo, eles se entrosavam muito bem em cena. Talvez o fato de Randolph Scott ter abandonado o cinema no começo da década de 1960 explique a ausência de mais filmes com a dupla. Infelizmente Scott pendurou as esporas cedo demais, já que John Wayne seguiria trabalhando até o fim de sua vida e após a aposentadoria de Scott entraria numa das fases mais importantes de sua carreira, estrelando grandes clássicos do cinema de faroeste. Já Marlene Dietrich repete de certa forma um tipo de papel que seria muito comum e recorrente em sua filmografia, a da cantora e dançarina de cabarés, esbanjando sensualidade e uma personalidade forte e marcante - o que no final das contas a tornavam ainda mais sensual e atraente para os homens. Já que o filme se passa no velho oeste seu cenário se torna um saloon, cheio de pistoleiros, cowboys e toda a fauna típica desse tipo de filme. A produção recebeu uma única indicação ao Oscar, na categoria de melhor direção de arte, mas merecia muito mais, pois é de fato um faroeste acima da média, bem marcante, que hoje em dia frequenta tranquilamente todas as listas dos cem maiores títulos do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Rasputin - O Monge Louco

Rasputin - O Monge Louco 
Christopher Lee interpretando o louco Rasputin?! Ora, meu caro, não precisava falar mais nada para que eu prontamente fosse assistir a esse clássico da Hammer. Você, prezado cinéfilo, aliás pode falar qualquer coisa sobre esse estúdio de cinema inglês, menos que os profissionais que lá trabalhavam não tinham classe. Isso eles tinham de sobra e isso fica claro em cada cena desse filme. Claro que não haveria como contar a história de Rasputin, com tantas nuances históricas, em um filme curto, feito nos anos 60 e que tinha a proposta singela apenas de ser mais uma fita de terror da Hammer. Só que, a despeito disso, o que temos aqui é um filme muito, mas muito bom! Diria até surpreendemente muito acima da média, inclusive do que a Hammer produzia naquela década. 

O Rasputin de Lee é um insano, um bruto, que diz curar as pessoas. Usando de técnicas de hipnose ele sai controlando quem cai em sua teia de charlatanismo e misticismo barato! E quando a própria imperatriz da Rússia cai em sua lábia, ele começa a abusar do poder conquistado. Na história real a presença de Rasputin na monarquia representou sua desgraça. No filme, sem tempo para entrar nesses detalhes históricos, o que vemos é um roteiro que consegue até mesmo ser bem respeitoso com a história real. 

Não é historicamente preciso em detalhes, afinal essa é uma fita de terror da Hammer, mas mesmo em sua singeleza conseguiu preservar o mais essencial dessa estranha e bizarra figura histórica. E Christopher Lee como Rasputin é um show á parte. Quando interpretava Drácula ele realmente não tinha muito o que dizer. Era apenas um monstro, praticamente mudo! Com Rasputin esse ator teve a oportunidade de declamar com a maior convicção seus diálogos. O Lee realmente era um ator diferenciado e sua presença faz todo o diferencial. Então é isso. Gosta de clássicos do terror da Hammer com pitadas de história? Então não deixe de conhecer esse Rasputin do Christopher Lee. 

Rasputin - O Monge Louco (Rasputin: The Mad Monk, Estados Unidos, 1966) Direção: Don Sharp / Roteiro: Anthony Hinds / Elenco: Christopher Lee, Barbara Shelley, Richard Pasco / Sinopse: O filme conta a história, baseada em fatos reais, de um religioso chamado Rasputin que no começo do século XX caiu nas graças da família imperial russa, trazendo discórdia, ódio e desavenças no reinado do Czar Nicolau II. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 27 de abril de 2025

The Witcher: Sereias das Profundezas

The Witcher: Sereias das Profundezas 
Engraçado, mas a verdade é que eu apenas suporto esse personagem do Witcher em animações. Pois é, eu gosto das animações do personagem, mas já tentei e não gostei nem da série original e muito menos dos seus derivados. Acho bem fracos, quase bregas. Só que quando suas histórias são colocadas em animação a coisa toda funciona muito bem. Gente, esse personagem nasceu para virar desenho animado, não tem jeito! Até pela presença de monstros que ele vai lutando ao longo de sua jornada do herói. Um monstrengo desses é mais fácil de engolir numa boa animação de fantasia. É justamente o que acontece por aqui. 

Nessa história ele chega numa região para matar monstros marinhos que estão atacando e matando pescadores. Só que o Bruxo logo descobre que tem algo a mais acontecendo. Há um reino de sereias naquelas águas. Mais do que isso, o próprio herdeiro do Reino está apaixonado por uma das sereias. Isso é um problema e tanto para o Rei. Afinal aquele é o herdeiro de seu trono. A história assim se desenvolve. Tem boas cenas com muita ação e fantasia. Quem curte o gênero não tem mesmo nada a reclamar. E há monstros em diversos tipos, com direito a um Kraken (uma espécie de polvo gigante) atacando aquelas velhas naus de madeira do passado. Enfim, pode encarar sem problemas. Está na Netflix e é uma diversão garantida para quem gosta especialmente do gênero Fantasia com monstros e seres mitológicos. 

The Witcher: Sereias das Profundezas (The Witcher: Sirens of the Deep, Estados Unidos, Japão, 2025) Direção: Kang Hei Chul / Roteiro: Mike Ostrowski, Rae Benjamin, Andrzej Sapkowski/ Elenco: Doug Cockle, Joey Batey, Anya Chalotra / Sinopse: Um caçador de seres sobrenaturais é contratado para matar um monstro que está matando pescadores e homens que vivem do mar. E ele acaba descobrindo que existe toda uma civilização desenvolvida nas profundezas dos oceanos. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 26 de abril de 2025

Papa Francisco

Papa Francisco
Hoje foi sepultado o Papa Francisco. Sempre será lembrado por esse que escreve essas linhas como um bom homem que procurou priorizar os mais pobres, os marginalizados da sociedade. Não por acaso adotou o nome de Francisco, baseado na vida de Francisco de Assis, o santo conhecido em sua época como "o pobrezinho", um homem também de espírito elevado que procurava seguir os ensinamentos de Jesus ao pé da palavra. Ao ler que Jesus havia falado que devíamos abdicar de todos os bens terrenos, ele assim o fez, vivendo uma vida de pobreza e humildade. 

Um aspecto interessante do Papado de Francisco é que ele também sempre será lembrado como, muito provavelmente, o mais progressista (entenda-se esquerdista) de todos os Papas que já passaram pelo Vaticano. E isso se deu depois de dois Papas bem conservadores, João Paulo II e Bento XVI. Não é de se admirar que seus posicionamentos tenham criado certa controvérsia entre os conservadores (tanto os verdadeiros como os falsos). Eu nunca pensei assim, sempre o vi como um Humanista, acima de tudo, mas respeito os que pensam de forma diversa. 

Penso de modo diferente. Todas as pessoas possuem seu contexto de vida e isso delimita seus posicionamentos políticos e ideológicos na vida. Francisco foi um humanista cristão puro pois viveu os horrores da Ditadura Militar na Argentina. Ao ver seus amigos padres jesuítas sendo mortos pelos militares, não haveria outro posicionamento a se tomar. Claro que ele adotou um modo de pensar mais de acordo com a esquerda, não haveria como pensar diferente, ao viver tamanho brutalidade durante a sanguinária Ditadura Militar em seu país, mas no fundo ele priorizou mesmo o humanismo, não o esquerdismo. Foi acima de tudo uma defesa! Não se poderia compactuar com aqueles assassinos. 

Mas deixemos tudo isso de lado. Francisco foi acima de tudo um bom homem. Sim, ele muitas vezes bateu de frente com a visão mais conservadora da Igreja, mas isso também era de esperar. Para uma organização que já tem 2 mil anos de existência há de se supor que ela também seja moldada pelas mudanças dentro da própria sociedade. Não há como parar no tempo, com pensamentos e posições presas na rocha! Na cultura humana isso simplesmente não existe. Há de se ter algum avanço para frente. Francisco tentou esse tipo de posicionamento, embora tenha sofrido com isso uma intensa campanha de difamação, calúnia e destruição de reputação. Nesse aspecto também foi um herdeiro de Pio XII que também foi muito difamado e caluniado, tanto em vida como após sua morte. 

Tudo isso agora é história. E de história a Igreja Católica é imbatível. Tradição e história formam os alicerces dessa religião que já passou por tudo, mas ainda está aí. Penso que Francisco, como já frisei, será lembrado como um bom homem e um Papa controvertido. Tudo de acordo com o que ele pensava e pregava. Afinal dizia que devemos romper com certos tipos de mentalidades do passado. Ele estava mais do que certo nesse aspecto. Ao seu modo foi um homem livre e esse será, no meu ponto de vista, seu grande legado como Papa. 

Pablo Aluísio.

O Julgamento do Papa Formoso

O Julgamento do Papa Formoso
Quando o Papa Formoso subiu ao trono de Pedro no dia 6 de outubro de 891 o povo de Roma celebrou. Ele era bem visto dentro de um clero católico que era marcado pela corrupção. Naqueles tempos, hoje distantes, o poder de um Papa era maior do que o poder de qualquer rei, imperador ou monarca europeu. De certa forma todos os que tinham ambição de subir ao poder máximo em suas nações precisava da aprovação do Papa em Roma. 

E Formoso não era um Papa fácil de convencer nesse sentido. Ele não gostava da família Espoleto que almejava subir ao poder máximo do Sacro Império Romano-Germânico. Por essa razão não deu sua aprovação para tal. Também impediu a subida de pessoas corruptas ao trono do Patriarcado de Constantinopla. Do mesmo modo entrou na sucessão do trono da França, o que lhe rendeu muitos inimigos poderosos. De certa maneira muitos nobres da época queriam a morte de Formoso. 

O Pontificado de Formoso foi curto, durou apenas 4 anos. Ele escapou de várias tentativas de envenenamento, mas acabou morrendo de um AVC fulminante, que o matou enquanto ele estava sentado no trono de Pedro, numa audiência pública. Ao falecer tinha 80 anos de idade. Na Idade Média essa era uma expectativa de vida de surpreender, pois a maioria das pessoas morriam por volta dos 40 anos! 

Com sua morte todos os seus inimigos finalmente chegaram ao poder. Esses novos reis e imperadores subornaram o corrupto Papa Estêvão VI para que julgasse o Papa Formoso, com o objetivo de destruir sua reputação, ainda que ele estivesse morto. O que se deu depois foi um julgamento completamente bizarro!

O corpo em decomposição do Papa Formoso foi retirado de sua tumba e levado para uma sala de julgamentos no Vaticano. Colocaram seu corpo ali e começaram uma série de acusações contra o falecido. O corrupto Papa Estêvão VI apontava o dedo para o corpo de Formoso, dizendo que ele era herege e filho de Lúcifer. Depois tiraram as vestes papais do Papa morto e o condenaram. A sentença dizia que seus restos mortais deveriam ser jogados no Rio Tibre! E assim fizeram. Quando o povo de Roma soube de tudo houve um choque coletivo. Mesmo na Idade Média aquilo era demais! Uma coisa horrenda que revelava o lado corrupto e perverso do novo Papa. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

O Brutalista

O Brutalista 
Esse filme conta a história do arquiteto László Toth. Judeu, conseguiu sobreviver ao campo de concentração nazista para onde foi enviado. Em liberdade, decidiu ir embora para os Estados Unidos. Conseguiu um pequeno trabalho na loja de móveis de um amigo, mas a verdade é que sua realidade era bem dura nesses primeiros tempos, chegando a trabalhar como peão comum em obras de construção civil para sobreviver. Sua sorte mudou quando foi contratado pelos filhos de um milionário para melhorar a biblioteca de sua mansão. Com o tempo esse mesmo magnata chamado Harrison Lee Van Buren o contrataria para a obra de sua vida, uma grande construção feita inicialmente para a comunidade, mas que com o tempo ganhou ares de revolução na arquitetura moderna. O interessante é que depois ficamos sabendo que essa obra teria se inspirada na crueza e na brutalidade dos próprios campos de concentração. Então a denominação de brutalismo para esse tipo de arquitetura estava mais do que adequada. Sua grande genialidade foi tornar suas tristes e amargas lembranças em uma obra-prima! Transformar o pesadelo do passado em algo bom, bonito, para deleite das pessoas. 

Em linhas gerais esse é um bom filme. Para o ator Adrien Brody significou o Oscar de melhor ator. Um prêmio que teve sua dose de controvérsia. Isso porque descobriu-se depois que a Inteligência Artificial havia sido utilizada para melhorar seu sotaque estrangeiro! Pois é, nem tudo o que você ouvirá nesse filme veio diretamente da boca do ator, mas de uma máquina! A que ponto chegamos! De qualquer maneira não vou aqui desmerecer seu trabalho de atuação. Ele se entrega mesmo ao papel, principalmente nas cenas mais complicadas, como o abuso de drogas por parte do protagonista. Foi uma vida sofrida, mas que gerou bons e belos frutos. Esse tipo de história merece mesmo ser contada pelo cinema. 

O Brutalista (The Brutalist, Estados Unidos, 2024) Direção: Brady Corbet / Roteiro: Brady Corbet, Mona Fastvold / Elenco: Adrien Brody, Felicity Jones, Guy Pearce / Sinopse: O filme conta a história real de um arquiteto judeu que imigra para os Estados Unidos após sobreviver a um campo de concentração nazista. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor música, melhor direção de fotografia (Lol Crawley) e melhor ator (Adrien Brody). 

Pablo Aluísio. 

Stuart Sutcliffe: O Beatle que Foi Esquecido

Stuart Sutcliffe: O Beatle que Foi Esquecido
Documentário sobre esse Beatle que não chegou a ver o grande sucesso da banda. Ele morreu muito jovem, com apenas 21 anos de idade! Era grande amigo de John Lennon e apesar de não saber tocar direito foi colocado no grupo. Ele nunca saberia, por exemplo, que aquele pequeno grupo de amigos ingleses que tocavam covers de rocks americanos em boates de quinta categoria em Hamburgo na Alemanha, se tornaria a maior banda de rock da história!  Olhando para o passado foi algo bem trágico. Ele tinha toda uma vida pela frente, queria ser pintor, estava ao lado de uma garota alemã, a Astrid, que ele considerava o amor de sua vida. Assim morrer tão precocemente, realmente é uma história muito triste.

O que mais vale a pena nesse documentário, além de relembrar o próprio Stu, é o fato de que a história é contada por quem a viveu, em especial a própria Astrid. Essa mesmo história já foi contada pelo cinema no ótimo filme "Os Cinco Rapazes de Liverpool", mas aqui vemos as pessoas reais, relembrando os eventos reais. Não se trata de um roteiro para cinema. E nele ficamos sabendo que Stu morreu de uma hemorragia cerebral, causada por uma forte pancada. Lennon meio que se culpava de sua morte, pois houve mesmo um ato de violência entre os dois. Teria sido essa a causa de sua morte? Nunca saberemos ao certo, pois a verdade foi para o túmulo com quem a viveu! De qualquer forma podemos ver muitos paralelos entre ele e um de seus grandes ídolos, James Dean. Ele não apenas se parecia com Dean, mas de certa maneira viveu também uma tragédia pessoal muito semelhante. É a tal máxima de viver muito intensamente, de maneira rápida, para morrer jovem! Ele foi o James Dean da história dos Beatles e de quebra deixou sua voz imortalizada numa interessante versão em que cantava Love Me Tender do Elvis. Mais anos 50 do que isso, impossível! 

Stuart Sutcliffe: O Beatle que Foi Esquecido (Stuart Sutcliffe: The Lost Beatle, Inglaterra, 2005) Direção: Steve Cole / Roteiro: Steve Cole / Elenco: Stuart Sutcliffe, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison (em imagens de arquivo), Astrid Kirchherr,Tony Sheridan, Klaus Voormann / Sinopse: Documentário que resgata a figura do primeiro baixista dos Beatles, morto precocemente. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Redes do Crime

Redes do Crime 
Esse filme me lembrou muito de "Os Bons Companheiros" de Martin Scorsese. A história é muito parecida e curiosamente são dois filmes baseados em fatos reais. Na trama temos dois amigos. Eles foram criados em um bairro dominado pela Máfia de Boston. E ainda jovens eles passam a ser protegidos por um Capo da Cosa Nostra. Só que os anos passam e eles continuam sem oportunidades de crescer dentro da hierarquia do crime. Estão sempre fazendo os "serviços" sem importância. Coisa de gente mixuruca. Então decidem agir por contra própria, algo que sempre foi proibido pelas regras do crime organizado. 

De forma insensata e mal planejada eles decidem roubar um daqueles carros fortes que transportam dinheiro entre agências bancárias. Isso tudo realizado em plena luz do dia. Algo que vai causar muitos problemas para a dupla, e não apenas em relação aos policiais, mas aos mafiosos também que não deram ordens para que aquele tipo de crime fosse executado por alguma das famílias mafiosas da cidade. O tempo, obviamente fecha para eles. Gostei bastante desse filme. Apesar de ser bem mais modesto do que "Os Bons Companheiros", é um filme bem realizado com roteiro muito bom. É um retrato bem realista da entrada de jovens criminosos nesse tipo de organização criminosa. 

Redes do Crime (What Doesn't Kill You, Estados Unidos, 2008) Direção: Brian Goodman / Roteiro: Brian Goodman, Paul T. Murray, Donnie Wahlberg / Elenco: Ethan Hawke, Mark Ruffalo, Brian Goodman / Sinopse: Dois amigos, que cometem pequenos crimes há muitos anos, decidem realizar o roubo de um carro forte em plena luz do dia, em Boston. O crime, ousado e mal planejado, vai acabar colocando os dois em muitos problemas. 

Pablo Aluísio. 

Seals: Operação Resgate

Seals: Operação Resgate
Nos tempos em que ainda havia a venda de mídia física se dizia que esse era o tipo de produção que era feita para venda direta ao consumidor, em DVD. Como hoje em dia isso praticamente acabou, essas empresas de produção de filmes B lançam esses filmes diretamente no mercado de streaming. Pois é, temos aqui um filme tipicamente B, para consumo rápido. O roteiro não traz nada de novo, apenas mais uma variação do velho tema do "Exército de um homem só". Um neto do Rambo! No enredo temos um soldado americano das tropas de elite, Seals. Ele é o único sobrevivente da queda de um helicóptero de seu grupo, que agora se vê cercado por todos os lados por membros do Talibã. 

A luta pela sobrevivência nessa montanha do Afeganistão se torna mais complicada depois que ele encontra uma garotinha americana, a única sobrevivente de um massacre de missionários. Assim o soldado agora precisa não apenas sobreviver ao Talibã, como também proteger aquela menininha. Na sua perseguição os Talibãs querem sangue e vingança contra os que fizeram tanto mal ao seu país. Então o filme é basicamente isso. Embora tenha aquelas cenas todas de mortes em massa (do inimigo, claro), o filme tem também suas pausas, afinal há uma criança no meio do tiroteio. Pena que o ator Johnny Strong que interpreta o soldado, seja tão brucutu que não consiga transmitir sequer uma emoção real que seja em sua "interpretação". Se bem que, pensando bem, o público que curte esse tipo de filme também não vai reclamar muito de seus poucos dotes dramáticos. 

Seals: Operação Resgate (Warhorse One, Estados Unidos, 2023) Direção: William Kaufman, Johnny Strong / Roteiro: Johnny Strong, William Kaufman / Elenco: Johnny Strong, Athena Durner, Raj Kala / Sinopse: Durante a Guerra do Afeganistão um soldado da tropa de elite da Marinha americana (Seals) tenta sobreviver após seu helicóptero ser abatido por forças inimigas. E ele também vai ter que proteger uma criança que encontra pelo meio do caminho. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Último Capítulo

Título no Brasil: O Último Capítulo
Título Original: I Am the Pretty Thing That Lives in the House
Ano de Lançamento: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Osgood Perkins
Roteiro: Osgood Perkins
Elenco: Ruth Wilson, Paula Prentiss, Bob Balaban

Sinopse:
Uma jovem enfermeira e cuidadora é contratada para viver ao lado de uma idosa que sofre de demência (Doença de Alzheimer). No passado essa senhora foi uma escritora de sucesso de livros de terror. Agora, sozinha e tendo ataques de delírio, ela parece tentar se comunicar com uma antiga personagem de seus contos. E para surpresa da cuidadora essa estranha presença também se manifesta a ela, pelas sombras da madrugada, naquela casa sinistra. 

Comentários:
Essa película é o que eu chamaria de um bom filme de terror psicológico. É a tal coisa, quanto mais intimista, quanto mais sutil um filme de terror, melhor ele será. Não tem jeito. O próprio Alfred Hitchcock sempre dizia que um bom suspense é construído através de climas e sugestões. Nada de escancarar ou partir para o sensacionalismo. É justamente o que vemos nesse filme que tem um roteiro que fez todas as escolhas certas. Antecipo que é um filme de fantasmas, então se você curte esse tipo de história, assista sem maiores receios. Também deixo claro que é tudo desenvolvido no seu próprio tempo. A trama vai se desvendando aos pouquinhos, sem pressa. Por isso cinéfilos apressadinhos demais podem ficar impacientes. Entre no clima do filme e aproveite todas as revelações. Espere e respeite o tempo do roteiro. Eu sinceramente matei muitas das charadas, mas cada um é cada um. Quem sabe o desenrolar dos acontecimentos não vai lhe causar grandes surpresas! Enfim, não deixe de ver. 

Pablo Aluísio.

Voo Noturno

Título no Brasil: Voo Noturno 
Título Original: The Night Flier
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Mark Pavia
Roteiro: Stephen King, Mark Pavia
Elenco: Miguel Ferrer, Julie Entwisle, Dan Monahan

Sinopse:
Uma série de mortes violentas começam a ocorrer em diversas pequenas pistas de pouso pelo interior dos Estados Unidos. Um jornalista investigativo de um joornal bem sensacionalista começa a ir atrás de pistas e acaba descobrindo, para sua total surpresa, que um vampiro pode estar por trás de todos esses massacres! História inspirada em conto escrito por Stephen King. 

Comentários:
Esse foi um dos filmes de vampiros mais estranhos que já assisti na minha vida. A história só poderia sair mesmo da mente de um sujeito como Stephen King. Imagine um personagem vampiro que pilota um avião e sai por aí matando pessoas em diversas pequenas cidades do interior dos Estados Unidos. Ele pilota um Cessna Skymaster todo negro e por onde passa mata mais e mais pessoas. Atrás dele segue esse jornalista sensacionalista que deseja ter sua crônica publicada na primeira página! Surreal, não é mesmo? Mesmo com premissa um tanto absurda o filme funciona! Manteve minha atenção o tempo todo e devo antecipar que a maguiagem do vampiro, imitando a face de um morcego, ficou muito bem feita! Enfim, um filme de terror do King produzido nos anos 90 que até merece ser redescoberto pelos fãs do gênero. Uma pequena jóia hoje esquecida pelos cinéfilos que curtem horror. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Zorro

Título no Brasil: Zorro
Título Original: Hi-Yo Silver
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: John English, William Witney
Roteiro: Barry Shipman, George Worthing Yates
Elenco: Lynne Roberts, Stanley Andrews, Chief Thundercloud

Sinopse:
A vida pacata e pacífica dos moradores de uma pequena vila da Califórnia se torna um verdadeiro inferno com a chegada de um grupo de bandoleiros e foras da lei. Homens perigosos que não se importam em aterrorizar velhos, mulheres e crianças. Desesperados os moradores sonham com a chegada de alguém para trazer novamente lei e justiça para aquele lugar esquecido por todos. Suas preces são ouvidas com a chegada de um novo e misterioso herói, o Zorro (Lone Ranger)!

Comentários:
A Republic já estava meio mal das pernas quando resolveu editar esse filme, aproveitando três episódios da série do Lone Ranger (conhecido no Brasil erroneamente como "Zorro" ou "Zorro Americano", muito embora seu nome correto seja o de "Cavaleiro Solitário"). Para quem não se lembra ou não tem idade suficiente para se lembrar, o título original "Hi-Yo Silver" se refere ao grito de guerra dado pelo nobre cowboy de roupa azul sempre que saia em disparada atrás dos vilões. O cavalo Silver aliás é um dos mais queridos e famosos da mitologia do velho oeste americano e um dos destaques desse filme. Essa fita foi uma das primeiras adaptações do herói mascarado para o cinema, já ele até aquele momento cativava seus fãs principalmente pelos programas de rádio, transmitidos diretamente de Nova Iorque. Não tardou porém para que os produtores de Hollywood vissem grande potencial do personagem também nas telas de cinemas, algo que se confirmaria com o sucesso de fitas de matinê como essa, que diga-se de passagem, não deixa nada a dever para as versões modernas.

Pablo Aluísio.

E Quatro Partiram a Cavalo

Título no Brasil: E Quatro Partiram a Cavalo
Título Original: Four Rode Out
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Ada Films
Direção: John Peyser
Roteiro: Dick Miller, Paul Harrison
Elenco: Pernell Roberts, Sue Lyon, Julián Mateos, Leslie Nielsen

Sinopse:
Ross (Pernell Roberts) é um xerife federal que decide se unir a um investigador da famosa agência de investigações Pinkerton e uma bonita garota para perseguir um bandoleiro e assaltante pelas areias escaldantes do deserto na fronteira entre Estados Unidos e México. A caçada humana será vital para todos os envolvidos, logo se transformando em uma luta de vida ou morte.

Comentários:
Mais um faroeste americano que tentou seguir os passos do western Spaghetti, sem bons resultados porém. O filme é de fato fraco e o elenco, apesar de interessante, não consegue levantar a bola de um filme que no final das contas deixa muita gente boa a ver navios. O nome do ator Leslie Nielsen no elenco também pode levar os espectadores a falsa ideia de que irão assistir uma comédia escrachada. Na verdade o ator por essa época ainda estava a anos de estrelar seus pastelões que iriam levantar sua carreira muitos anos depois. Aqui Leslie Nielsen ainda não tinha enveredado por esses caminhos do humor sem limites. A atriz Sue Lyon, por outro lado, garante ao menos o sucesso estético da fita pois era de fato uma das beldades mais bonitas de Hollywood. Para quem não está ligando o nome à personagem ela foi a Lolita da primeira versão dirigida por Stanley Kubrick em 1962. O clássico enredo escrito por Vladimir Nabokov infelizmente não garantiu a ela uma carreira de sucesso constante, indo parar mesmo em fitas B como esse "Four Rode Out". Para finalizar uma informação importante: a fita chegou a ser lançada no mercado VHS no Brasil pela Paris Vídeo com o título de "Quatro Foram Embora".

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

O Monstro de Duas Caras

Título no Brasil: O Monstro de Duas Caras
Título Original: The Two Faces of Dr. Jekyll
Ano de Lançamento: 1960
País: Reino Unido
Estúdio: Hammer Films
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Wolf Mankowitz, Robert Louis Stevenson
Elenco: Paul Massie, Christopher Lee, Dawn Addams, David Kossoff, Norma Marla, Francis De Wolff

Sinopse:
Dr. Henry Jekyll (Paul Massie) é um homem da ciência. Intelectual e estudioso, passa seus dias em seu laboratório, pesquisando. Sua vida pessoal porém é conturbada, principalmente por causa de sua esposa que lhe é infiel, apaixonada por um outro homem, um playboy cafajeste que frequenta as noites de Londres. Para superar sua timidez o Dr. Jekyll inventa uma fórmula, que muda sua personalidade completamente, se transformando no terrível Mr. Hyde. 

Comentários
O que temos aqui é fácil de explicar. Aqui está a versão da Hammer para o clássico "O Médico e o Monstro". Agora, quando digo que a Hammer era um estúdio inglês muito elegante e sofisticado para os anos 60 não estou jogando palavras ao vento. Se tem dúvidas assista a essa adaptação, uma das melhores que já assisti em minha vida de cinéfilo. Não espere por monstros, apenas por monstros morais, o que no final pode resumir todos os players que andam no meio dessa peça cinematográfica. Mesmo o médico, que parece ser um homem íntegro, tem suas falhas de caráter. Pior é sua esposa, uma mulher sem qualquer senso moral mais elevado. E temos Christopher Lee como o sujeito que vive pela noite, seduzindo mulheres, para lhes tirar dinheiro pois precisa pagar suas dívidas de jogo. Um verdadeiro crápula da sociedade londrina. Um ótimo momento de Lee no cinema inglês. Por fim, vale aqui deixar todos os meus elogios para Paul Massie. Ele interpreta o médico e o monstro. A única coisa que diferencia um dos outro é uma sutil maquiagem. Não precisava de muito além disso, Massie era mesmo um grande ator! Para ele deixo meus aplausos! 

Pablo Aluísio.

A Hora Antes do Amanhecer

Título no Brasil: A Hora Antes do Amanhecer
Título Original: The Hour Before the Dawn
Ano de Lançamento: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Tuttle
Roteiro: W. Somerset Maugham, Lesser Samuels
Elenco: Veronica Lake, Franchot Tone, John Sutton

Sinopse:
Uma bela jovem, que se diz austríaca, chega na Inglaterra e pede asilo político. Ela afirma ser perseguida pelo regime nazista. Aos poucos sua vida vai melhorando, ela se apaixona por um jovem professor inglês e vai levando sua vida sem levantar maiores suspeitas. O que ninguém sabe é que ela é, na verdade, uma espiã nazista em busca de informações para uma invasão alemã naquela ilha. 

Comentários:
Antes do surgimento de Marilyn Monroe, a atriz Veronica Lake era a loira número 1 de Hollywood. Era muito famosa e popular, sempre emplacando sucessos cinematográficos durante o período da Segunda Guerra Mundial. O que poucos sabiam é que Lake era na verdade uma mulher muito desequilibrada e emocionalmente complicada de se lidar. Causava todos os tipos de problemas nos estúdios e os produtores só não a demitiam porque afinal ela rendia ótimas bilheterias. Durante as filmagens desse filme ela aprontou mais uma das suas. No meio de uma cena parou tudo, saiu com seu carro e não voltou mais por vários dias - colocando a Paramount em desespero por causa dos custos de se manter uma equipe de filmagem parada, esperando que a estrela do filme voltasse, mas sem saber quando isso iria acontecer. Por essa e outras essa bombshell realmente não teve longa carreira em Hollywood. Sua fase de sucesso não durou por muito tempo. Os estúdios se cansaram de seu estrelismo exagerado e gratuito. Ela foi demitida e nunca mais retornou ao mundo do cinema.  

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de abril de 2025

Ivan, O Terrível

Ivan, O Terrível
A história de Ivan reúne todas as características que a criminologia afirma ser os alicerces na formação de uma mente psicopata. Seu pai, o monarca de Moscovo, morreu muito cedo, com Ivan ainda na infância. Assim ele passou a ser cercado por parentes violentos que no fundo queriam sua morte, afinal ele era o herdeiro do trono. E houve mesmo muitas tentativas de matar a criança chamada Ivan. Quase não sobreviveu ao terror que foi sua infância! Nesse ambiente de medo e violência Ivan cresceu, tentando proteger sua mãe, que também era um alvo preferido para os que desejavam usurpar o seu trono. 

Ivan subiu ao poder muito jovem e inexperiente, mas já sabendo que para sobreviver naquela corte teria quer ser bem mais violento que todos os demais membros da realeza. E ele foi, sem dúvida. Mandou matar centenas de milhares de nobres, parentes ou não, fossem eles inimigos reais ou imaginários. Formou uma guarda pessoal de homens que se vestiam de negro e aterrorizavam toda a população. Eram assassinos profissionais, prontos a cumprir as ordens de seu novo Czar. 

Sem dúvida Ivan foi um dos criadores do império Russo, uma vez que ficou obcecado em expandir seus territórios. Logo o pequeno reino de Moscovo que herdou se transformou no Império da Rússia. Ivan era essencialmente implacável contra seus inimigos, promovendo massacres e genocídios nas cidades que ousassem lutar contra seus exércitos. Era um homem cruel e sem qualquer sentimento de humanidade para com o próximo. Dizia-se na época que era essencialmente perigoso ser um inimigo de Ivan, mas era igualmente mortal ser seu aliado. Paranoico ao extremo, o Czar mandava enforcar ou morrer pela espada todos os que lhe traziam desconfianças, sejam eles amigos do trono nos campos de batalhas ou inimigos declarados. Não havia misericórdia em seu vocabulário, apenas vingança e violência ao extremo. Seu nome na Europa virou sinônimo de Tirano sanguinário! 

Só que nada iria superar o auge de sua brutalidade dentro de sua própria família. Ao passar pela nora pelos corredores do palácio, Ivan a repreendeu pelos trajes que usava. Para o Czar aqueles eram trajes indignos de uma mulher que no futuro seria a Rainha da Mãe Russa. A jovem não gostou e respondeu de forma rude ao Czar. Foi o que bastou. Um erro fatal! Ivan avançou sobre ela com um bastão militar e a matou a pauladas! O pior estava por vir, pois ela estava grávida de seu neto!

O filho de Ivan, herdeiro do trono, vendo a cena partiu para cima de seu pai e o caos se instalou. Ivan o atacou com uma espada e a enfiou em seu coração. Foi morte certa! Numa só tarde Ivan havia destruído toda a linhagem sucessória de sua Dinastia. Ele matou em questão de minutos o próprio filho, a nora e o neto! Todos estavam mortos e tudo por causa da ira do Czar! O povo russo ficou completamente chocado com tudo o que aconteceu! Depois disso Ivan nunca mais foi o mesmo. Ele se isolou de forma reclusa em seus palácios, se negando a ver qualquer pessoa de sua corte. Dizem que o velho Czar morreu louco e paranóico, falando sozinho pelos corredores de seus palácios por onde passava. 

De qualquer forma a desgraça de Ivan significou a subida ao trono da Rússia do primeiro Romanov. Essa dinastia iria governar a nação pelos 3 séculos seguintes!  Ivan não era um Romanov. Essa família entrou na linha de sucessão da Rússia através de nobres que acabaram herdando o trono por causa da inexistência de herdeiros vivos de Ivan, afinal ele havia matado todos eles! 

Algumas décadas depois foi descoberto um documento nos arquivos da Igreja Ortodoxa Russa. Era uma lista, elaborada no reinado de Ivan, trazendo centenas de milhares de nomes de pessoas que tinham morrido em seu regime de violência e brutalidade. O próprio Czar havia mandado fazer a lista. A intenção era que a igreja realizasse missas em nomes das almas de todos eles! Essa aliás foi uma prova que apesar de toda a tirania, Ivan tinha alguma consciência e de certa maneira alguma compaixão por todos aqueles que matou ao longo de seu reinado de horror e sangue. 

Pablo Aluísio. 

As Três Pirâmides do Faraó Seneferu

As Três Pirâmides do Faraó Seneferu
Ele foi um dos grandes faraós do Egito Antigo e reinou por cerca de 40 anos por volta do ano 2 600 a.C. Esse monarca sempre despertou muito interesse da arqueologia e história por um motivo bem fácil de entender: Ele foi o construtor não apenas de uma grande pirâmide, mas de três delas! Isso mesmo, esse Faraó levou seu povo a construir três enormes tumbas para si, antes de sua morte. 

A primeira pirâmide não agradou ao Faraó. Ele achou ela feia! E isso depois de levar anos e anos para terminarem. Era uma pirâmide de degraus, realmente não muito bem feita. Para Seneferu aquela pirâmide não iria levar sua alma para o céu! Devoto da Rainha dos Céus, a Deusa Ìsis, ele almejava algo maior. Ele matou uma parte dos construtores e determinou aos que tinham sobrevivido que fizessem uma pirâmide melhor! 

Assim seus arquitetos correram e começaram uma nova pirâmide. Essa segunda também deu errado. No meio da construção ela começou a ruir com seu próprio peso! Com um ângulo de 60 graus e construída sobre terreno arenoso, ela realmente não conseguia se sustentar. Ainda foi tentada um conserto, mas no final não ficou do agrado do Faraó. Conhecida como Pirâmide Curvada ela foi rejeitada pelo monarca. Ele decidiu que iria construir mais uma pirâmide gigantesca. 

O problema é que o povo do Egito estava exausto e os cofres do Estado tinham ficado vazios com a construção das duas primeiras pirâmides. O Faraó Seneferu encontrou a solução de seus problemas na guerra. Invadiu ao oeste o Reino da Líbia. Escravizou milhares de homens jovens e fortes e os levou acorrentados para o Egito onde iriam trabalhar na construção de sua terceira pirâmide. Depois invadiu o Reino da Núbia ao Sul. Mais um grande carregamento de escravos foi levado para o Egito. Todos eles foram usados como mão de obra escrava para a construção de sua terceira e última pirâmide que iria ficar conhecida como a Pirâmide Vermelha, por causa da cor de suas pedras. 

Ao realizar tantas construções monumentais o Faraó Seneferu mudou a história do Egito. Ele trouxe inúmeras riquezas das nações conquistadas, além dos seres humanos que escravizou. A elite ficou imensamente rica depois dessas suas invasões. O Faraó porém tinha um único objetivo: ter a pirâmide certa no qual seria sepultado. E assim o fez. Seu filho Quéops seguiu a tradição do pai e seria o construtor da maior pirâmide da história, em Gizé. Seus netos também foram grandes construtores de pirâmides. 

Porém todas elas foram saqueadas, onde os corpos dos grandes Faraós foram retirados de suas tumbas sagradas, com seus tesouros roubados por ladrões. Por isso, a partir de uma determinada geração, pouco após a Dinastia de Quéops, os Faraós do Egito desistiram das pirâmides, passando a sepultar os monarcas no Vale dos Reis, em tumbas escavadas nas rochas das montanhas que eles consideravam mais seguras. Foi o fim de uma era de construções majestosas das grandes pirâmides do Egito. Mesmo não dando certo para seus propósitos religiosos originais, as pirâmides garantiram à civilização do Egito Antigo um lugar muito especial na história da humanidade. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 19 de abril de 2025

Dexter: Pecado Original

Título no Brasil: Dexter: Pecado Original
Título Original: Dexter: Original Sin
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Showtime, Paramount +
Direção: Michael Lehmann, Monica Raymund
Roteiro: Terry Huang, Jeff Lindsay
Elenco: Patrick Gibson, Michael C. Hall, Christian Slater, Molly Brown, Patrick Dempsey, Sarah Michelle Gellar

Sinopse:
O jovem Dexter Morgan (Gibson) é levado para trabalhar ao lado de seu pai no departamento forense da polícia metropolitana de Miami. Lá ele toma contato com os mais terríveis crimes e passa a colocar em prática, pela primeira vez, seu código pessoal. Ele decide matar os mais infames criminosos, enquanto alimenta seu passageiro sombrio! 

Comentários:
Eu sou suspeito para falar de Dexter. Isso porque sou fã assumido da série original. Assisti a todas as temporadas. Sempre gostei muito. Agora decidiram renovar a marca, voltando ao passado, mostrando a juventude de Dexter, seu pai e sua irmã. Eles surgem ainda adolescentes, em plenos anos 90. Ficou muito legal! Para se ter uma ideia do prestígio de Dexter basta dizer que atores famosos de outras séries como Patrick Dempsey e Sarah Michelle Gellar aceitaram papéis secundários apenas pela honra de participar de uma série do Dexter! O elenco aliás foi muito bem escolhido. Esse rapaz, um jovem ator chamado Patrick Gibson, está ótimo na pele de um jovem Dexter, ainda se descobrindo como assassino em série. O mesmo vale para a jovem atriz Molly Brown que interpreta sua irmã (sim, ela já era boca suja naqueles tempos!). Já para quem sentir saudades do ator original de Dexter, o muito empenhado Michael C. Hall, ele também está na série, mas apenas como narrador dos pensamentos do próprio Dexter. Enfim, em minha opinião não faltou nada. E já confirmaram a segunda temporada! Que venha mais episódios com o Dexter. Eu definitivamente vou assistir tudo com prazer renovado! 

Pablo Aluísio.

Succession - Terceira Temporada

Título no Brasil: Succession - Terceira Temporada
Título Original: Succession: Season Three
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Mark Mylod
Roteiro: Jesse Armstrong, Jamie Carragher
Elenco: Brian Cox, Jeremy Strong, Sarah Snook, Kieran Culkin, Alan Ruck, Matthew Macfadyen

Sinopse:
Kendall Roy (Strong) está decidido a não ir para a prisão por causa dos escândalos envolvendo a linha de cruzeiros de sua família. Isso o faz entrar em uma guerra de acionistas contra o próprio pai, Logan Roy (Cox). Enquanto essa guerra é travada, os demais irmãos ficam na expectativa de quem será nomeado o novo CEO da empresa. 

Comentários:
Fica na média das temporadas anteriores, o que significa que ainda continua muito boa essa série sobre uma família de ricaços que geralmente estão sempre passando a perna uns nos outros, mas que no fundo parecem se gostar de forma genuína. Essa temporada mostra vários membros da família tentando escapar de uma investigação do Departamento de Justiça que descobriu uma série de crimes cometidas no setor de cruzeiros da família. Há desde prostituição a bordo dos navios, assédio sexual e até mesmo assassinato. Alguém vai ter que pagar por esses crimes. O velho Logan decide jogar seu filho Kendall aos leões. Se alguém tiver que ser preso, que seja ele! Só que as coisas não vão ser tão simples e Kendall tenta virar o jogo, assumindo o comando da companhia de comunicação, usando acionistas para isso. O tempo fecha dentro da família, claro! Enfim, continua uma série muito boa. Algumas vezes desanda para diálogos ou situações de pura vulgaridade, mas o combo geral é muito bom! Recomendo, sem dúvida. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Ingresso Para o Paraíso

Ingresso Para o Paraíso 
Esse é um filme dos anos 90, mas produzido nesse ano. Complicado de entender não é mesmo? Eu explico! Esse roteiro bem soft e leve poderia ter sido muito bem escrito naquela que foi a década das comédias românticas. Não é à toa também que temos aqui dois astros dos anos 90, Julia Roberts e George Clooney. Só que o tempo voa e eles não podem mais viver o casalzinho apaixonado pois agora já são coroas e tudo mais. Então o roteiro os coloca como os pais de uma jovem que se forma em Direito e se torna advogada. Para celebrar ela faz uma viagem para a paradisíaca ilha de Bali, no Pacífico. Lugar bonito, com belas praias. Lá se apaixona por um jovem nativo. O casalzinho perde o juízo e decide se casar! Pior que isso, ela toma a decisão de jogar a carreira de advogada fora para viver esse amor na ilha... para sempre!

Claro que os pais ficam loucos quando descobrem isso e agora eles viajam para Bali com o firme propósito de colocar aquele casamento abaixo. Mesmo estando divorciados há anos e se detestando, eles seguem em frente, unidos agora por um objetivo comum. Mas calma, não pense que teremos pela frente um dramalhão daqueles. Eu disse que essa era uma comédia romântica dos anos 90, então tudo é muito suave, muito amigável, para não chocar ninguém! E apesar disso, dentro de suas pretensões bem modestas, o filme até que funciona para seu público alvo. Afinal quem for assistir a esse filme quer ver mesmo um filme leve, com belas paisagens do paraíso tropical e de quebra matar as saudades de seus antigos ídolos do cinema em uma década que já passou há 25 anos! Não tem nada de errado com isso. Nostalgia faz bem para a alma de algumas pessoas. 

Ingresso Para o Paraíso (Ticket to Paradise, Estados Unidos, 2022) Direção: Ol Parker / Roteiro: Ol Parker, Daniel Pipski / Elenco: George Clooney, Julia Roberts, Sean Lynch / Sinopse: Há muitos anos divorciados, casal decide unir forças novamente para impedir que sua única filha desista da carreira de advogada para se casar com um jovem rapaz que conheceu em Bali, para onde viajou em férias para celebrar sua recente formatura em Direito. 

Pablo Aluísio. 

Virando a Página

Virando a Página 
Mesmo com uma certa idade o ator Hugh Grant resolveu voltar para a linha dos primeiros filmes que fez em Hollywood. Época de muitos sucessos cinematográficos. Não o culpo. Assim temos aqui uma comédia romântica ao velho estilo de sua própria cinematografia. Grant interpreta um roteirista de Hollywood. No passado ele ganhou o Oscar da categoria. Parecia ter um belo futuro pela frente, mas as coisas não foram muito bem. Após inúmeros fracassos, sua carreira foi pelo ralo. Precisando de trabalho aceita ser professor de uma universidade numa pequena cidade do norte. Nada de muito prestígio, mas pelo menos um trabalho para pagar as contas. Nessa nova cidade ele conhece mulheres bem interessantes. O problema é que elas são suas alunas. Falha grave de ética que o levaria a ser demitido. Não ajuda muito ele ter também problemas com a chefe de seu departamento, uma professora que ama Jane Austen, enquanto o personagem de Grant conta algumas piadas sem graça sobre a escritora do passado vitoriano, logo na primeira vez que a encontra. Saia justa intelectual. 

Assim o filme vai se desenrolando. Ele se apaixona por duas de suas alunas, precisa ter jogo de cintura e aos poucos vai descobrindo o prazer de ensinar, algo que no começo ele achava ser impossível pois sempre acreditou que não havia como ensinar a escrever bons roteiros. Tecnicamente o filme é isso, uma comédia romântica inofensiva. Nem preciso dizer que o Hugh Grant se sente em casa em cada cena. Afinal ele construiu toda a sua carreira fazendo filmes assim. 

Virando a Página (The Rewrite, Estados Unidos, 2014) Direção: Marc Lawrence / Roteiro: Marc Lawrence / Elenco: Hugh Grant, Whit Baldwin, Vanessa Wasche / Sinopse: Roteirista de Hollywood que no passado chegou a vencer o Oscar, passa por dificuldades financeiras e aceita o convite para ensinar numa universidade. E acaba se envolvendo com uma de suas alunas, o que traz muitos problemas em sua vida já bem problemática. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Mickey 17

Título no Brasil: Mickey 17
Título Original: Mickey 17
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bong Joon Ho
Roteiro: Bong Joon Ho, Edward Ashton
Elenco: Robert Pattinson, Mark Ruffalo, Toni Collette, Steven Yeun, Michael Monroe, Patsy Ferran

Sinopse:
Mickey 17 é a décima sétima versão de Mickey Barnes (Robert Pattinson). Tripulante de uma nave espacial rumo a um planeta distante, ele sempre é escalado para tarefas mortais. Quando morre é substituído por uma nova versão, com sua memória reimplantada no novo clone. Só que Mickey 17 sobrevive em sua última missão e ao retornar para sua nave descobre que já existe um Mickey 18. Esse seria seu novo substituto! E isso vai criar muitos problemas para ele daqui em diante. 

Comentários:
Começa como uma ficção bem interessante. Esse sujeito meio perdido na vida, decide entrar na tripulação de uma nave espacial para fugir de um mafioso a quem deve dinheiro. No espaço entra na classificação dos tripulantes "descartáveis". São aqueles que serão enviados para missões mortais. Uma vez morto, passa a ser substituído por um novo clone com sua antiga memória. Sim, essa ideia é interessante, mas o roteiro não leva esse aspecto até as últimas consequências. Ao invés disso, a partir de determinado momento, o filme explora cada vez mais situações de humor, mesmo que muitas delas sejam de humor negro, afinal temos aqui um protagonista picaresco que sempre vai morrer, de um jeito ou outro. Esse estilo me lembrou de certo modo de outro filme, "O Guia do Mochileiro das Galáxias". É bem nessa linha. Esperava mais pelo bom começo, mas depois fui me conformando em ver mais um filme meio engraçadinho, com alguns toques ecológicos. É aquele tipo de fita Sci-Fi que ficamos pensando que poderia render muito mais. Tinha potencial, mas ficou pelo meio do caminho mesmo.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Crime Passional

Título no Brasil: Crime Passional 
Título Original: Loved
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Clyde Is Hungry Films
Direção: Erin Dignam
Roteiro: Erin Dignam
Elenco: Robin Wright, William Hurt, Sean Penn

Sinopse:
Depois que um marido é acusado de levar sua terceira esposa ao suicídio, sua primeira esposa, Hedda, uma mulher problemática que não consegue odiar ou machucar os outros, mesmo que tenham feito algo errado com ela, é intimada a testemunhar sobre seu comportamento abusivo durante o casamento.

Comentários:
Nos anos 80 o ator Sean Penn foi basicamente o namorado da Madonna que fazia filmes juvenis. Já nos anos 90 ele melhorou muito na escolha de seus filmes, apostando em projetos que não eram assim garantias de sucesso de bilheteria, mas que a despeito disso eram bons filmes, com roteiros mais inteligentes. Esse filme foi realizado justamente nessa fase de sua carreira, quando ele queria mesmo mudar sua imagem, apostando em filmes com temáticas mais adultas. Além disso o Sean Penn justamente nesse filme começou a namorar a atriz Robin Wright com quem ele terminaria se casando. Pelo visto esse thriller dos anos 90 foi duplamente recompensador para o Penn. Mudou sua carreira no cinema e de quebra ainda o fez encontrar uma de suas mais queridas namoradas da época. 

Pablo Aluísio.

Bonecos da Morte

Título no Brasil: Bonecos da Morte
Título Original: Puppet Master
Ano de Lançamento:
País: Estados Unidos
Estúdio: Full Moon
Direção: David Schmoeller
Roteiro: Charles Band
Elenco: Paul Le Mat, William Hickey, Irene Miracle

Sinopse:
Um mestre artesão, que cria bonecos, descobre uma velha oração do Egito Antigo que traz vida para objetos inanimados. E por essa razão é tão perseguido que decide tirar a própria vida. Só que seus bonecos sobrevivem e vão partir para uma sangrenta vingança. Filme também conhecido como "O Mestre dos Brinquedos". 

Comentários:
Charles Band ataca novamente! Nesse filme ele deu a direção para outra pessoa, mas o roteiro é dele, tem a cara dele! A história é fraquinha, mera desculpa para os tais bonecos entrarem em ação. Eles são de tipos diferentes, um tem uma perfuradora na cabeça, outro, grandes mãos e um crânio minúsculo, tem o velho assassino do mar e uma boneca do diabo que vomita vermes devoradores pela boca! São até bem feitos, mas se movem usando a técnica do Stop Motion. Nos anos 80 ainda não havia tecnologia digital à disposição de filmes B como esse! Eu até gostei do filme, mas colocando na balança justamente essa classificação de filme B dos anos 80. Tem que saber o que afinal está se assistindo. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Sam Whiskey, o Proscrito

Título no Brasil: Sam Whiskey, o Proscrito
Título Original: Sam Whiskey
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arnold Laven
Roteiro: William W. Norton
Elenco: Burt Reynolds, Angie Dickinson, Clint Walker, Ossie Davis

Sinopse:
Uma bonita e jovem senhorita convence um cowboy aventureiro a lhe ajudar no transporte de uma fortuna em ouro. No total mais de 400 quilos do precioso metal que devem ser transportado por regiões infestadas de bandoleiros e bandidos de todos os tipos, em plena corrida ao ouro, no oeste americano.

Comentários:
Um faroeste do final dos anos 1960 com muitas aventuras e bom humor - foi assim que essa produção foi vendida nos cinemas. Estrelada por Burt Reynolds, pouco antes de se tornar um dos maiores campeões de bilheteria do cinema americano na década que viria, e pela veterana (e ainda bela naquela ocasião) Angie Dickinson. A intenção dos produtores era realizar um piloto para uma série de TV que seria exibida pelo canal NBC. O problema é que apesar do bom êxito comercial desse "Sam Whiskey" o ator Burt Reynolds resolveu cair fora do projeto. Obviamente ele ambicionava um sucesso no cinema e não na TV. No final das contas acertou, pois se tivesse assumido o compromisso de ser um astro da telinha certamente jamais se tornaria o astro que foi. Já do filme em si não espere por muita coisa. No fundo é apenas uma bobagem divertida que usa o cenário e o contexto histórico do western americano para entreter, usando de muito humor e romance. Pode ser dispensado sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Os Gays de Hollywood - Texto V

Os Gays de Hollywood 
Cary Grant era gay! Durante muitos anos ele teve que viver no armário pois se isso viesse ao conhecimento do grande público seria sua ruína como galã! O curioso é que tirando essa questão da imagem pública, Grant era completamente à vontade, na vida privada, com sua orientação sexual. E como gostava de humor chegava a debochar da questão em seus filmes, sugerindo cenas ousadas para os roteiristas de suas produções. Certa vez surgiu em cena vestido de mulher! Flagrado pela mãe de seu personagem assim, ele declamava um diálogo que era pura explosão, dizendo: "Não se preocupe mãe, é que hoje acordei me sentindo muito gay!". Na época a palavra gay ainda não era tão conhecida mundo afora como sinônimo de homossexual, mas em Hollywood todo mundo entendeu a piada! Grant dava grandes risadas quando lembrava desse filme e dessa cena! Foi um de seus clássicos!

Cary Grant teve vários relacionamentos gays ao longo de sua vida, inclusive com um figurão, um executivo da MGM, mas nada poderia se comparar à sua "amizade" com Randolph Scott. Em plenos anos 1930 eles resolveram alugar uma mansão nas colinas de Hollywood e foram morar juntos. Para atiçar ainda mais as fofocas eles fizeram uma célebre sessão de fotos plenamente à vontade na nova casa. Nelas vemos um casal, nadando na piscina, correndo seminus, até trocando olhares de flerte com o sol ao fundo! Eles riram muito das fofocas que surgiram na época, mas pressionados pelos estúdios de cinema, acabaram se afastando. Tanto Grant como Scott tiveram que se casar, para abafar os fuxicos! Eram casamentos falsos, mas que pelo menos rendeu uma filha que Grant realmente adorava. Já Scott resolveu adotar um filho. Dizia-se que sua esposa era lésbica, uma velha conhecida de muitos anos, e para ambos esse acordo viria bem a calhar. 

Montgomery Clift não teve a mesma sorte. Ele também era um gay no armário e relutou durante muitos anos em ir para Hollywood, justamente para evitar que sua vida privada fosse devastada. Depois de um momento embaraçoso em Nova Iorque, onde se apresentava na Broadway, finalmente decidiu ir embora daquela cidade, aceitando finalmente o convite de Hollywood. Ele havia sido flagrado com alguns homens em uma situação de homossexualidade em um club da cidade. Acabou sendo preso! Uma coluna de fofocas publicou que o jovem ator da Broadway havia sido preso ao lado de alguns "boys" (garotos), o que criou uma confusão enorme, pois Clift foi acusado até mesmo de ser um pederasta. Mas na verdade eram homens adultos, apenas a palavra foi usada de forma equivocada, segundo as melhores biografias sobre o ator. 

Em Hollywood foi parar em um filme de western com John Wayne! Republicano, conservador e homofóbico, o ídolo máximo do faroeste não deixou barato para Clift. Logo entendeu que seu novo parceiro de filme era gay. Numa tarde, durante um intervalo, virou-se para Monty, com um cigarro pendente na boca e disparou: "Porque você não toma vergonha na cara?". Clift ficou tão chocado que disse ao seu agente que nunca mais iria fazer outro filme com Wayne na sua carreira, promessa que aliás cumpriu. Já Marilyn Monroe foi mais sincera. Certa vez foi perguntada sobre Monty ela respondeu: "Ele foi a única pessoa que conheci na minha vida que tinha mais problemas emocionais do que eu!".

Montgomery Clift fez parte da trindade sagrada dos rebeldes de Hollywood ao lado de Marlon Brando e James Dean, mas no fundo nunca gostou deles. Chegou a dizer que Dean pessoalmente cheirava mal e que Brando era um egocêntrico incurável. Depois de uma acidente de carro, ao sair tarde da noite da casa de Elizabeth Taylor, sua carreira entrou em declínio. Seu rosto passou por uma terrível cirurgia plástica e ele perdeu a beleza de seus primeiros anos. Morreu bebendo muito e usando drogas em Hollywood. Dizia que o homem que vivia ao seu lado era seu enfermeiro, mas vários relatos que vieram após sua morte mostraram a verdade que aquele era na verdade seu companheiro de muitos anos. Não houve outra alternativa. Clift ficou no armário mesmo até seus últimos dias. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 13 de abril de 2025

Jack, o Estripador

Ele foi certamente o mais infame serial killer da história, notabilizado não apenas pelos crimes bárbaros que cometeu, mas também pelo fato de que sua identidade ficou submersa por uma nuvem de mistérios. Ao longo da história mais de 20 suspeitos foram apontados como Jack, indo desde nobres com ligações à realeza, pintores, escritores e até médicos famosos. Apenas a ciência conseguiu responder a uma pergunta que já durava séculos. Usando os mais modernos métodos forenses de investigação conseguiu-se finalmente revelar a verdadeira face de Jack. Para tanto se utilizou de um xale de uma das prostitutas que foram mortas por ele naqueles distantes dias de puro terror.

A mulher identificada como Catherine Eddowes foi brutalizada por Jack, morta a punhaladas e golpes de faca, sendo que depois o assassino, seguindo seu modus operandi ou ritual, retirou seus órgãos internos. Uma pesquisa de DNA no xale conseguiu localizar traços de sêmen do matador. A partir daí vários parentes de suspeitos do crime doaram voluntariamente suas amostras genéticas para comparação. O DNA bateu com familiares de Aaron Kosminski, um velho conhecido da polícia de Londres que inclusive foi detido e ouvido na época dos crimes. Como não havia provas ele foi liberado. Hoje sabe-se que ele foi o real Jack.

Aaron Kosminski tinha um passado de traumas. Imigrante judeu, presenciou cenas chocantes de perseguição, violência e morte contra pessoas de sua família. Essa teve que fugir das perseguições, indo morar em Londres. Aaron não conseguiu ter boa sorte na grande cidade. Miserável, sem emprego e vivendo de bicos, presume-se que tenha contraído sífilis com prostitutas baratas, as mesmas que mataria depois nos crimes violentos e selvagens de Jack, o Estripador. Ao que tudo indica Aaron estava em sua mente se vingando daquelas mulheres que haviam lhe passado uma doença incurável na época. A loucura dos crimes também condiz com esse quadro já que a sífilis acaba destruindo a mente da pessoa infectada, a levando gradualmente à loucura.

Kosminski escapou da polícia, porém não teve um final feliz. Ele foi enlouquecendo com o passar do tempo e virou praticamente um mendigo de rua com problemas mentais. Os últimos registros dão conta que ele foi recolhido pelo departamento de saúde mental da capital inglesa e internado numa instituição para doentes mentais onde veio a falecer com a idade provável de 53 anos. Os crimes de Jack foram cometidos quando ele tinha entre 25 a 30 anos de idade, não se sabe ao certo. A sífilis destruiu sua mente, porém antes disso ele supostamente matou entre 11 a 25 mulheres, prostitutas que viviam pelas ruas. O mais infame serial killer da história morreu livre, porém de uma forma ou outra acabou pagando pelos seus crimes assustadores.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de abril de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 2

Rubber Soul - Parte 2
A música "In My Life" é certamente um dos maiores clássicos dos Beatles nesse álbum. Uma letra nostálgica em que John Lennon procurava relembrar as amizades e amores do passado. Uma letra autoral que de certa forma antecipava o que os Beatles iriam escrever em músicas como "Strawberry Fields Forever" e "Penny Lane", onde o passado surgia como tema principal. Nessa canção o produtor George Martin também colaborou bastante, ajudando ativamente nos belos arranjos finais que ouvimos na gravação oficial que saiu no mercado e que em pouco tempo virou um grande hit nas rádios. 

Se John Lennon apostava na nostalgia, Paul se apoiava em sua própria imaginação. Ele era mestre em criar personagens para suas músicas. Assim para esse disco Paul McCartney criou "Michelle". A música foi composta por Paul quando ele estava em Paris. Inspirado pelas belas melodias francesas que ouviu, ele decidiu seguir naquela mesma linha. Também decidiu incluir na letra alguns versos em francês. Como não sabia falar a língua dos franceses pediu uma ajudinha a um amigo, que lhe trouxe esses pequenos versos. Acho uma balada maravilhosa, simples, mas bem linda. E olha que Rubber Soul foi um disco dos Beatles em que só havia grandes baladas! 

Pouca gente sabia, mas "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)" era sobre um caso de infidelidade de John Lennon com uma garota escandinava que ele conheceu. O detalhe é que o Beatle já era casado na época, então teve que usar aquele tipo de letra enigmática, que poucos entenderiam, mas que ele saberia muito bem do que se tratava. Anos depois, John Lennon confidenciaria tudo numa entrevista. Era mesmo sobre essa noite em que ele pulou a cerca com essa loira, enquanto sua esposa Cynthia cuidava do filho Julian. Não era algo para se orgulhar, mas John falou que a mulher era mesmo um monumento, uma loira de parar o trânsito. Quem poderia julgar o Beatle por esse fugaz caso de infidelidade conjugal?

Se as duas músicas anteriores foram clássicos de John Lennon, músicas para se orgulhar até o fim de sua vida, a faixa "Run for Your Life" foi rejeitada por ele alguns anos depois. John chegou até mesmo a dizer que "sempre a detestou" e que a havia criado às pressas, para completar o disco. A letra hoje em dia seria considerada abominável, pois basicamente afirmava, sem nenhuma classe, para uma garota, que ela deveria correr por sua vida... O que sugeria? Que iria bater nela ou até mesmo matá-la? E isso composto por John Lennon, que iria virar um símbolo da paz e amor dos anos que viriam? Realmente não é complicado entender porque John a renegou completamente alguns anos depois. Era uma letra embaraçosa para ele, de puro machismo sem noção.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Indústria Americana

Indústria Americana
Documentário extremamente relevante para os nossos dias. Mostra a implantação de uma fábrica chinesa na cidade de Dayton, nos Estados Unidos. Ela foi levantada no mesmo lugar onde no passado funcionou uma fábrica de automóveis da GM na cidade. Muitos dos empregados já tinham trabalhado na GM, mas agora esses trabalhadores americanos iriam ter que lidar com uma nova realidade. Seus chefes seriam todos chineses. A fábrica funcionaria a partir de agora de acordo com a cultura do grande país asiático. Então, como era de se esperar, se opera um grande choque cultural entre um empregador chinês tentando colocar ordem numa fábrica onde a maioria dos empregados era formada por americanos. Os chineses e os americanos logo entram em choque e tudo é capturado pelo documentário. 

Os chineses acabam achando que os americanos são gordos demais, preguiçosos e sem nenhuma disciplina para o trabalho duro. Na visão da diretoria chinesa a mão de obra americana era pouco produtiva! Os americanos, por sua vez, começam a achar os chineses bem esquisitos, com sua cultura de quase escravidão ao trabalho obsessivo, trabalhando em longas jornadas, sem feriados, sem fins de semana. Quase uma escravidão moderna! O documentário mostra acima de tudo que há uma grande ilusão nessa expectativa toda de estrangeiros se instalando dentro da América, de que alguma fábrica asiática vai dar inteiramente certa se instalada dentro do território dos Estados Unidos. As diferenças culturais entre nações tão diferentes logo se faz sentir, desde os primeiros dias. É algo inclusive que o atual presidente americano tem planejado fazer. É melhor ele rever seus conceitos! 

Indústria Americana (American Factory, Estados Unidos, 2019) Direção: Steven Bognar, Julia Reichert / Roteiro: Steven Bognar, Julia Reichert / Elenco: Junming 'Jimmy' Wang, Sherrod Brown / Sinopse: Documentário da Netflix que mostra a instalação de uma fábrica chinesa nos Estados Unidos. Logo surge um grande choque cultural entre a direção e os empregados, além de problemas financeiros e sociais dentro da indústria. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Galactica: Astronave de Combate

Galactica: Astronave de Combate
Eu realmente não me lembrava mais se tinha assistido esse filme no passado. Claro, conhecia muito de nome, mas reconheço que não me lembrava se havia assistido ou não. Pois bem, em tempos de streaming finalmente fui conferir nessa semana. Gente, que filme ruim! É uma imitação muito barata de "Guerra nas Estrelas" de 1977. Lançado um ano depois do grande sucesso de George Lucas, o filme cheira a picaretagem do começo ao fim. Chega a ser constrangedor de tanto que tenta copiar o filme original. Tudo é ruim, o elenco não convence em nada e a direção é pífia. O enredo não vai para lugar nenhum. Os elementos básicos são todos copiados de Star Wars, sem tirar nem colocar muita coisa de diferente. Chega a aborrecer do tamanho da cara de pau de seus realizadores! 

Basicamente temos apenas um grupo de naves, com seres humanos, que é atacada por uma raça de robôs chamada Cyclons (ou qualquer coisa parecida a isso). Esses "centuriões" robôticos me fez lembrar do filme em certos momentos. São aquelas latas de sardinha que possuem uma luzinha vermelha no visor.  A luz vermelha vai de um lado pro outro do capacete! Nada muito interessante, mas a criançada da época curtiu pelo que me recordo. Pensou que parava por aí a tosqueira? Que nada, tem também um cachorrinho robótico muito mal feito que faz o filme ficar ainda mais ridículo do que já é. Um bichinho muito feio que não servia nem pra vender brinquedos! Enfim, apesar da fama, pois o filme certamente é conhecido por quem gosta de cinema, o fato é que "Galactica - Astronave do Combate" é uma das maiores porcarias já produzidas no universo! 

Galactica: Astronave de Combate (Battlestar Galactica, Estados Unidos, 1978) Direção: Richard A. Colla, Alan J. Levi / Roteiro: Glen A. Larson / Elenco: Richard Hatch, Dirk Benedict, Lorne Greene / Sinopse: Uma caravana de espaçonaves com objetivos de diplomacia é atacada. Estavam em missão de paz. Apenas uma espaçonave escapa da destruição, Galactica. Agora seus tripulantes precisam encontrar um planeta amigo, enquanto tentam descobrir o rumo em direção ao Planeta Terra. 

Pablo Aluísio.